PETAR: bate e volta imperdível

O PETAR (Parque Estadual Turistico do Alto do Ribeira) a apenas 5 horas de São Paulo (320km), na cidade de Iporanga, é um paraíso no sul do estado, repleto de trilhas, cachoeiras e cavernas muito preservadas! Excelente local para fazer um bate e volta ou passar um final de semana de sossego e aventura.

Importante saber que este não é o mesmo lugar da Caverna do Diabo, que fica em Eldorado (1 hora de Iporanga) e, anote aí, o Petar é muito mais lindo e divertido!

Quando ir?

Basicamente em qualquer época do ano.  Nos meses de julho e agosto as temperaturas são mais baixas e algumas atividades com água podem ficar comprometidas (mas nem tanto, porque a água no interior das cavernas é gelada o ano todo). Recomendaríamos também evitar o Carnaval, já que muitas pessoas (isso mesmo, não é só você que pensou em passar um feriado tranquilo) aproveitam para desbravar a floresta e, segundo os guias locais, é de longe a época no qual há mais turistas na região.

Onde ficar?

O PETAR fica no município de Iporanga-Sp. Prefira ficar no Bairro da Serra ou próximo dele, pois os principais núcleos a serem explorados (Núcleo Ouro Grosso e Núcleo Santana) ficam muito próximos. De forma geral, as acomodações são rústicas (nada de luxo), mas também consideravelmente em conta. Algumas pousadas: Pousada da Diva, Pousada Ouro Grosso, Glamping Mangarito, Pousada das Cavernas.

Não esquecer: repelente, calças compridas (evitar jeans, não é permitido shorts/bermudas), camisetas com manga (não é permitido sem manga), tênis antiderrapante (fundamental!!! Algumas pedras e caminhos são bem escorregadios) e protetor solar.

Passamos um final de semana de dezembro em meio à mata Atlântica no conjunto de cavernas do Petar. Chegamos no inicio da madrugada de sexta para sábado depois de muita neblina na serra de Apiai (viemos pela Raposo Tavares, quem vier de São Paulo, melhor caminho é Régis Bittencourt) em um clima quente e úmido. Tínhamos dois dias para explorar bem o lugar e decidimos começar pelo básico: os núcleos Santana e Ouro Grosso. Recomendamos fazer as cavernas nestes núcleos para visitante de primeira viagem, pois já são muito bonitos e não tão distantes. Há ainda os Núcleos Caboclos e Casa de Pedra, que certamente ficarão para uma próxima.

Imprescindível neste local é a contratação de um guia, já que, sem ele, você é proibido de entrar nas cavernas (e você precisa muito dele, as cavernas são verdadeiros labirintos). Daí já recomendamos o serviço da EcoCave (Sr. Sérgio), muito profissionais, amigáveis e pontuais, com o menor preço que encontramos. Você pode contratar grupos de 8 (máximo), 4 ou apenas 2 pessoas, com o valor aumentando para o menor número de pessoas. Como queríamos flexibilidade na visita, optamos por contratar o guia só para nós. Porém, deve ser também muito divertido ficar em um grupo maior para conhecer novas pessoas e se divertir nas atividades dentro das cavernas.

Lemos antes da viagem que os lugares não aceitavam cartão, que era difícil achar o que comer e que precisava levar comida. Pelo jeito, isso mudou. Quase todos lugares já aceitam cartão e há dois mercadinhos que , por sinal, recomendamos comprar um lanche para passar o dia nos parques, já que lá não há lanchonete disponível no parque. Obs. Os guias possuíam saco estaque e, então, também não fiquem muito preocupados em levar bolsas impermeáveis.

No sábado de manhã, caímos logo cedo da cama e 08h00 já estávamos na agencia Ecocave, que já nos aguardava com os capacetes com lanternas (muito legal) para seguirmos ao Núcleo do Santana. Recomendamos este núcleo para o primeiro dia, já que há mais atrações e certamente tomará o seu dia inteiro (até 16-17h00) de atividades. Fizemos as Cavernas do Santana, Cachoeira do Couto, Caverna Morro Preto e Caverna Agua Suja. As trilhas de maneira geral são muito curtas e tranquilas e, então, esta não é uma desculpa para não conhecer as cavernas. 😉

Caverna Santana: muito grande, cheia de formações (espeleotemas: estalagmites e estactites), curiosidades e histórias. Desde a pedra que gera música até passagens muito estreitas que os mais desbravadores podem se arriscar a passar. O barulho das gotas, o som da caverna junto com a escuridão iluminada pelo pequeno filete de luz dos capacetes faz desta uma caverna muito especial. Ela é uma das mais disputadas e, como só se entra cerca de 150 pessoas por dia, não dê bobeira em deixar para fazer ela a tarde.

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Cachoeira do Couto: no caminho para a caverna Morro Preto, é uma cachoeira de pequeno porte, mas muito agradável para um refresco nos dias quentes.

Caverna Morro Preto: com uma entrada em forma de arco muito grande, esta se difere completamente da Caverna do Santana em questão de espaço (maior). Quando entramos, descemos cerca de 100m de pedras e avistamos com a pouca luminosidade das nossas lanternas um mirante muito próximo do teto da caverna. E não é que há um caminho para se chegar até lá? Muito bacana novamente a escuridão, as belezas de cada formação, as histórias do local. E o melhor de tudo, como elas são bem preservadas e pareciam ser só nossas. Muito difícil encontrar qualquer outra pessoa ou grupo nas cavernas!

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Caverna Água Suja: nossa favorita do dia, imperdível!!! É uma caverna que possui água, então, esteja preparado para se molhar até a cintura. A trilha é praticamente toda dentro da água, passando por meio das estalactites. Ao final dela, chega-se a uma corrente de água que faz muito barulho naquele silencio da caverna (parece que seria uma cachoeira de 30m). Novamente, muito diferente das outras!  Aah, a trilha para esta caverna é um pouco mais longa, cerca de 2km, mas muito agradável: muito verde, passa por dentro do rio, pontes de corrente, árvores gigantescas.

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Somente estas cavernas já ocuparam nosso dia até as 15h45! Aproveitamos bem elas, mas poderíamos também ter ficado mais tempo apreciando ou mesmo tomando banho de cachoeira. Àqueles que estiverem bastante animados, sugiro continuar a trilha da Água Suja até a Cachoeira Andorinhas, que dizem ser magnífica (apenas 1.5km para frente).

A noite, as pousadas em geral oferecem refeição, mas também há a opção do bar Mangaritos e de uma pastelaria (muito boa e barata) bem ao lado (em frente à pousada da Diva). Gastarão pouco e se alimentarão bem.

Segundo dia: acordamos novamente cedo e às 08h00 nos dirigimos (desta vez a pé mesmo) até o núcleo Ouro Grosso. Fomos os primeiros a iniciar a trilha até à caverna Ouro Grosso. São cerca de 1.5km de uma trilha impressionantemente bonita, passando por uma casa típica dos Quilombolas com um engenho e algumas Figueiras gigantescas (dando o nome de Trilha das Figueiras) até chegar em um pequeno buraco, que é a entrada da caverna!!!

É um pouco apertado e exige alguns movimentos um pouco mais elásticos para adentrar a caverna, dá uma sensação muito boa de mistério com pioneirismo, parece que está entrando para explorar uma mina de ouro! Ela vai ganhando tamanho até atingir o canal de água que leva à uma belíssima cachoeira. Aqui somente os fortes conseguirão entrar (ou mesmo os imunes ao frio). Momento Rose pulando na água pra salvar o Jack no Titaanic.. Para bom entendedor, meia palavra basta né.img_3651

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De lá, seguimos a pé (uns 30-40min de trilha) até nossa próxima e ultima caverna da viagem: a Caverna Alambari de Baixo.

Com uma entrada também imponente, esta caverna vai escurecendo aos poucos e seus mistérios vão aparecendo, como, por exemplo, a sombra de um homem apoiado na pedra (aliás, em todas as cavernas o guia vai apontando pedras e estruturas que se assemelham a animais/pessoas/objetos, alguns parecem que realmente foram desenhados/esculpidos) !

Quanto mais descemos, maior vai ficando o barulho da água ecoando no fundo da caverna, até as primeiras pegadas no molhado. E aqui, estejam prontos para se molhar! Quanto mais vai adentrando a caverna, mais a água vai subindo à cintura até chegar um ponto em que foi instalada uma corda para se apoiar. Em um determinado momento (cerca de 5-10m) que não dá pé e se utiliza da corda para seguir caminho na escuridão da caverna. Outra particularidade é a saída, que também ocorre por um buraco relativamente pequeno e é exigido certo equilíbrio entre as pedras!

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Chegando ao fim desta caverna, há uma opção de finalizar o passeio com um boia-cross cobrado a parte. Preferimos ir caminhando até a cidadezinha de Iporanga apreciando a calma daquela cidade que nem parece fazer parte do Estado de São Paulo. Chegamos no hotel cerca de 13h30.

O que achamos do PETAR? Fantástico! Sem dúvida pretendemos voltar com amigos seja para ir às mesmas cavernas, seja para explorar Núcleo Caboclos que possui trilhas maiores (9km) e cavernas também de beleza única. Super recomendamos passar um final de semana, ou até mesmo mais dias, neste pequeno oásis do Estado de São Paulo!

Ah, importante: se você não tem preparo físico e está achando que esse passeio não é sua praia, fique tranquilo! Embora hajam muitas trilhas e seja necessário certo jogo de cintura nas cavernas, não é necessário ser um atleta ou ser super corajoso para se divertir muito! Com relação ao passeio com crianças, nosso guia recomendou o passeio a partir dos 10-12 anos (para poder curtir mais sem gerar preocupações aos pais).

Fim de passeio? Ainda não! Aproveitamos a proximidade para visitar a tão famosa Caverna do Diabo em Eldorado.

Bem, depois de ver tantas cavernas preservadas e naturais, é um pouco desapontante ver a Caverna do Diabo tão explorada, com sua iluminação artificial e dezenas de turistas passeando pelas escadas e corredores construídas pelos militares no final da década de 60. Mas também possui suas belezas: seu tamanho é único e a quantidade de espeleotemas e formas que intrigam sua imaginação é impressionante!  Sem dúvida é maior que as cavernas do PETAR, mas nos divertimos muito mais com as aventuras e peculiaridades de cada uma das cavernas em Iporanga! A caverna do Diabo é super acessível (com caminhos cimentados e escadas), então é uma forma legal de crianças, idosos ou pessoas com mobilidade reduzida terem contato com uma caverna imponente.

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