Cruzeiro em Halong Bay

Ao norte do Vietnã, cerca de 4-5 horas de Hanói, fica situada uma das 7 maravilhas naturais do mundo, a Baía de Halong.

Halong Bay conta com um agrupado de mais de 2 mil ilhas, dos mais variados formatos e tamanhos, pontilhadas sobre uma água verde-azulada linda. São várias as lendas que cercam o local, a versão que ouvimos do nosso guia é que um Deus mandou dois dragões com corpo de serpente para proteger o povo vietnamita dos invasores bárbaros. Os dragões desceram no mar e o movimento de seus corpos na água produziram as formações rochosas vistas hoje na baía. Além disso, os dragões tiveram centenas de filhotes e estes se transformaram em humanos e ficaram com o povo, ajudando-os a reconstruir o país. Por isso, o nome Halong significa Onde o Dragão Desceu.

É possível visitar o local com passeios de de um, dois ou três dias. Um dia é muito pouco, visto que o tempo de deslocamento desde Hanói é de 4-5 horas! Três dias, para nós, é muito tempo dentro de um barco. Por isso, optamos pelo passeio de 2 dias e 1 noite (2D1N) e achamos que foi um tempo ok.

ESCOLHENDO O CRUZEIRO

São, literalmente, centenas de barcos e opções de cruzeiro! Para escolher é necessário ficar atento a alguns pontos:

  • No Vietnã, não há lei de proteção de marcas, então é comum mais de um barco com o mesmo nome. Fique atento para não levar gato por lebre;
  • Não confie em passeios baratos. Conhecemos pessoas que tiveram que dormir com baratas. Cogite os barcos a partir de 100 dólares;
  • Leia MUITO ATENTAMENTE tudo que está sendo oferecido! É comum alguns não incluírem o passeio de kaiak ou outras atividades no valor;
  • Cheque a forma de pagamento! Alguns barcos cobram mais caro se o pagamento for realizado ao fim do passeio com cartão de crédito;
  • Os barcos realmente bons costumam lotar com 1 mês de antecedência, então fique atento. Comprar em Hanói pode até ficar mais barato, mas a chance de não ter barcos bons disponíveis é relativamente alta;
  • Negocie! Como em tudo no sudeste asiático, os preços vão caindo, basta chorar um pouco.

Definir o cruzeiro foi uma das partes mais trabalhosas de todo nosso planejamento pré-viagem. Depois de ler centenas de reviews e negociar, via email, com os 5 barcos que havíamos pré-selecionado, durante semanas, fechamos com o Galaxy Premium Cruise.

O barco está na categoria mediana, não é super luxuoso, mas fica entre os 3 e 4 estrelas. Julgamos que foi uma escolha muito adequada. Nada menos que isso é recomendável por questões de higiene e saúde (e olha que nós não somos nem um pouco frescos e já nos metemos em muita biboca por aí).

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Galaxy Cruise
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Nossa suíte (segunda classe) com vista para o mar

O PASSEIO

Uma van nos pegou no hotel as 7:30 da manhã e, após passar em mais dois hotéis, seguimos para Halong. Durante o trajeto, que demorou aprox. 4,5 horas, são distribuídas garrafas de água e há uma parada para banheiro em uma espécie de shopping de beira de estrada (com preços absurdamente fora da realidade!!!). Não compre nada lá e leve um pacote de bolacha pra matar a fome durante o caminho.

DIA 1:

Chegamos no porto por volta das 11:30 e esperamos por quase uma hora para embarcarmos (tempo usado para limpar as cabines).

Entramos no navio, deixamos as coisas no quarto, lavamos o rosto e seguimos para o almoço. O restaurante é composto por 3 grandes mesas e os passageiros são estimulados a sentarem juntos e interagirem. Lemos relatos de pessoas que detestaram ter que dividir a comida com estranhos, nós achamos bem legal. Conhecemos muita gente bacana e, inclusive, trocamos muitas figurinhas das próximas cidades do nosso roteiro.

A comida estava muito saborosa, com opções de carnes, peixes, legumes e frutos do mar. Tudo em grande quantidade! Não parava nunca mais de chegar comida!!!

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Comida de primeira, para todos os gostos.

Depois do almoço, tivemos um tempo livre. Subimos para o deck e ficamos curtindo a paisagem. Por sorte, não pegamos chuva (fevereiro é um mês bem chuvoso por lá), mas estava bem nublado, o que diminui um pouco a cor verde da água.

Por volta das 15:30, paramos para fazer kaiak pelas ilhas. Para quem não curte/tem medo, é possível pagar para os locais levarem para um passeio de barco a remo. Honestamente, quem tá na chuva é para se molhar! Colocamos um short e uma jaqueta (estava muito frio, de tremer o queixo) e fomos remando!

O passeio dura quase uma hora (o que é o suficiente, porque o braço dói de remar) e foi bem legal. Pudemos ver barcos de pesca, pescadores pegando mariscos e passamos por baixo de uma caverna linda!

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Fazendo kaiak em Halong Bay!
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Pescadores trabalhando próximo à caverna
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Nesta foto, é possível ver um pouco melhor o tom verde esmeralda da água.

Ao voltarmos para o navio, havia um lanche da tarde, com direito a vinho incluso, nos aguardando no restaurante. Fizemos uma roda e cada um se apresentou brevemente.

Após, subimos novamente para vermos mais da paisagem e esperar o por do sol.

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Pôr do sol em uma tarde nublada de Halong Bay

 

Dica, após o pôr do sol, vá tomar banho! Após o jantar a água quente acabou e o Rafa ficou sem banho!

Ficamos curtindo a paisagem, deitados em espreguiçadeiras e conversando com o pessoal até a hora do jantar, por volta das 19:00. Pouco antes desse horário, o barco atraca em uma área delimitada pela marinha do país (para terem controle e não correrem o risco de algum piloto sem noção sair navegando e bater em uma ilha a noite).

Jantamos como reis, muita comida novamente. Tudo muito gostoso e variado! Terminado o jantar, fomos pescar lulas!

Confesso que não é fácil, ficamos lá durante umas duas horas e só duas pessoas (o que não nos inclui) pegaram alguma coisa. Mas foi divertido, rolou uma competição e muita risada.

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Tentando pescar alguma coisa…

Cada um ficou lá pelo tempo que desejou e, depois, subimos para o restaurante, onde foi montado um karaoke. Como no nosso grupo haviam duas meninas de Singapura que mandavam muuuuito bem, nós ficamos lá escolhendo as músicas e elas cantando. Rolou até “My Heart will go on” (música tema do Titanic), meio inapropriado, mas foi engraçado!

Lá pelas 11:00 fomos dormir. Preciso dizer: a noite fez muuuuito frio! Acordei com dor de garganta  =/

DIA 2:

Acordamos as 7:00 e subimos para uma aula de Tai Chi Chuan. Depois descemos e tomamos café da manhã (com direito a pho, lógico).

Por volta das 9:00, fomos visitar a caverna de Hang Sung Sot (Surprise Cave).

Para chegar até lá, subimos uma escadaria bem íngrime, atrás de outras dezenas de pessoas de outros barcos. Como fomos fora de temporada, o lugar não estava tão lotado, mas mesmo assim estava beeem cheio.

A caverna é gigantesca, mas é toda iluminada por umas luzes coloridas bizarras que descaracterizam a beleza natural do lugar. Tirando isso e o fato do nosso guia estar meio acelerado no dia, nos puxando e mandando parar de fotografar e andar (acreditem…), o passeio é ok… nada imperdível, mas legal.

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A vista valeu a subida 😉
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O lado iluminado de forma menos bizarra da caverna
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Neon colorido, precisa disso?!

O passeio durou 1 hora. Voltamos para o barco, arrumamos as malas e liberamos os quartos.

Subimos então para a aula de culinária, enquanto o almoço era preparado.

Depois da aula, tivemos mais um tempo para curtir a paisagem antes de almoçarmos. Comemos, já ancorados no pier, e saímos do navio por volta das 12:00.

VALE A PENA?

Tenho minhas dúvidas. O passeio ficou bem salgado (pegamos o dólar a 4 reais! não estávamos esperando por isso) e o dia não estava bonito.

Halong Bay é bacana, é bonita e diferente… mas eu não iria novamente. O passeio é meio paradão, apesar das atividades. Honestamente, trocaria os dois dias em Halong por um dia em Sapa e mais um dia nas ilhas da Tailândia.

Hanói, a capital do barulho

Hanói é a capital do Vietnã e ponto de apoio para quem, como nós, pretende visitar a famosa Halong Bay. A cidade é uma grande e vibrante metrópole asiática e, obviamente, é muito, muito, caótica!

Como havíamos lido muitos relatos de pessoas que odiaram a cidade, justamente por seu caos e barulho, decidimos gastar o mínimo possível do nosso escasso tempo com capital vietnamita. Ao todo, ficamos duas noite e uma manhã na cidade e, honestamente, não deu para ficar estressado não! Foi uma experiência até que bem bacana!

Sim, a cidade é o caos do caos! Todo mundo anda buzinando o tempo todo, são centenas e centenas de motos andando na contra-mão, subindo nas calçadas e fazendo todo tipo de peripécia inimaginável para nós. Os acidentes de transito acontecem o tempo todo e as pessoas não se importam, elas não param para saber se alguém se feriu ou se o estrago no veículo foi grande… elas simplesmente dizem “Bom dia!” e continuam a vida!! Muita loucura!!

Embora o barulho das buzinas incomode, Hanói foi muito melhor que esperávamos! Minha dica é não se irritar, curtir a bagunça e viver cada momento de atravessar uma rua como uma brincadeira.

Por falar em atravessar a rua, aqui vai a regra de ouro na cidade: NÃO OLHE PARA ATRAVESSAR! É, eu sei, parece coisa de suicida, mas é verdade! Simplesmente atravesse, devagar (nunca corra!!!) e de forma contínua, sem parar. Nas primeiras vezes vai ser difícil e o corpo vai ter uma vontade involuntária de parar ou desviar, mas apenas não faça nada disso e tudo dará certo. As motos e carros desviam dos pedestres.

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Para quê procurar um estacionamento se tem tanta calçada por ai?!

ONDE SE HOSPEDAR?

Em Hanói, como na maioria das metrópoles asiáticas, as atrações mais turísticas se concentram no centro da cidade: nesse caso, o chamado Old Quarter. É muito importante para quem tem pouco tempo para conhecer a cidade ficar hospedado nessa região.

Ficamos no Nova Hotel, um hotel bem baratinho, mas que surpreendeu demais pela qualidade 5 estrelas do atendimento! Fomos recepcionados pelo gerente, que nos ajudou a atravessar a rua (e quem nos ensinou a fazer essa proeza) e nos serviu um lanche da tarde como cortesia. No quarto, pétalas de rosas na cama e muitos mimos, como lixa de unha, kit de costura, lustrador de sapato e etc! O quarto em si não era grande, mas era muito limpo e bom para os padrões asiáticos. Passamos uma noite no hotel, a noite seguinte no cruzeiro em Halong e retornamos para mais uma noite no Nova Hotel. Ao retornarmos, fomos recepcionados com muita cortesia e todo mundo queria saber como havia sido nosso passeio, se estávamos gostando do país e, de quebra, ganhamos um upgrade para um quarto superior de graça (sério, acho que eles acharam que a gente era importante, só pode!). Ahhh, e o melhor: pedi café com leite no café da manhã e me trouxeram café e um pouco de leite numa jarrinha. Detalhe: era leite condensadoooo!!! Depois de quase um mês sem comer nada realmente doce (porque os doces asiáticos são bem suaves), me esbaldei!!!

O QUE VISITAR?

1) O próprio Old Quarter é a principal atração da cidade. São centenas de lojas e os prédios são super altos e estreitos (isso porque o imposto era pago, antigamente, com base na área da calçada da casa, por isso eles as faziam muito estreitas e com vários andares!). Perca-se pelas ruas e observe os vietnamitas em sua rotina. A noite, refaça os caminhos e veja como as calçadas se enchem de banquinhos e barraquinhas de comida.

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Lojas e casas estreitas no Old Quarter em Hanói.

2) Night Market: ainda no Old Quarter, aos finais de semana, algumas ruas são fechadas para os carros e montam-se muitas barraquinhas, formando-se assim o Night Market de Hanói. São, de fato, muitas barraquinhas, mas não vá esperando comprar alguma coisa bacana. Elas vendem muita bugiganga chinesa e roupas de qualidade bem duvidosa. De modo geral, não se importe se não conseguir se perder essa atração, não tem nada de diferente para ser visto lá.

Por falar em compras, vocês verão muitas lojas de ponta de estoque de marcas ocidentais conhecidas em Hanói, isso porque muitas dessas marcas tem fábricas no país. Não sei se, de fato, algumas dessas lojas oferecem produtos que sejam ponta de estoque (duvido). Mas tenho certeza que as dezenas de lojas da The North Fake Face vendem produtos falsificados. Como eu, Camila, estava morrendo de frio e estava com medo de passar ainda mais frio no cruzeiro de Halong, comprei uma dessas blusas em uma loja por um bom preço (e ela atendeu muito bem ao propósito), mas não saia comprando achando que está realmente levando um produto original!

3) Lago Hoan Kiem: fica bem no centro, andando pelo Old Quarter é impossível não chegar até ele. O lago é bem grande e é bacana andar ao redor, vendo seus jardins. Aos fins de semana, muito casais vão lá para tirar fotos de casamento e muitas famílias com crianças vão andar de patins e jogar bola. Ainda no lago, fica o Templo Ngoc Son, construído no século XVIII e que pode ser acessado por meio da bela Ponte Huc. É necessário pagar alguns centavos de dólar para entrar no templo, mas o acesso à ponte é grátis.

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Lago, ponte e templo iluminados a noite.
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A charmosa ponte Huc.

4) Templo da Literatura: Fica na rua Văn Miếu (cerca de 10 minutos de táxi do Lago Hoan Kiem, 20 minutos a pé), é uma pérola da arquitetura vietnamita e foi a primeira universidade do país. Aberto todos os dias das 8h às 17h, e o ingresso custa 15.000 dongs (havíamos lido que ele era fechado de segunda-feira, mas isso mudou). Confesso que eu não estava empolgada para conhecer o lugar, mas valeu muito a pena! O Templo é bem bonito e os jardins passam uma paz enorme.

De quebra, demos muita sorte e pegamos uma comemoração em honra dos combatentes da guerra. Tinha muita música e o local estava todo enfeitado com chapéus típicos! Uma graça!!

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O charmoso Templo da Literatura

5) View Point Café: é um café bem no centro do cruzamento mais louco do Old Quarter. Vale a pena subir para tirar uma foto do caos (principalmente nos horários de pico).

6) Teatro de Marionetes de água (Municipal Water Puppet Theatre): na frente do lago. É super turístico e característico do Vietnã, mas tem duração de 1,5 horas. Não tivemos tempo para ir, mas parece ser bem legal.

7) Catedral: catedral católica em estilo gótico por fora (aparentemente reconstruída por dentro, porque o interior não combina nada com o exterior). Foi a única igreja que vimos na Ásia. Vale uma passada rápida.

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Catedral de Hanói. E olha as motos na calçada novamente!

 8) Apreciar a vida rural local: ao pegarmos a van para Halong, passamos por muitos campos de arroz e bairros bucólicos, com uma pegada bem rural, nos arredores da cidade. Se tiver tempo, pegue um táxi até lá! Os cemitérios em meio aos arrozais e as casinhas muito estreitas e coloridas, com os trabalhadores rurais ao fundo, são um show. Para quem gosta de fotografia, fazer isso renderá fotos mágicas.

SABORES DO VIETNÃ

Phở: uma sopa com macarrão de arroz bem quente na qual são cozidos pedaços finos de carne, broto de feijão e hortelã. O Pho está para eles como o pão está para nós: é comida no café da manha, almoço ou jantar. Ou ainda como lanche da tarde! É bem saboroso e reconfortante, não deixe de provar pelo menos um.

Fresh Spring Roll: diferentemente do tradicional rolinho primavera frito encontrado na Tailândia e em outros locais, o Fresh Spring Roll é composto por carne e vegetais enrolados em uma finíssima folha de papel de arroz. Para acompanhar, molho de pimenta e uma espécie de molho de carne dão o toque final. É super leve e fresco, uma delícia.

Churrasco Koreano: basicamente é o nosso churrasco grelhado na mesa (em uma chapa). Acompanha pão e é uma opção para aqueles dias que bate uma vontade de comer comida ocidental, mas você não quer sucumbir ao McDonalds…

Lanche vietnamita: basicamente um lanche comum, mas com temperos incrivelmente diferentes. Comemos na lanchonete BANHMYP do Old Quarter e recomendamos muito fortemente! Pedimos um lanche de frango, que tinha aparência de carne, e tinha um gosto espetacularmente diferente (meio Chaves né, mas é bom demais).

–> Churrasco Vietnamita: por fim, uma das comidas que mais gostamos em toda a viagem! É servido um panelão de sopa fervente, uma bandeja com muitas verduras, tofu e macarrão e outra com as carnes de sua escolha, todas cruas. Você vai colocando os ingredientes dentro da sopa e eles vão cozinhando lentamente… uma perdição! Não tem como descrever o sabor… é forte e marcante, mas sem ser enjoativa, totalmente diferente de tudo que você já comeu. Coma no restaurante LINH’s, que fica quase em frente a lanchonete Banhmyp. Se você tiver apenas duas horas em Hanói, esqueça as outras atrações e vá comer essa sopa!!!

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Churrasco vietnamita: o gosto é infinitamente melhor que a aparência!

De modo geral, aproveitamos bem nosso curto tempo na cidade e achamos que foi o suficiente. Como eu já disse, dê uma chance e divirta-se com o caos de Hanói!

A lindíssima Hoi An

A pequena Hoi An foi uma das maiores surpresas da nossa viagem à Ásia, um verdadeiro oásis de paz, cores e luzes no meio do Vietnã.

Para chegar até ela, pegamos um voo de Siem Reap para DaNang, uma cidade a poucos quilômetros de Hoi An. O táxi do aeroporto até a pequena cidade fica em torno de 15 dólares e muitos hotéis oferecem o serviço.

Com relação ao tempo, ficamos dois dias na cidade e achamos que foi um tempo adequado, muito embora Hoi An seja uma daquelas cidades na qual é possível passar muito mais tempo, só relaxando e vendo a vida passar. Recomendamos posicioná-la no meio da viagem, assim você pode recarregar as energias para seguir em frente.

Não há uma grande atração para visitar, toda a cidade é linda, bucólica e parece ter saído de uma pintura antiga. Especialmente o centro, chamado de Old Town (onde, aliás, recomendamos fortemente ficar hospedado), com suas casinhas pintadas de amarelo, com vasos de flores nas portas, lanternas coloridas e muitos incensos queimando na calçada.

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Casa típica da Old Town em Hoi An.

Logo cedinho, alugamos uma bicicleta na nossa guesthouse (Harmony Hoian Homestay, pessoal muito prestativo e quartos ótimos, recomendo) e saímos pedalando pela rua rua Hai Ba Trung Street, indo sentido oposto ao centro. Depois de aprox. 5km cruzamos uma ponte, saímos da cidade e nos deparamos com um arrozal típico vietnamita.

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Arrozal em Hoi An

Siga pedalando, entrando pelas estradinhas que cortam os arrozais, sem pressa! Tente sair realmente cedo do hotel, por volta das 8:00 para pegar a paisagem só para você e ver as pessoas trabalhando nos campos.
Andando, ainda pela mesma rua (que se torna uma rodovia), por mais 2 km, chegamos à praia.

Aqui vai uma dica: algumas pessoas ficam na entrada da praia dizendo que é proibido entrar de bicicleta (indicam inclusive placas, de procedência duvidosa). Eles dirão que você tem que deixar a bicicleta nos pátios deles e que não há custos. Quando você volta, adivinha? Tem que pagar, é claro!

A praia em si é bastante bonita, lembra as praias de faixa de areia ampla que temos no Brasil e é bastante limpa. Em um dia de calor, vale a pena passar a manhã.

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Incensos na praia de Hoi An.

Use o resto do dia para passear sem rumo pelas ruelas da cidade. As ruas com mais comércio são Tran Phu e Nguyen Thai Hoc.

Ao longo das andanças, você irá se deparar com alguns locais bem bacanas, como a Ponte Japonesa, que foi construída para ligar o bairro japonês ao bairro chinês, o templo cor de rosa Phuc Kien Assembly Hall, construído para a Deusa Thien Hau, deusa do mar. Para estes dois locais e para alguns templos menores, é necessário comprar um ingresso único que dá direito a 6 atrações.

Além disso, teoricamente, é necessário pagar uma taxa equivalente a 6 dólares para passear pelo centro da cidade. Como estávamos hospedados no centro, nem nos ligamos nisso e saímos pedalando, mas, ao voltarmos, fomos impedidos de entrar sem o passe. A solução foi simples: entrar pela rua ao lado.

Ao entardecer, caminhe pelas ruas que margeiam o rio e veja as lanternas se acenderem e a cidade se transformar em uma explosão de cores. Caminhe novamente por todas as ruas do centro e aprecie o show de cores das lanternas.

Além disso, do lado do rio oposto à Ponte Japonesa, é montado no Night Market, que nada mais é que uma rua que é fechada e barraquinhas de souveniers são montadas. O bacana mesmo são as lojinhas de lanternas, que ficam incríveis!

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Lanternas e mais lanternas!

Por fim, mas não menos importante, é impossível falar de Hoi An sem falar das centenas de alfaiates da cidade e suas lojinhas charmosas! Quando estávamos pesquisando sobre a viagem, nem demos atenção a isso porque não pretendíamos gastar dinheiro e tempo fazendo uma roupa (além de que estávamos viajando com apenas a bagagem de mão, sem espaço para nada que não fossemos utilizar).

Maaaassss… é impossível sair de Hoi An sem comprar alguma coisa! A qualidade das sedas e a beleza dos modelos de vestidos me surpreendeu muito. Imaginava apenas roupas típicas, mas o forte são os vestidos de festa ocidentais. Um vestido longo de festa, de seda, feito sob medida e no modelo e tecido de sua escolha sai por 35 dólares (depois de muita negociação)!!!!

Fiz com a família da guesthouse onde ficamos, cuja parte da frente é uma loja, e o vestido ficou perfeito e entregue em 24 horas! Como estávamos hospedados lá, não precisamos deixar metade do dinheiro antecipadamente (como é praxe) e não tive que me preocupar em voltar ao local para provar, visto que eles me levavam o vestido no quarto quando precisavam verificar as medidas.

Em resumo: perca-se pelas ruas (a cidade é quase uma Veneza nesse sentido), ande sem rumo e sem pressa. Refaça os caminhos a noite, a cidade se ilumina e fica inesquecível. E faça uma roupa, claro! 😉

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Hoi An é tudo que você imagina sobre o Vietnã!

Sudeste Asiático: dicas resumidas

Se tivéssemos que resumir toda a nossa experiência de 21 dias no sudeste asiático em um post, daríamos as seguintes dicas fundamentais:

  • Desapegue e experimente viajar só com mala de mão. Você não terá uma única roupa usável no final, mas vai valer a pena (além de que poderá ter uma justificativa para comprar coisas novas);
  • Respeite o Dress Code, respeite a cultura (leia um pouco sobre ela antes de ir para evitar gafes) e, acima de tudo, respeite o Buda!!!
  • Se for proibido fotografar ou tocar, não fotografe e não toque!
  • Não faça turismo exploratório!!! Seja consciente!!! Não visite orfanatos, colônias de exilados (vide mulheres girafa de Chiang Mai), supostos santuários de tigres bonzinhos (nada dopados viu…) ou fazendas onde elefantes pintam e jogam futebol;
  • Acho que não preciso falar né: não beba água que não seja mineral, evite beber coisas com gelo e, se sentir cheiro estranho na água da torneira, escove os dentes com água mineral. Parece frescura, mas não é;
  • Compre/empreste uma GoPro, especialmente se for fazer snorkel/ mergulho nas praias da Tailândia;
  • Não troque dinheiro no Camboja, todo lugar aceita dólar e você não perde na conversão;
  • Vá de chinelo. Você vai precisar tirar e colocar o sapato a cada cinco minutos, além de que é muito mais fresco que um sapato fechado;
  • Troque o mínimo de dinheiro no Vietnã, muitos locais aceitam dólar;
  • Faça pelo menos uma roupa sob medida em Hoi An, são maravilhosas e baratinhas;
  • Troque dinheiro no centro de Bangkok, são muitas as casas de câmbio e a cotação é muito boa;
  • Esteja no porta do Grand Palace quando ele abrir para evitar o mar de gente;
  • Tome sorvete de coco dentro do coco na Kao San road;
  • Alugue um tuk-tuk ou moto em Siem Reap. E use protetor solar;
  • Experimente a comida, coma muitos Pad Thai;
  • Não se irrite com os vendedores insistentes nos templos do Camboja, a vida deles depende do turismo;
  • Curta o caos de Hanoi em vez de se estressar com ele;
  • Leve remédios, especialmente dor de barriga. Você vai ter algumas, acredite;
  • Não se deixe abater quando o estômago reclamar ou vai perder a viagem;
  • Lenços umedecidos e álcool em gel serão seus melhores amigos (novamente, não é frescura!);
  • Se você for entre dezembro e abril, prepare-se para saber o verdadeiro significado de calor;
  • Seja sempre gentil e amigável com as pessoas. Um sorriso abre portas;
  • Vacine-se e mantenha seu certificado internacional de vacinação junto ao seu passaporte, isso é fundamental para entrar na Tailândia;
  • Na Tailândia, passe pelo Health Control antes de ir para a imigração;
  • Negocie e pechinche em tudo (até na água!);
  • Baixe um aplicativo de mapas offline (City Maps 2Go, por exemplo);
  • Fuja do óbvio e pesquise locais mais alternativos;
  • Os funcionários dos hotéis são grandes aliados, pergunte-os sobre restaurantes locais e dicas;
  • Nas grandes cidades, pegue táxis com taxímetro. Tuk-tuks costumam ser mais caros (mais turísticos);
  • Halong Bay tende a ser bem frio entre dez-março. Leve agasalho ou aproveite e compre uma The North Fake Face em Hanoi;
  • Use seu amplo conhecimento de brasileiro para evitar golpes;
  • CURTA MUITO! Prove o que tiver vontade de provar, faça o que tiver vontade de fazer e aproveite para tentar desapegar um pouco dos nossos conceitos ocidentais!
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Respeite as regras, por mais que elas estejam distantes daquilo que julgamos correto.