Twyfelfontein, Cape Cross e costa dos esqueletos (Namíbia)

Após os fantásticos dias no parque nacional do Etosha , pegamos estrada rumo à costa oeste da Namíbia. Nosso principal destino aqui seria a joia litorânea de Swakopmund, mas há inúmeras atrações no meio do caminho, nas quais vale muito a pena passar alguns dias.

No primeiro dia, saímos do Etosha e seguimos rumo à Khorixas para visitar o Damara Living Museum e o parque arqueológico de Twyfelfontein, dormindo em um dos melhores camps da viagem, o Madisa Camp.

Já no segundo dia, adentramos o Kalahari, na sua região mais montanhosa, passando pelo sítio arquelógico da região de Brandberg (montanha incrível, que destoa na paisagem e possui a famosa pintura rupestre White Lady). Seguimos pelas estradas de sal até o litoral, em um dos locais mais surpreendentes da África: a colonia de focas em Cape Cross. Por fim, passamos por Hentiesbay e seguimos no final da tarde para Swakopmund.

Contando mais em detalhes:

Saindo do Halali, levamos cerca de 3,5h para chegar em Khorixas, a capital da região de Damaraland. Pretendíamos almoçar e nos abastecermos na cidade, mas o local é minúsculo e não conseguimos encontrar nenhum restaurante aberto para almoço, nem mesmo dos campings e hotéis da cidade. Paramos no mercado, que fica em frente ao posto de combustíveis (o único em kms, então aproveitem), e nos abastecemos de comida.

Uma coisa interessante de notar é que a região do Etosha, apesar de árida, ainda possui um número significativo de árvores e certo tipo de vegetação. Ao partir para Khorixas, a vegetação fica cada vez mais escassa e as estradas se tornam de terra/cascalho e é ali que você realmente se dá conta que está na região do Kalahari, sozinho.

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De Khorixas, pegamos uma estrada de terra por 1,5 hora até chegar no Damara Living Museum. O caminho é muito bonito, paisagem deslumbrante! O curioso são as inúmeras barraquinhas na beira da estrada vendendo artesanatos e pedras, porém sem ninguém lá, é um estilo pegue e pague! É um pouco estranho, pois não havia sequer preços, não sabíamos o quanto deixar!

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O Damara Living Museum, como o próprio nome sugere, é uma vila de Damaras (povo local) que organiza visitas por uma vila-museu. A verdadeira vila na qual eles moram fica a poucos kilometros de lá, dada a alta procura, eles montaram esta vila para poderem expor a tradição do seu povo sem incomodar as pessoas da tribo que não queria fazer parte do show (o que é muito legal!).

É possível fazer um tour de aprox. 1,5 hora ou o tour estendido, que inclui uma caminhadas pelo deserto à busca de ervas e uma passada rápida na vila de verdade. Optamos por conhecer apenas a vila-museu (80N$/pessoa com tour guiado), na qual haviam explicações e demonstrações de homens fabricantes de armas, a curandeira, um jogo de “tabuleiro” ancestral, as mulheres que teciam as roupas e artesanatos, a cultura do fogo e as danças típicas nativas. Realmente vale muito a pena! No final, há uma lojinha de artesanatos feitos por eles e dá para aproveitar para comprar uns souvenieres.

O passeio é bem legal, não é invasivo e você não precisa ficar constrangido ao tirar fotos, como ficaria numa vila de verdade, mas, mesmo assim, é um pouco estranho… sei que a intenção é justamente mostrar a cultura e gerar retorno financeiro, mas em alguns momentos senti que as pessoas ali não estavam 100% felizes de darem as mesmas explicações dezenas de vezes ao dia para turistas… foi muito legal e um pouco desconfortável ao mesmo tempo…

Logo perto dali (realmente perto, coisa de 10 minutos), seguimos para o parque arqueológico de Twyfelfontein (patrimônio mundial da humanidade), uma das maiores concentrações de desenhos rupestres da África, que datam cerca de 2.000 a 2.500 anos!!!  Chegamos por volta das 15h00 (N$70 por pessoa) para a visitação já com guia incluso, que dura aprox. 1,5 horas. É realmente muito interessante a historia de cada uma das gravuras, os mapas arcaicos gigantescos esculpidos em pedras e conhecer um pouco da cultura da magia e superstição daquela época. Recomendamos a parada, vale demais a pena, o local é magnífico!

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Finalizando o primeiro dia, seguimos cerca de mais uma hora (aqui vale dizer que a estrada é bem esburacada, realmente é necessário um carro alto) até o Madisa camp. Circundado de areia e montanhas, é um camp charmoso com espaço individual de camp,  banheiros à céu aberto e possui um pôr e nascer do sol muito lindos, daqueles que vemos nos documentários da África mesmo, sabe?

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No outro dia de manhã, saímos rumo a Brandberg e a famosa pintura White Lady. A montanha em si já é uma coisa deslumbrante: uma montanha gigantesca no meio do nada, um contraste incrível que te faz pensar “Como isso veio parar aqui?!”.

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Ao chegar lá, fomos avisados que haveria uma trilha de cerca de 1 hora ida + 1 hora volta até as pinturas e, devido ao tempo que reservamos para o dia, decidimos abortar a missão. Foi uma pena, já que as pinturas nas grutas pareciam realmente interessantes pelas nossas pesquisa. A região entre Twyfelfontein e Brandberg se torna cenicamente cada vez mais interessante neste trecho, já que montanhas, que mais parecem amontoados de pedras, tornam-se mais frequentes, assim como as vilas de Damaras, com as mulheres oferecendo artesanato na beira da estrada.

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De repente, as montanhas somem e tudo volta a ser apenas areia e mais areia, até lá no fundo do horizonte, vermos que tudo vai se transformando no azul do mar. É a partir deste ponto que as estradas se transformam em sal (tomem muito cuidado que podem ser escorregadias!). Paralelo ao litoral, seguimos a estrada até chegar à belíssima colonia de focas Cape Cross (N$70/pessoa +N$10/carro).

Ao descermos do carro, o cheiro um pouco desagradavel de focas tomou conta e logo vimos as focas realmente a pouquissimos metros da gente, ainda um pouco espalhadas. Andamos cerca de 30 metros a dentro e daí veio o “uau, quanta foca!”. Estima-se que cerca de 30.000 focas ocupem aquela área (seja na praia, seja no mar) e para todo canto que voce olha é abarrotado de focas adultas, focas bebes e todos os barulhos possíveis que as focas emitem. Olhando com mais atenção no mar, é interessante ver como as focas também aproveitam as ondas para caçarem e retornarem à praia. Reservem cerca de 1,5 horas neste lugar, que é realmente bem legal!

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Dica: a região é muito fria, mas não caia na besteira de usarem um bom casaco (o único no nosso caso) para visitar o local porque o cheiro de focas fica absurdamente impregnado nas roupas!! Usamos nossos únicos casacos e calças jeans lá e ficamos cheirando foca por uma semana!

De lá, seguimos até a também simpatica cidadezinha de Hentiesbai. Bem pequena e toda pintada principalmente de amarelo, se camuflando com o deserto a beira mar, esta cidade é uma otima pedida para um almoço. Comemos um bife de Oryx servido com molho de maça no Myl 50 Restaurant, sobre o qual havíamos lido boas resenhas em outros blogs. Foi gostoso, mas o atendimento é rude e o preço é um pouco salgado (como todo restaurante na Namíbia).

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Já a cerca de 1 hora de Swakopmund, continuamos pela estrada seguindo o litoral, pela chamada Costa dos Esqueletos. A região leva esse nome devido a grande quantidade de naufrágios que ocorreram ao longo dos séculos. Muitos deles são visíveis ainda hoje, embora a maior parte esteja praticamente corroídos/enterrados pela areia e sal. Grande parte dos navios mais bem conservados são visíveis apenas por tours de avião, mas um navio muito bonito encontra-se justamente entre Hentiesbay e Swakop: o Zeila. O naufrágio é bem fácil de achar, com placas de sinalização ao longo da estrada.

De lá, seguimos para os proximos destinos: Swakopmund e o deserto da Namibia!

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2 comentários sobre “Twyfelfontein, Cape Cross e costa dos esqueletos (Namíbia)

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