Chiang Mai e suas centenas de templos

Chiang Mai, ao norte da Tailândia, é considerada a capital espiritual do país. E não é para menos, são centenas (isso mesmo, centenas) de templos espalhados literalmente a cada quarteirão da cidade! É templo para todos os gostos! A maior parte fica na antiga cidade amuralhada, chamada de Old Town (onde é bom ficar hospedado também).

Além dos ricos e diferentes templos, a cidade também atrai muitos turistas que procuram passeios “exóticos”, tais como a tribo das mulheres girafa, parques de elefantes pintores/jogadores de futebol e o famoso Tiger Kingdom. Nós desaconselhamos muito fortemente qualquer uma dessas atrações! Praticá-las é contribuir para a prática do turismo exploratório e irresponsável, além de financiar atividades muitas vezes ilegais!

Com relação a tribo das mulheres girafa, a tribo verdadeira fica em Myamar. A pequena comunidade localizada próxima a Chiang Mai é, na verdade, composta por refugiados, e acabou se tornando um zoológico humano devido ao fluxo de turistas. Muitas vezes, as meninas acabam não indo à escola para ficarem em casa, posando para fotos e vendendo artesanatos aos turistas… pessoalmente, acredito que estimular isso não é legal, mas algumas pessoas acham que é uma ajuda válida.

O Tiger Kingdom, por sua vez, é alvo de polêmicas constantemente e a justiça tailandesa já tentou fechar o local uma dezena de vezes sob alegações de maus tratos e tráfico de filhotes! Honestamente, é muita ingenuidade achar que dezenas de tigres são bonzinhos naturalmente, sem estarem dopados. Honestamente, sou apaixonadíssima por felinos e um dos sonhos da minha vida é acariciar um desses animais, mas minha consciência não me permitiu sequer cogitar a hipótese de ir lá.

Já com relação aos parques de elefantes, é necessário escolher com muito cuidado e tomando como base informações confiáveis. Corte logo de cara qualquer lugar que faça shows com os animais (pintura, futebol, malabarismo, etc) e ofereça passeio com cadeirinhas em cima do elefante. Além disso, na última década, depois de dezenas de documentários explicitando a carnificina por trás dos shows com esses animais, proliferaram instituições que visam a proteção e o resgate. Entretanto, atenção! Grande parte desses protetores se aproveitam do rótulo de turismo responsável, mas tratam os elefantes de forma precária e exploratória!!! Pesquisamos muitíssimo antes de optarmos por fazer um passeio desses (vide aqui) e não nos arrendemos: pagamos mais caro, mas saímos de lá com a alma leve, sabendo que não patrocinamos nada de ruim.

Outra consideração sobre a cidade: lemos muitos relatos de pessoas que acharam Chiang Mai muito “pega-turista”, com preços inflacionados, pessoas tentando se aproveitarem dos turistas e perda da identidade cultural. Devido a esses relatos, fomos com expectativas bem baixas. Não sei se demos sorte, mas para nós a cidade foi bem encantadora e acolhedora… então nem pense em tirá-la do seu roteiro com base nessas críticas! Dê uma chance e aproveite para fazer uma imersão no budismo.

 

Maaasss, depois desse longo e necessário parênteses, voltemos para nosso passeio em Chiang Mai!

Reservamos um dia e meio para a cidade e o tempo foi adequado, embora seja fácil montar um roteiro de mais dias pela cidade.

DIA 1:

Acordamos bem cedo e pegamos uma espécie de caminhonete tuk-tuk (característica de Chiang Mai) em direção ao templo mais importante da cidade, um dos mais importantes de toda a Tailândia, o Wat Phra Doi Suthep. Para chegar até lá, são 30 minutos de carro de muita serra e a forma mais usual é procurar uma dessas caminhonetes e aguardar mais pessoas chegarem em busca do mesmo destino para dividir a corrida (cabem até 10 pessoas por caminhonete e o trajeto ida e volta custa 500 baths  – ou menos, depende do horário e poder de argumentação. Como queríamos chegar bem cedo (por volta das 8:00), acabamos pedindo para o motorista levar apenas nós dois, sem esperar outras pessoas.

Indicamos muito fortemente estar lá as 8:00. Pegamos o templo apenas para nós e outras 5-10 pessoas. Deu para curtir cada detalhe e sair quando o local estava começando a lotar. Para chegar de fato ao templo, é necessário encarar uma lindíssima escadaria de mais de 300 degraus, toda ornamentada e com corrimões representando a Naga – a serpente mitológica que protegeu Buda na tempestade. O local inusitado e afastado do templo foi escolhido porque, de acordo com a história, um elefante que carregava um osso de Buda subiu e só parou quando chegou no topo, e lá morreu (cumpriu sua missão).

Uma vez no templo, os visitantes podem escrever no manto dourado que será usado na pagoda principal, receber a benção de um monge e colocar sininhos de vento ao longo do telhado do templo. Outra atração legal é o conjunto de estátuas é uma sequência que representa os 7 dias que levaram Buda ao nirvana. Vale muito a visita!!!

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A escadaria em forma de Naga
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Cabeça da Naga… gigante e lindona!
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A linda estupa ao sol da manhã.
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O lindo Wat Suthep e sua estupa reluzente.
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Deixando nossa marquinha no manto!
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Mirante, esculpido em madeira com os símbolos do zodíaco chines.

Saímos de lá por volta das 9:30 (já que os motoristas esperam por duas horas) e as 10:00 já estávamos de volta ao Old Town em Chiang Mai.

Como só tínhamos o passeio do Patara as 13:00, resolvemos andar sem rumo pela cidade e ir entrando nos templos que encontrássemos pelo caminho. Infelizmente, não nos preocupamos em anotar os nomes porque achamos que o celular estivesse habilitado para registrar os locais de cada foto tirada, mas o recurso não funcionou muito bem e acabamos sem a informação… Mas também não há segredo: viu um templo, entre para dar uma olhada. Se gostou, fique mais tempo e aproveite (os templos menos famosos costumam tem pouquíssimas pessoas).

Dentre os que lembramos os nomes estão:

Wat Chiang Man que é um dos mais antigos templos da cidade, construído em 1292, um exemplo da arquitetura Lanna, característica do norte da Tailândia. A atração principal do templo é seu chedi dourado rodeado por elefantes esculpidos, característica única do templo. Os detalhes em vermelho no telhado e os entalhes ornamentais de ouro são mais novos que o restante da construção original.

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A mistura de luxo e rusticidade do Wat Chiang Man.

Wat Duangdee que é bem pequeno e modesto. Ele não tem nada de diferente ou único, mas estava enfeitado com umas bandeirinhas coloridas, que são pedidos de oração.

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O simples Wat Duangdee

Templo negro minúsculo (nome desconhecido): não temos ideia do nome desse templo, ficava no meio de uma calçada, literalmente! Ele é minúsculo, mas muito diferente de todos os outros por ser pintado em em tom de azul profundo, quase preto, que fazia o dourado brilhar ainda mais. Uma lindeza!

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Um templo no meio de uma calçada, literalmente!

Wat Chai Phra Kiat: outro templo menos turístico e pequeno. Chama a atenção pelos detalhes em verde no telhado e pela imensa fotografia do rei!

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Olha o rei aí! Até dentro dos templos o monarca tailandês é reverenciado.

 

De lá, fomos almoçar e seguimos para o inesquecível passeio com elefantes no Patara

Ao voltarmos, tomamos um belo banho para tirar o cheiro de elefante e seguimos bater mais um pouco de perna pela cidade!

Saímos do Old Town e fomos dar uma conferida no famoso Night Market de Chiang Mai! Esse mercado acontece todas as noites, das 18:00-00:00 e fica a aprox. 30 minutos andando do East Gate (nos arrependemos de não pegarmos um tuk-tuk no dia seguinte, porque elefantes+caminhada=pernas doendo demais no dia seguinte).

Esse mercado é bem gigante, começa com várias barraquinhas ao longo da rua e, mais ao fim, há duas galerias gigantescas, uma de cada lado da rua (em uma delas há uma praça de alimentação ao ar livre, estilo feira, bem legal inclusive). Sério, é gigante mesmoooooooo!!! Se prepare para andar mais que mula de padeiro! Entretanto, como tudo na Ásia, o mercado segue o estilo “Same, same… but different”: o que você viu nas 5 primeiras barracas vai se reproduzir pelo resto do mercado inteiro.

Aqui, diferentemente dos outros mercados que conhecemos na Ásia, negociar é um pouco mais difícil, os comerciantes não baixam tanto o valor dos produtos. Depois de revirar o mercado de cima a baixo, garimpamos um porta-passaporte de couro e gravado a mão lindão para dar de presente (não tiramos foto .. =/ ). Achei as roupas de lá bem fracas, se comparadas as das feirinhas de Bangkok, mas haviam mais opções de os óleos de massagem e incensos.

 

DIA 2:

Como partiríamos para Singapura as 15:00, pulamos da cama bem cedinho e fomos bater perna pelos templos mais famosos da cidade!

Wat Chedi Luang: já abrigou o famoso Buda de Esmeralda, que hoje encontra-se no Grand Palace em Bangkok. O templo é bem bacana, tem um buda reclinado bonito e todo ornamentado com flores. A parte mais interessante do complexo, porém, é a enorme pagoda que foi parcialmente destruída por um terremoto em 1545. No dia da nossa visita, os monges estavam preparando o local para uma celebração e haviam centenas de barbantes saindo do buda em todas as direções, além disso o teto também tinha as bandeirinhas coloridas lindas.

Lá também é comum os monges se oferecerem para conversar com os turistas para aprimorarem o inglês e ensinarem sobre o budismo. Nesse dias eles estavam ocupados com a decoração e não estavam realizando as conversas.. #chatiada

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Wat Chedi Luang 

Wat Pan Tao: muito diferente dos outros por ser todo esculpido em madeira teca. É bem menos luxuoso, mas muito exótico e elegante. Dentro do templo, há algumas estátuas de cera de monges sob uma redoma de vidro… é muito bizarro, eles são assustadoramente realistas e o fato de estarem tão protegidos pelo vidro reforça a sensação que são reais! Precisamos dar um google para ter certeza que não eram pessoas mortas! O templo fica praticamente dentro do Chedi Luang.

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Wat Phra Singh: um complexo relativamente grande, que conta com um templo principal, casas de monges, templos pequenos e um jardim lindão. Também é importante historicamente, foi construído no século 14 para guardar as cinzas de um rei. Abriga ainda a Lion Buddha,  que é a imagem mais reverenciada de Chiang Mai e possui murais e telhados muito ornamentados e bem conservados.

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Wat Phra Singh
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Lion Buddha

Andamos por mais alguns templos pequenos e menos conhecidos e fomos seguindo em direção ao templo de prata.

Wat Shri Suphan (templo de prata): o templo fica mais afastado, fora do Old Town. Fomos andando, mas recomendo um tuk-tuk. O complexo é composto por um templo tradicional e pelo templo de prata. Esta último é absolutamente magnífico, totalmente diferente de todos os outros! Imperdível!!! O único detalhe é que ele está passando por algumas reformas e, fora isso, mulheres não podem entrar na área interna do templo. Nesse templo também é possível conversar com os monges.

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Por fim, almoçamos no The Chef by Thai Chef, um restaurante bem pequenininho, com uma decoração toda moderna, mas com a mais pura e divina comida de rua! O Pad Thai que comi lá foi o melhor de toda a viagem, fechou com chave de ouro nossa passagem pela Tailândia.

Bangkok: roteiro para os templos

Como comentamos no post geral sobre Bangkok, um dia inteiro deve ser reservado para a visitação aos templos da cidade, que são muuuuitos e muito belos!

Felizmente, a maioria dos maiores e mais famosos ficam num raio de cerca de 5 km, o que torna possível visitá-los andando a pé ou de tuk-tuk. Nós optamos por fazermos todo o circuito a pé e foi tranquilo (teria sido mais tranquilo se não estivesse fazendo 40º na sombra…).

Roteiro e GPS offline em mãos, saímos por volta das 7:00 do nosso hotel (que ficava perto da Khao San) e visitamos os templos na seguinte ordem:

Grand Palace –> Wat Pho –> Wat Arum –> pausa para almoço –> Wat Suthat –> Wat Ratchanadaram –> Wat Saket (Golden Mountain)

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Grand Palace

Abre diariamente de 08h30 às 15h30 e fica ao lado do Rio Chao Phraya. O preço da entrada é bem salgado, 500 bahts. Dentro do complexo do Grand Palace está o belíssimo Templo do Buda de Esmeralda (Wat Phra Kaew), onde está localizado o pequeno, porém de grande importância, Buda de Esmeralda, o local mais sagrado da Tailândia! Tenha isso em mente durante o passeio, esse é um local muito sagrado para os tailandeses… não tente dar uma de esperto e tirar fotos!!  #turismoresponsavel

As filas são gigantescas, programe-se para chegar no horário de abertura!!! Chegue cedo ou não vá, sério. Chegamos as 7:30 e foi bem tranquilo, não pegamos fila para comprarmos o ingresso e nem para emprestarmos roupa. Tivemos mais ou menos 40 minutos para andarmos tranquilamente por lá antes que se formasse uma verdadeira enxurrada de pessoas. É bem chocante como toda a calma do lugar vai embora e fica impossível apreciar os detalhes da mesma maneira com mil chineses te acotovelando para tirar uma droga de uma foto.

Por falar em roupa, o dress code do Grand Palace é muito rígido, o mais rígido de toda Tailândia: a entrada é permitida apenas com calça comprida ou saia/vestido abaixo do joelho (mas realmente abaixo, na canela) e com ombros cobertos. Havíamos lido sobre isso, por isso havia levado um lenço para cobrir os ombros e o Rafa havia ido com uma bermuda abaixo do joelho… mas não adiantou, tivemos que pegar emprestado gratuitamente roupas mais adequadas…

O complexo é imenso e absurdamente magnífico, reserve três horas para a atração, no mínimo. No Grand Palace é possível fazer uma visita gratuita com guias ou alugar um guia áudio (100 Baht), mas tem que chegar cedo para conseguir!

Se você tiver pouquíssimo tempo e só puder fazer uma coisa na cidade, sem dúvidas vá ao Grand Palace! Não tenho palavras para descrever a magnitude e a riqueza do lugar. O GRAND PALACE FOI A CONSTRUÇÃO MAIS BONITA QUE VISITAMOS NA VIDA, nesta e em outras viagens. Já foi ao Vaticano e achou rico e bonito? Te garanto que vai achar o Grand Palace mil vezes mais incrível. Olha só essas fotos, todas sem filtro nenhum (aliás, esse foi um momento “Por que ainda não compramos uma câmera decente mesmo?!”).

Ah, e lembrando que o golpe mais clássico de Bangkok é alguem te parar perto do Grand Palace e falar que está fechado e tentar de convencer de fazer algum tour. Não caia. Eles podem ser super simpáticos e você pode até achar por 1 minuto que estão querendo te ajudar… não caia!

Nota: na nossa segunda visita à Bangkok, três anos após a primeira, a sensação é a mesma – esse lugar faz a viagem valer a pena por si só!

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Os riquíssimos detalhes e esculturas no Grand Palace
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É tanto brilho que fica difícil até abrir o olho!

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Até os jardins são surreais! O engraçado é que o local tem tanta coisa que, na nossa segunda visita, queríamos reproduzir essa foto e não achamos esse local!
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Mar de gente depois das 9:00.

Wat Pho

Ali fica a famosa estátua do Buda reclinado, com impressionantes 43 metros de comprimento e 15 de altura. Na planta dos pés, ficam 108 painéis em madrepérola com símbolos que representam o Buda. No dia que fomos, os pés estavam cobertos e passando por restauração =(

Ao redor da estátua ficam também 108 tigelas de bronze. Acredita-se que jogar moedas nas tigelas enquanto faz um pedido traz boa sorte. Vou falar, foi difícil pensar em 108 pedidos! Devo ter repetido cada um umas 30 vezes (isso me fez perceber como eu só tinha coisas para agradecer e não para pedir). Edição> e eles se realizaram!

O complexo abre de 08h às 17h e a entrada custa 100 bahts por pessoa. Ali perto também há a Chetawan Traditional Massage School onde a massagem tailandesa tradicional é 260BHT por meia hora.

O complexo é enorme, com várias construções impressionantes. No complexo são mais de 1000 imagens de buda, a maior coleção da Tailândia!!! O Wat Pho fica a 10 minutos de caminhada do Grand Palace (saindo a esquerda) e o complexo todo é lindo, dedique duas horas para conhece-lo completamente.

Como fomos próximo ao Ano Novo Chines, estava ocorrendo uma espécie de celebração e monges estavam dando bençãos ao turistas. O monge que nos abençoou era um fofo, ficou toda animado quando acertou que a capital do Brasil era Brasília! ❤

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Olha o tamanho desse Buda!!!
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Metros e mais metros de mosaicos coloridos!

 

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Budas, muitos Budas… centenas deles!
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108 pedidos (número da sorte dos tailandeses)!
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O monge que manjava do Brasil!

Wat Arum

O Templo do Amanhecer é o maior cartão postal de Bangkok, um símbolo do país (estampado nas moedas, inclusive!). Ele fica às margens do rio e é lindo de se ver de longe,  ao amanhecer ou entardecer. As torres do templo são todas decoradas com conchas e pedaços de porcelana colorida, um trabalho minucioso.

Para chegar lá, basta atravessar o rio na frente do Wat Pho. As balsas saem o tempo todo e custam centavos. Se estiver em outro poto da cidade, usar o Chao Phraya Tourist Boat, no sentido do Central Pier e descer na parada de número 8.

Na nossa primeira vez em Bangkok ele estava em reformas, mas conseguimos voltar nele 3 anos depois e realmente vale a visita! Os mosaicos são incríveis e a estrutura é colossal!

 

Wat Suthat 

É um dos templos mais importantes para a população local e é famoso por ter em frente dele um balanço gigante, que já não funciona mais, mas que já foi utilizado (o que é assustador, porque ele é gigantesco!). A entrada custa 20 bahts.

O templo é interessante, vale a pena dar uma passada, mas comparado com os outros não é nada de demais. A arquitetura é bem mais simples, com menos ornamentos e muito menos luxo.

Achei que a visita valeu a pena porque o local é menos turístico e passa uma sensação de paz muito grande. No sol e calor das 14:00 em Bangkok, sentar no chão e meditar um pouco foi um verdadeiro alívio para corpo e alma. Mas se precisar cortar algum, sugiro que seja esse.

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O balanço gigante. Acho que dava frio na barriga hem…
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Momento relex no Wat Suthat

 

Wat Ratchanadaram

Fica a 5 min do Wat Suthat e a entrada custa 20 baths. Tem uma arquitetura levemente diferente e dentro tem um mini-museu com plaquinhas explicando várias coisas sobre o budismo e meditação.

Atrás do templo, ainda dentro dos muros do complexo, tem um mercado budista bem legal e autêntico, com monges comprando suas coisas e pessoas locais. Mesmo se não for comprar nada, vale a pena dar uma olhada! Além disso, nas ruas que ligam esse templo ao do balanço gigante há uma grande concentração de lojas de itens budistas e artesanatos em madeira muito bacanas.

Da primeira vez que fomos, entramos “pelas costas” do templo – pelo lado da feirinha – e não achamos tão legal. Curiosamente, quando voltamos à cidade, passamos na frente dele (pelo lado correto), e pensamos: “Que templo lindo, por que não conhecemos da outras vez?!” e entramos. Passeamos pelos jardins, tiramos fotos da fachada maravilhosa ao entardecer e nada de reconhecer. Só quando entramos dentro é que nos demos conta! rsrs.

Imperdível ao entardecer

 

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Estátuas de monges assustadoramente reais no mercado

Wat Saket (Golden Mountain) 

Este templo é fica no alto de uma montanha artificial e é facilmente reconhecido pelo chedi (ou estupa) dourada e enorme. A vista lá de cima dá uma dimensão do tamanho de Bangkok! Aberto das 8:00 – 16:00.

O templo em si não tem nada demais, é bem pequeno e meio que parece mais um loja. O bacana mesmo é subir os 318 degraus da escada em espiral que leva até o topo!! Durante a subida, são dezenas de sinos e gongos, de diversos tamanhos, que os visitantes podem tocar para anunciar sua subida (seja gentil no tocar, não precisa quebrar os sinos tá! #sqn).

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Sinos na subida da Montanha Dourada
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Os mais brutos podem tocar o gongo… rsrrs
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Vista de Bangkok
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O grande chedi dourado

Terminamos nossas andanças por volta das 16:30 e fomos aproveitar a feirinha da Khao San Road.

Além destes templos, também lemos muito sobre o Wat Benchamabophit, o Templo de Mármore. Mas ele ficava a 2 km do Golden Mountain e nós estávamos muuuito quebrados, com muito calor e fome para encararmos mais uma caminhada.

Passar o dia andando de templo em templo e observando os detalhes, a religiosidade dos tailandeses e a rotina dos monges é imperdível! Se tiver apenas uma manhã na cidade, corra ao Grand Palace e ao Wat Pho, são o supra sumo da arquitetura do país!

Chiang Mai: cuidando de elefantes!

Ao pesquisarmos sobre a Tailândia, especialmente sobre Chiang Mai, é impossível não se deparar com algumas dezenas de opções de passeios que visam conhecer elefantes.

Todos os locais que oferecem essa atividade se vendem como santuários que visam o bem estar dos animais, passam a imagem de protetores. Mas, infelizmente, a realidade é muito diferente! Quase a totalidade desses locais usam os animais de forma exploratória e predatória!! CUIDADO! Não contribua com esse tipo de lugar!

Se você desejar fazer esse tipo de atividade, a palavra de ordem é procurar muitas referências (em sites, TripAdvisor, Lonely Planet, etc) e prestar atenção aos detalhes. Coisas a serem analisadas são o uso de correntes nos animais, uso de cadeirinhas para transporte de turistas em cima dos elefantes, número de turistas permitidos por dia, número de visitantes por elefante, presença de mahouts durante o passeio (mahouts são pessoas que acompanham o elefante, cada elefante deve ter um e, muitas vezes, essas pessoas passam semanas exclusivamente com “seu” elefante. São essências para a saúde mental de elefantes resgatados) e o preço. Sim, o preço. Basicamente, não existe milagre: passeios baratos não são confiáveis.

Pensamos muito e pesquisamos bastante antes de decidirmos fazer o passeio. Dois lugares atenderam todas as nossas exigências quanto ao comprometimento e cuidado para com os animais: Elephant Nature Park e o Patara Elephant Farm. Ambos são respeitadíssimos e muito bem cotados em todos os sites e blogs que pesquisamos.

Por fim, depois de muita pesquisa optamos pelo Patara. Além de ser considerado o número 1 na maioria dos sites de busca, ele oferecia um pacote chamado Half Day Care, no qual teríamos a experiência de cuidarmos de um elefante por meio período. Eles também tem a versão de dia todo, mas nosso tempo e dinheiro era apertado.

Vamos ao passeio:

O motorista do Patara nos pegou no hotel às 13:00 e chegamos ao parque 40 minutos depois. Nosso dia começou conhecendo uma mãe e um bebê de 3 meses, enquanto aguardávamos o responsável pelo parque chegar para nossa palestra inicial.

Foi demais! Demos sorte de ter um bebezinho para interagirmos. Uma fofura sem tamanho (ou melhor, tamanho miniatura!)

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Nível de fofura máxima!!!!!!!!!!

Em seguida, o responsável pelo parque chegou e nos deu uma aula sobre como reconhecer o humor e a saúde dos elefantes (inclusive dando uma aula prática sobre o significado do cheiro do cocô!). Explicou a história do lugar, a missão e a rotina do parque.

Em seguida nos deu uma espécie de manta que deveríamos usar para que os elefantes nos reconhecessem como parte da equipe e seguimos para nossa primeira atividade como tratadores de elefantes!

De acordo com o porte físico dos visitantes, perfil (tem medo ou não) e idade é escolhido um elefante para cada pessoa. Eu, Camila, fiquei com uma jovem elefanta de 7 anos, muito animada, chamada Shampoo (nhoim pra esse nome!) e o Rafa ficou com uma elefanta adulta e enorme chamada Kaipó.

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Olha o aviãozinho!

A primeira atividade foi alimentá-las com cana, banana e tamarindo. Tudo direto na boca! Muito legal!!! Depois fomos para a hora mais divertida: dar banho nos animais!

Antes do banho, porém, tiramos a sujeira mais grossa batendo folhas de cana nas costas deles (para que quando esfregássemos com a escova não machucasse). Os animais entraram numa espécie de riacho represado e entramos junto!

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Esfrega direito aí!
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Dar banho exige certa flexibilidade!

É muito legal de ver como os animais curtem o banho! É uma festa! Outra coisa que me deixou feliz de ter escolhido o Patara foi ver a relação real que existe entre mahout e elefante. Um deles brincava de pega-pega com o elefante e o animal ficava louco de alegria, foi muito legal de ver!

Mas não pense que é só festa não, tem que esfregar direito!! Atrás da orelha, nas costas e até a ponta do rabo!

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Enxaguando a Shampoo ❤

Terminado o banho, hora de passear! Subimos nos elefantes (mas sem cadeirinha e nem nada, estilo montaria selvagem) e fomos andamos uns 20 minutos até outra propriedade do Patara.

Andar nos elefantes é um pouco assustador, eles são muito altos e fortes! Mas foi bem bacana! A Shampoo, por ser jovem, disparou e saiu ultrapassando todos os outros elefantes!! Deu uma certa adrenalina!

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Estava só pensando em como ia descer daí né!

Por fim, nos despedimos dos nossos elefantes por volta das 17:30. Encontramos a van e fomos para o hotel, chegando por volta das 18:00.

De quebra, ganhamos um DVD com fotos tiradas pelo pessoal do parque durante nossa visita (o que foi ótimo, porque a emoção e diversão foram tantas que eu nem lembrei que estava com a câmera fotográfica!).

Saímos de lá com a consciência tranquila devido a seriedade do parque e com um único arrependimento: não termos feito o passeio de um dia todo! O tempo voou e foi uma experiência incrível ficar tão próximo de animais tão magníficos. Foi sem dúvida um dos pontos altos da viagem e entrou na lista de locais que queremos voltar um dia!

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Love you Shampoo!!!

 

 

Sudeste Asiático: dicas resumidas

Se tivéssemos que resumir toda a nossa experiência de 21 dias no sudeste asiático em um post, daríamos as seguintes dicas fundamentais:

  • Desapegue e experimente viajar só com mala de mão. Você não terá uma única roupa usável no final, mas vai valer a pena (além de que poderá ter uma justificativa para comprar coisas novas);
  • Respeite o Dress Code, respeite a cultura (leia um pouco sobre ela antes de ir para evitar gafes) e, acima de tudo, respeite o Buda!!!
  • Se for proibido fotografar ou tocar, não fotografe e não toque!
  • Não faça turismo exploratório!!! Seja consciente!!! Não visite orfanatos, colônias de exilados (vide mulheres girafa de Chiang Mai), supostos santuários de tigres bonzinhos (nada dopados viu…) ou fazendas onde elefantes pintam e jogam futebol;
  • Acho que não preciso falar né: não beba água que não seja mineral, evite beber coisas com gelo e, se sentir cheiro estranho na água da torneira, escove os dentes com água mineral. Parece frescura, mas não é;
  • Compre/empreste uma GoPro, especialmente se for fazer snorkel/ mergulho nas praias da Tailândia;
  • Não troque dinheiro no Camboja, todo lugar aceita dólar e você não perde na conversão;
  • Vá de chinelo. Você vai precisar tirar e colocar o sapato a cada cinco minutos, além de que é muito mais fresco que um sapato fechado;
  • Troque o mínimo de dinheiro no Vietnã, muitos locais aceitam dólar;
  • Faça pelo menos uma roupa sob medida em Hoi An, são maravilhosas e baratinhas;
  • Troque dinheiro no centro de Bangkok, são muitas as casas de câmbio e a cotação é muito boa;
  • Esteja no porta do Grand Palace quando ele abrir para evitar o mar de gente;
  • Tome sorvete de coco dentro do coco na Kao San road;
  • Alugue um tuk-tuk ou moto em Siem Reap. E use protetor solar;
  • Experimente a comida, coma muitos Pad Thai;
  • Não se irrite com os vendedores insistentes nos templos do Camboja, a vida deles depende do turismo;
  • Curta o caos de Hanoi em vez de se estressar com ele;
  • Leve remédios, especialmente dor de barriga. Você vai ter algumas, acredite;
  • Não se deixe abater quando o estômago reclamar ou vai perder a viagem;
  • Lenços umedecidos e álcool em gel serão seus melhores amigos (novamente, não é frescura!);
  • Se você for entre dezembro e abril, prepare-se para saber o verdadeiro significado de calor;
  • Seja sempre gentil e amigável com as pessoas. Um sorriso abre portas;
  • Vacine-se e mantenha seu certificado internacional de vacinação junto ao seu passaporte, isso é fundamental para entrar na Tailândia;
  • Na Tailândia, passe pelo Health Control antes de ir para a imigração;
  • Negocie e pechinche em tudo (até na água!);
  • Baixe um aplicativo de mapas offline (City Maps 2Go, por exemplo);
  • Fuja do óbvio e pesquise locais mais alternativos;
  • Os funcionários dos hotéis são grandes aliados, pergunte-os sobre restaurantes locais e dicas;
  • Nas grandes cidades, pegue táxis com taxímetro. Tuk-tuks costumam ser mais caros (mais turísticos);
  • Halong Bay tende a ser bem frio entre dez-março. Leve agasalho ou aproveite e compre uma The North Fake Face em Hanoi;
  • Use seu amplo conhecimento de brasileiro para evitar golpes;
  • CURTA MUITO! Prove o que tiver vontade de provar, faça o que tiver vontade de fazer e aproveite para tentar desapegar um pouco dos nossos conceitos ocidentais!
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Respeite as regras, por mais que elas estejam distantes daquilo que julgamos correto.