De carro pela Toscana: Montalcino e Montepulciano

No nosso segundo dia na Toscana (para ler sobre o primeiro dia, clique aqui), saímos bem cedo de Siena em direção à nossa primeira parada, a cidade de Montalcino,  via estrada SR2.

Montalcino é conhecida mundialmente por ser a região de produção de um dos melhores vinhos do mundo, o vinho tipo Brunello. Estacionamos o carro na entrada da cidade e fomos seguindo por ela, descobrindo suas ruelas.

Na rua principal, que leva até a Fortaleza de Montalcino, há várias adegas que oferecem degustação. Compramos dois Brunellos em uma dessas lojas (não temos o nome) e fizemos um bom negócio.

A Fortaleza da cidade é uma construção muito bonita e que vale a visita. Hoje lá funciona uma enoteca (meio cara) e é possível subir na torre para ter uma vista linda da pequena cidade.

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A fortaleza de Montalcino.

A poucos minutos de Montalcino, fica a famosa Abbadia di Sant’Antmo. A história local conta que ela foi construída por Carlos Magno, que prometeu erguer uma igreja no local se suas tropas fossem poupadas da peste (história não confirmada). Conversando com locais, ficamos sabendo que a construção da igreja quase levou a região à falência.

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Abbadia di Sant’Antmo

Muito próximo à abadia, visitamos a vinícola Mastrojanni, uma vinícola relativamente nova (fundada em 1975) e que já possui rótulos premiados.

Havíamos reservado o passeio com antecedência e, ao chegarmos lá, tivemos a surpresa de sermos as únicas pessoas a visitar o local naquele dia (fomos VIPs uma vez na vida, rsrs). O gerente da vinícola nos recebeu e foi muito atencioso, nos mostrou toda a propriedade, explicando cada tipo de solo e sua influência na qualidade do vinho (o local, é especial porque já foi o ponto de encontro do rio, mar e um vulcão!); nos levou para visitar as salas de produção e maturação e, por fim, fizemos uma degustação com três rótulos da vinícola (maravilhosos por sinal).

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Maturação dos vinhos Mastrojanni
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Brunellos e Rosso di Montalcino

Saindo da Mastrojanni, paramos um em pequeno restaurante familiar que fica na estrada que liga a vinícola à abadia. É uma pena que não tenhamos anotado o nome, mas não é muito difícil de encontra, visto que foi o único que vimos por aquelas bandas. A comida estava excelente e o atendimento foi um dos melhores de toda a Itália! O dono do restaurante nos atendeu e, ao perceber que éramos brasileiros, puxou uma cadeira e começou a contar sobre a história de seus familiares que cruzaram o oceano para tentarem a vida aqui, uma simpatia!

Por fim, seguimos para a bela Montepulciano, que fica a cerca de uma hora de Montalcino. A cidade é pequena e medieval, encantadora.

(Aqui cabe um parênteses, visitamos muitas cidades ao longo dos dois dias de carro pela região do Chianti e do Brunello e demos os adjetivos pequena e medieval para a maioria, o que pode deixar o leitor com sensação de que foi tudo igual. Não se engane: cada uma delas é única, com sua própria característica e vida).

Bem, como estávamos próximo ao natal, a cidade estava em festa! Um lindo mercado de natal estava montado na praça principal e haviam muitas famílias se divertindo no local. Passeamos pela feirinha e pelas ruas laterais e entramos em algumas adegas para provarmos mais alguns rótulos italianos.

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O poço símbolo de Montepulciano.
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Praça central de Montepulciano.

 

De lá, já ao cair da noite, seguimos para Roma.

PARA LER O RELATO DO PRIMEIRO DIA PELA TOSCANA, CLIQUE AQUI!!!

De carro pela Toscana: Greve, Radda, Castellina, San Gimignano e Monteriggioni

A bela Florença é a porta de entrada e a base dos passeios pela cinematográfica região da Toscana. É dela que saem muitos passeios de ônibus pela região e onde também é possível alugar um carro para o passeio.

Antes de mais nada:

– Faça o tour de carro!! A Toscana não é um lugar para visitar com excursão, mas sim para apreciar as paisagens magníficas, parar nas cidadezinhas ao longo do caminho e explorar as vinícolas. Tudo com calma e no seu próprio ritmo.

– É impossível conhecer tudo em apenas um dia. Reserve pelo menos dois dias (pelo menos! Muitas pessoas passam até 7-10 dias na região) para percorrer os diferentes caminhos e explorar as mais belas cidades da região.

– Ao menos um dia deve utilizado para percorrer a famosa SS-222, entre Florença e Siena. Essa é a famosa rota do vinho Chianti.

– Recomendamos que, pelo menos um dia, seja utilizado para explorar as cidades de Montalcino e Monteppuciano, na região de Siena.

– Reserve tempo para San Girmnano. Essa, sem dúvida, foi um dos pontos altos da Toscana!!! Uma verdadeira viagem ao tempo!

– As pistas são muito boas (asfalto perfeito), porém bem sinuosas. Nós nos sentimos um pouco enjoados, mas nada que um Dramim não resolvesse.

– Dê preferência para visitar a região na primaveira/verão/outono. No inverno, grande parte das vinícolas não aceitam visitas.

– A grande maioria das vinícolas só aceita visitação com agendamento prévio, via email! Verifique a necessidade e a disponibilidade nos sites das vinícolas.

Sobre a nossa experiência:

A partir de Florença, iniciamos nosso tour pela famosa SS-222 (Via Chiatigiana). Não se esqueça do seu amigo GPS (e do post sobre os melhores GPS para viajar na Europa, clique aqui). Saia bem cedinho, por volta das 7:00, para aproveitar ao máximo as cidadezinhas pelo caminho.

A estrada SS-222 corta o coração da Toscana e, por ela, seguimos em direção à nossa primeira parada, a cidade de Greve. Antes, porém, aproveite o percurso para vislumbrar as belezas da região. Logo no inicio da estrada, pare no Castello di Verrazzano e, caso queria, tente a sorte e entre para conhecer a vinícola (na maioria dos dia, é necessário reserva para experimentar uma taça de vinho e o preço é EUR10/pessoa). Como não havíamos reservado, paramos apenas para uma foto mesmo ;^) .

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Entrada da vinícola Castello di Verrazzano, logo no início da SS-222.

Dirija mais um pouco e, quando menos perceber, estará em Greve in Chianti, a principal cidade do vinho Chianti Classic. Uma ruela discreta, estreita e movimentada apenas por moradores leva a praça central da cidade, a Piazza Giacomo Matteotti. Ahh, poderá notar que há diversos lugares para estacionar o carro no “acostamento” da estrada. Nela, poderá andar pelas lojinhas e comprar vinhos tradicionais da região ou alguns petiscos.

 

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Vai um presunto?

Algumas dicas que não pudemos desfrutar (ficará para uma próxima), mas são super recomendadas: tour Villa Vignamaggio próximo à Greve, uma vinícola cheia de histórias, incluindo de Lisa Gherardini (musa que Inspirou Leonardo para criação de Monalisa), que oferece tour pela propriedade seguindo degustação (encontra-se a 3 km da S222) e o restaurante Macelleria Cechini em Panzano. É um açougue que criou restaurante no segundo andar, com uma vista incrível.

Voltando para estrada, você dirigirá só mais um pouquinho e chegará em Radda in Chianti. Novamente, aproveite para parar o carro e caminhar pela cidadezinha muito florida de apenas 1660 habitante no estilo medieval.

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Continue pela S-222 por mais 10km e chegará à Castellina in Chianti. Mais adiante, encontrará a famosa marca Gallo Nero, um das cooperativas mais emblemáticas da Toscana, que autentica os vinhos produzidos naquela região.

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A praça central de Castellina in Chianti.
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Gallo Nero

Não se preocupe em pesquisar e passar por pontos turísticos nessas pequenas cidades. A graça aqui é andar um pouco, sem rumo, entrando nos comércios locais e observando as construções e a rotina dos habitantes locais.

Não fizemos nenhuma degustação em vínicolas neste dia, porém recomendamos programar pelo menos uma parada em algumas delas.

Perto da hora do almoço, saímos da SS-222 e pegamos a SP130 e a SP1 rumo à impressionante cidade de San Gimignano. Essa cidade milenar no estilo medieval possui dezenas de torres que foram construídas, de forma competitiva, pelas famílias ricas do passado.

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As lindas torres de San Gimignano.

Reserve cerca de meio dia para esta cidade, porque ela merece. Se o budget permitir, durma nela! A dica que dou aqui é: passeie por toda a cidade, pela Piazza della Cisterna, Piazza del Duomo, Palazzo Comunalle, na Rocca di Montestaffoli, etc. Mais uma vez: perca-se pelos caminhos sem medo!!

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Ruelas medievais de San Gimignano.

Passear sem pressa por San Gimignano foi um dos pontos altos da viagem, a cidade parece saída de uma história medieval à la Game of Thrones!

Há ainda o Museu da Tortura na cidade (não entramos porque estava meio caro).

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Museu da tortura.

É nesta cidade que também situa-se um dos sorvetes mais premiados da região: Gelateria di Piazza. Sinceramente, não é nada incrível, maaas lembre-se que fui no inverno. Durante o verão, deve ser muito mais saboroso.

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Gelateria di Piazza

De volta ao carro, temos que tomar a para a SP44 em direção a Monteriggioni, onde chegamos por volta das 3:30 da tarde. Esta é uma cidadezinha realmente minúscula, toda amuralhada (pode-se, inclusive, subir na muralha e andar por ela) e muito romântica.

Ande de loja em loja, conhecendo o rico artesanato local, dê uma passada no pequeno Museu da Guerra local e aproveite para dar uma relaxada nas mesas de algum bar na praça principal da cidade, tomando um delicioso Chianti, claro! Um detalhe: estacionamento de carros é pago: 1,5 euro para uma hora e 3 euros para o dia todo.

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Monteriggioni vista de cima de suas muralhas.
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Monteriggione, praça central.

De lá, seguimos para Siena já ao anoitecer, onde passamos a noite.

PARA LER O RELATO DO SEGUNDO DIA PELA TOSCANA, CLIQUE AQUI!!!

A linda Veneza!

Ah, Veneza! A princesa do Adriático!

Veneza faz parte do imaginário popular como uma das cidades mais lindas do mundo e confesso que cresci ouvindo minha mãe dizer que gostaria de conhecer os famosos canais. Entretanto, já há alguns anos, eu vinha ouvindo coisas não tão positivas sobre a cidade, como, por exemplo, de quão lotada ela era, com cheiro forte de lixo e peixe, deteriorada e exploratória para turistas.

Por essas e outras, minhas expectativas eram medianas com relação à cidade. E devo confessar que algumas experiências com a sujeira e o caos de Roma, Bologna e Florença me deixaram mais apreensiva ao longo da viagem com relação ao que esperar de Veneza.

Mas… foi amor a primeira vista! Sem sombra de dúvidas, Veneza foi a cidade mais charmosa de toda a viagem, a mais romântica e inesquecível. Felizmente foi a penúltima cidade do roteiro, porque depois dela fica difícil se surpreender com alguma coisa (sorry Budapest).

O que fazer em Veneza? Ao pesquisar para elaborar o roteiro, a maioria dos blogs/sites de viagem concorda em dizer que não fazer roteiros é o melhor plano. Eu concordo plenamente: perca-se em Veneza!!! Andar sem rumo pelas ruelas estreitas, observando as pessoas, as lojinhas, os cheiros (não, a cidade não é nem um pouco fedida!), as construções, é simplesmente indescritível! Não se preocupe em acabar não chegando aos locais mais famosos, uma hora ou outra você dobrará uma esquina e se deparará com o que procurava, afinal, a ilha é bem pequena!

Uma dica importante: ao alugar um hotel, fique atento e cheque se o endereço realmente fica na ilha! São vários os hotéis no continente, na chamada Veneza Mestre. Ficar no continente é mais barato, mas não é nem um pouco charmoso! Não vale nem um pouco a pena… é uma economia porca.

Outra informação de ordem prática importante: se você estiver de carro, há prédios de estacionamento logo na entrada da ilha. Nós paramos o carro em um deles e fomos a pé até o hostel. O problema é que na saída do estacionamento havia uma ladeira enorme e as mochilas estavam pesadas a essa altura da viagem… foi sofrido subir com elas. Maaass, na volta percebemos que havia uma espécie de trem aéreo que ligava os estacionamentos à uma avenida próxima ao hostel… #ficaadica.

Os pontos mais famosos e que valem alguns minutos de calma contemplação são:

  • Ponte Rialto e o grande canal: A Ponte Rialto é a ponte mais antiga da cidade e a primeira a ligar os dois dados da mesma pelo maior canal da cidade, o Grande Canal. A ponte é linda e a vista é de tirar o fôlego!É lindo para ver o sol se pôr.
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Fim do dia visto da Ponte Rialto.
  • Praça e Basílica de São Marcos: a praça de São Marcos é a maior de Veneza e é um ponto de encontro para pessoas do mundo todo e possui alguns dos cafés mais famosos da Itália. Na praça, fica a basílica, uma igreja rica em mosaicos de ouro, prata e pedras. A riqueza dos detalhes da parte interior é impressionante! Isso porque na época áurea da cidade, todo navio voltava do oriente trazendo presentes e adornos para a igreja (a maioria tesouros históricos saqueados…). O símbolo maior da igreja são os cavalos de bronze que adornam a parte externa e que foram roubados diversas vezes ao longo da história da cidade (hoje são réplicas, e os originais estão dentro da igreja);
  •  Palácio Ducal: ainda na praça de São Marcos, ao lado da basílica. Não chegamos a entrar;
  • Ponte dos suspiros: andando pela rua paralela ao canal, ainda ao lado da praça, é possível ver a ponte dos suspiros, uma pequena ponte que ligava o palácio Ducal à prisão. Leva esse nome porque ao passar por ela, era a última vez que os condenados viam os canais de Veneza. Dizem que os casais que se beijarem em uma gôndola no momento em que ela passa por baixo da ponte e os sinos da basílica estiverem tocando, terão o amor eterno (nossa, que específico não!);
  • Por fim, é impossível falar de Veneza sem falar nas gôndolas! Elas estão por todos os lados e contribuem muito para a beleza épica da cidade. Ao pesquisarmos, lemos muito sobre os prós e contras de fazer esse passeio, uma vez que ele é muito lugar-comum, “turisticão”, uma coisa que as pessoas fazem sem pensar, só seguindo a onda. Mas, de fato, fizemos! Fizemos e não nos arrependemos. Não é nada espetacular e imperdível… mas vale a pena pelo novo ponto de vista que o passeio adiciona. A cidade vista de baixo, os detalhes, o silêncio e a proximidade com aquela água verde são demais! Para quem quiser fazer o passeio, a palavra de ordem é negociar: cheguem como quem não quer fazer o passeio e deixe os preços irem caindo. Bem cedo pela manhã ou bem ao fim da tarde é mais fácil negociar porque a procura é menor.
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De gôndola pelos canais.
  • Além desses pontos, a cidade é cheia de outras pequenas praças e igrejinhas, mas não vale a pena elencar, apenas perca-se e encontre-as.

 

O mesmo vale para os restaurantes, vá passando pelas ruas e, se achar o lugar legal, entre! Os preços não diferem das outras cidades turísticas da Itália. Aliás, foi em uma pequena pizzaria (Dolphins, muito boa!) de lá que aprendemos que pepperoni lá é pimenta, e não o nosso salame apimentado #ficaadica!

É possível ainda pegar um barco e conhecer as ilhas de Murano e Burano. Dizem que Murano não vale a pena, apesar dos famosos vidros, mas que Burano é uma versão mais colorida de Veneza, o que rende boas fotos. Como a beleza de Veneza já foi suficiente para nós, preferimos relaxar e aproveitar a cidade com mais calma, sem conhecermos as ilhas.

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Tem como não se apaixonar?!

Esquiando nos Alpes: Solden

Antes mesmo de começarmos o planejamento da nossa viagem, tínhamos uma única certeza: iríamos esquiar nos Alpes! Esse seria o “luxo” que nós nos daríamos, independente do preço (ok, não tão independente assim, mas faríamos um esforço).

 

Antes de compartilhar nossa experiência, algumas informações úteis:

  • Esquiar não é tão intuitivo quanto parece, embora a maior parte das pessoas concorde que á mais fácil que snowboard;
  • Fazer uma aula é fundamental. Você vai poupar tempo (aprender sozinho não é viável) e terá maior segurança na prática do esporte. Contrate uma aula ou vá esquiar com um amigo, paciente de preferência;
  • Esquiar é um esporte perigoso, logo, não deixe de usar os equipamentos de segurança corretos. Outra dica muito importante: a maioria dos seguro-viagem NÃO cobrem acidentes em prática de esportes radicais! Fique atento ao contratar (descobrimos isso depois de voltarmos da viagem, foi uma imprudência enorme como verão abaixo);
  • Alugue o equipamento em lojas especializadas, pois a qualidade faz diferença na segurança e no desempenho (os esquis tem tamanhos e formatos diferentes para cada altura/peso da pessoa e para cada nível de prática);
  • Se possível alugue calças e blusas de ski (impermeáveis – caso tenha pelo menos a blusa impermeável, como recomendamos aqui, ela dá certo). Entretanto, não é absolutamente indispensável. O Rafa já esquiou de calça jeans e funcionou embora tenha parecido um jeca;
  • O nível das pistas é determinado por uma escala de cores internacional: Verde-Azul-Vermelha-Preta, sendo verde a mais fácil e preta a mais difícil. Não preciso dizer que é essencial começar pela verde né?!
  • Não esqueça de usar protetor solar/labial e de seus óculos! Ouvimos dizer de vários casos de queimadura na retina já que a neve, por ser branca, reflete com maior intensidade os raios solares.

 

Dicas dadas, vamos lá:

Nossa vontade de esquiar teve origem na nossa primeira viagem juntos, quando fomos ao Chile em 2010. Lá, esquiamos dois dias na estação de Farellones (estação que fica um pouco abaixo do famoso Vale Nevado) e simplesmente amamos! Nos divertimos muito, aprendemos o esporte rápido e achamos que obrigatoriamente teríamos que repetir a dose assim que possível!

Além disso, um casal de amigos, alemães, se propuseram a ir conosco em alguma estação austríaca quando souberam da nossa viagem, o que nos deixou muito felizes por termos amigos para dividir o momento.

Como o inverno de 2014/2015 não estava sendo rigoroso e não havia tido muita neve antes da viagem, tivemos que escolher uma estação de ski com neve glacial, ou seja, uma estação muito alta na qual a neve quase nunca derrete. Ficamos acompanhando os sites das estações e vendo a condição da neve pelas webcams. Por fim, pela quantidade de neve e pela proximidade da Alemanha (já que nossos amigos se juntariam a nós), escolhemos a estação de Solden.

Solden é uma estação na qual acontecem etapas da copa mundial de ski, o que atesta a qualidade das pistas, fica próxima a Innsbruck e, ao pé da estação, há várias vilas lindas para se hospedar a preços justos. Ficamos em uma guesthouse linda na vila de Längenfeld, um encanto! Para ver mais detalhes, clique aqui.

Tudo lindo, maravilhoso, muita expectativa e é chegado o grande dia! Ski no pé, pegamos uma espécie de bondinho para a nossa primeira descida! Ao chegar ao topo da montanha, nosso amigo deu uma olhada no mapa da montanha para escolher a pista mais fácil e nos indicou o caminho. Nesse ponto o desespero começou: a pista era íngreme, mas tão íngreme que parecia a descida de uma montanha russa!!!

Ficamos os dois, de olhos arregalados, coração acelerado e parados como pedras, mas nosso amigo insistia que era uma descida de principiante, só parecia difícil. Não tínhamos mais opção nesse ponto, afinal, tudo que sobe um dia precisa descer e não iríamos desistir depois da fortuna que pagamos.

Não ousamos soltar o corpo e tentar esquiar, fomos descendo de “ladinho”, meio que andando na neve. Lá pelas tantas, quando eu já não tinha mais nem frio de tanto medo, vejo uma placa negra com uma seta. Pensei cá com meus botões: Hum, não sei o que significa, mas não parece boa coisa… vou perguntar. E indiquei a placa para nossos amigos alemães, que começaram a se desculpar e explicaram que deveriam ter se confundido ao ler o mapa da estação e que a placa significava que aquela era a pista mais difícil da estação. A MAIS @*#$! DIFÍCIL!!! Depois de quase uma hora, que mais pareceu um dia para mim, chegamos ao fim da pista e descobrimos que aquela era na verdade a pista de competições da copa do mundo de ski…

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A placa (pura falsidade esse sorriso).

 

Depois dessa, nossos amigos perceberam que as aulas que havíamos tido no Chile não se aplicavam à pista de verdade e nos ensinaram o básico de como fazer os movimentos e, o mais importante, como frear.

Fomos, desta vez sim, para as pistas mais fáceis da estação pistas (indicadas com setas azuis – que na verdade são intermediarias, como falamos acima). Estávamos um pouco traumatizados e as pistas não eram nem um pouco fáceis. No Chile, as pistas tinham “cercas” de cordas que impediam as pessoas de saírem do traçado, mas em Solden não havia nada separando a pista da morte certa dos locais impróprios para esquiar.

No fim das contas, descemos a montanha umas duas ou três vezes apenas (sim, fomos muito lentos). Também, a cada descida aproveitávamos para descansar no “bar da praia”. Interessante é ver a cultura de deixar os equipamentos fincados no chão sem nenhuma preocupação. Voltamos para o guesthouse por volta das 16:00, já que é o horário que o sol se põe no inverno. Foi difícil pegar no solo, pernas muito doloridas e aquela sensação de que ainda estávamos esquiando (sabe quando você faz uma mesma coisa o dia todo e quando se deita é como se ainda estivesse fazendo? Pois é).

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“Bar da praia”

No dia seguinte, tudo que eu mais queria era não ter comprado o ticket para dois dias de ski… mas já que tinha comprado, ia usar! Confesso que passado o medo do primeiro dia, o segundo foi muito mais proveitoso, fizemos várias descidas, curtimos as paisagens maravilhosas dos Alpes e nos aventuramos mais (ainda nas pistas mais fáceis, lógico).

No final das contas, mesmo com todo o medo e a frustração inicial, foi uma experiência tão incrível quando havíamos imaginado e valeu muito a pena!

Por fim, gostaríamos de agradecer muito aos nossos amigos Rudi e Antje por realmente nos ensinarem o que é esquiar e por terem tido tanta paciência conosco, danke!!

 

 

Informações sobre preços (dez/2014):

Entrada: 90 euros, ingresso para dois dias/por pessoa;

Aluguel de equipamento: não me lembro ao certo, mas algo em torno de 50 euros, por pessoa, para dois dias;

Aluguel de roupa/equipamento de proteção: infelizmente não checamos, já que pegamos emprestado dos nossos amigos;

Refeição no local: tradicional prato com pão e salsichas + cerveja, 10-15 euros.