As delícias de Portugal

Portugal é uma ótima opção para os amantes de gastronomia.  Sempre acompanhado de um bom vinho, os diversos restaurantes portugueses oferecem pratos saborosos e couvert com pãozinho fresquinho e um potinho de azeite extra virgem.  😉

Em uma curta viagem por Lisboa e Coimbra, pude desfrutar de boas refeições. Iniciando-se por um pequeno e discreto restaurante (tive que dar a volta no quarteirão duas vezes até ver ele em um domingo de garoa a noite), chamado Dux Taberna Urbana, em Coimbra. Como era minha primeira noite em Portugal, optei por selecionar algumas porções em vez de um prato principal, para poder experimentar alguns dos sabores da culinária portuguesa. Logo ao sentar na mesa, já veio o tradicional pão português acompanhado de azeite. Uma porção, provavelmente, para duas pessoas, mas quando me dei conta já tinha acabado com a cesta toda e chegaram meus pedidos.

Pedi um Camembert assado e uma sopa com carne de caça. Acertei na escolha, olha a cara desse queijo!

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Camembert acompanhado de torradas.

O queijo estava sensacional, muito cremoso! Acompanhado de uma torradinha e um belo vinho de mesa portugûes ( para escolher vinho não tem erro, peça ao atendente o vinho recomendado da casa que será, na certa, muito bom), somente esta porção já teria sido suficiente para suprir minha fome. Mas, ainda havia o segundo prato! Uma espécie de uma sopa com carne de caça (gosto um pouco mais forte), cenouras, feijão verde e diversas especiarias. Por mais sem fome que já estava, me senti na obrigação de comer até o final do prato de tão gostoso!

 

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Deliciosa sopa com carne de caça

Ainda em Coimbra, em uma segunda noite, fui experimentar o prato mais famosos de Portugal:o bacalhau. O restaurante muito bem indicado por um colega de trabalho: Solar do Bacalhau, bem no centro histórico! E não contente com apenas um modo de preparo, acabei pro comer 3 diferentes: 2 bolinhos de bacalhau diferentes e uma posta belíssima de bacalhau com broa e alheira acompanhada de batatas, que, por sinal, é escolhida pelo cliente logo ao entrar no restaurante (você indica ao chef a posta de bacalhau ou outro tipe de carne, exposta em um freezer, que mais lhe agrade). Além disso, foi também servidos tiras finas de presunto parma e mais pão português com azeite.

Tudo neste restaurante estava delicioso! Recomendo muito um jantar neste lugar!

 

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Olha só o tamanho da posta (note que comi metade antes de lembrar da foto).
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Centro histórico de Coimbra

Dirigindo duas horas para a capital Lisboa, não tinha muito tempo para visitar muito dos pontos turísticos. Então resolvi seguir o conselho de muitos amigos: comer o pastel de belém. Lugar melhor para comer isto? O tradicional “Pastéis de Belém”, que fabricam os pasteis de nata desde 1837 com a mesma receita! Fica na rua bem ao lado do Jardim da Praça do Império (mosteiro dos Jerônimos) e em frente ao Jardim de Belém (Rua Belem 84-92)!

Aqui não é necessário sentar em uma mesa e pedir sua sobremesa, basta passar no balcão e solicitar a quantidade de pasteis (sugiro no minimo 5!) e pagar a conta. Aah, míseros EUR 0.30 por unidade, muito aquém de qualquer outra sobremesa na Europa. Mas, para quem quiser sentar e comer, o local é muito bonito, decorado com os tradicionais azulejos portugueses.

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Pastel de belém da Pasteis de belém!

Após, deliciar-se com esta sobremesa, parti rumo ao aeroporto em direção à Venlo (Holanda), com, é claro, uma pequena escala em uma das centenas lojas de vinhos e azeites portugueses. Traga quantos forem permitidos pela sua empresa aérea e, para escolhe-los, peça ajuda para algum português!

Suíça: Interlaken, Grindelwald e Lauterbrunnen

Saindo de Lucerna bem cedo, seguimos para um dia de andanças pelas pequenas cidades do interior da Suíça. Novamente: não exite em alugar um carro na Europa e sair da rota mais “turisticona” das capitais e grandes cidades, vale imensamente a pena e é muito fácil e cômodo! Vide post sobre como é locar e andar de carro aqui. Se você não ficou animado com essa idéia, é possível conhecer as três cidades de trem (Swiss Pass).

Nossa primeira parada foi em Grindelwald, cidade que fica a 1,5 horas de Lucerna pela rodovia A8. A cidade é bem alta e é possível ter uma visão linda dos Alpes Suíços! No dia que fomos, o tempo estava um pouco nublado, com neblina, por isso não tivemos uma visão 360º clássica, mas mesmo assim foi bem legal.

A cidade tem dezenas de lojas de queijos, chocolates e a estação de trem é um fofura. Para os mais animados (e que não vão no alto inverno), é possível fazer várias trilhas pelas redondezas. Além disso, o caminho até lá é um espetáculo! Como a cidade é alta, observar a paisagem mudando e o termômetro caindo numa manhã de inverno é  demais!

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Centrinho de Grindelwald.

Ficamos em torno de 1 hora na cidade e seguimos por mais 20 minutos de carro em direção à cidade que viria a ser nossa queridinha na Suíça, a MAGNÍFICA e muito fotogênica Lauterbrunnen!

A cidade é bem pequena, praticamente uma vila, com aprox. 3 mil habitantes e casinhas muito fofas e típicas. O lugar fica num vale, cercado por cadeias montanhosas imensas e nevadas, a verdadeira visão típica da Suíca. Lá a vida segue um ritmo lento, calmo e delicioso.

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A cidade é toda linda, explore as igrejinhas, as ruazinhas com casas lindas de madeira, o riachinho que corta o meio da vila e, é claro, as cachoeiras!!! A cidade tem mais de 70 quedas de água, sendo que a mais espetacular cai praticamente no centro da cidade, incrível! Ela se chama Staubbach Falls e já foi alvo dos encantos de escritores, como Goethe e Lord Byron.

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A incrível cachoeira no meio de Lauterbrunnen

Ande pela cidade, faça as trilhas e vá descobrindo as outras quedas. Um dos nossos grandes arrependimentos nessa viagem foi ter reservado um tempo tão curto à cidade, se tiver a possibilidade, durma nela!!

Para completar o pacote, ainda é possível visitar o Jungfrau (o ponto mais alto da Europa) a partir dela. Tem como ficar melhor?! Tem! Ela ainda é um ótimo ponto de base para quem quer esquiar na Suíça, já que fica perto de estações importantes, como Wegen e Murren.

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Relutando, saímos de lá por volta do meio dia em direção a nossa próxima parada: Interlaken.

A cidade fica, como o nome sugere, entre os lagos Thun e Brienz e é maior que as duas anteriores.Os principais atrativos da cidade são os bondinhos, trens e mirantes que levam ao Jungfrau. No centro, também é interessante andar até a borda do rio (mas depois de ter vindo de Lauterbrunnen, confesso que não é nada muito empolgante). Além, disso, como a cidade é uma das bases para o topo da Europa, são muitas as excursões que ficam andando pela cidade com seus bastões (muitas vezes fazendo coisas não muito educadas).

O lugar que mais gostamos na cidade foi as igrejas gêmeas da foto abaixo.

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Entretanto, não pense que a passagem pela cidade não vale a pena! A parte imperdível do passeio são realmente os lagos que margeiam a cidade e os minúsculos vilarejos às suas margens. Se estiver de carro, dedique tempo para explorar as redondezas da cidade!

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Os lindos lagos de Interlaken.

Saímos da cidade por volta das 15:00 e seguimos em direção à Bologna, na Itália. Achamos que nosso dia estava terminado, mas ledo engano, uma surpresa inesperada nos aguardava! Seguimos o nosso GPS offline e fomos andando. Em dado momento, nos deparamos com uma placa redonda (circulo branco interno e circulo vermelho externo) que não havíamos visto no nosso estudo sobre placas europeias. Mas a estrada não estava fechada e nem nada assim, era só uma placa na estrada. Seguimos em frente, logicamente, seguindo o GPS.

A estrada começou a subir de forma muito ingrime, foi ficando mais estreita e a paisagem foi mudando com muita rapidez. Começamos a ver árvores com geada e, a medida que subíamos, vimos árvores com galhos congelados e cada vez mais neve na borda da estrada (que seguia subindo muito!). Após um momento de muita neblina, saímos e vimos boquiabertos, que ESTÁVAMOS ACIMA DAS NUVENS!!!!!!!!! Foi uma visão maravilhosa, de tirar o fôlego.

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Acima das nuvens, por engano.

Entretanto, estava escurecendo e começamos a ficar apreensivos, visto que não havíamos visto uma alma viva desde a bendita placa! Além disso, nosso combustível estava acabando!!! Tentamos voltar, mas o GPS mandava retornar e continuar pelo caminho, ele não nos dava alternativas. Por sorte, um casal de idosos muito fofos passou por nós e parou. Explicamos que estávamos tendo problemas com o GPS e queríamos ir para Bologna. Eles caíram na risada (nunca é um bom sinal!) e nos explicaram que não poderíamos estar naquela estrada, que ela estava fechada por causa da neve intensa e que eles, como nós, estavam lá de forma ilegal (bateu um medo de levar uma multa em euros).

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Perdidos no meio do nada!

Tivemos que descer tudo de novo e paramos na primeira vila, desesperados por combustível. Por sorte, um senhorzinho muito prestativo nos orientou e, inclusive, nos deu o seu próprio livro de mapas para que nós não nos perdêssemos novamente! Uma fofura!

É nesse tipo de detalhe, de caminho errado que leva ao inesperado e nas pessoas incrivelmente generosas que conhecemos que as viagens nos mudam, nos enriquecem!

 

 

1 dia em Amsterdam!

Já começo pela primeira dica: 1 dia é muuito pouco tempo para Amsterdam. Fique ao menos 3 dias porque tem realmente muitas coisas para se fazer por lá!

Amsterdam, também conhecida como “Veneza do norte” não podia deixar de ser deslumbrante. Diversos canais cortam a cidade e as casinhas estreitas se esticam às margens dos canais. Aqui, você pode optar por utilizar os famosos bondinhos que cortam o centro, os barcos ou até mesmo bicicleta (que por sinal é o meio de transporte mais comum entre a população local). E não, não venha de carro para cá, não há lugares para estacionar, estacionamentos são caros, será apenas dor de cabeça!

Cheguei em Amsterdam na Estação Central, proveniente de Venlo, em uma noite fria e nebulosa. Optei de ir para meu Hotel (Hotel Van Onna), cerca de 4 km da estação a pé, já que estava na ânsia de conhecer um pouquinho da cidade. Logo três ruas distantes, a vida noturna de Amsterdam deu as boas vindas, com algumas de suas famosas janelas refletindo a luz vermelha (retorno a comentar mais sobre elas daqui a pouco). Sobre meu hotel, eu considero realmente um achado, principalmente para quem viaja sozinho. Os quartos são bem pequenos, mas o preço de 40-50EUR por noite é bem abaixo da média em Amsterdam em um final de semana. Procure ficar em hotéis próximos à Estação Central ou no bairro Jordaan (residencial calmo e lindo). Ele não estava no Booking, então reservei pelo site deles e não tive nenhum problema.

Na manhã seguinte, acordei as 08h00 e me dirigi diretamente para a casa de Anne Frank para comprar um ingresso. Para minha infelicidade, já havia uma fila gigantesca e acabei desistindo da atração que era praticamente imperdível. A dica aqui é comprar o ingresso online com hora marcada com pelo menos 15 dias de antecedência, já que procurei este ingresso uma semana antes de embarcar e já estava esgotado.Segui caminhando para o principal parque da cidade: Vondelpark. As águas congeladas davam a sensação de mais frio ainda! É um belo lugar para passar um inicio de manha ou final de tarde, muito frequentado tanto por locais quanto por turistas.

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Lago parcialmente congelado.

O parque realmente é grande e optei por pegar uma das saídas laterais e seguir em direção ao Museumplein. No caminho, passei pelo Stedelijk Museum (Arte Moderna e Comteporânea) e o Van Gogh Museum. Se você tiver tempo na cidade, vale a pena entrar em um destes museus e desfrutar as famosas obras.

Caminhe poucos metros e avistará o Rijksmuseum (de Arte e Historia), um prédio imponente, cuja principal atração são aquelas letrinhas/obra “I Amsterdam”. Não pude deixar de tirar uma foto no local, assim como outras centenas de pessoas.  😉

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Eu e mil pessoas em busca da mesma foto!

Na sequencia, segui a pé  até à rua Leidsestraat. Esta região possui inúmeros bares, pubs e restaurantes que são bastante frequentados durante o dia e durante a noite, um lugar muito agradável para fazer as refeições. Decidi escolher um fast-food de comida Thai chamada Wok to Walk, muito bom e barato! Após almoço, é possível jogar uma partida de xadrez em um dos inúmeros tabuleiros da cidade.

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Ninguém precisa de óculos para jogar aqui!

Aproveite a região para caminhar tanto pela Ledisestraat (e tome cuidado com os bondinhos que cortam o “calçadão” sem aviso!) e pela Prinsengracht, onde poderá avistar as tipicas casinhas holandesas, passar por muitas lojinhas de souvenir e muitas padarias, onde pode tomar um café e comer uma tradição local, o Waffle de caramelo (imperdível!).

Segui em direção ao antigo mercado fundado em 1862: Bloemenmarkt. Muitas lojinhas na beira do rio vendem desde, é claro, flores até sementes de maconha. O que mais impressiona nesse mercado, é justamente o detalhe das casas na margem do canal. Olhem só estas janelas!

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De lá, decidi que gostaria de passar na frente da fábrica da Heineken. Neste meio caminho há inúmeras lojas de roupas de grife ou não, cosméticos, etc, um bom lugar para fazer compras.

A fábrica da Heineken parece realmente grande de fora e é uma passeio que alguns amigos fizeram e recomendaram. Novamente, se eu tivesse mais um dia em Amsterdam, era algo que com certeza eu faria (terá uma fila, mas nada de tão grande). Há poucos quarteirões de lá, me deparei com uma feira de rua na Albert Cuypstraat. Coisas são muitas baratas e não deixe, mas realmente, não deixe de comprar os tradicionais Waffles holandeses chamados de Stroopwafels. Dica: faça um chá e deixe o waffle repousando por 2-3min sobre a xícara. A consistência e o gosto mudam drasticamente. 😉

Nesta região, também há um aglomerado de bares e restaurantes. Infelizmente, não lembro o nome da rua, já que estava um pouco perdido. Mas vale se informar perguntando para alguém.

Morto de cansado e chegando ao final da tarde, retornei ao hotel. Para a noite, não tinha dúvidas, tinha que conhecer o famoso Red Light District. Esta é uma região realmente grande (um bairro), que possui, além das famosas virtrines com mulheres semi-nuas, também possui diversos bares para ficar louco (Bulldog) ou inúmeros restaurantes bons para se jantar.

Iniciei meu tour pelo Red Light pela praça onde está localizado o famoso Madame Tussauds. Logo adentrando às ruas, me deparo com a famosa loja “Condomerie” com diversas camisinhas para todos os gostos e tamanhos. Na sequencia, já encontro um festival de luzes vermelhas sobre as vitrines, onde as mulheres ficam expostas. Também há diversos teatros com sexo explicito e outras coisas do gênero, e o público é de 99% turistas, diversificando desde jovens a idosos, casados ou solteiros, com ou sem crianças. Sinceramente, acho que vale a pena conhecer, aproveitar para jantar na região, mas não é nada que impressione (antes de conhecer, eu tinha a sensação que eram mais “lojas”, mas na verdade, elas são bem espaçadas).

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Red Light. Nada demais.

Depois de um longoo dia, retornei ao meu cubículo para descansar e retornar ao Brasil no outro dia de manha. Desfrute os inúmeros canais e arquitetura da cidade, tenha uma experiência na Heinken, não deixem de ir ao museu de Anne Frank, e o mais importante se tiver pouco tempo como eu, apenas vá e compre Stroopwafel, não se arrependerá (traga vários inclusive)!

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O melhor da gastronomia holandesa (na verdade esse não é o original Stroopwafel – não tirei foto- mas também era bom).

A linda Veneza!

Ah, Veneza! A princesa do Adriático!

Veneza faz parte do imaginário popular como uma das cidades mais lindas do mundo e confesso que cresci ouvindo minha mãe dizer que gostaria de conhecer os famosos canais. Entretanto, já há alguns anos, eu vinha ouvindo coisas não tão positivas sobre a cidade, como, por exemplo, de quão lotada ela era, com cheiro forte de lixo e peixe, deteriorada e exploratória para turistas.

Por essas e outras, minhas expectativas eram medianas com relação à cidade. E devo confessar que algumas experiências com a sujeira e o caos de Roma, Bologna e Florença me deixaram mais apreensiva ao longo da viagem com relação ao que esperar de Veneza.

Mas… foi amor a primeira vista! Sem sombra de dúvidas, Veneza foi a cidade mais charmosa de toda a viagem, a mais romântica e inesquecível. Felizmente foi a penúltima cidade do roteiro, porque depois dela fica difícil se surpreender com alguma coisa (sorry Budapest).

O que fazer em Veneza? Ao pesquisar para elaborar o roteiro, a maioria dos blogs/sites de viagem concorda em dizer que não fazer roteiros é o melhor plano. Eu concordo plenamente: perca-se em Veneza!!! Andar sem rumo pelas ruelas estreitas, observando as pessoas, as lojinhas, os cheiros (não, a cidade não é nem um pouco fedida!), as construções, é simplesmente indescritível! Não se preocupe em acabar não chegando aos locais mais famosos, uma hora ou outra você dobrará uma esquina e se deparará com o que procurava, afinal, a ilha é bem pequena!

Uma dica importante: ao alugar um hotel, fique atento e cheque se o endereço realmente fica na ilha! São vários os hotéis no continente, na chamada Veneza Mestre. Ficar no continente é mais barato, mas não é nem um pouco charmoso! Não vale nem um pouco a pena… é uma economia porca.

Outra informação de ordem prática importante: se você estiver de carro, há prédios de estacionamento logo na entrada da ilha. Nós paramos o carro em um deles e fomos a pé até o hostel. O problema é que na saída do estacionamento havia uma ladeira enorme e as mochilas estavam pesadas a essa altura da viagem… foi sofrido subir com elas. Maaass, na volta percebemos que havia uma espécie de trem aéreo que ligava os estacionamentos à uma avenida próxima ao hostel… #ficaadica.

Os pontos mais famosos e que valem alguns minutos de calma contemplação são:

  • Ponte Rialto e o grande canal: A Ponte Rialto é a ponte mais antiga da cidade e a primeira a ligar os dois dados da mesma pelo maior canal da cidade, o Grande Canal. A ponte é linda e a vista é de tirar o fôlego!É lindo para ver o sol se pôr.
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Fim do dia visto da Ponte Rialto.
  • Praça e Basílica de São Marcos: a praça de São Marcos é a maior de Veneza e é um ponto de encontro para pessoas do mundo todo e possui alguns dos cafés mais famosos da Itália. Na praça, fica a basílica, uma igreja rica em mosaicos de ouro, prata e pedras. A riqueza dos detalhes da parte interior é impressionante! Isso porque na época áurea da cidade, todo navio voltava do oriente trazendo presentes e adornos para a igreja (a maioria tesouros históricos saqueados…). O símbolo maior da igreja são os cavalos de bronze que adornam a parte externa e que foram roubados diversas vezes ao longo da história da cidade (hoje são réplicas, e os originais estão dentro da igreja);
  •  Palácio Ducal: ainda na praça de São Marcos, ao lado da basílica. Não chegamos a entrar;
  • Ponte dos suspiros: andando pela rua paralela ao canal, ainda ao lado da praça, é possível ver a ponte dos suspiros, uma pequena ponte que ligava o palácio Ducal à prisão. Leva esse nome porque ao passar por ela, era a última vez que os condenados viam os canais de Veneza. Dizem que os casais que se beijarem em uma gôndola no momento em que ela passa por baixo da ponte e os sinos da basílica estiverem tocando, terão o amor eterno (nossa, que específico não!);
  • Por fim, é impossível falar de Veneza sem falar nas gôndolas! Elas estão por todos os lados e contribuem muito para a beleza épica da cidade. Ao pesquisarmos, lemos muito sobre os prós e contras de fazer esse passeio, uma vez que ele é muito lugar-comum, “turisticão”, uma coisa que as pessoas fazem sem pensar, só seguindo a onda. Mas, de fato, fizemos! Fizemos e não nos arrependemos. Não é nada espetacular e imperdível… mas vale a pena pelo novo ponto de vista que o passeio adiciona. A cidade vista de baixo, os detalhes, o silêncio e a proximidade com aquela água verde são demais! Para quem quiser fazer o passeio, a palavra de ordem é negociar: cheguem como quem não quer fazer o passeio e deixe os preços irem caindo. Bem cedo pela manhã ou bem ao fim da tarde é mais fácil negociar porque a procura é menor.
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De gôndola pelos canais.
  • Além desses pontos, a cidade é cheia de outras pequenas praças e igrejinhas, mas não vale a pena elencar, apenas perca-se e encontre-as.

 

O mesmo vale para os restaurantes, vá passando pelas ruas e, se achar o lugar legal, entre! Os preços não diferem das outras cidades turísticas da Itália. Aliás, foi em uma pequena pizzaria (Dolphins, muito boa!) de lá que aprendemos que pepperoni lá é pimenta, e não o nosso salame apimentado #ficaadica!

É possível ainda pegar um barco e conhecer as ilhas de Murano e Burano. Dizem que Murano não vale a pena, apesar dos famosos vidros, mas que Burano é uma versão mais colorida de Veneza, o que rende boas fotos. Como a beleza de Veneza já foi suficiente para nós, preferimos relaxar e aproveitar a cidade com mais calma, sem conhecermos as ilhas.

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Tem como não se apaixonar?!

Esquiando nos Alpes: Solden

Antes mesmo de começarmos o planejamento da nossa viagem, tínhamos uma única certeza: iríamos esquiar nos Alpes! Esse seria o “luxo” que nós nos daríamos, independente do preço (ok, não tão independente assim, mas faríamos um esforço).

 

Antes de compartilhar nossa experiência, algumas informações úteis:

  • Esquiar não é tão intuitivo quanto parece, embora a maior parte das pessoas concorde que á mais fácil que snowboard;
  • Fazer uma aula é fundamental. Você vai poupar tempo (aprender sozinho não é viável) e terá maior segurança na prática do esporte. Contrate uma aula ou vá esquiar com um amigo, paciente de preferência;
  • Esquiar é um esporte perigoso, logo, não deixe de usar os equipamentos de segurança corretos. Outra dica muito importante: a maioria dos seguro-viagem NÃO cobrem acidentes em prática de esportes radicais! Fique atento ao contratar (descobrimos isso depois de voltarmos da viagem, foi uma imprudência enorme como verão abaixo);
  • Alugue o equipamento em lojas especializadas, pois a qualidade faz diferença na segurança e no desempenho (os esquis tem tamanhos e formatos diferentes para cada altura/peso da pessoa e para cada nível de prática);
  • Se possível alugue calças e blusas de ski (impermeáveis – caso tenha pelo menos a blusa impermeável, como recomendamos aqui, ela dá certo). Entretanto, não é absolutamente indispensável. O Rafa já esquiou de calça jeans e funcionou embora tenha parecido um jeca;
  • O nível das pistas é determinado por uma escala de cores internacional: Verde-Azul-Vermelha-Preta, sendo verde a mais fácil e preta a mais difícil. Não preciso dizer que é essencial começar pela verde né?!
  • Não esqueça de usar protetor solar/labial e de seus óculos! Ouvimos dizer de vários casos de queimadura na retina já que a neve, por ser branca, reflete com maior intensidade os raios solares.

 

Dicas dadas, vamos lá:

Nossa vontade de esquiar teve origem na nossa primeira viagem juntos, quando fomos ao Chile em 2010. Lá, esquiamos dois dias na estação de Farellones (estação que fica um pouco abaixo do famoso Vale Nevado) e simplesmente amamos! Nos divertimos muito, aprendemos o esporte rápido e achamos que obrigatoriamente teríamos que repetir a dose assim que possível!

Além disso, um casal de amigos, alemães, se propuseram a ir conosco em alguma estação austríaca quando souberam da nossa viagem, o que nos deixou muito felizes por termos amigos para dividir o momento.

Como o inverno de 2014/2015 não estava sendo rigoroso e não havia tido muita neve antes da viagem, tivemos que escolher uma estação de ski com neve glacial, ou seja, uma estação muito alta na qual a neve quase nunca derrete. Ficamos acompanhando os sites das estações e vendo a condição da neve pelas webcams. Por fim, pela quantidade de neve e pela proximidade da Alemanha (já que nossos amigos se juntariam a nós), escolhemos a estação de Solden.

Solden é uma estação na qual acontecem etapas da copa mundial de ski, o que atesta a qualidade das pistas, fica próxima a Innsbruck e, ao pé da estação, há várias vilas lindas para se hospedar a preços justos. Ficamos em uma guesthouse linda na vila de Längenfeld, um encanto! Para ver mais detalhes, clique aqui.

Tudo lindo, maravilhoso, muita expectativa e é chegado o grande dia! Ski no pé, pegamos uma espécie de bondinho para a nossa primeira descida! Ao chegar ao topo da montanha, nosso amigo deu uma olhada no mapa da montanha para escolher a pista mais fácil e nos indicou o caminho. Nesse ponto o desespero começou: a pista era íngreme, mas tão íngreme que parecia a descida de uma montanha russa!!!

Ficamos os dois, de olhos arregalados, coração acelerado e parados como pedras, mas nosso amigo insistia que era uma descida de principiante, só parecia difícil. Não tínhamos mais opção nesse ponto, afinal, tudo que sobe um dia precisa descer e não iríamos desistir depois da fortuna que pagamos.

Não ousamos soltar o corpo e tentar esquiar, fomos descendo de “ladinho”, meio que andando na neve. Lá pelas tantas, quando eu já não tinha mais nem frio de tanto medo, vejo uma placa negra com uma seta. Pensei cá com meus botões: Hum, não sei o que significa, mas não parece boa coisa… vou perguntar. E indiquei a placa para nossos amigos alemães, que começaram a se desculpar e explicaram que deveriam ter se confundido ao ler o mapa da estação e que a placa significava que aquela era a pista mais difícil da estação. A MAIS @*#$! DIFÍCIL!!! Depois de quase uma hora, que mais pareceu um dia para mim, chegamos ao fim da pista e descobrimos que aquela era na verdade a pista de competições da copa do mundo de ski…

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A placa (pura falsidade esse sorriso).

 

Depois dessa, nossos amigos perceberam que as aulas que havíamos tido no Chile não se aplicavam à pista de verdade e nos ensinaram o básico de como fazer os movimentos e, o mais importante, como frear.

Fomos, desta vez sim, para as pistas mais fáceis da estação pistas (indicadas com setas azuis – que na verdade são intermediarias, como falamos acima). Estávamos um pouco traumatizados e as pistas não eram nem um pouco fáceis. No Chile, as pistas tinham “cercas” de cordas que impediam as pessoas de saírem do traçado, mas em Solden não havia nada separando a pista da morte certa dos locais impróprios para esquiar.

No fim das contas, descemos a montanha umas duas ou três vezes apenas (sim, fomos muito lentos). Também, a cada descida aproveitávamos para descansar no “bar da praia”. Interessante é ver a cultura de deixar os equipamentos fincados no chão sem nenhuma preocupação. Voltamos para o guesthouse por volta das 16:00, já que é o horário que o sol se põe no inverno. Foi difícil pegar no solo, pernas muito doloridas e aquela sensação de que ainda estávamos esquiando (sabe quando você faz uma mesma coisa o dia todo e quando se deita é como se ainda estivesse fazendo? Pois é).

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“Bar da praia”

No dia seguinte, tudo que eu mais queria era não ter comprado o ticket para dois dias de ski… mas já que tinha comprado, ia usar! Confesso que passado o medo do primeiro dia, o segundo foi muito mais proveitoso, fizemos várias descidas, curtimos as paisagens maravilhosas dos Alpes e nos aventuramos mais (ainda nas pistas mais fáceis, lógico).

No final das contas, mesmo com todo o medo e a frustração inicial, foi uma experiência tão incrível quando havíamos imaginado e valeu muito a pena!

Por fim, gostaríamos de agradecer muito aos nossos amigos Rudi e Antje por realmente nos ensinarem o que é esquiar e por terem tido tanta paciência conosco, danke!!

 

 

Informações sobre preços (dez/2014):

Entrada: 90 euros, ingresso para dois dias/por pessoa;

Aluguel de equipamento: não me lembro ao certo, mas algo em torno de 50 euros, por pessoa, para dois dias;

Aluguel de roupa/equipamento de proteção: infelizmente não checamos, já que pegamos emprestado dos nossos amigos;

Refeição no local: tradicional prato com pão e salsichas + cerveja, 10-15 euros.

 

De carro pela Europa

Ao planejarmos a nossa Euro trip, consideramos dois meios de transporte a serem utilizados na viagem: trem ou carro.

Claro que há diversas vantagens e desvantagens de cada meio. Em resumo, o trem é muito interessante para quem pretende conhecer as grandes cidades europeias e para quem viaja sozinho, uma vez que o custo de um pacote individual “Eurorail Global Pass” acaba sendo inferior ao aluguel de um carro.

Já o carro é uma opção para aqueles que gostam de flexibilidade. Não é necessário se preocupar com os horários de saída e sempre é possível dar aquela esticadinha naquela cidadezinha que mais gostou. Além disso, para duas pessoas, o preço do carro se aproxima muito de dois tickets (Eurorail) de trem.

O fator decisivo para a nossa tomada de decisão foi a flexibilidade que o nosso roteiro exigia. Como pretendíamos subir os Alpes para esquiar (Langenfeld e Sölden), passear por vilas aconchegantes (Kappl e Feldkirch) e realizar um tour pela Toscana (nesta, o aluguel de carro é item obrigatório!), o carro foi a opção escolhida (e não nos arrependemos em momento algum!). Além disso, o custo de 18 dias de carro acabou saindo praticamente equivalente ao custo de duas passagens de trem + aluguel de carro na toscana. Notem que estamos considerando o gasto com combustível, pedágios e estacionamentos nessa cálculo!

Outra motivação para quem, assim como eu (Rafael), é apaixonado por carros é a excelente malha viária e as belas paisagens européias. Digo, honestamente, que foi um grande prazer dirigir os cerca de 4000 km pela Europa.

Qual carro locar?

Isto depende do número de pessoas e da duração de seu roteiro. Considere um carro hatch se as bagagens não forem muito grandes. Acredite, quando você for a Roma e procurar lugar para estacionar, agradecerá por estar com um carro pequeno.

Outra dica é escolher um carro que seja confortável para toda sua viagem e que seja econômico. Neste quesito, recomendo a locação de um veículo movido a diesel.

Optamos por um Golf VII TDI 1.6L, que atendeu a todas nossas expectativas: muito econômico (20km/L),  confortável e conseguia facilmente enfrentar as estradas íngremes dos Alpes. O preço da diária foi de 35 EUR / dia (final de 2014).

Um detalhe é que a maioria dos carros na Europa não possui entrada USB (e olha que eles são bem mais modernos que os nossos!). Assim, experimente as rádios locais, faça sua própria playlist no smartphone ou grave um CD. Nós havíamos levado um pendrive com várias trilhas sonoras e acabamos um pouco frustrados por não podermos utilizar, entretanto, isso fez com que ouvíssemos as rádios locais, o que acabou criando memórias associativas muito mais interessantes.

Dica: aluguel de carros é igual comprar passagem aérea, quanto maior a antecedência mais barato é!!!

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“Nosso” Golf nos Alpes.

Locadora

Escolhemos a Europcar, pelo singelo motivo de apresentar um carro confortável pelo menor preço. Realizamos a locação pela internet e foi muito simples retirar o carro no nosso primeiro destino (Viena). Foi necessário apenas apresentar a CNH (junto com a  Permissão Internacional)  e pegar a chave do veículo. Solicitaram para andarmos um quarteirão até a garagem da locadora, onde o carro já estava sendo revisado pronto para a viagem. Vale a pena pesquisar também na Avis, Hertz, CardelMar.

Dicas úteis:

– Evite locar o carro em estações ferroviárias e aeroportos (acrescenta-se um valor de cerca de 60 EUR para retirar carros nesses locais);

– Evite locar o carro em um país e deixá-lo em outro (acrescenta-se cerca de 200 EUR na locação de veículo);

– Caso tenha um cartão da Accor Hotels (e caso não tenha peça gratuitamente no site), utilize o site da Europcar/Accor (https://microsite.europcar.com/leclubaccorhotels/) para conseguir descontos na locação;

– Caso tenha um cartão Visa Platinum ou Mastercard Platinum, não é necessário a locação de nenhum seguro adicional (isso vale também para seguro viagem, o que ajuda a economizar um valor considerável). Vale muito a pena conversar com seu gerente e estudar a possibilidade de migrar para um cartão tipo Platinum antes de viajar;

– Consulte os países que sua locadora permite a circulação de veículos (https://www.europcar.pt/termos-condicoes-gerais-de-aluguer);

– Evite fazer locação do GPS (é caro!). Recomendável adquirir um aplicativo para seu Smartphone. Assim, poderá usufruir do seu aplicativo também em uma próxima viagem para Europa. Veja  mais detalhes abaixo, no tópico sobre aplicativos de GPS;

– Alugue correntes de neve durante o inverno, pois na maioria dos países europeus, é obrigatório possuir este item no porta-malas (aprenda a colocar no https://www.youtube.com/watch?v=Wh3gV-nrvaE, ou peça para lhe ensinarem na hora da locação);

Rodovias e pedágios

Trafegamos por 5 países diferentes e a conclusão foi: as estradas europeias são realmente muito boas!

Iniciando pela Áustria, que cortamos Leste-Oeste e Norte-Sul, o limite de velocidade nas auto-estradas é de 130km/h e a velocidade deve ser reduzida conforme a indicação da pista e nos túneis. Estradas secundárias te levam para paisagens fascinantes (vide post sobre Kappl) e, apesar destas estradas menores terem pista simples, são bem conservadas e seguras. Neste país, é necessário a utilização do selo para transitar (Vignette). Entretanto, como alugamos o carro no próprio país, não foi necessário adquirir um.  Me lembro de ter parado em apenas um pedágio (muito barato), que era igualzinho aos pedágio brasileiros (um cobrador pedia por um valor especifico). Outro ponto que surpreende é a educação dos motoristas: absolutamente ninguém trafega acima da velocidade ou fica andando pela esquerda sem necessidade, logo, pratique a sua boa educação e faça o mesmo (lá e também aqui!).

Partindo para Liechtenstein, as estradas são em geral de pista simples. Mas não se preocupe, ande alguns kms e as estradas voltarão a ser duplas. Detalhe: você estará na Suiça.

Na mesma linha da Áustria, as estradas suíças são excelentes. Detalhe para o limite de velocidade que é de 120km/h nas auto-estradas, 80km/h nas pistas simples e 50km/h em trechos urbanos. Atente-se para não tomar multas. Uma experiência interessante na Suíça foi a dirigibilidade na neve. Apesar de ter alugado as correntes de neve, não foi necessário utilizá-las, não senti nenhuma diferença entre dirigir na neve e na chuva. Entretanto, dirija com muita atenção e caso sinta os pneus patinarem, pare e coloque as correntes. Não há pedágios neste país. Mas atenção:

– É necessário adquirir o Vignette (40 francos) para trafegar na Suíça (a multa por não utilização é cara). Em qualquer posto de gasolina próximo a fronteira é possível comprá-lo e basta colar o adesivo no vidro dianteiro de seu veículo;

– Sempre ande com os faróis acesos na Suíça!!!

Já a Itália segue o mesmo padrão de rodovias dos países anteriores. A velocidade na auto-estrada é de 130km/h e os caminhões sempre trafegam pela direita, tornando a estrada muito agradável de se dirigir. Não é necessário nenhum selo (Vignette) para entrar no pais.

Entretanto, você se deparará com vários pedágios. Em geral, você retira um ticket do pedágio (ou um cobrador ou uma máquina eletrônica parecida com as de Shopping Center) logo na saída da cidade em que se hospedou e você pagará este ticket na entrada para sua cidade destino. Ou seja, é muito importante não perder o ticket!!!

Consulte o preço médio dos pedágios das rodovias no site: http://alugueldecarrosnaeuropa.com.br/preco-do-pedagios-na-italia-como-funciona/

Um post especial será feito de como é dirigir na Toscana. Adiantando um pouco, é extremamente gratificante e tranquilo (delicie-se pelas estradas belas da Toscana), mas leve um Dramin no bolso.

Partindo para Hungria, também é necessário a compra do Vignette (10 EUR para 10 dias) na fronteira antes de entrar no país. O limite de velocidade nestas estradas é de 130km/h (mas tive a impressão de que os motoristas dirigem bem acima desta velocidade). Detalhe: nas rodovias de 3 faixas, utilize sempre a faixa da direita quando livre. É muito comum os húngaros se incomodarem com carros trafegando na faixa central (e nem se fale na faixa da esquerda).

Dicas úteis:

– Evite dirigir em grandes centros. Alugue hotéis com estacionamento e opte por se locomover com transporte público da cidade;

– Nas cidades italianas, o transito é caótico e os motoristas são mal educados. Novamente, ou alugue um hotel com estacionamento ou pesquise um estacionamento próximo ao seu hotel para deixar o carro durante toda a estadia. Sério, não se aventure a dirigir em Roma, é dor de cabeça na certa!

– Em todas as grandes cidades, há um parquímetro. Logo que descer do veículo, veja o número da sua vaga (pintado no chão geralmente) e insira o dinheiro no parquímetro escolhendo o número de sua vaga. Em alguns parquímetros, basta realizar o pagamento e a máquina imprimirá um recibo que você deve deixar sobre o para brisa de seu veículo. O valor da hora varia de cidade para cidade, mas na média é de 3 EUR ou menos;

– Vale a pena reservar um tempo antes da viagem para fazer anotações sobre as estradas principais que irá trafegar. Como sabem, imprevistos (como perda do celular) acontecem e é bom ter um plano B.

Placas de sinalização

Procure estudar a sinalização básica de cada país que você irá. Atente-se às cidades italianas nas quais, em geral, é proibido trafegar de carro no centro histórico.

Eu, por exemplo, descobri somente depois de muitos e muitos kms de que as placas brancas com riscos pretos na diagonal significavam “sem limite de velocidade” na Autobahn (Alemanha), o que me deixou com o gostinho de “podia ter aproveitado mais”.

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Placa indicando ausência de limite de velocidade na Autoban.

Outro exemplo da importância das placas e dos planos B foi na Suíça, onde havia uma placa redonda (circulo branco interno e circulo vermelho externo) em uma estrada indicando que esta estava fechada. Nosso espírito aventureiro (só para não admitir a falta de atenção) nos fez continuar na estrada até que deparamos com montes de neve interditando-a. Valeu a pena errar nesse caso!

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Perdidos nos Alpes.

Selos (VIGNETTE)

Vignette Austria: 8.70 EUR por 10 dias (não necessário caso alugue o carro neste país)

Vignette Suiça: 40 francos por um ano

Vignette Hungria: 10 EUR por 10 dias

Sempre é possível adquirir o Vignette em postos de gasolina na fronteira dos países.

Abastecendo o veículo

Isto é uma tarefa bem simples. Na maioria dos postos europeus, não há frentistas. Então, você mesmo terá que descer do carro, pegar a mangueira de combustível (Diesel ou Gasolina) e abastecer o seu carro (haverá um click quando o seu tanque estiver cheio). Você terá então que entrar na loja de conveniência  e dizer ao atendente o valor de seu abastecimento. Dá para acreditar?! Imaginem se fosse no Brasil!

Também, na Suíça, notamos que em alguns postos havia uma maquina de dinheiro/cartão de credito que você tinha que selecionar quantos euros de combustível você pretendia abastecer e o número da bomba de combustível que gostaria de utilizar. Só assim que a mangueira seria liberada para abastecimento (é bastante intuitivo). Outra dica é utilizar as luvas descartáveis que ficam ao lado da bomba para evitar ficar com as mãos cheirando combustível por quilômetros.

Em muitos postos de gasolina, há uma praça de alimentação. Em específico na Áustria, recomendo almoçar um dia nestes postos já que a comida é realmente boa e é uma experiência diferente.

Atenção: a gasolina  é chamada na Itália por Benzina.

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Saladinha nada básica no posto.

Carteira Internacional

A principio, gostaria de dizer que a Permissão Internacional para Dirigir (PID) não é necessária  para quem for fazer uma viagem a Europa. Salva exceções de regra de locação das locadoras (por exemplo, no caso de alugar um carro esportivo, a locadora poderá pedir este documento).

Entretanto, caso seja parado na fronteira, ou por um policial, ou se envolva em um acidente, será muito mais tranquilo apresentar a PID às autoridades.

A PID pode ser solicitada no DETRAN ou POUPATEMPO de sua cidade. No meu caso (Campinas), houve apenas necessidade de levar o CPF e RG (original e cópia),  e pagar uma taxa de R$233,75 (+R$11,00 para envio pelo correio). Chegou em 1 dia útil.

Atenção:

– Sempre leve sua CNH (mesmo que tiver a PID). Sua PID somente é válida em conjunto com CNH.

– A validade de sua PID será a mesma de sua CNH.

GPS

Como mencionado anteriormente, evite alugar GPS em seu veículo.  Recomendo adquirir um aplicativo para seu smartphone (deve ser OFFLINE, não se iluda achando que será fácil encontrar wifi em todos os lugares, pelo contrário). Sendo bem direto, ou compre o aplicativo SYGIC ou TOM TOM. Para decidir qual comprar é simples: veja qual é o mais barato (ambos utilizam o mesmo mapa). Eu optei pelo SYGIC e não tenho do que reclamar.

Dica salva-viagens:

– Compre um carregador de bateria portátil para seu smartphone (ainda mais se você utilizar seu celular também como câmera fotográfica). GPS consome muita bateria e, em trajetos longos, uma carga extra é fundamental. Usei minha capa-carregadora praticamente todos os dias.

Conclusão

Delicie-se pelas estradas bem pavimentadas com paisagens magníficas. Dirigir pelos Alpes e se perde na região da Toscana realmente não tem preço.  Além disso, considere a experiência de dirigir e abastecer o veículo em outro países e explorar aquelas pequenas vilas que encontra em seu caminho.

Suíça: Davos

De Liechtenstein, cruzamos a fronteira para a Suíça, indo em direção a Davos. Escolhemos a cidade porque ela estava na direção do nosso destino principal no país, Lucerna, e também porque, por estar em uma região alta, havia boas chances de pegarmos neve.

Chegamos por volta das 17:00, após passarmos por vários campos verdejantes e subirmos uma serra cujas árvores estavam já sem folhas, paisagens que davam uma amostra da famosa beleza campestre suíça.

Ao entrarmos na cidade, a primeira decepção: montes de neve derretendo nas laterais das ruas. Chegávamos pouco tempo após nevar e não veríamos um floco caindo, para minha tristeza (nem eu nem o Rafa nunca tínhamos visto neve caindo e havíamos escolhido Davos para passar a noite porque a previsão do tempo era de neve).

Seguimos para o hotel (não haviam hostels disponíveis), o Apartment VIllage Solaria, que acabou sendo um dos mais caros da viagem (95 francos). Já que estou falando nisso, vou deixar registrado que fiquei inconformada de pagar esse preço e ainda ter que tirar o lixo e deixar o quarto totalmente arrumado e limpo ao sair, hunf!

Após deixarmos a bagagem, fomos procurar algum lugar para comer. A cidade estava quase toda fechada e os poucos restaurantes abertos ofereciam refeições a preços impraticáveis. Decidimos ir ao mercado e comprarmos queijos e cerveja para comermos no hotel. Pagamos um preço ok, mas na hora de escolhermos os queijos nós nos perdemos nos tipos e acabamos escolhendo dois queijos horríveis – um com um cheiro de chulé que faria um gorgonzola parecer perfume e outro que parecia uma mussarela dura. Decepção e mais decepção, fomos dormir com a sensação de dia perdido. =/

Na manhã seguinte acordamos cedo para irmos para Lucerna e, após nos prepararmos para sair e abrimos a porta, surpresa!! NEVE!!!!!!!!!!!! Estava nevando bem fininho, uma mistura de neve fraca com chuva, mas era neve! Todo o frio e toda a programação de irmos para a Europa no inverno se resumia a esse objetivo, ver neve (ok, não era só esse o objetivo, mas confesso que voltaria muito frustrada de não pegar neve)!

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O mundo ficando branco!

Toda a frustração foi recompensada e Davos, que tinha tudo para ganhar o título de pior cidade da viagem, acabou se tornando uma lembrança única. Pegamos o carro e dirigimos até o lago que fica na entrada da cidade. A neve começou a se intensificar até chegar ao ponto de deixar o mundo todo branco. Lá, sozinhos no meio da nevasca, corremos, deitamos e, é claro, comemos neve. De quebra ainda pegamos um típico trem passando a centímetros de onde estávamos, o que rendeu uma das fotos mais bonitas da viagem.

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A neve no Lago de Davos.

De lá, quando a neve estava começando a diminuir de intensidade, fomos para o centro esportivo da cidade, onde é possível patinar no gelo. Estávamos tão entretidos com a neve no lago que acabamos ficando com o tempo apertado e, por isso, não patinamos. Mas demos sorte – olha Davos surpreendendo! – e pegamos alguns minutinhos do time de hóquei da cidade treinando.

Para quem quiser esquiar, a cidade também é uma opção. Há uma espécie de trem que leva os turistas e habitantes ao topo de uma das montanhas e, para o qual, alguns hotéis fornecem passagem de graça ou a preços reduzidos.

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HC Davos

Liechtenstein: Vaduz – Treisenberg – Malbun

Saimos de Feldkirch por volta das 11:00 da manha e nos dirigimos para o pequeno Liechtenstein. Antes de cruzarmos a fronteira, paramos em um posto de combustíveis para comprar o selo de “pedágio” suíço que nos permitia entrar no país de carro (na verdade, para entrar especificamente em Liechtenstein não era necessário porque tinhamos o selo da Áustria – é necessário um ou outro – mas como iriamos no mesmo dia para a Suíça, achamos melhor já aproveitarmos a parada no posto).

Liechtenstein é minúsculo principado, com mais ou menos 160 km quadrados, cujo sistema de poder é monarquia constitucionalista (ou seja, eles tem uma família real, mas a mesma não tem poderes na prática – parecido com o Reino Unido). Por ser um país tão pequeno encravado numa região tão histórica, achamos que o país seria uma verdadeira volta ao tempo medieval. Ledo engano: o país é moderníssimo – frustrantemente moderno eu diria.

O Franco Suíço é a moeda oficial, mas o euro é aceito normalmente e com uma cotação muito honesta (mas ao pagar com euro, o troco geralmente é dado em Francos, então atenção para não comprar uma água com uma nota de 100,00 e acabar com 99,00 Francos na mão!).

Em menos de 40 minutos já estávamos na capital, Vaduz. A cidade é bem pequena, com cerca de 5 mil habitantes (isso porque é a capital hem!) e muito moderna, com prédios novos, ruas largas, carros importados e um custo de vida alto…#ficadica.

Estacionamos perto do centro e fomos andando pelas ruas principais do centro, nas quais ficam as atrações do país: a catedral, o Palácio do Governo, o Museu do selo e a Casa Vermelha. A idéia era entrar em cada um desses pontos, mas acabamos não indo em nenhum! Por quê? A catedral estava fechada e os demais era necessário pagar para entrar (e pagar caro). Queríamos, pelo menos, passar no centro de informação ao turista para carimbarmos nossos passaportes, mas não valia a pena (não me recordo do preço, acho que era perto dos 20 reais, não é um valor exageradamente caro, mas para ter um carimbo não valia a pena). A coisa mais memorável da cidade foi o kebab que comemos de almoço, em um restaurante bem pequeno que fica numa espécie de galeria perto do mercado.

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Rua principal de Vaduz

Há a opção de fazer uma trilha que leva ao topo de uma colina, na qual está o palácio real. Subimos de carro porque de lá iriamos para Treisenberg. O palácio até que tem seu charme, é um típico castelo europeu, mas em tamanho mediano. Ainda é utilizado como residência, então não é permitida a entrada, nem mesmo nos jardins.

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Palácio da família real.

De lá, subimos uma espécie de serra com vegetação cerrada para chegar a Treisenberg, ainda em Liechtenstein. O curto caminho até lá foi a melhor parte da nossa visita ao país, porque pegamos muita neblina nessa serra, o que fez nós nos sentirmos dentro daquela típica floresta de conto de fadas que todos imaginamos na infância.

Sobre Treisenberg não há muito o que comentar, é uma cidade muito pequena e sem nenhum grande atrativo turístico. As casas são um pouco mais tradicionais, no estilo suíço e há uma igreja interessante (embora também estivesse fechada).

De lá seguimos para Malbun, uma cidade ainda mais alta, na qual os habitantes do país costumam passar o inverno esquiando. Não havia neve quando fomos, ms acho que deve ser um local bonito no meio do inverno. De lá fomos para a Suíça, por volta das 15:30. Só pelo fato de termos conhecido 3 cidades em 4 horas já dá para ter uma idéia do tamanho do país e da falta de atrativos. Honestamente não recomendo (nem mesmo uma passada para dar check no mapa).

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Igreja de Treisenberg.
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Malbun

Áustria: Mauthausen

Uma das grandes vantagens de viajar de carro é a flexibilização do roteiro, o que  permite não apenas mudar os planos com mais facilidade como também conhecer lugares “fora da rota” comum – o que enriquece muito a viagem em termos culturais e torna a experiência ainda mais única.

Eu, Camila, sempre fui apaixonada por história e literatura, o que me levou a ler vários livros maravilhosos que trazem a guerra como plano de fundo (vide A menina que roubava livros, O diário de Anne Frank, Os catadores de conchas, dentre outros).

Aliando a comodidade do carro com essa paixão, não tinha como ir para a Áustria e não conhecer um campo de concentração. O escolhido, pela importância e proximidade com nossa rota original, foi Mauthausen (ou Mauthausen-Gusen).

O campo fica bem próximo de Linz e a duas horas de Viena, na direção de Munique e Salzburg. Durante a dominação nazista da região, o campo transformou-se em um dos maiores complexos de trabalhos forçados da Europa. O campo foi construído por prisioneiros, deslocados do campo de Dachau para este fim, e fica localizado acima de uma grande pedreira, na qual os judeus e outros prisioneiros eram obrigados a trabalhar até a exaustão completa. Mauthausen foi o último campo de concentração a ser libertado pelas tropas aliadas ao final da guerra e um dos que mais causou a morte dos internos.

Voltando a nossa visita, chegamos no campo por volta das 10:00 da manhã, sem maiores dificuldades. O ingresso tem o preço simbólico de 2 euros, mas por termos ido em dia de semana, não precisamos pagar nada (não sei se é sempre assim ou se a entrada foi gratuita devido a estarmos fora de temporada). Ganhamos um guia do complexo, com as informações de cada um dos prédios e optamos por comprar um audio-book (não disponível em português, mas que vale muito a pena se você arranha o inglês). Acabamos pegando um para cada (10,00  euros cada), mas apenas um para o casal já teria bastado.

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Portão principal de entrada do campo.

O campo em si é bastante sanitizado, muito limpo e restaurado. Eu tinha lido a respeito disso antes de partir, algumas pessoas acham que o ambiente foi limpo demais e acabou se descaracterizando, mas eu discordo. O local realmente parece que não é real, mas não pela limpeza e pinturas recém-aplicadas, mas pela sensação de vazio que paira no ar.

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O campo, vazio.
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Dormitórios, ainda com a mobília original.

Acho que o fato de termos ido no inverno e em um dia no qual haviam mais umas 10 pessoas apenas no local contribuiu para essa sensação, mas acho que não apenas. O local realmente tem uma atmosfera pesada, especialmente no subsolo, onde é possível ver os fornos usados para cremação dos corpos e, principalmente, na câmara de gás, mantida intacta.

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Entrada para o crematório e câmara de gás.

Ainda no subsolo, há duas salas com os nomes das pessoas que perderam suas vidas no campo e mensagens de suas famílias. Depois de dois locais tão carregados, a sala das homenagens dá uma suavizada no clima.

Outra parte fundamental da visita é a pedreira, na qual os prisioneiros eram obrigados a trabalharem. As pessoas eram obrigadas a descerem até a pedreira, pegaram as pedras e as trazerem para cima, descalços, subindo a pior escadaria que já vi. Muitos perdiam o equilíbrio ao pisarem um uma pedra solta ou devido a exaustão completa e acabavam caindo, levando consigo as pessoas que vinham atrás (o que causava a morte de muitas delas). Por ser inverno e o clima estar úmido, a descida estava proibida quando visitamos, mas na foto abaixo dá para ter uma idéia de quão imensa e íngreme é a escadaria.

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As terríveis escadarias da pedreira.

No total, nossa visita durou aprox. duas horas e meia e, apesar da sensação amarga que permaneceu por algumas horas depois, recomendo muito conhecer o local e aproveitar para refletir um pouco sobre essa parte vergonhosa da história.

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Monumento em homenagem às pessoas que perderam suas vidas na pedreira  =_(