Suíça: Interlaken, Grindelwald e Lauterbrunnen

Saindo de Lucerna bem cedo, seguimos para um dia de andanças pelas pequenas cidades do interior da Suíça. Novamente: não exite em alugar um carro na Europa e sair da rota mais “turisticona” das capitais e grandes cidades, vale imensamente a pena e é muito fácil e cômodo! Vide post sobre como é locar e andar de carro aqui. Se você não ficou animado com essa idéia, é possível conhecer as três cidades de trem (Swiss Pass).

Nossa primeira parada foi em Grindelwald, cidade que fica a 1,5 horas de Lucerna pela rodovia A8. A cidade é bem alta e é possível ter uma visão linda dos Alpes Suíços! No dia que fomos, o tempo estava um pouco nublado, com neblina, por isso não tivemos uma visão 360º clássica, mas mesmo assim foi bem legal.

A cidade tem dezenas de lojas de queijos, chocolates e a estação de trem é um fofura. Para os mais animados (e que não vão no alto inverno), é possível fazer várias trilhas pelas redondezas. Além disso, o caminho até lá é um espetáculo! Como a cidade é alta, observar a paisagem mudando e o termômetro caindo numa manhã de inverno é  demais!

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Centrinho de Grindelwald.

Ficamos em torno de 1 hora na cidade e seguimos por mais 20 minutos de carro em direção à cidade que viria a ser nossa queridinha na Suíça, a MAGNÍFICA e muito fotogênica Lauterbrunnen!

A cidade é bem pequena, praticamente uma vila, com aprox. 3 mil habitantes e casinhas muito fofas e típicas. O lugar fica num vale, cercado por cadeias montanhosas imensas e nevadas, a verdadeira visão típica da Suíca. Lá a vida segue um ritmo lento, calmo e delicioso.

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A cidade é toda linda, explore as igrejinhas, as ruazinhas com casas lindas de madeira, o riachinho que corta o meio da vila e, é claro, as cachoeiras!!! A cidade tem mais de 70 quedas de água, sendo que a mais espetacular cai praticamente no centro da cidade, incrível! Ela se chama Staubbach Falls e já foi alvo dos encantos de escritores, como Goethe e Lord Byron.

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A incrível cachoeira no meio de Lauterbrunnen

Ande pela cidade, faça as trilhas e vá descobrindo as outras quedas. Um dos nossos grandes arrependimentos nessa viagem foi ter reservado um tempo tão curto à cidade, se tiver a possibilidade, durma nela!!

Para completar o pacote, ainda é possível visitar o Jungfrau (o ponto mais alto da Europa) a partir dela. Tem como ficar melhor?! Tem! Ela ainda é um ótimo ponto de base para quem quer esquiar na Suíça, já que fica perto de estações importantes, como Wegen e Murren.

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Relutando, saímos de lá por volta do meio dia em direção a nossa próxima parada: Interlaken.

A cidade fica, como o nome sugere, entre os lagos Thun e Brienz e é maior que as duas anteriores.Os principais atrativos da cidade são os bondinhos, trens e mirantes que levam ao Jungfrau. No centro, também é interessante andar até a borda do rio (mas depois de ter vindo de Lauterbrunnen, confesso que não é nada muito empolgante). Além, disso, como a cidade é uma das bases para o topo da Europa, são muitas as excursões que ficam andando pela cidade com seus bastões (muitas vezes fazendo coisas não muito educadas).

O lugar que mais gostamos na cidade foi as igrejas gêmeas da foto abaixo.

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Entretanto, não pense que a passagem pela cidade não vale a pena! A parte imperdível do passeio são realmente os lagos que margeiam a cidade e os minúsculos vilarejos às suas margens. Se estiver de carro, dedique tempo para explorar as redondezas da cidade!

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Os lindos lagos de Interlaken.

Saímos da cidade por volta das 15:00 e seguimos em direção à Bologna, na Itália. Achamos que nosso dia estava terminado, mas ledo engano, uma surpresa inesperada nos aguardava! Seguimos o nosso GPS offline e fomos andando. Em dado momento, nos deparamos com uma placa redonda (circulo branco interno e circulo vermelho externo) que não havíamos visto no nosso estudo sobre placas europeias. Mas a estrada não estava fechada e nem nada assim, era só uma placa na estrada. Seguimos em frente, logicamente, seguindo o GPS.

A estrada começou a subir de forma muito ingrime, foi ficando mais estreita e a paisagem foi mudando com muita rapidez. Começamos a ver árvores com geada e, a medida que subíamos, vimos árvores com galhos congelados e cada vez mais neve na borda da estrada (que seguia subindo muito!). Após um momento de muita neblina, saímos e vimos boquiabertos, que ESTÁVAMOS ACIMA DAS NUVENS!!!!!!!!! Foi uma visão maravilhosa, de tirar o fôlego.

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Acima das nuvens, por engano.

Entretanto, estava escurecendo e começamos a ficar apreensivos, visto que não havíamos visto uma alma viva desde a bendita placa! Além disso, nosso combustível estava acabando!!! Tentamos voltar, mas o GPS mandava retornar e continuar pelo caminho, ele não nos dava alternativas. Por sorte, um casal de idosos muito fofos passou por nós e parou. Explicamos que estávamos tendo problemas com o GPS e queríamos ir para Bologna. Eles caíram na risada (nunca é um bom sinal!) e nos explicaram que não poderíamos estar naquela estrada, que ela estava fechada por causa da neve intensa e que eles, como nós, estavam lá de forma ilegal (bateu um medo de levar uma multa em euros).

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Perdidos no meio do nada!

Tivemos que descer tudo de novo e paramos na primeira vila, desesperados por combustível. Por sorte, um senhorzinho muito prestativo nos orientou e, inclusive, nos deu o seu próprio livro de mapas para que nós não nos perdêssemos novamente! Uma fofura!

É nesse tipo de detalhe, de caminho errado que leva ao inesperado e nas pessoas incrivelmente generosas que conhecemos que as viagens nos mudam, nos enriquecem!

 

 

Suíça: Davos

De Liechtenstein, cruzamos a fronteira para a Suíça, indo em direção a Davos. Escolhemos a cidade porque ela estava na direção do nosso destino principal no país, Lucerna, e também porque, por estar em uma região alta, havia boas chances de pegarmos neve.

Chegamos por volta das 17:00, após passarmos por vários campos verdejantes e subirmos uma serra cujas árvores estavam já sem folhas, paisagens que davam uma amostra da famosa beleza campestre suíça.

Ao entrarmos na cidade, a primeira decepção: montes de neve derretendo nas laterais das ruas. Chegávamos pouco tempo após nevar e não veríamos um floco caindo, para minha tristeza (nem eu nem o Rafa nunca tínhamos visto neve caindo e havíamos escolhido Davos para passar a noite porque a previsão do tempo era de neve).

Seguimos para o hotel (não haviam hostels disponíveis), o Apartment VIllage Solaria, que acabou sendo um dos mais caros da viagem (95 francos). Já que estou falando nisso, vou deixar registrado que fiquei inconformada de pagar esse preço e ainda ter que tirar o lixo e deixar o quarto totalmente arrumado e limpo ao sair, hunf!

Após deixarmos a bagagem, fomos procurar algum lugar para comer. A cidade estava quase toda fechada e os poucos restaurantes abertos ofereciam refeições a preços impraticáveis. Decidimos ir ao mercado e comprarmos queijos e cerveja para comermos no hotel. Pagamos um preço ok, mas na hora de escolhermos os queijos nós nos perdemos nos tipos e acabamos escolhendo dois queijos horríveis – um com um cheiro de chulé que faria um gorgonzola parecer perfume e outro que parecia uma mussarela dura. Decepção e mais decepção, fomos dormir com a sensação de dia perdido. =/

Na manhã seguinte acordamos cedo para irmos para Lucerna e, após nos prepararmos para sair e abrimos a porta, surpresa!! NEVE!!!!!!!!!!!! Estava nevando bem fininho, uma mistura de neve fraca com chuva, mas era neve! Todo o frio e toda a programação de irmos para a Europa no inverno se resumia a esse objetivo, ver neve (ok, não era só esse o objetivo, mas confesso que voltaria muito frustrada de não pegar neve)!

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O mundo ficando branco!

Toda a frustração foi recompensada e Davos, que tinha tudo para ganhar o título de pior cidade da viagem, acabou se tornando uma lembrança única. Pegamos o carro e dirigimos até o lago que fica na entrada da cidade. A neve começou a se intensificar até chegar ao ponto de deixar o mundo todo branco. Lá, sozinhos no meio da nevasca, corremos, deitamos e, é claro, comemos neve. De quebra ainda pegamos um típico trem passando a centímetros de onde estávamos, o que rendeu uma das fotos mais bonitas da viagem.

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A neve no Lago de Davos.

De lá, quando a neve estava começando a diminuir de intensidade, fomos para o centro esportivo da cidade, onde é possível patinar no gelo. Estávamos tão entretidos com a neve no lago que acabamos ficando com o tempo apertado e, por isso, não patinamos. Mas demos sorte – olha Davos surpreendendo! – e pegamos alguns minutinhos do time de hóquei da cidade treinando.

Para quem quiser esquiar, a cidade também é uma opção. Há uma espécie de trem que leva os turistas e habitantes ao topo de uma das montanhas e, para o qual, alguns hotéis fornecem passagem de graça ou a preços reduzidos.

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HC Davos