Um dia em Doha (stopover no Qatar)

Como voamos com a Qatar Airlines e nossos voos tinham 23h de escala, aproveitamos para fazer um stopover em Doha, a capital do país. Demos sorte e pegamos uma promoção do governo em parceria com a companhia aérea, a chamada Discovery Qatar, e acabamos ganhando a hospedagem no Hilton!

Chegamos lá por volta das 10:00 e fomos para o hotel. Como o Rafa estava passando mal há dois dias, resolvemos pegar mais leve e fizemos relativamente poucas coisas que estavam no nosso roteiro. Mas na verdade foi ótimo porque tentar cobrir mais coisas seria uma correria desnecessária!

Por volta das 11:30 pegamos um Uber (funciona super bem no país e é barato, acabamos fazendo todos os deslocamentos de Uber, tudo entre 20-30 QR) para almoçar no Villagio Shopping Mall: um shopping que mimetiza Veneza. Vou dizer uma coisa, estava cética (e só fomos mesmo porque shoppings tem bons banheiros e o Rafa podia precisar rsrs), mas ao abrir a porta meu queixo caiu! O lugar é muito legal e bem feito! O teto é pintado como o céu de forma que, a medida que você anda, tem a sensação que as nuvens estão se movendo. A pintura também tem tons diferentes ao longo dos corredores, então é como se estivesse passeando e o sol estivesse se ponto, com a noite caindo, muito show! Foi lá que comemos o melhor quebab da vida, infelizmente não lembro o nome, mas foi em um restaurante normal de praça de alimentação.

Aproveitamos e também fizemos algumas comprinhas no supermercado que tem dentro do shopping. Produtos de beleza da Loreal, chocolates e temperos com uma variedade incrível e um preço menor do que em qualquer outro local que vimos, vale muito a pena! O resto do shopping esqueça, tudo custa um rim.

Saímos de lá por volta das 14:30 e fomos para o Museu de Arte Islâmica. A entrada é gratuita e o local é imperdível! O prédio em si é lindo, uma arquitetura que te faz realmente lembrar que está no oriente, com uma vista linda do skyline mega moderno da cidade.

O museu é separado em andares, com temáticas e exposições que contam a história do islamismo e das civilizações do oriente-médio. No primeiro andar fica a galeria de exibições especiais, o auditório, a loja de presentes (coisas de bom gosto extremo), o café com vista para o mar e a biblioteca. No segundo andar ficam as exibições de artes e ciências, com especial atenção às peças de decoração inteiramente em jóias e pedras preciosas, simplesmente de cair o queixo. O terceiro andar é o mais interessante e suas exibições estão divididas por países e datas, contendo peças do Egito, Síria, Índia, Irã, Ásia Central e Turquia. No quarto andar fica a galeria de exibições temporárias e o mini auditório.

De lá fomos andando até a Mesquita Fanar, super original, uma arquitetura que chama a atenção: uma grande espiral, que dizem os qatares, ser igual olhando de todos os lados. À noite, toda iluminada, é ainda mais bonita! Não entramos porque já eram 14:30 e queríamos aproveitar mais o mercado.

Atravessando a rua chegamos ao Souq Waqif, a principal medina (mercado) da cidade. O local é lindo e bem cuidado, com uma praça de alimentação com vários restaurantes bons e muuuitas lojas variadas (animais de estimação, móveis, decoração eeeee tranqueiras, muita tranqueira). Embora o local em si seja muito legal pela arquitetura e por mostrar mais a cara cultural do país, não se iluda achando que vai comprar muita coisa não… nesse ponto me decepcionei um pouco, eles ainda não pegaram a mão para fazer souveniers, é impossível achar uma camiseta, por exemplo. Basicamente só comprei 3 lenços de caxemira notavelmente fakes, mas bonitos, e um lápis de olho Cajal (esse é legal, recomendo). A regra é a mesma de sempre: negocie para um lenço de 30 sair por 8/10 QR. Passamos pelo Falcon Souk (mercado de falcões atravessando a rua) e tentamos achar sem sucesso o Al Fanar (mercado de jóias que fica ao lado, teoricamente).

Jantamos no Souq Waqif, por volta das 19:00, em um restaurante marroquino, Tajine, com um cuzcuz muito gostoso, acompanhado de leite de camelo (por via das dúvidas, antes de encarar 17h de voo, não provamos). Passeamos mais um pouco para ver o mercado com suas luzes acesas (e ele fica ainda mais lindo, vale a pena!) e encerramos nosso dia.

Outras coisas que podem ser adicionadas e visitadas, caso haja mais um dia na cidade:

– Passear pela Corniche: é a orla da praia, da qual se vê o skyline. Nós não andamos por lá porque o vento estava quase nos levando embora!

The Pearl island: ilha artificial nos moldes de Dubai, construído em um dos maiores sítios de coleta de pérolas do paí,  por isso o nome. Não faz meu estilo, mas, para quem gosta, vale a pena buscar mais infos. Na orla (Corniche) há uma estátua de uma pérola (nada de memorável como o Merlion de Singapura), então cuidado para não pedir para ir a um local e ir parar no outro!

Imam Muhammad bin Abdulwahhab Mosque e Grande Mesquita (Al Shouyoukh Mosque): mesquitas mais tradicionais, com dress code rígido.

Diwan Al Emire: residencia oficial do chefe de estado. Em frente à Corniche, passamos em frente indo para o museu. É bem bonita e imponente, vale uma paradinha.

Katara: vila cultural com museus, galerias, cafés e restaurantes e um anfiteatro. O local é bastante interessante e ideal para um passeio no final da tarde que já dá pra aproveitar e jantar em um dos restaurantes da região. Parece bem legal para quem quer se sentir no oriente mesmo, fiquei com vontade de ter conhecido.

 

Sobre dress code e regras de comportamento, é sempre bom manter o respeito e evitar decotes e roupas curtas, mas me surpreendi com o caldeirão cultural da cidade: você vê mulheres de burca e mulheres de short lado a lado, sem ninguém achar nenhuma das duas anormal ou lançar olhares de reprovação. Não preciso nem falar né, não seja o turista sem noção que fica fotografando as pessoas sem permissão, especialmente mulheres (e especialmente se você for homem).

Aliás, a sensação é que o ocidente e o oriente se encontram naquele cantinho do mundo em todos os sentidos! A própria arquitetura da cidade reflete essa combinação, com prédios futuristas (parece até um concurso!) de um lado e casas e medinas de arquitetura clássica do oriente médio do outro. Qualquer um dos dois lados parece ter sido construído ontem, tudo é impecavelmente limpo e bem acabado, você até se esquece que está no deserto até tirar os sapatos e pensar “ De onde veio tudo isso de areia?!”.

Enfim, Doha foi uma surpresa bem legal, gostamos muito da cidade e é um stopover que realmente vale a pena!

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