Onde se hospedar na Europa?!? Como locar?!?

Hoje vou falar um pouco sobre as acomodações na Europa!  Vamos focar nos países em que nos hospedamos em dezembro do ano passado (2014): Áustria, Suíça, Itália e Hungria.

Como o propósito da nossa viagem era passar grande parte dos dias turistando nas cidades, procuramos hotéis/hostels/apartamentos/guest houses/ Bed and Breakfast (B&B)  que oferecessem um bom preço e condições aceitáveis de estadia.

E afinal, qual a diferença entre eles?

– Hostels: existem aqueles que só oferecem opções de quartos coletivos (hospedagem de várias pessoas por quarto) e também os hostels que disponiblizam quartos privativos.  Nestes últimos, não notamos qualquer diferença quando comparado a um hotel! E o mais importante: esta diferença também não foi notada de forma significativa no preço!!! Nosso primeiros instinto ao iniciar nosso planejamento de viagem, foi reservar hostels com quartos coletivos, entretanto, pesquisando os preços, percebemos que nem sempre é economicamente vantajoso (parece loucura, mas é verdade!). É claro que se você estiver sozinho, um quarto coletivo será imbatível, mas para duas pessoas o preço do quarto individual sai quase o mesmo preço. Vale a pena pesquisar com cuidado e fazer as contas.

– Guest house: são quartos (suítes) locados por um dono/morador. Geralmente os donos oferecem também café da manha. Tivemos uma ótima experiência nos Guesthouses que ficamos (donos super cuidadosos e receptivos)! Além disso é uma oportunidade super bacana para pegar dicas de locais menos turísticos da cidade, especialmente restaurantes – o que geralmente garante comida boa, tradicional e a um preço mais em conta.

– B&B: muito parecido com o que conheçamos como pousadas. Os cafés da manhã tendem a ser caprichados e os donos simpáticos.

– Apartamentos: muitos dos apartamentos funcionam com hotéis, com portaria 24h para pegar as chaves. Mas preste atenção: quase todos cobram taxa de limpeza adicional de 50-70 EUR por locação!!! Leia muito bem os “detalhes” antes de locar. No apartamento que ficamos, não tivemos que pagar a taxa, mas lavamos a louça, levamos o lixo no incinerador, etc…

Como pesquisar e alugar?

Todos nossos alugueis foram realizados no site “booking.com”, que se mostrou com os melhores preços na época que fizemos a locação. Não tivemos nenhum problema em qualquer um dos 10 lugares que ficamos hospedados durante nossa viagem e, por isso, passamos a recomendar e confiar no site!

Outra vantagem é a facilidade para alugar, sem a necessidade de dar informações pessoais em excesso, e as opções de cancelamento sem taxas (disponíveis para a maioria dos locais). Usamos bastante o recurso de cancelamento durante nosso planejamento – sempre ficávamos de olho e, se algum hostel mais bacana entrava em promoção, cancelávamos o anterior – e não tivemos nenhum problema.

(Atualização-2016) Recentemente, houve a popularização de ferramentas de busca conjunta (agrupadores, como o Trivago, que comparam preço em vários sites de reserva). Essas ferramentas são boas, mas fique atento: nem sempre o site com “melhor preço” é realmente o site com melhor preço, visto que muitos omitem as taxas de serviço, 10% de impostos e outras coisas para ficarem no topo da lista de mais baratos. Novamente, leia todos os detalhes antes de reservar! Continuamos preferindo o Booking pela transparência, possibilidade de cancelamento e pagamento direto para o hotel (na maior parte das vezes).

Algumas dicas de selecionar o melhor custo benefício

– Quanto antes alugar, mais barato você vai pagar!

– Procure por hospedagens com vários comentários (>50) e leia-os.  Faça seu próprio filtro, de acordo com o quer você julga importante.  Mas acredite, se há mais de 5 comentários dizendo que a água do chuveiro não esquenta, ela realmente não vai esquentar!!! Em conjunto com os comentários, avalie a nota geral: locais com nota maior que 8 costumam não terem grandes problemas.

– Olhe no mapa da cidade onde o hotel é localizado antes de reserva, dê preferência para locais próximos ao centro e a metrôs. As vezes é melhor pagar um pouco a mais pela facilidade de locomoção (colocando na ponta do lápis, tende a valer a pena).

– Novamente, leia bem os detalhes da sua locação (se está incluído café, wifi, se há alguma taxa adicional – como, por exemplo, taxa de limpeza ou imposto de cidade-, se o quarto tem banheiro privativo ou coletivo) para não ter surpresas na hora que chegar, ou pior, na hora de pagar!

– Como comentado no post sobre “Como alugar carro na Europa?”, clique aqui para lê-lo, filtre pelos hotéis que tem estacionamento, pois é uma forma boa de economizar um dinheiro de parquímetros ou estacionamento privativo, caso esteja de carro.

– Particularmente, recomendamos locais que ofereçam café da manhã. Parece frescura, mas faz diferença na disposição acordar e tomar um café reforçado. Além disso, você economiza o tempo que gastaria procurando uma padaria ou um café e, economicamente falando, tende a ser bastante vantajoso.

Nossa experiência

Contando um pouco sobre as experiências que tivemos, a Áustria, em geral, apresentou hotéis/hostel aconchegantes. No interior, há um ar mais rústico e o que predomina são as belas paisagens dos Alpes. Já na capital, Viena, os hotéis de redes internacionais são mais prolíferos.

Viena – Ibis Wien City: é um Ibis. A região do hotel (Schönbrunn) é um bairro mais antigo, um pouco decadente comparado com outras regiões, mas apresenta hotéis com excelentes custo-benefício e fica bem perto de atrações (palácio de Schönbrunn) e de metrôs – 72EUR.

Viena – Urban Resort Viena: também localizado no bairro de Schönbrunn, é um dos hotéis, que apesar do nome (resort), não recomendamos. O quarto é limpo, confortável, mas há muito barulho. Uma espécie de bordel “pizzaria” do lado realmente incomoda até umas 02-03.00! – 60 EUR.

Längenfeld – Guesthouse Helga: esse foi um lugar especial. No meio dos Alpes, uma casinha com alguns quartos e uma dona extremamente receptiva. Café da manha típico com música típica e um quarto confortável. Precisa de mais? – 60 EUR.

Bela vista da varanda do Guesthouse de Langenfeld. No fundo, a cerca de 3200m, está a área de ski.
Bela vista da varanda do Guesthouse de Langenfeld. No fundo, a cerca de 3200m, está a área de ski.

Kappl – Guesthouse Garni Montana: encontramos outra austríaca muito receptiva! O vale magnífico combina com este hotelzinho charmoso, que se preocupa com os mínimos detalhes (tocas, algodão, cremes fornecidos gratuitamente) – 50 EUR.

Varanda do quarto em Kappl. Fantástico né?
Varanda do quarto em Kappl. Fantástico né?

Indo para Suíça, concluimos que a fama de país caro para se viajar é bastante verdadeira!  Hotéis bem localizados apresentam um preço elevado e, mesmo os mais simples, também são caros, oferecendo pouca comodidade.

Lucerna – Ibis Kriens : Um pouco afastado do centro, exige um carro. Padrão Ibis. – 103 CHF.

Davos- Apartment Village Solaria: Muito caro (a cidade é cara)! Não é cobrado taxa de limpeza, mas exigem que deixe o quarto brilhando após estadia. Pelo menos teve neve, vide o post aqui – 91 CHF.

Uma bela surpresa acordar e quando ir pegar o carro no estacionamento do apartamento encontrar o mundo branco.
Uma bela surpresa acordar e quando ir pegar o carro no estacionamento do apartamento encontrar o mundo branco.

Ahh, a bela Itália! O país sofre com acomodações bem antigas que realmente chegam a incomodar. Tivemos algumas experiências negativas de hospedagens, mas aparentemente este é o padrão do país.

Bolonha- Hotel Fiera: um hotel low cost, cerca de 5 km do centro (suamos para chegar ao centro, mas deu para ir a pé), mas de fácil acesso. Um cheiro forte de cigarro pode ser sentido nos corredores encarpetados. O quarto, apesar de grande, também cheirava um pouco a bolor. Não recomendo! -41 EUR

Florença – Hostel Plus Florence: neste hostel pode-se sentir uma energia muito bacana! Um belo de um sagão com atividades de entretenimento, tudo muito limpo e organizado. Dividimos o quarto com mais 4 pessoas: não houve barulho nem nada a reclamar.  Faltou apenas privacidade mesmo e um banho para um dos coleguinhas  –  31 EUR.

Siena – B&B La Verbena: Esse daqui é um charme. Casal de donos simpáticos, uma bela vista dos campos da Toscana, café da manhã fora do comum e um quarto muito aconchegante! Ele não fica dentro de Siena (que é uma cidade muralhada), mas recomendo muito ficar nesse local (é bem concorrido no Booking!) – 42 EUR.

Roma – Residence Villa Tassoni: Mais uma decepção da Itália. Hotéis e hostels em Roma são muito caros e então procuramos algum que não ficasse exatamente no meio dos pontos turísticos, mas algo próximo ao metro (10 minutos a pé) e Vaticano (20 minutos). O quarto era extremamente mofado, paredes verdes (e não é exagero!), apesar da boa nota no Booking.  Acho que não demos sorte com o quarto, sugiro tentarem outro – 40 EUR

Veneza – Hotel Al Malcanton: Outra sorte grande! Realmente gostei muito desse hotel. Não começamos muito bem (tivemos que ligar para o dono e esperarmos 15 minutos para ele vir abrir a porta principal), mas depois nos surpreendemos com a limpeza e decoração do quarto – típico estilo antigo italiano, mas de bom gosto. Um bom preço de hotel na ilha e tem uma localização perfeita para se perder pelas ruelas da lindíssima Venice – 49 EUR

Na esquina de nosso hotel, passava esta avenida. Será que tinha barulho?
Na esquina de nosso hotel, passava esta avenida. Será que tinha barulho?

Por fim a Hungria! Budapeste tem centenas de hostels muito bons e baratos no coração da cidade, devido a moeda desvalorizada.

Budapeste – Urban Life Budget Hostel: Boa localização, boa recepção, bom quarto. Tudo o que é necessário para curtir Budapeste! – 46 EUR

Como puderam ver, há uma certa variação de preço e de tipos de acomodação entre os países e entre as cidades do mesmo país. Acredito que quanto menor a cidade, mais aconchegante será o hotel e, então, caso tenham oportunidade, aproveitem as pequenas cidades e vilas fora da rota tradicional! Em geral, não se preocupem, ficamos em hotéis bem baratos e quase todos atenderam nossas expectativas. Novamente, repito que é importante ler muito bem os comentários do Booking antes de locar, realmente espelham o que é o hotel! Boa viagem!

Ah, e ao retornar da viagem, reserve um tempinho para avaliar os hotéis nos quais ficaram, a retroalimentação dos feedbacks ajudarão outros viajantes!  😉

Suíça: Davos

De Liechtenstein, cruzamos a fronteira para a Suíça, indo em direção a Davos. Escolhemos a cidade porque ela estava na direção do nosso destino principal no país, Lucerna, e também porque, por estar em uma região alta, havia boas chances de pegarmos neve.

Chegamos por volta das 17:00, após passarmos por vários campos verdejantes e subirmos uma serra cujas árvores estavam já sem folhas, paisagens que davam uma amostra da famosa beleza campestre suíça.

Ao entrarmos na cidade, a primeira decepção: montes de neve derretendo nas laterais das ruas. Chegávamos pouco tempo após nevar e não veríamos um floco caindo, para minha tristeza (nem eu nem o Rafa nunca tínhamos visto neve caindo e havíamos escolhido Davos para passar a noite porque a previsão do tempo era de neve).

Seguimos para o hotel (não haviam hostels disponíveis), o Apartment VIllage Solaria, que acabou sendo um dos mais caros da viagem (95 francos). Já que estou falando nisso, vou deixar registrado que fiquei inconformada de pagar esse preço e ainda ter que tirar o lixo e deixar o quarto totalmente arrumado e limpo ao sair, hunf!

Após deixarmos a bagagem, fomos procurar algum lugar para comer. A cidade estava quase toda fechada e os poucos restaurantes abertos ofereciam refeições a preços impraticáveis. Decidimos ir ao mercado e comprarmos queijos e cerveja para comermos no hotel. Pagamos um preço ok, mas na hora de escolhermos os queijos nós nos perdemos nos tipos e acabamos escolhendo dois queijos horríveis – um com um cheiro de chulé que faria um gorgonzola parecer perfume e outro que parecia uma mussarela dura. Decepção e mais decepção, fomos dormir com a sensação de dia perdido. =/

Na manhã seguinte acordamos cedo para irmos para Lucerna e, após nos prepararmos para sair e abrimos a porta, surpresa!! NEVE!!!!!!!!!!!! Estava nevando bem fininho, uma mistura de neve fraca com chuva, mas era neve! Todo o frio e toda a programação de irmos para a Europa no inverno se resumia a esse objetivo, ver neve (ok, não era só esse o objetivo, mas confesso que voltaria muito frustrada de não pegar neve)!

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O mundo ficando branco!

Toda a frustração foi recompensada e Davos, que tinha tudo para ganhar o título de pior cidade da viagem, acabou se tornando uma lembrança única. Pegamos o carro e dirigimos até o lago que fica na entrada da cidade. A neve começou a se intensificar até chegar ao ponto de deixar o mundo todo branco. Lá, sozinhos no meio da nevasca, corremos, deitamos e, é claro, comemos neve. De quebra ainda pegamos um típico trem passando a centímetros de onde estávamos, o que rendeu uma das fotos mais bonitas da viagem.

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A neve no Lago de Davos.

De lá, quando a neve estava começando a diminuir de intensidade, fomos para o centro esportivo da cidade, onde é possível patinar no gelo. Estávamos tão entretidos com a neve no lago que acabamos ficando com o tempo apertado e, por isso, não patinamos. Mas demos sorte – olha Davos surpreendendo! – e pegamos alguns minutinhos do time de hóquei da cidade treinando.

Para quem quiser esquiar, a cidade também é uma opção. Há uma espécie de trem que leva os turistas e habitantes ao topo de uma das montanhas e, para o qual, alguns hotéis fornecem passagem de graça ou a preços reduzidos.

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HC Davos