Dicas Cinque Terre

Cinque Terre! Esse pequeno paraíso de edificações coloridas está situada na costa oeste da Itália (costa da Liguria) há apenas 2h30 de Florença ou 3h Milão.

Como seu próprio nome diz, ela é composta por cinco terras: Monterosso, Vernazza, Corniglia, Manarola e Riomaggiore. De maneira geral, Monterosso é a maior delas e possue mais infra-estrutura, Vernazza é a que possuem paisagens mais bonitas, Corniglia é a mais tranquia, Manarola é a menor e Riomaggiore a mais elegante. Vamos às dicas:

Onde se hospedar?

Se o bolso permitir ficar em alguma das cinque terres, minha recomendação seria:

1º – Manarola: possui a melhor costa para entrar na água e nadar, também com diversas trilhas acessíveis que culminam em belíssimas paisagens. É de se levar em consideração que também é uma das mais calmas. A variedade de bons restaurantes, locais para mergulhos e trilhas que dão boa visão da pequena vila foram os fatores determinantes para eu eleger Manarola como minha vila preferida.

Manarola

 

2º – Riomaggiore: não fica muito atrás, um pouco maior que Manarola, também tem locais para mergulhar e descansar nas praias e excelentes restaurantes. Porém sempre está um pouco mais cheia que Manarola.

Riomaggiore

3º – Vernazza: a vila que nos rendeu as melhores fotos de Cinque Terre, trilhas morro acima com paisagens de tirar o folego! Esta terre não é muito propicia para nado.

Vernazza

4º – Monterosso: foi a vila que me hospedei! Tem uma infra-estrutura muito boa, mas não é a que possui as paisagens mais bonitas (sempre que penso em Cinque Terre, penso nas casinhas agrupadas na vertical). É a única que possui uma praia extensa (porém paga).

Monterosso 2

 

5º – Corniglia: a ultima da minha lista (mas deixando claro que cada uma tem seu charme e todas valem a pena a estadia), ela é a mais bucólica, bem menos agitada que as demais e também sem acesso à praia. Em compensação, é a mais alta delas com vistas belíssimas para o mar.

Para quem ficar nas terres e decidir ir de carro, fiquem tranquilos que há estacionamentos disponíveis, grandes e bem visiveis na entrada de cada terre. Os dois dias que passei estacionando em Monterosso me custaram cerca de 30 EUR, o que é compatível com o estacionamento de uma grande cidade, por exemplo.

Já se o bolso não permitir, a sugestão é procurar por hotéis em La Spezia ou Porto Venere. Há uma linha de trem (tópico abaixo) que liga essas cidades até as cinque terres e que demora menos que 20 minutos.

Como se deslocar?

Trem – Há uma linha que liga La Spezia – Riomaggiore- Manarola – Corniglia – Vernazza – Monterosso – Levanto.

Isto realmente é muito pratico, você pode comprar o Cinque Terre Treno MS Card por 16EUR (1 dia) ou 29 EUR (2 dias), enquanto que cada trecho individual custa 4 EUR. Não fique na dúvida, compre o cartão para passar o dia tranquilo e que permite você ficar indo e vindo de terre a terre, conforme o seu gosto. O passe também lhe dá acesso gratuito aos banheiros e wi-fi na estação, além de acesso às trilhas ao redor das terres.

Dica 1: Não é possível comprar o 1 day tour no caixa eletrônico, então vá direto aos caixas com pessoas ou à loja de informações da estação que vendem o passe.

Dica 2: A única Terre na qual o trem não fica muito próximo a cidade é a de Corniglia. Pegue um ônibus gratuito (caso tenha comprado o passe de 1 dia) na saída da estação para evitar 20 minutos de ladeira.

Barco: Uma das boas maneiras de visitar Cinque Terre é pegando um barco. O bilhete pode ser comprado por 35 EUR na marina de qualquer uma das Terres. Uma das grandes vantagens do passeio de barco é o fato de ter uma visão a partir do mar das vilas, isto renderá belíssimas fotografias, além de, assim como o trem, poder se deslocar entre as vilas no horário que quiser. MAS, não conte 100% com este transporte, já que é comum o mar estar agitado e os barcos não fazerem o passeio com parada em cada uma das Terres.

Como podem ter visto, não é uma opção ir de carro para cada uma das vilas. Para os aventureiros, há inúmeras trilhas ao redor das vilas, algumas conectando uma às outras, mas procure se informarem com antecedência sobre quais estão abertas. Consulte aqui: https://www.turistando.in/as-trilhas-em-cinque-terre-italia/

Quanto tempo ficar?

Aqui recomendamos ficar pelo menos dois dias! Mas, como em toda praia bonita, é possível ficar muito mais, acredito que até 5 dias seria interessante para descansar bastante no local.

Dicas gerais

Minha dica é que acordem bem cedo e aproveitem o primeiro dia de viagem para conhecer todas as vilas. Passar um tempo encontrando o charme de cada uma delas e depois desfrutar o restante dos dias na vila que mais lhe agradou.

Em Riomaggiore, logo ao sair da estação de trem, vá por dentro do túnel e sairá logo na rua principal da vila: Via Colombo! Se descer a rua, deparará com a marina e logo a esquerda, com uma deliciosa baia para entrar na agua. Se seguir ainda um pouco mais a frente, chegará a uma praia de piso de rochedos provavelmente com várias pessoas (que mais parecem focas nas pedras) tomando sol.  Vale a pena subir até o Castello di Riomaggiore com belas paisagens! No sentindo contrario, Via Colombo acima, não deixe de conhecer a chiesa di San Giovanni Battista (de 1343!).

Em Manarola, a grande atração é a marina, que é muito linda e um ponto para mergulho. Aah, a água nem é tão fria, dá para curtir numa boa, além de, para quem curte um salto, é possível saltar de diversas pedras com cerca de 5-10m de altura. Também da marina, há diversos caminhos morro acima, de onde se tem acesso a vários bares e restaurantes, além de paisagens da própria vila. Aqui também se encontram os restaurantes mais baratos das terres, com alta qualidade. Recomendo o Marina Piccola, que possui preço acessíveis (10-20 EUR) com uma bela vista do mar e diversidade grande de pratos, desde os pratos al Pesto, até camarões, lagostins e lagostas  deliciosos.

Manarola 2

Em Corniglia, não se esqueça de ao descer da estação de trem, pegar o ônibus (incluso na passagem) até o centrinho. Senti um clima muito mais calmo do que em qualquer outra terre, com a principal rua “Via Fieschi” com diversas gelaterias, lojinhas de artesanato e restaurantes. A cada beco você se depara com um precipício com vista para o mar. Também aproveitem para dar uma passadinha na Igreja de São Pedro de estilo gótico e o Oratoria dos Flagelantes de Santa Catarina.

Em Vernazza, você encontrará uma baía lotada de barquinhos que parecem estar delicadamente arranjados para complementar a bela vista. Se tiver coragem, aproveite para um mergulho! No dia que fui, as ondas estouravam no paredão, mas mesmo assim muitas pessoas se divertiam pegando carona nas ondas para subir mais rápido o paredão. Mas, aqui na vila, o que vale mesmo é subir as trilhas. Uma até o topo do Castello Dorias (fortificação mais antiga de Cinque Terre) e a outra em direção ao Ristorante Bar La Torre na trilha Sentiero Azzurro. Ali você vai encontras a vista mais impressionante de Cinque Terre. Também deixo aqui a dica das Focaccias! Dentre elas a Batti Batti, que por apenas 4 EUR, você come a pizza com pesto, especialidade da região.

Em Monterosso, logo ao sair da estação de trem, se deparará com a enorme praia da Vila Antiga: linda, limpa, grande, porém paga (20EUR por uma cadeira e guarda-sol)! Caminhe à esquerda da estação, passando pelo túnel e chegará no centro da vila. É lá que possui duas prainhas simpáticas, gratuitas, e também várias restaurantes.  Não deixe de conhecer o Mosteiro dos Capuchinhos e a Igreja de San Giovanni Battista (1244). Também, logo ao final da praia gratuita da vila, siga pela trilha morro acima, é garantia de belas paisagens!

Monterosso

 

Outras dicas – Portofino

Para quem quer conhecer mais praias na região, logo ali do lado, a cerca de 1h00 de carro, encontra-se a fina, luxuosa e charmosa Portofino. Impossível ir lá e não se deparar com Ferraris e outros super-carros. Também impossível ver alguma sujeira nas ruas ou paredes desta pequena cidade. Mas tudo tem seu preço né.

É também ao redor de Portofino que se encontram diversas pequenas praia que pareciam excelentes para descansar e passar o dia. Só não espere encontrar areia, o piso é sempre de pedra!

Portofino

Em suma, se você está na duvida se vale ou não a pena tirar 2 dias da viagem para descansar numa praia na Itália, tendo tantas praias maravilhosas no Brasil, asseguro que a resposta é sim! Cinque Terre é uma combinação única de mar azul profundo, casinhas coloridas e bucólicas, gastronomia de primeira e vistas de tirar o fôlego!

 

Capitólio: roteiro de 3 dias

Capitólio, em Minas Gerais, é uma cidade pequenininha em tamanho, mas que se tornou uma referência nacional em eco-turismo. Por ser muito badalada e postada, me perguntava se a cidade realmente era estonteante ou se as fotos que via nas redes sociais eram carregadas de efeitos de cor. Para minha felicidade, posso afirmar que sim, as fotos fazem jus ao local!

Antes do itinerário, algumas dicas:

  • Água de cachoeira é MUITO, MUITO fria. Vá preparado psicologicamente e sem frescuras!
  • Cuidado com as pedras, não abuse da sorte e vista-se adequadamente, especialmente calçados. Presenciamos várias pessoas caindo e se machucando por imprudência e pelo uso de sapatos escorregadios.
  • Se possível, evite os finais de semana. São muitas as excursões que vão para passar 1 dia e simplesmente LOTAM a cidade. A diferença é muito nítida e domingo é o pior dia.
  • As cachoeiras são na cidade, mas não são perto umas das outras (a maioria fica a 30-40 km da cidade), então estar de carro é imprescindível.
  • O condomínio Escarpas do Lago é o local mais badalado para ficar. Eu achei meio longe de tudo. Prefira ficar mais próximo ao centro.
  • A cidade está surfando na onda do turismo, então não espere encontrar nada baratinho.
  • Atenção ao céu! Quando chove nas redondezas, o volume de água das cachoeiras pode aumentar repentinamente, a chamada tromba d’água, um fenômeno comum e muito perigoso.

DIA 1:

Chegamos na cidade por volta das 9:00 e já paramos na ponte do Rio Turvo, de onde saem os passeios de lancha pela represa de Furnas e para os famosos cânions, que são o principal diferencial da cidade. Nossa ideia original era fazemos o passeio de 4 horas de duração, mas acabamos optando pelo passeio mais usual e mais oferecido: o passeio de 2 horas. Ambos passeios passam pelos mesmos pontos, mas o passeio mais curto é mais corrido, com paradas em 30 minutos em cada local apenas. Custo: 70,00/pessoa.

A primeira parada foi a cachoeira Lagoa Azul, a qual pode ser acessada por terra também (nesse caso com direito à visitação da parte superior da cachoeira, a qual é necessário pagar 30,00 – não vale a pena pagar para subir no passeio de barco, cuja duração é pequena – vale mais a pena pagar o acesso por terra em separado e ficar no lindo poço da cachoeira o tempo que quiser). O local conta com um bar e a cachoeira tende a ficar bem cheia. Nota: lemos em muitos blogs que era possível acessar o poço chegando de barco sem pagar a taxa, na cara de pau, mas no dia que fomos, haviam seguranças.

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Lagoa Azul e sua bela água amarelo-esverdeada.

 

A segunda parada foi a cachoeira dos canions de Furnas. Ela é enorme, a mais alta que vsitamos na cidade, mas seu volume de água não é tão grande, o que permite nadar e ficar em baixo dela. Os canions são lindos, com um contraste de cores das pedras amareladas e alaranjadas com o verde esmeralda da água. Infelizmente os canions são bem pequenos, visita-se tudo em menos de 5 minutos. Como já tínhamos visitado os canions do São Francisco (kilometros infinitos de canions), achamos apenas ok.

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De lá seguimos para a cachoeira Cascatinha, na qual não se mergulha. Quando fomos o nível da água estava baixo e não pudemos nos aproximarmos e tomarmos o tradicional banho de cachoeira dentro do barco.

Seguimos para uma passagem rápida pelo vale dos tucanos, um tipo de braço do lago que contem troncos de antigas arvores submersas. Não vimos nenhum tucano rsrs.

A última parada foi um uma espécie de bar flutuante da cervejaria artesanal da cidade, a Scarpas. A cerveja é boa, bebemos um chopp (8,00), mas é uma típica parada apenas para o barqueiro ganhar comissão, desnecessária totalmente. Se alugar um barco para o passeio de 4h, dispense.

O percurso todo durou 2,5 horas (um pouco mais que o combinado) e é bacana. O passeio é o “must to have” de Capitólio, mas nós 4 (meus pais viajaram conosco) achamos que todas as outras atrações de capitólio são muito mais legais.

É possível fazer o passeio em barcos maiores, do tipo Chalana ou Catamarã, mas não recomendamos.. os barcos são muito lentos e levam muitas pessoas (fazendo com que cada parada seja disputada por muita gente).

Saindo de lá, subimos até o famoso mirante dos canions. O local em si não tem nada de especial, um caminho curto até a ponta do mirante, mas a vista é estonteante, digna de cartão postal mesmo!!! São dois locais principais de foto e ambos apresentam sério risco à vida: não tem nenhum tipo de proteção e o solo arenoso é muito escorregadio. Muita atenção com crianças e com o tipo de calçado escolhido!

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Vista clássica do mirante de Capitólio.

Aproveitamos a parada e fomos conhecer a cachoeira Dicadinha, que fica do outro lado da estrada. Esta é uma das poucas cachoeiras gratuitas da cidade e é uma das menos comentadas, mas é simplesmente maravilhosa. Foi uma unanimidade entre nós em termos de surpresa e diversão!! A cachoeira conta com 10 quedas de água e, quanto mais se sobe, menos pessoas vão dividir a cachoeira com você. É possível subir por trilha ou por dentro das próprias quedas. Subimos por trilha (mais fácil, menos escorregadio) até a 3ª queda e de lá subimos pela água até a quarta.  Não deixem de ir!!! É possível, ainda, ir seguindo a água e passar por baixo da estrada, dando novamente no mirante, onde há mais 2 quedas antes do riacho desaguar canion abaixo (atenção novamente!).

Almoçamos no Restaurante Cozinha da Roça, um dos mais tradicionais da cidade. Comida maravilhosa a um preço condizente. Nos hopedamos nos chales do restaurante aqui nas noites seguintes e recomendamos muito (Chalés Cantinho da Roça, disponível no Booking).

De lá, esticamos para a Cachoeira da Filó, cuja entrada é de graça, e fica seguindo em frente, após a Dicadinha. A cachoeira é bonita, com um volume de água grande e um lago escuro. Já estávamos meio acabados, não deu muito ânimo de mergulhar.

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Filó e seu poço de águas negras.

DIA 2:

Acordamos cedo e fomos no famoso Paraíso Perdido. O local conta com banheiros e restaurante e paga-se 35,00/pessoa para entrada (com estacionamento). Funciona das 8-18h.

Lá, visitamos as 3 cachoeiras que compõe a propriedade e são abertas ao público (existem outras rio acima, mas não são recomendadas pelo alto risco de queda). As 3, assim com as demais, estão localizadas no mesmo rio, sendo quedas derivadas umas das outras. O espaço é muito bem cuidado e o caminho é todo indicado por pegadas pintadas em vermelho das pedras.

É possível nadar no poço de cada uma delas, com centenas de peixinhos coloridos. Dá para passar o dia relaxando, saindo e entrando da água. Mas também é possível fazer tudo com calma em meio período, como fizemos.

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Peixinhos belisquentos!
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Terceira queda do Paraíso Perdido. Do lado direito há uma mini-gruta muito simpática.
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Borda infinita no Paraíso Perdido.

Após nadarmos nas 3 quedas, almoçamos no próprio restaurante do local (por kilo) e demos um pulinho na usina de Furnas, em seu mirante, para dar uma espiada nas turbinas.

De lá, resolvemos seguir para a outra propriedade-parque da cidade: a Trilha do Sol. O local também conta com banheiros e estacionamento, além de uma lanchonete. Taxa de 40,00/pessoa.

São 3 as cachoeiras do local: No Limite, Do Grito e Poço Dourado. Entre uma e outra, você fará uma trilha de 4km, com trechos de moderada intensidade e escadarias. Não é difícil, mas é necessário atenção ao calçado e cuidado com crianças e idosos.

A primeira que fomos, por medo de não termos tempo para todas, foi a mais linda: a Poço Dourado. A trilha para descer é estreita e ingrime e, chegando ao fim, há um rio com algumas formações de poços. Quando cheguei pensei: Sério, só isso?! Mas vi uma plaquinha apontando para a esquerda e seguimos. Fomos andando por uma trilha por dentro do rio, com paredões cada vez mais fechados ao nosso redor e muito verde. A trilha em si é o verdadeiro espetáculo! Ao fim, chegamos na cachoeira, bonita e com um poço gostoso para banho. Mas de fato, a trilha e os paredões, a sensação de estar em um pequeno pedaço perdido e intocado de mundo é que dá o toque especial.

De lá, seguimos para a Cachoeira do Grito. A trilha é mais leve do que a anterior, mas conta com uma escadaria grande para descer. Ela é composta de duas cachoeiras, uma acima da outra. O acesso à de baixo se dá por uma uma trilha muito estreita, margeada por um cabo de aço. Ambas quedas são bem gostosas e, entre elas, há um patamar onde é bacana descansar, tirar fotos, etc.

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Cachoeira do Grito, queda inferior.

Por fim, já quase na hora de fechamento do local, corremos para a cachoeira No Limite. Ela é a mais longe de todas, mas a de acesso mais fácil, por uma trilha plana. Ela tem alguns locais que formam banheiras naturais de hidromassagem, é gostosinho, mas confesso que 10 min são suficientes.

DIA 3:

Como era o dia de ir embora, queríamos uma coisa mais light. Decidimos ir até a Pedreira Lagoa Azul. Má ideia. Uns amigos haviam ido e gostado muito, disseram que o acesso não era fácil, mas era ok.

Sumimos, subimos, subimos, por uma estrada que nem é estrada, é só buraco e areia. Um perrengue. Gastamos 1,5h preciosas para chegar. A vista, confesso, é linda. A pedreira abandonada conta com uma lagoa enorme e de um azul espetacular. Infelizmente, haviam alguns carros com som no último e pessoas fazendo churrasco, bebendo, enfim, uma farofa com baderna. Não somos frescos nem nada, mas não ficamos confortáveis e decidimos que não valia a pena ficar.

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Lagoa Azul: bacana, mas não vale a “viagem”.

Frente ao pouco tempo, escolhemos a Cachoeira do Lobo como nossa última parada em Capitólio.

A cachoeira fica dentro de uma propriedade, que conta com uma pousada. Paga-se 35,00/pessoa e há banheiros e um restaurante (achamos caro e com opções de comida muito limitadas). Comparado ao Paraíso Perdido e Trilha do Sol, o investimento não vale a pena pelo que oferece.

O acesso à cachoeira é por uma trilha margeando o rio e leva uns 15 min para ser percorrido. a cachoeira é a mais volumosa que vimos na cidade, com uma queda bem bonita. O poço fica profundo a 2 passos da margem e a água é bem violenta.

Ficamos uns 40 min apreciando a vista e decidimos voltar. Na volta, resolvi ir por dentro do rio, deixando a água me levar. A água encobria as pedras, e fui batendo e me raspando em alguns pontos, mas estava ok. Até que ouço um barulho mais forte de água e pergunto ao Rafa se tinha uma queda à frente. Ele olha, começa a rir (nunca é bom sinal) e confirma. Comecei a tentar sair, mas o rio me puxava muito, fiquei meio desesperada e me arrastei até uma pedra e fiquei esperando o Rafa me salvar rsrs.

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A forte Cachoeira do Lobo

Em resumo, Capitólio vale muito a pena!!! As cachoeiras são lindas, os mirantes são espetaculares e é um programa muito legal para se fazer em 3-4 dias!

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Mais uma vista linda do Mirante!

 

 

Nossos perrengues em viagens

Porque rir é melhor que chorar, selecionamos alguns dos nossos melhores perrengues em viagens!

  1. Namibia – Etosha – “Modelo exótico”

Saímos bem cedo para iniciar nosso dia de Safari no Etosha, depois de algumas horas, decidimos ir em direção ao gigantesco salar ao norte da reserva. Chegando próximo, o estomago do Rafa começou a reclamar. Já adentrando no salar, na única estrada disponível, Rafa diz que era inevitável e decide parar o carro no meio do salar e ir atrás da caminhonete para atender a natureza (nota: descer do carro é super proibido e não recomendável). Rafa lá e eu segurando uma pá, atenta, caso aparecesse algum predador. Eis que surge no horizonte um ônibus de chineses. Um BUSÃO, no meio da savana! Sabe-se Deus como eles locaram um busão pra fazer safari! Que correria, precisava ser finalizado o serviço e ainda por cima pegar a pá, enterrar e lavar as mãos!!! No final, tudo deu certo, os chineses pararam junto ao nosso carro, desceram, encorajados pela nossa presença, tiraram as centenas de fotos e foram embora sem perceber nada (ou não).

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Já que já estávamos fora do carro…
  1. Botswana – Delta do Okavango – “De encontro com os elefantes”

Após observarmos uma família linda de elefantes tomando banho em um lago, seguimos nosso caminho por entre uma estreita trilha em meio a arbustos retorcidos. Eis que nos deparamos com um elefante gigantesco no meio dessa estradinha. Como ele nem dava sinais de se mover, resolvemos arriscar e passarmos do ladinho dele. Bom, ele se moveu. E rápido. E na nossa direção. Rafa começou a dirigir como um louco na estrada cheia de curvas e buracos, com elefante atrás! Eis que depois de uma curva, surge um outro elefante na frente, a centímetros do carro! Só fechei o olho e me imaginei explicando pra seguradora que demos PT em um elefante! Nem sei como passamos, mas passamos.

 

  1. Botswana – Savuti – “Compartilhar e racionar”

Nada como um bom planejamento de viagem para um safari na Botswana. Planejamos em detalhes a lista de mercado e quantidade de litros de combustível necessário. Adivinha? Tava lá a gente no meio da savana, 200km de qualquer cidade, com combustível para 210km, almoçando um quarto de um pão de forma com um resto de Nutella e aproveitando as últimas gotas do nosso galão empoeirado e quente de água…

  1. Botswana – Chobe – “Só mais 10 minutinhos… rally time!”

No Chobe, é obrigatório sair da reserva antes do pôr do sol. Estávamos lá o dia inteiro procurando por algum felino até que, próximo ao pôr do sol, vimos alguns jipes parados ao lado de um mato alto e, de repente, ouvimos um rugido. Fiquei eufórica, finalmente iria ver um leão! Decidimos quebrar as regras, já que tinham outros carros de turismo conosco (levar bronca em bando é mais tranquilo). Quase uma hora se passou, e nada do leão sair do mato, e um guia encostou o carro no nosso e perguntou se também tínhamos reservas noturnas especiais. Obvio que não. A partir daí, foi uma correria, se algum guarda nos pegasse dentro do parque, estaríamos bem ferrados. Resultado: 40 min de rally na savana, no escuro, até chegar a um dos portais da reserva. O carro balançava tanto que foi um milagre termos saído sem um pneu estourado e com os amortecedores intactos. Quando chegamos, Rafa, com a maior cara de coitado, olhou para o guarda furioso e falou que ficou mais de 1 hora atolado em areias profundas. Escapamos de uma!

  1. Suiça – Alpes – “Acima das nuvens”

Saimos de Interlaken com destino a Bolonha, decidimos seguir o GPS. Em um determinado momento, vimos uma placa branca com as bordas vermelhas na estrada e, depois disso, nem uma alma viva. Achamos estranho, mas seguimos em frente. Percebemos que a estrada era sinuosa e estávamos subindo muito, com muita neblina, árvores congeladas e  montes de neve cada vez maiores. Depois de 1h00 dirigindo, a paisagem se abriu e demos conta que estávamos próximos a algum pico, já acima das nuvens! Que paisagem fantástica! Paramos, sem saber se seguíamos ou voltávamos, já quase sem combustível, quando avistamos um carro com um casal de idosos. Eles pararam e nós contamos que queríamos ir para Itália, seguindo GPS. Eles caíram na risada (nunca é bom sinal!). Explicaram que a estrada estava fechada, que era ilegal estar ali e ganharíamos, nos 4, uma bela multa se alguém nos visse. Descemos rapidinho!

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Perdidos, acima das nuvens.
  1. Austria – Sölden – “Esquiando como alemães”

Decidimos esquiar com nossos amigos alemães nos Alpes, depois de uma bem-sucedida jornada de 2 dias nas pistas mais fáceis de ski no Chile. Pegamos o bondinho por uns 10 minutos, montanha acima, todo serelepes. Quando chegamos na pista, bateu o desespero: uma ladeira sem fim, inclinadíssima, e sem bordas de proteção separando a pista do precipício. Na temperatura de -5ºC eu suava de medo a ponte de embaçar os óculos. Como tudo que sobe, desce, criamos coragem e fomos descendo de ladinho. Resultado: depois de uns 10 minutos, perdi o controle do ski e caí, rolei por uns 50 metros tentando me agarrar no que dava até que a namorada do meu amigo me salvou com o snowboard. Olho para as laterais da pista e vi bandeirinhas pretas. Perguntei o significado e nossos amigos começaram a rir (nunca é bom sinal gente, sério) e a pedir desculpas. Havíamos pegado a pista do Campeonato Mundial de Ski.

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A tal da placa preta…
  1. Alemanha – Frankfurt – “Zwei Wasser, bitte”

Para aqueles que pensam que em país de primeiro mundo, não tem roubada…aí é que se enganam. Sábado à noite em Frankfurt, Rafa atravessa a rua do hotel para comprar duas garrafas de água. Na mera inocência, foi pagar a conta de 2 EUR com uma nota de 50 EUR. Consequência? O vendedor sacana me devolveu troco de 8 EUR e afirmou que a nota dada era de 10 EUR. No calor da discussão, surgiram outros 4 caras de dentro da lanchonete e intimidaram-no… bye bye dinheiro.

  1. Cingapura – Cingapura – “Aberto a novas experiencias”

Tá lá a Camila com a brilhante ideia de almoçar em um restaurante indiano de comida compartilhada. Pegou uns molhos super doidos e se empanturrou sem preocupações. Após 50 minutos, em uma das inúmeras lojas grandes da moderna Cingapura, o estomago decidiu rejeitar a comida, é claro. Ela saiu correndo para o banheiro, onde se deparou com o inesperado: na luxuosa loja de uma das cidades mais modernas do mundo, não tinha papel higiênico e nem privada rsrs. Tá aí a experiencia de como ter piriri em um buraco e limpar com um baldinho de água.  😊

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Olha esses baldes… tava na cara né!
  1. Tailândia – Phi Phi – “Mar em caos”

Era um belo dia de sábado, nosso segundo dia na Tailandia. Saindo de Phuket para Phi Phi no tal do “Ferry speed”, um barco grande que é mais rápido. Fomos direto ao segundo andar do barco, que era aberto, onde achávamos que passaríamos nossas próximas duas horas de viagem. Mero engano. Muito espertos, ao entrar em alto mar, vimos que as ondas estavam altas e decidimos descer para o andar coberto. 5 minutos depois desce meia dúzia de turistas encharcados por uma onda que passou por cima do barco. Aí começou a sina, era aquele barco que subia e descia as ondas, balançava de um lado para outro, um cheiro de óleo diesel queimando e água começando a entrar. O capitão acelerava como louco e as pessoas começaram a passar mal. Camila, que nunca fica mal com nada, quase botou as tripas de fora. Para completar, um italiano foi tirar satisfação de como o capitão e os dois quase saíram no soco, um verdadeiro caos. Lição aprendida: tomar dramin antes de entrar em qualquer barco.

  1. Tailandia – Phi Phi – “Rafael em caos”

Mais uma do estômago dele, para variar. Após um delicioso café da manhã na praia de Long Beach, precisávamos pegar um barco de 10 minutos até o centro de Phi Phi. Ao nos acomodarmos no pequeno Long Tail, o estomago dele começou a “reclamar”. Não fazia nem 30 segundos que o barco tinha saído e o desespero batia na cara da pessoa, precisava descer urgentemente. Não houve opção, teve que segurar até a chegada no centrinho. Ao descer do barco já me alertou: “Espere aqui”, e em questão de segundos já perdi ele de vista. Tempo passa e eu já desesperada, sem saber se ia ou ficava, chamava polícia ou bombeiro, quando ele aparece, todo pleno, contando do banheiro maravilhoso que encontrou em um hotel 5 estrelas…

  1. Oceano indico – “Na Primeira classe”

Estávamos sobrevoando o oceano indico, após mais de 30 horas de viagem, e o café da manhã foi servido. No momento que as bandejas foram retiradas, novamente ele, o Rafa, teve uma dor de barriga bem no momento em que havia uma fila de umas 20 pessoas no banheiro. Naquele desespero, branco igual papel, vi ele abordando uma aeromoça e gesticulando. Esse foi o passe dele para a Primeira Classe do gigante Airbus A380: ganhou entrada VIP ao banheiro exclusivo.

  1. Oceano Atlantico – “Elevador”

Voltando de Portugal, há cerca de 2-3 horas da costa portuguesa, viajava sozinho na minha fileira de assentos. As bebidas acabaram de ser servidas, quando de repente uma taça de vinho é arremessada em minha direção por uma moça na minha diagonal após uma inesperada turbulência. As aeromoças correndo pelo avião para se sentar, o negócio ia ser feio. Depois de três quedas de cerca de 10 segundos cada, 8 ave marias, 2 Pai Nosso e gritos assustados, o avião voltou a ficar estável e o piloto se desculpou pela turbulência inesperada. Ao olhar o computador de bordo, percebo que perdemos cerca de 3.000 metros, uma bela de uma queda.