Botswana: roteiro e dicas (parte I – Moremi)

Botswana é provavelmente o país mais exótico que já visitamos e, com certeza o país mais desafiador em termos de planejamento e de viagem na prática. Mas vale muuuito a pena!!! A proximidade com os animais que os parques do país propiciam é surreal, mágico!

A desconhecida Botswana (ou Bots, para facilitar) está encurralada entre África do Sul, Namíbia, Zâmbia, Zimbabue e tem grande parte de sua área dominada pelo famoso deserto do Kalahari, o que coloca este país na lista dos 10 países com menor densidade populacional do mundo! Após séculos de domínio britânico, o país, com 50 anos de independência, vem caminhando na direção certa e despontando como referência de crescimento sustentável na África. Infelizmente, entretanto, o país luta para aumentar sua expectativa de vida, já que 1 em cada 4 adultos possuem AIDS.

Durante os 5 dias que estivemos lá, nos sentimos super seguros (é realmente muito tranquilo) e nos surpreendemos com a diversidade de paisagens e com proximidade com os animais. Nos deparamos em grande parte do país com uma vegetação amarelada e rala (a típica imagem de savana), mas ao chegarmos nas proximidades do famoso Delta do Okavango, a vegetação muda drasticamente, com uma explosão de verde e de vida.

Pergunta frequente entre os amigos: Qual bicho vimos na Bots? Centenas de búfalos, girafas, hipopótamos, elefantes, pássaros e vários (váááários) tipos de antílopes.  Muitas zebras, ghinus e chacais. 15 leões, 1 leopardo e 3 crocodilos. O que não vimos? Rinocerontes e guepardos (mas vimos na Namíbia, felizmente).

É mais legal que o Etosha (Namíbia)? É diferente. O Etosha é um parque “fechado” e monitorado. Os animais ficam mais aglomerados e seus domínios são bem conhecidos, o que torna a tarefa de encontra-los mais simples. Entretando, na Bots você pode explorar centenas de caminhos e ter encontros cara-a-cara com os animais… você literalmente está em território selvagem e vai passar horas e horas sem cruzar com outro ser humano, é muuuito mais emocionante.

Como planejamos nossa viagem com quase nenhuma informação? Descobrimos um fórum de pessoas que fazem self-drive na África que foi nossa salvação (use e abuse, o pessoal é bem colaborativo): http://www.4x4community.co.za/forum/forumdisplay.php/169-Botswana

Falando sobre nossa experiência, entramos de carro pela fronteira Mamuno (próximo à Gobabis) e no mesmo dia seguimos para Ghanzi (onde trocamos dinheiro e almoçamos no Halahari Arms Hotel). Visitamos o craft center da cidade, mas a visita durou 5 min, já que o local é composto por uma única e minúscula lojinha.

Dica 1: para atravessar a fronteira de carro é necessário uma permissão da sua locadora de carro por escrito, seu passaporte, o pagamento de uma taxa de 30USD/pessoa + 230 BWP/carro e um formulário que preencherá quando chegar na fronteira. Reserve cerca de 40min para atravessar e guarde os papeis que receber, pois eles serão necessários para deixar o país!

Dica 2: preste MUITA ATENÇÃO nas placas de velocidade, é bastante comum a polícia estar escondida em estradas no meio do nada com um radar. Muita atenção também com as vacas e cabras na pista… elas são criadas soltas, nas estradas! Um perigo!

Dica 3: é possível trocar dinheiro em Ghanzi, em qualquer banco da cidade (que é muito, mas muito pequena). Trocamos dólar por Pula no Barclays Bank em uma conversão razoável. Também há ATMs para retirar dinheiro.

Seguimos de lá para Maun e, no caminho, fizemos uma para rápida para ver o lago Ngami (descoberto em 1849, sumiu e reapareceu em 2000! Mas ou não achamos o lugar certo ou é só um laguinho regular mesmo…). Aqui vale pontuar a necessidade de ter o app T4A para andar pelo país (como dissemos aqui), uma vez que as sinalizações dos pontos “turísticos” é inexistente. Paramos também na vila D’Kar, que tem uma galeria de arte dos Bushmans, mas o local ou estava fechado para almoço ou não existe mais, pois no prédio só haviam cabras pastando.

 

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Ngoma Lake… sem comentários.

 

Maun, por sua vez, é o ponto de entrada do Okavango e parada fundamental para abastecer o carro com comida e combustível. Tal como todas as cidades que visitamos na Bots, ela é minúscula e com poucas opções de comida e hospedagem.

A partir deste ponto, não será possível encontrar mais nenhum mercado ou posto até Kazane, na outra ponta do delta! Planeje-se para não ter que racionar comida no meio do caminho (true history! Comemos uma fatia de pão com geleia cada um por 3 dias) ou ficar sem combustível no meio do nada.

Resumidamente (detalhes abaixo e no post II), de Maun, passamos dois dias explorando a região mais abundante de água da Botswana: o Moremi. Seguimos no terceiro dia para o selvagem Khwai e, de lá, para o Chobe, passando o dia na famosa região árida do Savuti e dormindo no vilarejo de Muchenje. De lá passamos os próximos dois dias explorando o coração do parque nacional Chobe e seus lindos Baobabs. Nota: o nome e localização das regiões dá um nó na cabeça ao longo do planejamento, visto que algumas são sub-regiões dentro de outra.

Cinco dias foi um tempo ideal? Definitivamente não, gostaríamos de passar mais tempo no Savuti e no Moremi, programe ao menos dois dias em cada! Também gostaríamos muito de termos passamos pelo famoso salar Nxai, o coração do Kalahari! E, se o orçamento permitisse, visitarmos a ilha dos leões nadadores (Duba plains) na qual só se chega alugando um avião.

Abaixo vamos detalhar e descrever nossa passagem por cada uma das macro regiões citadas acima (para a distinção do que foi feito dia-a-dia, acesse este post).

Dica 4: Pare os outros viajantes ao longo do caminho para trocar informações sobre o que viram em cada lugar, desta forma as chances de encontrar o bicho que está procurando é potencializada. Infelizmente, os guias turísticos na Bots, em geral, não foram nem um pouco legais conosco e não nos forneciam informações, sendo bem grosseiros (ao contrário da Namíbia). Felizmente duas guias, mulheres, foram muito gentis e tiraram esta má impressão.

MOREMI, a região mais exuberante do Delta do Okavango

Entrando pelo portão sul do Moremi (sim, as reservas tem um portão, embora não tenham cercas. É necessário parar e pagar uma taxa que gira em torno de 300 BWP/pessoa), explore toda a região das Black Pools (use o App T4A e mapa físico (MapaBlackPools)).

Nesta região, cheia de poças de água (daí o nome), vimos uma família muito grande de elefantes atravessando o rio e brincando na lama, além de muitos hipopótamos, girafas e zebras.

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Sem filtro, as cores da África dispensam efeitos…
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Sim, ele ficou atolado e precisou de ajuda para sair.

Também visite a região da Xinii lagoon, onde vimos algumas girafas, búfalos (pela primeira vez na viagem, não havíamos visto na Namíbia!), zebras, guinus e antílopes. A região também é conhecida como um território de leões, mas não demos sorte.

Seguindo em direção ao norte do Moremi (idealmente dormindo no 3rd Bridge Campsite ou no Xakanaka Campsite – coisa que não conseguimos), passe pelas pontes do parque. São elas a 1st Bridge, 2nd Bridge e, a mais famosa, a 3rd Bridge. A região desta última é rica em vida animal e a passagem por esta ponte, que na verdade é inundada, é icônica e divertida (pode ser funda demais para um carro sem snorkel, pare na entrada do parque que há na ponte e pergunte como estão as condições). Deu uma emoçãozinha atravessar a ponte e ver a água chegando no capô, meio desesperador…

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Típica foto “depois que passa a gente ri”…

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Um pouco mais próximo da  3rd Bridge, há o Bodumatau Loop, que também é muito recomendado devido a uma vasta vida animal, mas enfrentamos algumas dificuldades de travessias e acabamos desistindo (deu medo de ter que pagar um carro novo)  e o Lion Pan.

Ainda no Moremi, também tivemos a oportunidade de andar das pequenas canoas de madeira tradicionais, conhecidas como Mokoro, ao longo dos canais apertados do delta do Okavango. A beleza dos canais é fantástica, cheio de vitórias-regia e flores submersas, além de um silêncio penetrante e, em parte, de uma tensão constante pelo medo de batermos em um hipopótamo. De fato, tivemos um grande susto com um hipopótamo, que surgiu a poucos metros de nós bem no momento que nosso guia nos falava que não havia hipopótamos em canais tão apertado como aqueles. Resultado: 20 minutos aguardando o animal mais letal para humanos da África se afastar. Para nossa decepção foi nosso único hipopótamos das 2 horas de passeio… demos muito azar! Nosso guia ficou até meio chateado e fez um colar de Vitória Régia para a Ca.

Vale a pena? Eu achei que sim, a Camila que não… como já disse, é uma questão de sorte. Local recomendado para Mokoro é Mboma Boat station (contato mboma@mankwe.com).

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Colar de consolação… a vista vale a pena, mas, na dúvida, contrate o tour de 1 hora apenas.

Seguindo para o norte do Moremi, passamos pelas Hippo Dombo Pools. O local tem uma plataforma de madeira que foi construída na beira de uma enorme represa para observação dos hipopótamos. Acredito que havia uns 30-40 amontoados no lago, além de outros espalhados. É um lugar interessante para relaxar e ver os hipos que não havíamos visto no nosso Mokoro.

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Hippos

Saindo de lá, a Camila, que estava louca para ver algum felino (já estávamos fazendo safari a 2 dias e nada de gato nenhum), começou a concluir com veemência que, se uma plataforma foi construída ali, era sinal que não haviam felinos na área, afinal, era uma área onde as pessoas eram autorizadas a descer do carro e ficar passando o tempo. Adivinhem: a menos de 300 metros vimos um leopardo afiando as unhas ao lado da estrada! Detalhe: eu já estava abrindo a porta para descer a ver a profundidade de uma passagem de água que teríamos que cruzar…. ooo boca!

 

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Nosso primeiro felino na Bots!

 

Highlight da região: sem dúvida foram os elefantes e o seu (não tão agradável) hábito de permanecer no meio das estreitas estradas de terra. O resultado disto foram duas perseguições na tentativa de passar ao lado deles na estrada!  Foi lá que descobrimos que elefantes podem chegar a 40km/h e passamos um assustador momento de “F****, o elefante vai passar em cima do carro”.

Dica 5: para passar trechos alagados, saia do carro e veja a profundidade antes de tentar passar. Veja também se tem trilho de outros carros. Não vá na sorte! O seguro não cobre isto e se ficar atolado, pode demorar algumas horas até passar outro carro. Sempre há uma rota alternativa! Aah, e sim, vimos carros atolados em rio e não, não tínhamos como ajudar.

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E o medão???

CONTINUA NO POST II (aqui), COM DETALHES SOBRE KHWAI, SAVUTI E CHOBE!

Botswana: roteiro e dicas (parte II – Savuti, Chobe e Khwai)

Continuando a detalhar nossa passagem pela Botswana (cujas dicas gerais de organização da viagem você encontra aqui e a primeira parte do relato, que descreve a região do Moremi + dicas gerais sobre o país, você encontra aqui)

KHWAI, uma região que requer coragem

O Khwai é uma região ao norte do Moremi, pertencente à uma pequena comunidade de mesmo nome. Tal comunidade foi autorizada a administrar um camping (que fica na beira do rio Khwai, 16 km distante da comunidade), o Magotho Khwai Development Trust Camp . Infelizmente ficamos muito pouco tempo nesta área, mas foi o suficiente para muitas emoções. A travessia no Rio Khwai foi ainda mais profunda que a da 3rd Bridge, prendemos a respiração! Estávamos tão tensos com a água chegando quase em cima do capo, que até esquecemos de registrar isto.

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Travessia no Khwai

O camping em si é muito rústico, não há absolutamente nenhuma estrutura, sem banheiro e sem recepção, você apenas chega lá, para seu carro no camping pré-agendado e dorme em meio aos animais sem nenhuma cerca ou proteção. Pela proximidade do rio, recebemos a visita de muitos hippos urrando a noite e springboks na região. Também tivemos a impressão de ouvirmos os latidos dos wild dogs a noite, mas não conseguimos ver.

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Fazem um barulhão a noite…

A região é bem bonita, com muita vida ao longo do rio, mas tivemos muitas dificuldade de achar referencias sobre o que fazer na área e, por isso, após ~3 horas de safari, decidimos seguir para o Savuti, no Chobe.

Dica 6: ao acordar cedo ou sair de sua barraca a noite, aponte a lanterna nos galhos das árvores (leopardos ficam nas árvores) e veja se não tem nenhum olho próximo a você!

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SAVUTI, o GOT da vida animal

O Savuti é a região mais árida que visitamos na Botswana, se parecendo muito com a imagem de savana que povoa nossas mentes. Não é para menos: diversos programas sobre a vida animal foram gravados aqui. Atualmente, a NetGeo está gravando aqui o programa Savage Kingdom, que conta a história dos bandos de leões, leopardos, wild dogs e hienas, fazendo uma analogia com a série Game of Thrones (GOT).

O território é lar de um dos mais icônicos pride de leões do mundo, o Savuti Lion Marsh Pride. Eles são uma família incrível, que desenvolveu a habilidade única de caçar elefantes! Isto mesmo, elefantes!!

Nesta área, optamos por entrar pela rota seca (a Marsh route, muito mais legal, estava alagada e ninguém estava recomendando ir por lá). Passamos pela “Leopard Rock”, antigo lar de uma família de leopardos expulso de seu território de maneira brutal pelos leões.  Seguimos para Marabou Pan e Rhinovlei waterhole.  Lá vimos diversos Ghinus, gigantes elefantes, algumas girafas e famílias de zebras.

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Próximo ao Leopard Rock, na região da Motsibi Island, eis que encontramos o que estávamos tão avidamente procurando: uma grande leoa.  Qual não foi nossa surpresa quando notamos que ela não era uma leoa comum, mas sim a RAINHA do Savuti, conhecida como Matsumi (https://www.youtube.com/watch?v=77u5-l5p7Y8)!!!

Poxa, mas como você tem certeza?! Ela tem uma cicatriz em forma de X muito característica na pata traseira direita. Qual a chance de não ser ela?

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Matusumi, the queen of Savuti!
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Atenta, vigiando o jantar (Ghinus). Lindona!
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Pertinho… Antes de percebermos que ela era ELA!

Ficamos quase uma hora paradinhos, literalmente a 10 metros dela, observando-a vigiar  com os olhos atentos um bando de Ghinus, deitada ao lado de uma carcaça de búfalo e dezenas de ossos de elefantes. A cerca de 1km dela, também estavam uma família grande de elefantes e cerca de 50 zebras. Quem será que seria sua janta??? Não descobrimos, por que tivemos que seguir viagem para o norte, uma vez que não tínhamos camping naquela região. 😥

O Savuti é uma região especial, muito selvagem e inóspita, que valeria a pena ficar mais tempo para explorar os caminhos da Marsch Road. Atenção especial aqui à estrada, que exige 100% do tempo o uso do 4×4, não dê bobeira ou ficará atolado nas areias fundas do Savuti (e isso estamos falando sobre a rota seca!).

CHOBE, o aguardado encontro com os Baobabs e os leões

O caminho do Savuti até o Chobe não é nada agradável, muita areia e muito buraco. O interessante é que ao nos aproximarmos das vilas de Kavimba e Muchenje, começaram a aparecer os majestosos Baobabs! Este era um must have da viagem à África, mas estávamos começando a ficar preocupados em não ver nenhum. Na Namíbia, cruzamos o país de norte à sul e de leste à oeste e nada! Mas no Chobe são centenas, lindos, majestosos!

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Lindo o imponente, nosso primeiro Baobab da África!

Ficamos no camping da vila Muchenje, que fica a 10 minutos de uma das entradas da reserva (Ngoma Gate) e recomendamos muito o camping. Além de ter um Baobab, há um píer sobre o rio que forneceu uma das mais belas vistas do por do sol na África (que sim, é espetacular).

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A janta foi macarrão, pela décima vez, mas bem acompanhado!

Sobre o Chobe, as estradas principais, com mais vida animal, circundam um grande rio. Especialmente próximo ao Ihaha Camp, Serondela e na entrada próxima à Kazane a vida faz seu show. Vimos muitos animais nessa área, incluindo a maior horda de búfalos na viagem (200?300?), vários filhotes de chacais brincando, hippos pastando, 3 crocodilos, um bando simplesmente gigantesco de elefantes (100? 200?) e … (tandam) um bando de 14 leões!

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A explosão de vida no Chobe

Ufa, no último dia de safari, quando já estávamos considerando nem sequer entrar novamente no parque, resolvemos dar uma passadinha e fomos agraciados com o fantástico bando a menos de 3 metros do nosso carro! Ficamos das 8:00-9:30 só lá, parados, extasiados, assistindo o bando composto por 3 leoas adultas e enormes e seus 11 filhotes adolescentes. Um verdadeiro presente!

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As 3 leoas-mães. Pega esse olhar!
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Leões, leões e mais leões!
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Momento “Fecha o vidro e liga o motor desse carro!”
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Olhem e aprendam…
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Felicidade define ❤

Dica 7: pergunte para o pessoal do parque e para guias turísticos qual a área dos leões. Como um bom felino, ele costuma ter a rotina de ir ao mesmo local todo inicio de manhã e final de tarde, antes de se recolher para o sono diário.

Aproveite o calor do meio do dia para aproveitar e almoçar em Kazane. Alias, é nesta área que voltamos a encontrar mercados e posto de combustível (estão abrindo um posto em Muchenje). Conforme relatado acima, não saia de Maun sem no mínimo 120L de combustível!

Do Chobe, após finalizamos nossa viagem com chave de ouro (o bando de leões sem dúvida foi o ápice da Botswana), saimos de volta para a Namíbia a partir do Ngoma Border em rumo ao Caprivi (onde não paramos para fazer safari, apenas passamos).

 

EM RESUMO, foram dias de muita aventura (perseguição dos elefantes), muita tensão (travessias de rios fundos), muita excitação (Matsumi em posição de caça e o bando de 14 leões), um pouco de medo (wild dogs e hipopótamos fazendo barulho a noite no Khwai), um pouco de fome (não aguentamos mais macarrão e pão com geleia) e muita satisfação de termos conhecido este país tão selvagem. Tantas paisagens bonitas habitadas por pessoas que ainda sofrem tanto, cuja falta de infra-estrutura impressiona (casas parecem ocas), mas que são orgulhosos de seu país e estão vendo no caminho da conservação do meio ambiente um futuro estável e promissor. Sem dúvida recomendamos esta visita para os mais aventureiros que queiram realmente uma imersão no mundo selvagem!

 

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Simplicidade e beleza de uma vila na Bots.

 

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OBRIGADA BOTS!

 

 

Dicas mochilão Namíbia e Botswana

Planejamento é a palavra de ordem para um mochilão  pela África, especialmente se você pretende sair da rota tradicional e/ou ir de forma totalmente autônoma (sem guia, sem agencia, sem tours comprados), como foi o nosso caso.

O planejamento desta viagem foi, de longe, o mais complicado e “estressante” por dois motivos: 1) a falta de informação atualizadas em blogs (português e inglês), já que poucas pessoas fazem mochilão pelos países que escolhemos (embora tenha uma enxurrada de alemães), o que gerou muita apreensão e aquela sensação de “Será que estamos deixando passar alguma coisa muito legal?” ou “Será que estamos realmente prontos para entrar de cabeça nessa loucura sem suporte algum?” e 2) a pouca antecedência que tivemos para planejarmos e fecharmos tudo – aprox. 3 meses- uma vez que descobrimos que os campings mais bem localizados se esgotam com 9 meses de antecedência (nossas reservas foram todas consideradas last minute schedule pelos campings que nos aceitaram)!!!

Por isso, separamos, abaixo, as principais informações em alguns tópicos:

Para onde ir e quando ir?

A África é, obviamente, muito diversa (infelizmente pouco aprendemos sobre o continente e sua rica história na escola). A escolha do(s) país(es) a se visitar deve ser baseada no foco da viagem. Desta forma, se você quer começar por um país diverso, que ofereça boas opções de hospedagem e com atrações que variam de safaris à visita à vinícolas, a África do Sul é a melhor escolha. Se você quer safari puro, a Tanzânia e Botswana são muito ricas em vida animal. Já se está afim de pegar uma praia, Madagascar é fenomenal, mas se curte cachoeira e belezas naturais, vá de Zâmbia/Zimbábue. E estes são só os destinos óbvios…

Nossa viagem foi motivada por um sonho de infância (Camila) de fazer um safari na África. Entretanto, como faríamos uma viagem longa, de quase 20 dias, optamos por escolher um país com diversidade de paisagens e atividades, mas queríamos um país um pouco mais “fora da rota” que a África do Sul. Então, após muita pesquisa, encontramos a magnífica Namíbia. E, sem dúvida, não nos arrependemos. Não vou me estender aqui, para ver mais sobre nossa passagem pelo país e suas lindas paisagens, clique aqui, aqui, aqui ou aqui.

Já a Botswana entrou no roteiro pela proximidade com a Namíbia, por ser um dos melhores países para fazer safari e por ser um destino ainda mais exótico e louco para um mochilão. Para ler sobre nossa aventura na Botswana, clique neste post (parte I) e neste post (parte II)

Especificamente para estes dois destinos, a melhor época do ano para ir é entre junho e outubro. Estes meses são os meses secos na região, o que faz os animais se aglomerarem em torno das poças e lagoas e, consequentemente, torna a tarefa de encontra-los muito mais fácil.

Alugando carro para o self-drive (e porque vale a pena)

Para fazer uma viagem sem guia, você certamente precisará de um carro, uma vez que o transporte público na Namíbia e, ainda mais, na Botswana é praticamente inexistente. A escolha do carro deve levar em consideração o roteiro: para a Namíbia , um carro comum dá conta do recado, mas para a Botswana um 4×4 é imprescindível.

Outro ponto a ser considerado é o estilo de hospedagem. Se você locar um carro comum, precisará ficar em hotéis/lodges, que não são muito numerosos na Namíbia e exorbitantemente caros na Botswana. É claro que há a opção de campings, mas, locando um carro comum, será necessário locar/levar equipamento de camping (e dormir em uma barraca no chão é uma experiência que eu não recomendo… dormimos em campings cercados e formos diversas vezes acordados por animais ao redor do carro.. dormindo no chão, essas visitinhas seriam assustadoras). Já os 4×4 oferecem a opção de acoplamento de uma tenda de teto + todo o equipamento de cozinha/limpeza/camping necessário. A barraca de teto é muito fácil de montar e desmontar (leva-se em torno de 10 minutos), é bem confortável e mais segura. Além disso, em um self-safari, quanto mais alto o carro, melhor a visão dos animais. Esta foi a opção que escolhemos e recomendamos muito fortemente.

Locamos uma Ranger 4×4 ano 2015, cabine simples, e ela deu conta do recado muito bem, adoramos! Entretanto, se o budget permitir, alugue uma caminhonete com cabine dupla. Parece bobagem, mas com uma cabine dupla, você pode deixar as malas, cooler, itens de higiene, etc com fácil acesso e, não menos importante, limpos! Deixando na traseira da nossa cabine simples, tudo ficava, ao fim do dia, com uma camada de 2 dedos de terra… tudo fica absurdamente sujo (até nosso sabonete ficou encardido depois de 3 dias de viagem… surreal!).

ONDE LOCAR?

Escolher uma locadora não é uma tarefa fácil e demanda muita antecedência. Há, claro, as locadoras de rede, como Hertz, mas o preço é fora da realidade, além de que lemos muito relatos de pessoas que locaram 4×4 e receberam 4×2! Desta forma, o mais comum é a locação com agencias menores, de Windhoek. Para fazer um bom negócio e evitar golpes, veja as recomendações/avaliações das empresas em sites como TripAdvisor e Lonely Planet. As que lemos bons comentários e vimos muitos carros ao longo no nosso caminho são: Namíbia Car Rental, Asco Car Hire, Savanna car Hire, Caprivi Car Hire, África-on-wheels e Aloe Car Hire. Nós locamos pela Okavango Car Rental, que tinha bons preços (~100 EUR/dia) e são super profissionais. Eles nos pegaram no aeroporto, nos deram algumas dicas de estradas (revisaram nosso roteiro conosco por quase 2 horas) e possuem um sistema GPS que nos forneceu mais segurança, já que nos monitorava 24h/dia e, em caso de ficarmos parados por muito tempo em um local pouco turístico ou fora no nosso roteiro, eles nos ligariam para sabermos se estávamos bem, além de nos darem outro carro dentro de 24h se o nosso apresentasse problema.

 

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Nossa casa na África!

 

Qualquer que seja a locadora e o carro, é importante observar algumas coisas: equipamentos de camping completos devem estar inclusos ou disponíveis para locação(idealmente, todos os itens básicos de cozinha + fogareiro + botijão de gás + pá + vassoura), disponibilidade de um galão de água de 40L (para lavar os utensílios de cozinha e tomar banho ocasionalmente), disponibilidade de galões extras de combustível (Jerry Can – essencial para Botswana), pneus extras (saímos sem nem um pneu furado, mas isso é raridade por lá), colchonete + sacos de dormir (sim, faz frio na África) + travesseiros + cooler. Idealmente, alugue em separado um frigobar… é muito útil para deixar água fresca – o cooler e nada é a mesma coisa no calor).

Converse bem e veja de antemão qual o modelo do carro e quais são as entradas de mídia e carregadores que ele comporta (USB ou 12V; Bluetooth ou MP3). Aprenda a usar o 4×4 no Youtube e como dirigir em terrenos arenosos.

Ainda, escolha com muita atenção o seguro do carro que deseja fazer. São várias as opções e basicamente funciona como no Brasil: quanto menor o valor, maior a franquia. Leia atentamente o contrato, pois várias situações o seguro não cobre (como ataque de animais e qualquer dano aos equipamentos de camping). Esclareça em detalhes qual o valor a ser pago por cada item fora do seguro. Coloque tudo isso na ponta do lápis, já que algumas locadoras mais baratas no fim, com a adição de todos os itens e seguros, pode sair mais cara. Pegamos o seguro mais básico com a franquia mais alta mesmo (acho que vale o risco) e contratamos e recomendamos seguros para pneus e vidros também, já que são bem em conta e evita dor de cabeça.

Para Botswana, além de reforçar a necessidade de galões extras de combustível, se seu budget permitir, alugue com carro com “snorkel”. Esse tipo de carro pode atravessar rios e pântanos sem estresse.

Outra dica: veja a disponibilidade e preços dos carros antes de comprar a passagem aérea. Nós olhamos em todas as agencias citadas acima e só 2 ainda tinham caminhonetes disponíveis. Poderia ter sido um desastre comprarmos a passagem e ficarmos sem carro (consequentemente sem local para dormir).

 

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Poeira acumulada após um dia estrada. Empacotar tudo é essencial.

 

GPS e mapas

Para nos guiarmos durante a viagem, pesquisamos muito sobre a necessidade de comprarmos um GPS off-line x irmos apenas com Google Maps off-line x mapas de papel. Optamos com fazer de tudo um pouco e acertamos na mão.

Na Botswana é fundamental ter o app do GPS Tracks for Africa (T4A). Este aplicativo é voltado especificamente para as trilhas e estradas de terra da África e é constantemente atualizado. Ele vai te ajudar (e muito) a planejar o seu roteiro (o tempo fornecido de deslocamento entre cada local/atração é confiável). O Google Maps não tem as reservas mapeadas, então utiliza-lo na Bots é problema na certa. Nem sempre a rota do T4A vai te desviar de passagens de rios fundos, então fiquem alerta! Se não tiver marca de trilha (outros carro passando anteriormente), não se atrevam! Olhem no mapa e percorram uma trilha alternativa.

Já na Namíbia, é possível tranquilamente apenas utilizar o Google Maps fazendo download do mapa off-line anteriormente ou mesmo comprando um chip e utilizando-o online.

Em ambos os casos, para a locomoção dentro dos parques nacionais e reservas, o mapa de papel fornece uma ajuda bem vinda. Parece arcaico e ultrapassado, mas os mapas nos ajudaram, especialmente quando o Google e o T4A apontavam caminhos opostos. Os melhores mapas são os Shell Maps (do posto mesmo) e os mapas vendidos nas reservas (estes dando informações do território de cada animal). Como não queríamos gastar grana com isso, já que são em torno de 50 reais cada, fuçamos na internet, encontramos e imprimimos os mapas.

Reservando os campings e/ou lodges

A reserva dos campings foi, de longe, a parte mais estressante do planejamento desta viagem. Para conseguir vaga nos melhores locais (que ficam dentro dos parques e tem vagas limitadas pelo governo), é necessário a reserva com 6-9 meses de antecedência. Na Botswana então, praticamente impossível conseguir vaga por conta própria (isso se deve ao fato de muitas agencias de turismo reservarem todas as vagas para irem vendendo para seus clientes).

Fiéis usuários do Booking.com, ficamos perdidos quando notamos que não havia nada de camping no site. Como locar? Pelo caminho longo: busca no Google, encontra alguns campings na região, encontra o site do camping, manda e-mail, espera 3-5 dias pela resposta, paga dando o número do cartão e a chave de segurança (o que é assustador, mas funciona.. o pessoal é bem honesto. Alguns bancos já oferecem o cartão virtual, que você ativa no app para uma compra única, o que é bem legal!).

Para facilitar um pouco a vida (ou não), todos os campings dentro dos parques nacionais da Namíbia são operados pela mesma empresa, a NWR (www.nwr.com.na). Pelo site deles é possível ver a disponibilidade, reservar e pagar com 1 clique. Entretanto, é muito difícil achar vagas, visto que as agencias reservam grande quantidade. Após muito fuçar na internet (e totalmente a contragosto), achamos o site de uma dessas agencias, a Cardbox (http://www.namibian.org), voltada para mochileiros. Fomos extremamente bem atendidos por email pela agencia e tivemos uma grata surpresa: o valor reservando com eles era igual ou menor que reservando diretamente com a NWR! Confesso que estava meio que com raivinha de ter que contratar uma agencia porque eles monopolizavam as vagas, mas no fim foi excelente, grata surpresa! Então, facilite sua vida: passe seu roteiro para a Cardbox e evite dor de cabeça.

Na Botswana idem: contrate uma agência ou um agente individual (no site no governo há a lista de pessoas autorizadas, basta dar um google) e não se preocupe. A comissão deles é paga (diferentemente da Cardbox), mas é um custo muito baixo, em torno de 50 dólares para a reserva da viagem completa. Não há outra solução, então nem perca tempo. Recomendamos o agente James Torr (Wild Botswana Safaris), Tara da Botswana Footprints e NDM Travel Agency.

Malas para uma viagem à África

Após a viagem ao Sudeste Asiático só com bagagem de mão, adotamos este estilo de viagem e ele se mostrou muito acertado para a África também. Viajamos com nossos 2 mochilões de 30L (5 kg) e, por precaução, despachamos uma mala de mão pequena com algumas coisas que poderiam se perder sem grandes prejuízos (saco de dormir, extensão, drone).

Nosso check-list, com comentários de erros e acertos:

  • Roupas (para cada um de nós): 1 tênis, 1 havaiana, 5 camisetas/regatas, 2 bermudas/short/saia, 2 calças compridas/legging, 5 cuecas/calcinha + 2 soutiein, 1 boné, 1 pijama curto, 1 moletom.Camila levou lacinhos de cabelo, brincos e batom. Faltou MUITO hidratante de corpo e labial (tivemos que comprar). Tudo foi usado e acertado, exceto o pijama que deveria ter sido de manga comprida, já que passamos frio quase todas as noites. Deveríamos ter levado mais roupas de frio, a nossa única blusa ficou imunda. Nem pense em levar roupas brancas e evite pretas (ambas deixam muito visível a terra vermelha da Namíbia).
  • Higiene: álcool em gel e lenço humedecido (fiéis companheiros de viagem e sempre muito úteis), protetor solar de corpo e rosto (caro na África) e uma bucha vegetal (não deixem de levar). Todo o resto foi comprado lá.
  • Documentação: passaporte, cartão de crédito desbloqueado, carteira de motorista e carteira internacional de motorista, certificado internacional de vacina de febre amarela (necessário!), cópias do passaporte e RG, seguro viagem, reservas dos campings e passagem.
  • Eletrônicos: celular, carregador de celular, pau de selfie, capa carregadora de celular/bateria externa, câmera fotográfica e carregador, extensão, lanterna, pilhas, adaptador universal de tomadas e um drone. Não era necessário levar a capa carregadora de celular, visto que o carro tinha USB e entrada 12V. O carregador universal não leva em conta a África como parte do universo aparentemente… precisamos comprar um adaptador para o padrão de tomadas de lá. Não levamos um binóculo, mas teria sido muito útil. O drone praticamente não foi utilizado devido ao vento forte.
  • Remédios: azitromicina (com receita), remédio para dor de cabeça, dor de barriga, Dramim (novamente muito útil.. as estradas são só buraco e, depois de 12h, sua barriga reclama), dor muscular, band-aid e ENO. Felizmente só usamos o Dramim.

Lista de mercado para o self-drive

A nossa primeira parada após pegar o carro foi o supermercado. Tanto na Namíbia quando na Bots, os mercados Chequers e o Spar são dois ótimos supermercados.

A nossa lista básica consistia em: sucrilhos, leite em pó, pão de forma, vários galões 5L de água mineral, frutas, cuscus marroquino, macarrão, molho de tomate, molhos macarrão, sal, miojo, atum, carne seca, chocolates, geléia, pasta de amendoim, vinho, coisas pré-cozidas (ervilha, grão de bico, feijão, etc), marshmellow, bolachas, salgadinhos, papel higiênico, detergente, esponja para louça, pano de prato, sabonete, shampoo, condicionador, lenha, álcool,fósforo, saco de lixo grande (para empacotar as malas e outras coisa contra a poeira).

Comunicação e segurança

Para garantir a comunicação com a agencia locadora de carro em caso de emergência e também poder mandar mensagens ocasionais para a família, compramos um chip da MTC no mesmo shopping que paramos para ir ao mercado. O chip de viajante dá direito a 7 dias de uso por 40 dólares namibianos (10 reais! Praticamente de graça!), com direito a pacote de internet e voz. Peça para o vendedor ativar o chip e a internet para você (é necessário uma série de passos e mensagens para a ativação). Na Bots optamos por não comprar chip, já que ficaríamos 5 dias apenas.

Sobre segurança, a Namíbia e a Botswana são países muito seguros para viajantes. É importante ficar atento com batida de carteiras e celulares nas cidades maiores, bem como não deixar nada à vista no carro. Roubo de mochilas são relatados ocasionalmente, já que turista com mochila= câmera fotográfica boa. Assaltos à turistas com violência ou armas são muito incomuns em ambos os países, felizmente.

É necessário, porém, atenção à vida animal. Nos parques, é proibido sair do carro, por exemplo, para evitar o ataque de animais. Entretanto, após horas e horas no carro, a natureza chama e é necessário dar uma descidinha. A estratégia é encontrar um local plano, com vegetação baixa e longe de fontes de água.

Alguns campings são cercados, mas mesmo nestes, é comum ver o ouvir animais à noite. Já na Bots, a maior parte dos campings são no meio da savana, sem nenhum tipo de proteção. Nestes casos, chegue cedo (por volta das 16:30), monte sua barraca, coma e esteja pronto para se recolher ao cair do sol. O seguro morreu de velho.

Dinheiro

Praticamente tudo será pago antes do embarque, visto que os campings pedem pagamento antecipado e o aluguel do carro pede 50% do valor também com antecedência. Na Namíbia é muito comum a aceitação de cartões de crédito. Na Bots as opções de conexão de internet são mais limitadas, por isso nem sempre o cartão é aceito.

Por via das dúvidas, leve dinheiro suficiente para todos os abastecimentos de combustível (passar cartão no posto não é recomendado, mesmo em postos de rede como Shell) + eventuais restaurantes (poucos pelo caminho… infelizmente).

Leve dólares ou euros, dependendo muito da conversão do Real para a moeda estrangeira. Na Namíbia, é aceito o Dólar Namibiano ou o Rand (África do Sul), ambas com o mesmo valor. É fácil trocar no aeroporto (e não se perde muito). Na Botswana, a moeda oficial é o Pula e conseguimos trocar moeda nos bancos (Barclays) existentes as cidades de Ghanzi, Maun e Kazane. Outra opção sempre é sacar dinheiro nos caixas ATM. São vários espalhados na Namíbia e nas cidades mencionadas da Botswana, verifiquem qual a taxa para isso com seu banco e faça as contas para ver se vale a pena.

Nosso roteiro

Dia 1: Chegada em Windhoek às 12:00. Locação do carro + supermercado. Pernoite no Windhoek Urban Camp.

Dia 2: Cheetah Walk no Naankuse + deslocamento até o Etosha. Pernoite no Taleni Etosha Village.

Dia 3: Safari no Etosha. Pernoite no Halali Campsite (gostaríamos de ter ficado no Okaukuejo)

Dia 4: Safari no Etosha. Pernoite no Halali Campsite

Dia 5: Safari no Etosha (até as 9:00). Seguimos para Khorixás para abastecimento e almoço. Seguimos para a visita ao Damara Living Museum e à Tweyfelfontein (tour guiado às pinturas rupestres). Pernoite no lindo Madisa Campsite.

Dia 6: Passada rápida pela região de Brandberg. Seguimos para Cape Cross (colônia das focas) e de lá para Hentiesbay (almoço). Chegada no fim da tarde na linda Swakopmund. Pernoite no Hotel A La Mer.

Dia 7: Moonlandscape + Walvis Bay (salares) + Solitaire. Pernoite no Agama Rivercamp.

Dia 8: Sesriem (Canyon, Dune 45, Big Daddy, Deadvlei, Sossusvlei, Hiddenvlei, Elim Dune)

Dia 9: Deslocamento para Bots. Parando em Solitaire e Windhoek no caminho para comer e abastecer). Pernoite na Zelda Guestfarm, coladinha na fronteira.

Dia 10: Cruzamento da fronteira. Seguimos para Ghanzi, Dekar, lago Ngami e Maun. Pernoite no Maun Rest Camp.

Dia 11: Região do Moremi. Black Pools e Xini Lagoon. Pernoite no Kazikiini Campsite.

Dia 12: Região superior do Moremi. Passeio de mokoro no Mboma Boat Station. 3rd Bridge region, com Paradise pools. Pernoite no Khwai Community Camp.

Dia 13: Região do Khwai e seguimos para Savuti. Pernoite no Muchenje Campsite (lindo!).

Dia 14: Chobe national park. Pernoite no Muchenje.

Dia 15: Chobe pela manhã + deslocamento rumo à Namíbia. Pernoite Rundu Hotel.

Dia 16: Deslocamento para entrega do carro. Parada no Hoba meteorito. Entrega do carro às 15:00. Passeio pelo centro de Windhoek e pernoite no lindo Windhoek Garden Guesthouse.

Dia 17: Voo para Joanesburgo. Em Joanesburgo, passeio pela região de Sandton. Pernoite no Signature Lux Hotel.

Dia 18: Voo para São Paulo.

Considerações gerais

  • Um safari NÃO é um documentário na NetGeo/Animal Planet! Tenha isso em mente e maneje suas expectativas. Pesquisando em inglês, nos deparamos a todo momento com o termo game (jogo) para se referir a um safari. E logo nas primeiras horas de safari já entendemos a escolha deste termo: é um jogo de gato e rato encontrar os animais. Muitas vezes você anda 10, 20 km sem ver sinal de vida (mentira, você vai ver galinhas-d’angola o tempo todo… =S ). Honestamente, eu imaginava ver grandes bandos de animais, não saber para onde olhar… demorei uns 2 dias para aceitar e começar a gostar da brincadeira de procurar os animais.
  • Esteja bem para viajar. Seu corpo será levado à extremos de frio e calor em poucas horas, principalmente no deserto. Você vai ficar com sede e fome em muitos momentos (principalmente dentro dos parques, onde não é recomendado sair do carro – por motivos óbvios) e vai ter que cozinhar sua própria comida com poucos recursos (sem dúvida, vai chegar um momento que poderá jurar que nunca mais comerá macarrão na vida). Prepare-se mentalmente para ficar sujo o tempo todo, para usar a natureza como banheiro, ficar sem banho alguns dias e dirigir 12h por dia. Férias não combina com nada disso para você? Então esqueça essa ideia, junte grana e vá com alguma excursão.
  • LEVE UMA CÂMERA FOTOGRÁFICA BOA! Esta é a dica de ouro para um safari. Escolha uma câmera com zoom ótico >20x, idealmente >30x. Não levar uma boa câmera é arrependimento na certa! Compramos uma Canon SX40HS usada na OLX, com a ideia de vendermos depois da viagem, e nos apaixonamos, virou a nossa queridinha e nos acompanhará por muitas aventuras.
  • Nossa pele e boca ficaram totalmente rachadas, a ponto de sangrar, em menos de 24 horas no país. A Namíbia é muito seca, muito! Hidratante de corpo e boca não é item de luxo, leve dos bons. Para vocês terem uma ideia, comprei um hidratante labial, tipo manteiga, e eu passava sem dó no rosto todo (e minha pele é mega oleosa no Brasil).
  • Aproveite as cidades maiores, como Windhoek, Maun e Swakopmund, para ficar em hotéis. A coluna agradece.
  • Dica de ouro para um bom safari: os animais estão ativos ao amanhecer e ao anoitecer, então caia da cama bem cedo, por volta das 4:00, e esteja no portão dos parques no horário de abertura (geralmente nos primeiros raios de sol). Entre 9:30-14:30 é difícil ver qualquer animal… todos se escondem sob as árvores para se protegerem do calor. Nesta janela de horário, estacione perto de uma poça de água, coma tranquilamente e tente não ficar ansioso. Se seu camping for dentro da reserva, vá para o camping e aproveite para tomar um sol ou tirar uma soneca.
  • Procurar – e encontrar- os chamado BIG 5 (leão, leopardo, búfalo, rinoceronte e elefante) faz parte da brincadeira. Não fique focado nisso só porque viu fotos de pessoas que acharam todos em um único dia. Admito que é bem legal “fechar” a lista, mas também é MUITO comum pessoas passarem 5 dias e não verem um leopardo ou rinoceronte. Pesquise sobre a reserva que está indo, simplesmente pode ser que uma dessas espécies nem exista por lá! 
  • Na mesma linha da dica acima, não fique obcecado tentando achar seu animal preferido. Confesso que quando alguém me falava que tinha visto uma família de leões na região e eu não achava, ficava bem chateada e acaba não curtindo o resto do dia com a mesma intensidade…

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