Bangkok: Amphawa e Maeklong (mercados)

Antes da viagem, durante nosso planejamento, lemos muito sobre os mercados flutuantes nos arredores de Bangkok, já que são uma das atrações mais procuradas da cidade. Lemos muito sobre como esses locais foram descaracterizados pelo turismo nos últimos anos e ficamos na dúvida se valeria a pena visitar um deles. Em nosso segundo dia em Bangkok, nos convencemos de que precisávamos conhecer um dos mercados flutuantes para tirarmos nossas próprias conclusões.

Entretanto, tentamos fugir do mais famoso, o Damnoen Saduak, porque queríamos algo frequentado pelos locais e que ainda mantivesse os temperos e comidas típicos da Tailândia!

Os três mercados mais acessíveis próximos à Bangkok são:

Maeklong (mercado do trem) e Amphawa: é possível visitar os dois em um único dia, já que ficam no mesmo caminho, à cerca de 1h30 de Bangkok de carro. É possível comprar o tour direto na Khao San ou pegar uma mini van coletiva que sai do monumento da Vitória em Bangkok. Endereço do mercado flutuante: Banremu Rd., Ban Prok, Muang Samut Songkhram, Samutsongkhram 75000 | Tailândia. Aberto todos os dias das 7:30 às 17:00. O mercado do trem é famoso por ter um trem que atravessa o mercado todos dias, fazendo os vendedores retirarem suas barracas para o trem passar, dizem que é bem legal. Já Amphawa é um mercado flutuante rodeado por dezenas de barraquinhas de comidas típicas, de lojinhas de souvenires, cafés e restaurantes que vendem comidas típicas. Optamos por fazer esse dueto e contaremos mais detalhes abaixo.

Damnoen Saduak: é o maior e mais famoso mercado da Tailândia. Está a cerca de 100km de Bangkok (1h30 também). Existe há mais de cem anos e por isso é muito lotado, deve-se chegar antes das 08h00 para conseguir aproveitar. Lemos muito a respeito do quão descaracterizado e pega-turista que este mercado tem se tornado. Também é possível andar de barco pelo local. A dica aqui é tentar contratar o tour na Khao San Road que passe pelos canais pequenos e plantações de bananeiras. Edição> Na segunda visita à Tailândia, resolvemos dar uma chance e conhecer. E achamos bem legal pra falar a verdade!! É mais caótico e descaracterizado, mas também é mais divertido e fotogênico. Leia aqui.

Talin Chan: mercado que só abre de fim de semana. Neste mercado, os vendedores novamente ficam nos barcos e os compradores nas plataformas. Este mercado é o mais preservado dentre os três e é muito frequentado por famílias tailandesas que vão passear e almoçar pelo local. Outra grande vantagem é que é possível pegar um taxi até lá (saindo da estção Sanam Pao, saí por cerca de 200 BHT). Era a nossa opção número 1, mas não passamos o final de semana na cidade, então ficará para uma próxima.

Acordamos bem cedinho para aproveitar bem o dia. Optamos por nos aventurarmos indo com as mini vans que partem do monumento da vitória. A partir do nosso hotel (próximo à Khao San), colocamos no google qual ônibus deveríamos pegar até o monumento, descemos e, para nossa surpresa, o terminal que fica abaixo de um pontilhão, era um lugar bem grande, com vans espalhadas para todos os cantos. Após abordar uma quinzena de tailandeses, encontramos um que falava inglês e nos indicou o local correto para pegar as vans com destino ao Maeklong (este ponto fica bem próximo a uma loja de bolinhos e paes, que por sinal, foi um grande achado, pois sentíamos falta de comer algo do tipo de manha). Mas não há outra forma de achar a van correta a não ser perguntando para as pessoas, então tente levar o nome do mercado escrito no idioma local.

Pagamos 70 BHT por pessoa (uma pechincha) e aguardamos uns 15 minutos até a van encher e partirmos. Foi uma viagem bem tranquila de cerca de 1h30 até Maeklong. Ao descermos da van, já estávamos em frente ao mercado do trem. É bem grande e frequentado realmente por tailandeses que procuram comida fresca e temperos. Infelizmente, o trilho de trem estava em reforma e inoperante.

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Mercado do trem, em reforma no dia =/

Embora seja um mercado interessante, só vale a pena se for realmente uma parada a caminho de outro mercado. Cheque na internet o horário que o trem vai passar naquele dia para não perder a atração.

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Note as comidas vendidas em sacos, muito comum nos mercados tailandeses!

Como o trem não passaria naquele dia, haviam poucos turistas perdidos, como nós, e as caminhonetes que fazem o restante do trajeto até o mercado flutuante não estavam operando.A partir daí foi um Deus nos acuda achar um jeito de chegar em Amphawa. Em Maeklong, quantos pessoas vocês acham que sabem falar inglês ou ler nosso alfabeto?! Depois de muita mímica e risadas, uma atendente de pet shop nos compreendeu e explicou que tínhamos que pegar um busão azul, que saia da “rodoviária” em frente. A partir daí foi uma espera de cerca de 40-50min até sair até o ônibus chegar. É importante destacar que, embora as pessoas não nos compreendessem, todos tentavam ajudar e o motorista do tal ônibus ficava fazendo sinal que estávamos indo na direção certa, o melhor da Tailândia é o povo tailandês!

Ufa! Mais 20-30 min e chegamos ao mercado flutuante. Achamos um charme, mas não vá esperando conseguir as fotos ultra coloridas e um canal lotado de barcos, como Damnoen Saduak. O local é composto por um canal principal com diversas barraquinhas vendendo souvenieres (bolsas, camisetas, artesanatos, tudo típico da Tailândia e de qualidade), restaurantes à beira do canal com comidas típicas tailandesas, tudo fresco feito na hora. No canal, inúmeros barquinhos que se atracavam às margens, fazendo também comida fresca na hora.

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O mercado flutuante de Amphawa

O local tem bastante gente, mas não chega a ser lotado. Nas barraquinhas, achamos algumas peculiaridades, como lulas gigantes, peixes ensopados (não sei quem tem coragem de comer aquilo), arraias e muitas outras coisas que não temos ideia do que era, mas era bizarro e impressionante.

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Barcos restaurante dentro do canal

Após bater perna pelo local, escolhemos almoçar em um dos restaurantes com mesas na beira do canal. Foi bem gostoso, pedimos algumas vieiras (chique né) e almoçamos enquanto os barquinhos (e um barcão oferecendo massagem) passavam pelo canal.

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Almoço (vieiras!) e sobremesa (docinhos de coco)

Após o almoço, passamos mais um bom tempo passeando pelo canal, experimentando alguns doces curiosos que vimos no caminho e relaxando um pouco. Por volta das 15h00, achamos que já era hora de voltar e pegamos uma van exatamente na mesma avenida que o ônibus nos deixou. Nesta avenida, que é a única de frente ao mercado, tem várias barraquinhas oferecendo van até Bangkok, é bem fácil achar. Pagamos 100 BHT e tivemos que esperar uns 10-15min a van chegar.

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Vai um peixe ensopado na bacia aí?
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Não tenho idéia do que isso seja, achei bonito!

Enfim, foi um passeio um pouco cansativo, por não ser muito trivial chegar até lá. Nossa dica é para procurarem um passeio com van fechada partindo da Kaho San. Com certeza será um pouco mais caro, mas vai valer a pena… foi um erro termos ido com a cara e a coragem, perdemos muito tempo no deslocamento. Além disso, ressalto novamente que este mercado é mais para quem esta querendo beliscar comidas típicas e se misturar, na medida do possível, ao povo local. Se você quer fazer um passeio mais “sem erro” e conseguir aquelas fotos bonitas, escolha o Damnoen Saduak.

Bangkok: roteiro para os templos

Como comentamos no post geral sobre Bangkok, um dia inteiro deve ser reservado para a visitação aos templos da cidade, que são muuuuitos e muito belos!

Felizmente, a maioria dos maiores e mais famosos ficam num raio de cerca de 5 km, o que torna possível visitá-los andando a pé ou de tuk-tuk. Nós optamos por fazermos todo o circuito a pé e foi tranquilo (teria sido mais tranquilo se não estivesse fazendo 40º na sombra…).

Roteiro e GPS offline em mãos, saímos por volta das 7:00 do nosso hotel (que ficava perto da Khao San) e visitamos os templos na seguinte ordem:

Grand Palace –> Wat Pho –> Wat Arum –> pausa para almoço –> Wat Suthat –> Wat Ratchanadaram –> Wat Saket (Golden Mountain)

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Grand Palace

Abre diariamente de 08h30 às 15h30 e fica ao lado do Rio Chao Phraya. O preço da entrada é bem salgado, 500 bahts. Dentro do complexo do Grand Palace está o belíssimo Templo do Buda de Esmeralda (Wat Phra Kaew), onde está localizado o pequeno, porém de grande importância, Buda de Esmeralda, o local mais sagrado da Tailândia! Tenha isso em mente durante o passeio, esse é um local muito sagrado para os tailandeses… não tente dar uma de esperto e tirar fotos!!  #turismoresponsavel

As filas são gigantescas, programe-se para chegar no horário de abertura!!! Chegue cedo ou não vá, sério. Chegamos as 7:30 e foi bem tranquilo, não pegamos fila para comprarmos o ingresso e nem para emprestarmos roupa. Tivemos mais ou menos 40 minutos para andarmos tranquilamente por lá antes que se formasse uma verdadeira enxurrada de pessoas. É bem chocante como toda a calma do lugar vai embora e fica impossível apreciar os detalhes da mesma maneira com mil chineses te acotovelando para tirar uma droga de uma foto.

Por falar em roupa, o dress code do Grand Palace é muito rígido, o mais rígido de toda Tailândia: a entrada é permitida apenas com calça comprida ou saia/vestido abaixo do joelho (mas realmente abaixo, na canela) e com ombros cobertos. Havíamos lido sobre isso, por isso havia levado um lenço para cobrir os ombros e o Rafa havia ido com uma bermuda abaixo do joelho… mas não adiantou, tivemos que pegar emprestado gratuitamente roupas mais adequadas…

O complexo é imenso e absurdamente magnífico, reserve três horas para a atração, no mínimo. No Grand Palace é possível fazer uma visita gratuita com guias ou alugar um guia áudio (100 Baht), mas tem que chegar cedo para conseguir!

Se você tiver pouquíssimo tempo e só puder fazer uma coisa na cidade, sem dúvidas vá ao Grand Palace! Não tenho palavras para descrever a magnitude e a riqueza do lugar. O GRAND PALACE FOI A CONSTRUÇÃO MAIS BONITA QUE VISITAMOS NA VIDA, nesta e em outras viagens. Já foi ao Vaticano e achou rico e bonito? Te garanto que vai achar o Grand Palace mil vezes mais incrível. Olha só essas fotos, todas sem filtro nenhum (aliás, esse foi um momento “Por que ainda não compramos uma câmera decente mesmo?!”).

Ah, e lembrando que o golpe mais clássico de Bangkok é alguem te parar perto do Grand Palace e falar que está fechado e tentar de convencer de fazer algum tour. Não caia. Eles podem ser super simpáticos e você pode até achar por 1 minuto que estão querendo te ajudar… não caia!

Nota: na nossa segunda visita à Bangkok, três anos após a primeira, a sensação é a mesma – esse lugar faz a viagem valer a pena por si só!

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Os riquíssimos detalhes e esculturas no Grand Palace
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É tanto brilho que fica difícil até abrir o olho!

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Até os jardins são surreais! O engraçado é que o local tem tanta coisa que, na nossa segunda visita, queríamos reproduzir essa foto e não achamos esse local!
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Mar de gente depois das 9:00.

Wat Pho

Ali fica a famosa estátua do Buda reclinado, com impressionantes 43 metros de comprimento e 15 de altura. Na planta dos pés, ficam 108 painéis em madrepérola com símbolos que representam o Buda. No dia que fomos, os pés estavam cobertos e passando por restauração =(

Ao redor da estátua ficam também 108 tigelas de bronze. Acredita-se que jogar moedas nas tigelas enquanto faz um pedido traz boa sorte. Vou falar, foi difícil pensar em 108 pedidos! Devo ter repetido cada um umas 30 vezes (isso me fez perceber como eu só tinha coisas para agradecer e não para pedir). Edição> e eles se realizaram!

O complexo abre de 08h às 17h e a entrada custa 100 bahts por pessoa. Ali perto também há a Chetawan Traditional Massage School onde a massagem tailandesa tradicional é 260BHT por meia hora.

O complexo é enorme, com várias construções impressionantes. No complexo são mais de 1000 imagens de buda, a maior coleção da Tailândia!!! O Wat Pho fica a 10 minutos de caminhada do Grand Palace (saindo a esquerda) e o complexo todo é lindo, dedique duas horas para conhece-lo completamente.

Como fomos próximo ao Ano Novo Chines, estava ocorrendo uma espécie de celebração e monges estavam dando bençãos ao turistas. O monge que nos abençoou era um fofo, ficou toda animado quando acertou que a capital do Brasil era Brasília! ❤

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Olha o tamanho desse Buda!!!
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Metros e mais metros de mosaicos coloridos!

 

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Budas, muitos Budas… centenas deles!
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108 pedidos (número da sorte dos tailandeses)!
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O monge que manjava do Brasil!

Wat Arum

O Templo do Amanhecer é o maior cartão postal de Bangkok, um símbolo do país (estampado nas moedas, inclusive!). Ele fica às margens do rio e é lindo de se ver de longe,  ao amanhecer ou entardecer. As torres do templo são todas decoradas com conchas e pedaços de porcelana colorida, um trabalho minucioso.

Para chegar lá, basta atravessar o rio na frente do Wat Pho. As balsas saem o tempo todo e custam centavos. Se estiver em outro poto da cidade, usar o Chao Phraya Tourist Boat, no sentido do Central Pier e descer na parada de número 8.

Na nossa primeira vez em Bangkok ele estava em reformas, mas conseguimos voltar nele 3 anos depois e realmente vale a visita! Os mosaicos são incríveis e a estrutura é colossal!

 

Wat Suthat 

É um dos templos mais importantes para a população local e é famoso por ter em frente dele um balanço gigante, que já não funciona mais, mas que já foi utilizado (o que é assustador, porque ele é gigantesco!). A entrada custa 20 bahts.

O templo é interessante, vale a pena dar uma passada, mas comparado com os outros não é nada de demais. A arquitetura é bem mais simples, com menos ornamentos e muito menos luxo.

Achei que a visita valeu a pena porque o local é menos turístico e passa uma sensação de paz muito grande. No sol e calor das 14:00 em Bangkok, sentar no chão e meditar um pouco foi um verdadeiro alívio para corpo e alma. Mas se precisar cortar algum, sugiro que seja esse.

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O balanço gigante. Acho que dava frio na barriga hem…
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Momento relex no Wat Suthat

 

Wat Ratchanadaram

Fica a 5 min do Wat Suthat e a entrada custa 20 baths. Tem uma arquitetura levemente diferente e dentro tem um mini-museu com plaquinhas explicando várias coisas sobre o budismo e meditação.

Atrás do templo, ainda dentro dos muros do complexo, tem um mercado budista bem legal e autêntico, com monges comprando suas coisas e pessoas locais. Mesmo se não for comprar nada, vale a pena dar uma olhada! Além disso, nas ruas que ligam esse templo ao do balanço gigante há uma grande concentração de lojas de itens budistas e artesanatos em madeira muito bacanas.

Da primeira vez que fomos, entramos “pelas costas” do templo – pelo lado da feirinha – e não achamos tão legal. Curiosamente, quando voltamos à cidade, passamos na frente dele (pelo lado correto), e pensamos: “Que templo lindo, por que não conhecemos da outras vez?!” e entramos. Passeamos pelos jardins, tiramos fotos da fachada maravilhosa ao entardecer e nada de reconhecer. Só quando entramos dentro é que nos demos conta! rsrs.

Imperdível ao entardecer

 

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Estátuas de monges assustadoramente reais no mercado

Wat Saket (Golden Mountain) 

Este templo é fica no alto de uma montanha artificial e é facilmente reconhecido pelo chedi (ou estupa) dourada e enorme. A vista lá de cima dá uma dimensão do tamanho de Bangkok! Aberto das 8:00 – 16:00.

O templo em si não tem nada demais, é bem pequeno e meio que parece mais um loja. O bacana mesmo é subir os 318 degraus da escada em espiral que leva até o topo!! Durante a subida, são dezenas de sinos e gongos, de diversos tamanhos, que os visitantes podem tocar para anunciar sua subida (seja gentil no tocar, não precisa quebrar os sinos tá! #sqn).

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Sinos na subida da Montanha Dourada
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Os mais brutos podem tocar o gongo… rsrrs
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Vista de Bangkok
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O grande chedi dourado

Terminamos nossas andanças por volta das 16:30 e fomos aproveitar a feirinha da Khao San Road.

Além destes templos, também lemos muito sobre o Wat Benchamabophit, o Templo de Mármore. Mas ele ficava a 2 km do Golden Mountain e nós estávamos muuuito quebrados, com muito calor e fome para encararmos mais uma caminhada.

Passar o dia andando de templo em templo e observando os detalhes, a religiosidade dos tailandeses e a rotina dos monges é imperdível! Se tiver apenas uma manhã na cidade, corra ao Grand Palace e ao Wat Pho, são o supra sumo da arquitetura do país!

Bangkok: dicas e considerações gerais

Bangkok, a capital tailandesa, é uma das cinco cidades mais visitadas do mundo e desperta sentimentos antagônicos.

A cidade é enorme, vibrante e caótica… uma típica cidade do sudeste asiático! O que surpreende, entretanto, são os contrastes. É possível vislumbrar templos magníficos e riquíssimos ao lado de casas sem saneamento básico.

Além disso, o comércio da cidade é uma verdadeira bagunça: em frente a uma joalheria, você encontra ambulantes vendendo peixe, ao lado de ambulantes vendendo roupas usadas, ao lado de pessoas cortando o cabelo e toda essa mistura louca cercada por gatos famintos e esgoto a céu aberto. Falando assim parece ruim, mas na verdade não é! Passado o choque inicial, é bem divertido ver essa “mistureba” toda em todo lugar! Chega a ser um estilo de vida… é difícil de explicar como uma coisa tão bizarra se torna tão harmoniosa!

De modo geral, conversando com as pessoas que conhecemos ao longo da viagem, Bangkok desperta amor ou ódio em quem a visita. É bem difícil sair indiferente da capital tailandesa. Nós AMAMOS. Eu aceitaria uma proposta de trabalho em Bangkok sem pensar duas vezes! A cidade é muito vibrante e viva e o povo tailandês é sensacional. Bangkok foi colocada na nossa lista de “Locais que temos que voltar um dia”, sem dúvida! Edição: e voltamos! E amamos tanto quanto da primeira vez!

CHEGANDO/SAINDO E ANDANDO POR BANGKOK

AEROPORTOS

Bangkok conta com dois aeroportos internacionais, o grande, novo e imenso Suvarnabhumi International Airport e o também internacional, mas mais antigo, Don Muang International Airport.

Geralmente os voos internacionais chegam partem do Suvarnabhumi, entretanto, algumas low costs importantes, como a Air Asia, operam pelo Don Muang. Então, antes de comprar a passagem, verifique atentamente de qual aeroporto o voo partirá! Para o nosso trajeto Chiang Mai- Singapura, era mais barato comprar Chiang Mai-Bangkok e depois Bangkok-Singapura do que comprar o voo direto. Por pura sorte os voos chegaram/partiam do Suvarnabhumi, mas poderíamos ter nos dado muito mal se um dos voos partisse de outro aeroporto.

Independente de qual aeroporto, é importante passar pelo Health Control antes de passar pela imigração. Se você passar direto, vai ter que voltar e pegar toda a fila de novo!

Nós chegamos pelo Don Muang e as opções de transporte para o centro da cidade são mais restritas, basicamente ônibus ou taxi. Acabamos pegando o ônibus número 1, que sai da entrada 6 do aeroporto, em direção ao centro. Dentro do ônibus existem várias placas com o número do ônibus que você deve tomar para cada região da cidade, então não tem erro, mas, na dúvida, mostre para o cobrador onde você deseja ir.

Na volta, pegamos um ônibus da região da Khao San Road até o Monumento da Independência e, de lá, pegamos um taxi até o aeroporto Don Muang (saiu 200 baths).

TRANSPORTE DENTRO DA CIDADE

Andamos muito de transporte público na cidade, especialmente ônibus (já que o Sky Train não chega à região da Khao San). Para tanto, aproveitávamos a internet do hotel para checar no google maps qual ônibus pegar e nunca deu problema, foi uma forma bem rápida e eficiente de nos locomovermos.

Além disso, os táxis com taxímetro são bem baratos, então vale bastante a pena pega-los e Uber funciona suber bem na cidade também.

Já os famosos tuk-tuks são uma forma de trasporte mais turística e tendem a cobrar mais caro que os táxis. A regra, é claro, e negociar! Já chegamos a baixar o preço de 500 para 150 baths em uma corrida.

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Evite os tuk-tuks dentro do possível.

QUANTO TEMPO FICAR? ONDE SE HOSPEDAR?

Roteiro de 3 dias

Difícil dizer quanto tempo ficar em Bangkok… depende muito da velocidade da viagem e de quais atrativos você procura. Incluindo os bate-volta, como Ayutthaya e mercado flutuante, eu diria de 4 a 5 dias.

Nós ficamos 3 dias da primeira vez e foi bastante corrido, não conseguimos ver tudo que gostaríamos. Na segunda vez, voltamos para conhecer o que havia ficado para trás na primeira e também voltamos nos nossos lugares do coração. Distribuímos nosso tempo da seguinte forma:

Viajem de 2016:

Dia 1: Circuito de templos durante o dia + Khao San Road e Rambuttri

Dia 2: Mercados Maeklong (mercado do trem) e Amphawa (mercado flutuante alternativo) durante o dia + Asiatique a noite (chato, não coloquem no roteiro!) + esticadinha rápida na Khao San Road

Dia 3: Ayutthaya dia todo + Khao San road e Rambuttri a noite (cansados demais para ir em qualquer lugar mais longe)

Viajem de 2019:

Dia 1: Chatuchak market + Wat Arun (estava em reforma da primeira vez) + Chinatown

Dia 2:  Damnoen Suduak + Golden Mountain + Thip Samai Pad Thai + Khao San Road

Dia 3: Grand Palace e Wat Pho (meio dia na cidade)

Ambas as vezes planejamos mas não fomos ao Lebua Sky Bar devido ao cansaço acumulado.

Com relação ao local de hospedagem, não tenha dúvidas: a região da Khao San é perfeitamente localizada. Além da própria Khao San, que é uma atração a parte, a rua paralela, a Rambuttri é repleta de restaurantes bons e baratos. O clima da região é bem gostoso, com muita gente animada, e o lugar é bacana de dia e de noite (de dia, forma-se uma feirinha com roupas a preço muuuito bom e a noite as barracas substituem as roupas por baldinhos de bebida). Isso sem falar no sorvete de coco no próprio coco da Khao San… o melhor do mundo!!!

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Peixe assado inteiro na Rambuttri, uma delícia!

Não indico ficar propriamente na Khao San porque o barulho é bem grande e os albergues tem um entra e sai de pessoas grande demais. Ficamos no At Smile House, que fica cerca de 3 quarteirões da Khao San e foi um verdadeiro achado! Pagamos menos de 3000 baths (para o casal) para ficarmos 4 noites em um quarto privativo com banheiro. O lugar era uma graça, muito limpo e moderno e o staff era muito prestativo, super recomendo!!! Nota: na segunda vez, ficamos na Rambuttri e foi um pesadelo, impossível dormir! Trocamos de hotel no segundo dia.

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Khao San, sua louca e linda!

COMPRAS!

As coisas na Tailândia são muito baratas, fato! Tão baratas que ao longo da viagem nós fomos perdendo a noção do valor do dinheiro e passamos a considerar um prato de 20 reais loucamente caro!

Como Bangkok era a segunda parada do roteiro e a primeira grande cidade que visitaríamos, não quisemos comprar muita coisa por lá, visto que ainda teríamos muitas oportunidades (e lembrando que viajamos só com bagagem de mão, logo, não tínhamos espaço).

Entretanto, nenhuma outra cidade na Tailândia, Vietnã, Myanmar ou Camboja tinha coisas tão baratas e tão legais como Bangkok, então se você gostar de alguma coisa, não exite e compre! No Laos o night market se equipara em termos de custo, mas são souveniers diferentes. A Khao San é imbatível para roupas.

O Chatuchak market é show para souveniers diversos e roupas mais bacanas e menos turísticas. Para camisetas e massagem a Khao San é imbatível. Então a dica é pegar a rua num final de tarde, depois dos passeios, mas antes do escurecer, já que é quando as barraquinhas de roupas estão abertas.

Visitamos também o Asiatique, um grande centro de compras (um shopping a céu aberto). O lugar é bem organizado e tem centenas de pequenas lojas, além de uma boa praça de alimentação. Mas não vale a pena. Fica super longe da Khao San e as coisas que encontramos lá ou eram bem legais (artesanatos) e bem caros (beeem caros) ou eram bugigangas made in China… Super não valeu a pena, perda de tempo total!!!

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Asiatique, o mercado mais chato do mundo.

OUTRAS DICAS:

  • Troque dinheiro no centro da cidade, é bem mais barato e é muito fácil achar uma casa de câmbio;
  • Notas de 100 e 50 usd tem uma cotação melhor. Caso isso não esteja claro, pergunte;
  • Ao andar de ônibus, sempre indique ao cobrador onde você gostaria de descer. Por mais que eles não falem inglês, estão muito acostumados com turistas perdidos;
  • Os tailandeses são extremamente amáveis, em caso de alguma dúvida, não exite em parar as pessoas na rua e perguntar. A maioria terá prazer em ajudar;
  • O sorvete de coco dentro do coco verde da Khao San é o melhor do mundo… tome muitos, tome todo dia!
  • Bangkok é bastante segura (especialmente para uma cidade daquele tamanho), mas não também não dê bobeira;
  • A cidade tem muita coisa para ver e é fácil perder a noção de tempo. Tenha um planejamento muito bem feito e siga-o, na medida do possível, para otimizar a viagem.

Por fim, CURTA MUITO a cidade! Em nenhum outro lugar do mundo você vai do caos completo ao mais puro silêncio e paz atravessando uma rua! 😉

Sudeste asiático só com bagagem de mão!

Assim que começamos a planejar nossa viagem pelo sudeste asiático, uma coisa ficou clara: teríamos que viajar apenas com uma bagagem de mão de, no máximo, 7 kg.

Por falta de opção, e também por curiosidade, abraçamos o desafio e entramos na vibe do desapego! E ADORAMOS!!!

Por que levar só bagagem de mão? Principalmente porque nosso roteiro incluía muitos voos internos e entre países vizinhos operados por companhias aéreas low cost, que oferecem passagens muito baratas (chegamos a pagar até 10 dólares por voo!), mas, em contra-partida, cobram muito caro para quem quer despachar bagagem. Cada empresa tem suas regras com relação ao peso e ao tamanho da mala de mão permitida, geralmente girando em torno de 53x36x23 cm e 7 kg. A maioria também permite uma bolsa pequena como complementação (tipo bolsa lateral feminina).

Além disso, teríamos que andar bastante com a mala a tira colo, especialmente nos dias que os voos eram no meio da tarde  e já havíamos aprendido na viagem à Europa que uma mala de 15 kg era muito (vide aqui).

Por fim, o terceiro motivo era a vontade de desapegar. Estávamos indo para um destino cuja cultura prega muito a humildade e não a vaidade e queríamos nos preocuparmos com o momento e não com a foto.

ESCOLHENDO A MOCHILA E AUMENTANDO A SEGURANÇA

Uma vez decidido, precisávamos encontrar uma mochila que atendesse as regras. Optamos com comprar duas mochilas de 30 litros da Quechua. Pegamos uma boa promoção na Decathlon e pagamos 120,00 em cada.

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Mochila 30l, semelhante a que compramos.

As mochilas foram uma boa escolha, um bom custo-benefício. Foram muito jogadas e ficaram cheias a ponto de estourar, mas resistiram bravamente e voltaram em perfeito estado, sem nenhuma linha descosturada. Além disso, são bem confortáveis, com suporte nas costas, alças acolchoadas e correias de barriga e peito. Entretanto, ela tem um defeito grave: o modo de fechamento por cordinhas (tipo saco). Se possível, compre uma opção com zíper.

Como essa era a nossa única opção, compramos e depois colocamos a família toda para pensar numa forma de fechar a mochila com segurança. O modo encontrado foi uma gambiarra que funcionou super bem:

  1. Pegamos duas argolinhas pequenas de chaveiro (mas não o tamanho regular, umas um pouco menores) e abrimos;
  2.  Fechamos a mochila e passamos as argolinhas por dentro da cordinha, pelo meio mesmo, uma de cada lado;
  3. Fechamos as argolas com alicate para que ficassem bem firmemente presas;
  4. Fizemos um pequeno picote no local que a corda entra na mochila para que as argolas pudessem entrar no momento de abertura da mochila;
  5. Pronto! É só passar o cadeado por dentro das argolas na hora de fechar.

 

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Gambiarra muito funcional (by mamis <3)

Pesquisamos outras opções para deixar a bagagem mais segura em fóruns e blogs de mochileiros, tais como: capa de mochilão com fechamento por cadeado, capa caseira, feita com tela de galinheiro, retirar a corda e mandar costurar zíper. Achamos que as capas chamavam muito a atenção e que embutir um zíper nos faria perder muito espaço. No fim das contas, ficamos muito satisfeitos com nossa invenção.

Claro que se alguém realmente quisesse abrir a mochila, bastava cortar a lateral ou estourar o cadeado, mas, de forma geral, nós nos sentimos muito seguros na Ásia e essa foi uma preocupação que não tivemos enquanto estávamos lá.

Outra vantagem da bagagem pequena é que você pode, simplesmente, levar a mochila sempre com você, sem precisar colocar no porta-malas de táxis ou bagageiro de ônibus. Isso aumenta ainda mais a segurança e reduz a preocupação.

 

ATENÇÃO ÀS REGRAS

Como não despachamos nada em nenhum voo, precisamos ler as regras de cada companhia aérea sobre o que era permitido levarmos. De modo geral, não é permitido levar aerosóis (inclusive desodorantes e repelentes com esse tipo de tecnologia), objetos cortantes ou perfurantes, explosivos ou inflamáveis (óbvio), armas de fogo ou brancas (óbvio também) e líquidos acima de 100 ml. Todos os líquidos, independente da quantidade de frascos, devem estar dentro de um saco transparente de 20×20 cm e com fechamento.

Nós compramos um saco reforçado, tipo estanque, para levarmos os líquidos, visto que não queríamos que nossas poucas roupas chegassem molhadas e meladas. Entretanto, mesmo seguindo as regras, tivemos uma surpresa em Londres. Lá, mesmo em conexões, todos os passageiros tem que tirar os líquidos da mala e colocar um sacos dados por eles (saquinhos tipo de cozinha, super fracos).

Vimos placas pedindo para colocar os líquidos nos sacos, mas pensamos: “Os nossos estão em um saco até melhor, seguindo as regras, logo, não precisamos… esses sacos devem ser pra quem não trouxe já nos sacos”. Resultado: tivemos que desmontar toda a mala (que estava muito bem organizada por sinal) para duas pessoas super mal educadas da imigração revistarem e colocarem nossos líquidos nos benditos saquinhos. Nessa brincadeira, perdemos nosso protetor solar e quase perdemos nosso repelente (acharam que era aerosol e até explicarmos que focinho de porco não era tomada…). Fiquei bem irritada de ter que refazer toda a minha mala no meio do aeroporto e ainda ver aquelas pessoas abrindo e cheirando todas as minhas coisa e, logicamente, fiquei reclamando com o Rafael. Detalhe: no fim do procedimento descobrimos que uma das fiscais da segurança que estava revistando falava português! #olhaomico #ficadica

 

CHECK-LIST PARA 21 DIAS NA ÁSIA

Documentação: passaporte, certificado internacional de febre amarela, receita de antibiótico, roteiro, passagens aéreas, cópia passaporte e RG, cartão de crédito, seguro saúde.

Higiene: álcool gel, lenço umedecido, escova de dente, pasta de dente, escova cabelo, sabonete de rosto, potinho com condicionador, shampoo em barra (da Lush, maravilhoso, super recomendo), protetor solar (confiscado), protetor solar de rosto, repelente, desodorante, batom e rímel.

Eletrônicos: celular, câmera, carregador celular e da câmera, adaptador universal de tomadas (nem usamos), capa carregadora de celular, pau de selfie.

Outros: caneta, saco estanque, sacolinha para roupa suja, doleira, tolha de nadador, óculos de sol, uma bolsa lateral, lacinho de cabelo e brincos. Sentimos falta de um cortador de unha.

Remédios: Eno, band-aid, remédio dor de cabeça, remédio para infecção intestinal (Azitromicina, receitado por um médico), Dramim (santo Dramim) e remédio para gripe.

Roupas: incluindo o que fomos vestindo

Camila: 1 calça jeans, 2 calças de malha coloridas, 1 short, 1 vestido, 4 blusas, 1 saída de praia (estilo bata, que depois usei como blusa), 1 legging, 2 biquinis, 2 sutiã, 5 calcinhas, 1 havaiana, 1 rasteirinha e 1 alpargata. Além disso, comprei durante a viagem: 1 vestido, 1 camiseta, 1 vestido de festa (vide post aqui), 1 saia longa e 1 blusa de frio.

Rafa: 1 caça jeans, 4 bermudas (duas tipo praia), 2 sungas, 5 camisetas, 1 camisa de manga longa, 1 malha de frio, 1 segunda pele, 6 cuecas, 1 tenis, 1 havaiana, 3 pares de meias. Ele comprou: 1 camiseta (econômico esse menino!).

Erros e acertos da mala:  Lenço umedecido e álcool em gel foram muito essenciais. Sentimos muita falta de um trim (cortador de unha) e de uma blusa de frio grossa para Halong Bay. Poderia não ter levado/usei pouco: a alpargata e a legging.

 

DICAS GERAIS E CONSIDERAÇÕES GERAIS:

  • No fim da viagem, N-A-D-A estará limpo. Entretanto, são muitas as lavanderias que cobram 1 dólar por kilo, então lave tudo no meio da viagem. Havíamos programado para fazermos isso no Camboja, mas o dono da guesthouse que ficamos nos recomendou fortemente a não lavar nada na cidade porque a água é muito salobra e barrenta e mancha as roupas que tenham entrado em contato com protetor solar (ou seja, tudo). Ficamos fedidinhos o resto da viagem.
  • Em nenhum aeroporto vimos ninguém tendo o tamanho e peso da bagagem sendo checada. Muitas pessoas entravam com duas mochilas, ou mochilas/malas muito fora do tamanho permitido. Então, não fique preocupado se a mala estiver com um quilinho a mais no fim (mas não dê sorte para o azar… tente ao máximo ficar dentro das regras, sempre).
  • Como as bagagens não são checadas com relação ao tamanho, é muuuuito comum (quase uma regra) que quem embarcar por último vai ficar sem espaço pra colocar sua mala e ela vai ser despachada (sem cobrar por isso, mas é um transtorno). Por isso a dica de ouro é sempre tentar ser um dos primeiros a embarcar. Além disso, sua mala vai ser muito empurrada e esmagada para outras caberem no compartimento de bagagem, por isso, coloque coisas frágeis na bolsa ou em um local mais seguro.
  • Pessoas viajando para destinos tão distantes apenas com uma mala de mão pequena gera desconfiança nos aeroportos ocidentais (os asiáticos estão acostumados devido as regras das low costs). Recebemos olhares desconfiados em São Paulo e fomos parados em Londres e em Madrid, onde, inclusive, fomos “aleatoriamente selecionados” para fazermos testes de explosivos e drogas. Em Singapura, tivemos que apresentar todas as reservas e todo nosso itinerário de viagem para sermos liberados. Leve numa boa.

 

 

 

Por fim, viajar levando só o necessário e não ter que esperar bagagem VALE MUITO A PENA!  Com certeza pensaremos duas vezes antes de despachar uma bagagem novamente. Foi uma experiência que exigiu despego e jogo de cintura, mas trouxe muita praticidade e agilidade para a viagem. Na dúvida, se joga!!!

1 dia em Amsterdam!

Já começo pela primeira dica: 1 dia é muuito pouco tempo para Amsterdam. Fique ao menos 3 dias porque tem realmente muitas coisas para se fazer por lá!

Amsterdam, também conhecida como “Veneza do norte” não podia deixar de ser deslumbrante. Diversos canais cortam a cidade e as casinhas estreitas se esticam às margens dos canais. Aqui, você pode optar por utilizar os famosos bondinhos que cortam o centro, os barcos ou até mesmo bicicleta (que por sinal é o meio de transporte mais comum entre a população local). E não, não venha de carro para cá, não há lugares para estacionar, estacionamentos são caros, será apenas dor de cabeça!

Cheguei em Amsterdam na Estação Central, proveniente de Venlo, em uma noite fria e nebulosa. Optei de ir para meu Hotel (Hotel Van Onna), cerca de 4 km da estação a pé, já que estava na ânsia de conhecer um pouquinho da cidade. Logo três ruas distantes, a vida noturna de Amsterdam deu as boas vindas, com algumas de suas famosas janelas refletindo a luz vermelha (retorno a comentar mais sobre elas daqui a pouco). Sobre meu hotel, eu considero realmente um achado, principalmente para quem viaja sozinho. Os quartos são bem pequenos, mas o preço de 40-50EUR por noite é bem abaixo da média em Amsterdam em um final de semana. Procure ficar em hotéis próximos à Estação Central ou no bairro Jordaan (residencial calmo e lindo). Ele não estava no Booking, então reservei pelo site deles e não tive nenhum problema.

Na manhã seguinte, acordei as 08h00 e me dirigi diretamente para a casa de Anne Frank para comprar um ingresso. Para minha infelicidade, já havia uma fila gigantesca e acabei desistindo da atração que era praticamente imperdível. A dica aqui é comprar o ingresso online com hora marcada com pelo menos 15 dias de antecedência, já que procurei este ingresso uma semana antes de embarcar e já estava esgotado.Segui caminhando para o principal parque da cidade: Vondelpark. As águas congeladas davam a sensação de mais frio ainda! É um belo lugar para passar um inicio de manha ou final de tarde, muito frequentado tanto por locais quanto por turistas.

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Lago parcialmente congelado.

O parque realmente é grande e optei por pegar uma das saídas laterais e seguir em direção ao Museumplein. No caminho, passei pelo Stedelijk Museum (Arte Moderna e Comteporânea) e o Van Gogh Museum. Se você tiver tempo na cidade, vale a pena entrar em um destes museus e desfrutar as famosas obras.

Caminhe poucos metros e avistará o Rijksmuseum (de Arte e Historia), um prédio imponente, cuja principal atração são aquelas letrinhas/obra “I Amsterdam”. Não pude deixar de tirar uma foto no local, assim como outras centenas de pessoas.  😉

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Eu e mil pessoas em busca da mesma foto!

Na sequencia, segui a pé  até à rua Leidsestraat. Esta região possui inúmeros bares, pubs e restaurantes que são bastante frequentados durante o dia e durante a noite, um lugar muito agradável para fazer as refeições. Decidi escolher um fast-food de comida Thai chamada Wok to Walk, muito bom e barato! Após almoço, é possível jogar uma partida de xadrez em um dos inúmeros tabuleiros da cidade.

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Ninguém precisa de óculos para jogar aqui!

Aproveite a região para caminhar tanto pela Ledisestraat (e tome cuidado com os bondinhos que cortam o “calçadão” sem aviso!) e pela Prinsengracht, onde poderá avistar as tipicas casinhas holandesas, passar por muitas lojinhas de souvenir e muitas padarias, onde pode tomar um café e comer uma tradição local, o Waffle de caramelo (imperdível!).

Segui em direção ao antigo mercado fundado em 1862: Bloemenmarkt. Muitas lojinhas na beira do rio vendem desde, é claro, flores até sementes de maconha. O que mais impressiona nesse mercado, é justamente o detalhe das casas na margem do canal. Olhem só estas janelas!

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De lá, decidi que gostaria de passar na frente da fábrica da Heineken. Neste meio caminho há inúmeras lojas de roupas de grife ou não, cosméticos, etc, um bom lugar para fazer compras.

A fábrica da Heineken parece realmente grande de fora e é uma passeio que alguns amigos fizeram e recomendaram. Novamente, se eu tivesse mais um dia em Amsterdam, era algo que com certeza eu faria (terá uma fila, mas nada de tão grande). Há poucos quarteirões de lá, me deparei com uma feira de rua na Albert Cuypstraat. Coisas são muitas baratas e não deixe, mas realmente, não deixe de comprar os tradicionais Waffles holandeses chamados de Stroopwafels. Dica: faça um chá e deixe o waffle repousando por 2-3min sobre a xícara. A consistência e o gosto mudam drasticamente. 😉

Nesta região, também há um aglomerado de bares e restaurantes. Infelizmente, não lembro o nome da rua, já que estava um pouco perdido. Mas vale se informar perguntando para alguém.

Morto de cansado e chegando ao final da tarde, retornei ao hotel. Para a noite, não tinha dúvidas, tinha que conhecer o famoso Red Light District. Esta é uma região realmente grande (um bairro), que possui, além das famosas virtrines com mulheres semi-nuas, também possui diversos bares para ficar louco (Bulldog) ou inúmeros restaurantes bons para se jantar.

Iniciei meu tour pelo Red Light pela praça onde está localizado o famoso Madame Tussauds. Logo adentrando às ruas, me deparo com a famosa loja “Condomerie” com diversas camisinhas para todos os gostos e tamanhos. Na sequencia, já encontro um festival de luzes vermelhas sobre as vitrines, onde as mulheres ficam expostas. Também há diversos teatros com sexo explicito e outras coisas do gênero, e o público é de 99% turistas, diversificando desde jovens a idosos, casados ou solteiros, com ou sem crianças. Sinceramente, acho que vale a pena conhecer, aproveitar para jantar na região, mas não é nada que impressione (antes de conhecer, eu tinha a sensação que eram mais “lojas”, mas na verdade, elas são bem espaçadas).

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Red Light. Nada demais.

Depois de um longoo dia, retornei ao meu cubículo para descansar e retornar ao Brasil no outro dia de manha. Desfrute os inúmeros canais e arquitetura da cidade, tenha uma experiência na Heinken, não deixem de ir ao museu de Anne Frank, e o mais importante se tiver pouco tempo como eu, apenas vá e compre Stroopwafel, não se arrependerá (traga vários inclusive)!

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O melhor da gastronomia holandesa (na verdade esse não é o original Stroopwafel – não tirei foto- mas também era bom).

Sudeste Asiático: dicas resumidas

Se tivéssemos que resumir toda a nossa experiência de 21 dias no sudeste asiático em um post, daríamos as seguintes dicas fundamentais:

  • Desapegue e experimente viajar só com mala de mão. Você não terá uma única roupa usável no final, mas vai valer a pena (além de que poderá ter uma justificativa para comprar coisas novas);
  • Respeite o Dress Code, respeite a cultura (leia um pouco sobre ela antes de ir para evitar gafes) e, acima de tudo, respeite o Buda!!!
  • Se for proibido fotografar ou tocar, não fotografe e não toque!
  • Não faça turismo exploratório!!! Seja consciente!!! Não visite orfanatos, colônias de exilados (vide mulheres girafa de Chiang Mai), supostos santuários de tigres bonzinhos (nada dopados viu…) ou fazendas onde elefantes pintam e jogam futebol;
  • Acho que não preciso falar né: não beba água que não seja mineral, evite beber coisas com gelo e, se sentir cheiro estranho na água da torneira, escove os dentes com água mineral. Parece frescura, mas não é;
  • Compre/empreste uma GoPro, especialmente se for fazer snorkel/ mergulho nas praias da Tailândia;
  • Não troque dinheiro no Camboja, todo lugar aceita dólar e você não perde na conversão;
  • Vá de chinelo. Você vai precisar tirar e colocar o sapato a cada cinco minutos, além de que é muito mais fresco que um sapato fechado;
  • Troque o mínimo de dinheiro no Vietnã, muitos locais aceitam dólar;
  • Faça pelo menos uma roupa sob medida em Hoi An, são maravilhosas e baratinhas;
  • Troque dinheiro no centro de Bangkok, são muitas as casas de câmbio e a cotação é muito boa;
  • Esteja no porta do Grand Palace quando ele abrir para evitar o mar de gente;
  • Tome sorvete de coco dentro do coco na Kao San road;
  • Alugue um tuk-tuk ou moto em Siem Reap. E use protetor solar;
  • Experimente a comida, coma muitos Pad Thai;
  • Não se irrite com os vendedores insistentes nos templos do Camboja, a vida deles depende do turismo;
  • Curta o caos de Hanoi em vez de se estressar com ele;
  • Leve remédios, especialmente dor de barriga. Você vai ter algumas, acredite;
  • Não se deixe abater quando o estômago reclamar ou vai perder a viagem;
  • Lenços umedecidos e álcool em gel serão seus melhores amigos (novamente, não é frescura!);
  • Se você for entre dezembro e abril, prepare-se para saber o verdadeiro significado de calor;
  • Seja sempre gentil e amigável com as pessoas. Um sorriso abre portas;
  • Vacine-se e mantenha seu certificado internacional de vacinação junto ao seu passaporte, isso é fundamental para entrar na Tailândia;
  • Na Tailândia, passe pelo Health Control antes de ir para a imigração;
  • Negocie e pechinche em tudo (até na água!);
  • Baixe um aplicativo de mapas offline (City Maps 2Go, por exemplo);
  • Fuja do óbvio e pesquise locais mais alternativos;
  • Os funcionários dos hotéis são grandes aliados, pergunte-os sobre restaurantes locais e dicas;
  • Nas grandes cidades, pegue táxis com taxímetro. Tuk-tuks costumam ser mais caros (mais turísticos);
  • Halong Bay tende a ser bem frio entre dez-março. Leve agasalho ou aproveite e compre uma The North Fake Face em Hanoi;
  • Use seu amplo conhecimento de brasileiro para evitar golpes;
  • CURTA MUITO! Prove o que tiver vontade de provar, faça o que tiver vontade de fazer e aproveite para tentar desapegar um pouco dos nossos conceitos ocidentais!
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Respeite as regras, por mais que elas estejam distantes daquilo que julgamos correto.

De carro pela Europa

Ao planejarmos a nossa Euro trip, consideramos dois meios de transporte a serem utilizados na viagem: trem ou carro.

Claro que há diversas vantagens e desvantagens de cada meio. Em resumo, o trem é muito interessante para quem pretende conhecer as grandes cidades europeias e para quem viaja sozinho, uma vez que o custo de um pacote individual “Eurorail Global Pass” acaba sendo inferior ao aluguel de um carro.

Já o carro é uma opção para aqueles que gostam de flexibilidade. Não é necessário se preocupar com os horários de saída e sempre é possível dar aquela esticadinha naquela cidadezinha que mais gostou. Além disso, para duas pessoas, o preço do carro se aproxima muito de dois tickets (Eurorail) de trem.

O fator decisivo para a nossa tomada de decisão foi a flexibilidade que o nosso roteiro exigia. Como pretendíamos subir os Alpes para esquiar (Langenfeld e Sölden), passear por vilas aconchegantes (Kappl e Feldkirch) e realizar um tour pela Toscana (nesta, o aluguel de carro é item obrigatório!), o carro foi a opção escolhida (e não nos arrependemos em momento algum!). Além disso, o custo de 18 dias de carro acabou saindo praticamente equivalente ao custo de duas passagens de trem + aluguel de carro na toscana. Notem que estamos considerando o gasto com combustível, pedágios e estacionamentos nessa cálculo!

Outra motivação para quem, assim como eu (Rafael), é apaixonado por carros é a excelente malha viária e as belas paisagens européias. Digo, honestamente, que foi um grande prazer dirigir os cerca de 4000 km pela Europa.

Qual carro locar?

Isto depende do número de pessoas e da duração de seu roteiro. Considere um carro hatch se as bagagens não forem muito grandes. Acredite, quando você for a Roma e procurar lugar para estacionar, agradecerá por estar com um carro pequeno.

Outra dica é escolher um carro que seja confortável para toda sua viagem e que seja econômico. Neste quesito, recomendo a locação de um veículo movido a diesel.

Optamos por um Golf VII TDI 1.6L, que atendeu a todas nossas expectativas: muito econômico (20km/L),  confortável e conseguia facilmente enfrentar as estradas íngremes dos Alpes. O preço da diária foi de 35 EUR / dia (final de 2014).

Um detalhe é que a maioria dos carros na Europa não possui entrada USB (e olha que eles são bem mais modernos que os nossos!). Assim, experimente as rádios locais, faça sua própria playlist no smartphone ou grave um CD. Nós havíamos levado um pendrive com várias trilhas sonoras e acabamos um pouco frustrados por não podermos utilizar, entretanto, isso fez com que ouvíssemos as rádios locais, o que acabou criando memórias associativas muito mais interessantes.

Dica: aluguel de carros é igual comprar passagem aérea, quanto maior a antecedência mais barato é!!!

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“Nosso” Golf nos Alpes.

Locadora

Escolhemos a Europcar, pelo singelo motivo de apresentar um carro confortável pelo menor preço. Realizamos a locação pela internet e foi muito simples retirar o carro no nosso primeiro destino (Viena). Foi necessário apenas apresentar a CNH (junto com a  Permissão Internacional)  e pegar a chave do veículo. Solicitaram para andarmos um quarteirão até a garagem da locadora, onde o carro já estava sendo revisado pronto para a viagem. Vale a pena pesquisar também na Avis, Hertz, CardelMar.

Dicas úteis:

– Evite locar o carro em estações ferroviárias e aeroportos (acrescenta-se um valor de cerca de 60 EUR para retirar carros nesses locais);

– Evite locar o carro em um país e deixá-lo em outro (acrescenta-se cerca de 200 EUR na locação de veículo);

– Caso tenha um cartão da Accor Hotels (e caso não tenha peça gratuitamente no site), utilize o site da Europcar/Accor (https://microsite.europcar.com/leclubaccorhotels/) para conseguir descontos na locação;

– Caso tenha um cartão Visa Platinum ou Mastercard Platinum, não é necessário a locação de nenhum seguro adicional (isso vale também para seguro viagem, o que ajuda a economizar um valor considerável). Vale muito a pena conversar com seu gerente e estudar a possibilidade de migrar para um cartão tipo Platinum antes de viajar;

– Consulte os países que sua locadora permite a circulação de veículos (https://www.europcar.pt/termos-condicoes-gerais-de-aluguer);

– Evite fazer locação do GPS (é caro!). Recomendável adquirir um aplicativo para seu Smartphone. Assim, poderá usufruir do seu aplicativo também em uma próxima viagem para Europa. Veja  mais detalhes abaixo, no tópico sobre aplicativos de GPS;

– Alugue correntes de neve durante o inverno, pois na maioria dos países europeus, é obrigatório possuir este item no porta-malas (aprenda a colocar no https://www.youtube.com/watch?v=Wh3gV-nrvaE, ou peça para lhe ensinarem na hora da locação);

Rodovias e pedágios

Trafegamos por 5 países diferentes e a conclusão foi: as estradas europeias são realmente muito boas!

Iniciando pela Áustria, que cortamos Leste-Oeste e Norte-Sul, o limite de velocidade nas auto-estradas é de 130km/h e a velocidade deve ser reduzida conforme a indicação da pista e nos túneis. Estradas secundárias te levam para paisagens fascinantes (vide post sobre Kappl) e, apesar destas estradas menores terem pista simples, são bem conservadas e seguras. Neste país, é necessário a utilização do selo para transitar (Vignette). Entretanto, como alugamos o carro no próprio país, não foi necessário adquirir um.  Me lembro de ter parado em apenas um pedágio (muito barato), que era igualzinho aos pedágio brasileiros (um cobrador pedia por um valor especifico). Outro ponto que surpreende é a educação dos motoristas: absolutamente ninguém trafega acima da velocidade ou fica andando pela esquerda sem necessidade, logo, pratique a sua boa educação e faça o mesmo (lá e também aqui!).

Partindo para Liechtenstein, as estradas são em geral de pista simples. Mas não se preocupe, ande alguns kms e as estradas voltarão a ser duplas. Detalhe: você estará na Suiça.

Na mesma linha da Áustria, as estradas suíças são excelentes. Detalhe para o limite de velocidade que é de 120km/h nas auto-estradas, 80km/h nas pistas simples e 50km/h em trechos urbanos. Atente-se para não tomar multas. Uma experiência interessante na Suíça foi a dirigibilidade na neve. Apesar de ter alugado as correntes de neve, não foi necessário utilizá-las, não senti nenhuma diferença entre dirigir na neve e na chuva. Entretanto, dirija com muita atenção e caso sinta os pneus patinarem, pare e coloque as correntes. Não há pedágios neste país. Mas atenção:

– É necessário adquirir o Vignette (40 francos) para trafegar na Suíça (a multa por não utilização é cara). Em qualquer posto de gasolina próximo a fronteira é possível comprá-lo e basta colar o adesivo no vidro dianteiro de seu veículo;

– Sempre ande com os faróis acesos na Suíça!!!

Já a Itália segue o mesmo padrão de rodovias dos países anteriores. A velocidade na auto-estrada é de 130km/h e os caminhões sempre trafegam pela direita, tornando a estrada muito agradável de se dirigir. Não é necessário nenhum selo (Vignette) para entrar no pais.

Entretanto, você se deparará com vários pedágios. Em geral, você retira um ticket do pedágio (ou um cobrador ou uma máquina eletrônica parecida com as de Shopping Center) logo na saída da cidade em que se hospedou e você pagará este ticket na entrada para sua cidade destino. Ou seja, é muito importante não perder o ticket!!!

Consulte o preço médio dos pedágios das rodovias no site: http://alugueldecarrosnaeuropa.com.br/preco-do-pedagios-na-italia-como-funciona/

Um post especial será feito de como é dirigir na Toscana. Adiantando um pouco, é extremamente gratificante e tranquilo (delicie-se pelas estradas belas da Toscana), mas leve um Dramin no bolso.

Partindo para Hungria, também é necessário a compra do Vignette (10 EUR para 10 dias) na fronteira antes de entrar no país. O limite de velocidade nestas estradas é de 130km/h (mas tive a impressão de que os motoristas dirigem bem acima desta velocidade). Detalhe: nas rodovias de 3 faixas, utilize sempre a faixa da direita quando livre. É muito comum os húngaros se incomodarem com carros trafegando na faixa central (e nem se fale na faixa da esquerda).

Dicas úteis:

– Evite dirigir em grandes centros. Alugue hotéis com estacionamento e opte por se locomover com transporte público da cidade;

– Nas cidades italianas, o transito é caótico e os motoristas são mal educados. Novamente, ou alugue um hotel com estacionamento ou pesquise um estacionamento próximo ao seu hotel para deixar o carro durante toda a estadia. Sério, não se aventure a dirigir em Roma, é dor de cabeça na certa!

– Em todas as grandes cidades, há um parquímetro. Logo que descer do veículo, veja o número da sua vaga (pintado no chão geralmente) e insira o dinheiro no parquímetro escolhendo o número de sua vaga. Em alguns parquímetros, basta realizar o pagamento e a máquina imprimirá um recibo que você deve deixar sobre o para brisa de seu veículo. O valor da hora varia de cidade para cidade, mas na média é de 3 EUR ou menos;

– Vale a pena reservar um tempo antes da viagem para fazer anotações sobre as estradas principais que irá trafegar. Como sabem, imprevistos (como perda do celular) acontecem e é bom ter um plano B.

Placas de sinalização

Procure estudar a sinalização básica de cada país que você irá. Atente-se às cidades italianas nas quais, em geral, é proibido trafegar de carro no centro histórico.

Eu, por exemplo, descobri somente depois de muitos e muitos kms de que as placas brancas com riscos pretos na diagonal significavam “sem limite de velocidade” na Autobahn (Alemanha), o que me deixou com o gostinho de “podia ter aproveitado mais”.

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Placa indicando ausência de limite de velocidade na Autoban.

Outro exemplo da importância das placas e dos planos B foi na Suíça, onde havia uma placa redonda (circulo branco interno e circulo vermelho externo) em uma estrada indicando que esta estava fechada. Nosso espírito aventureiro (só para não admitir a falta de atenção) nos fez continuar na estrada até que deparamos com montes de neve interditando-a. Valeu a pena errar nesse caso!

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Perdidos nos Alpes.

Selos (VIGNETTE)

Vignette Austria: 8.70 EUR por 10 dias (não necessário caso alugue o carro neste país)

Vignette Suiça: 40 francos por um ano

Vignette Hungria: 10 EUR por 10 dias

Sempre é possível adquirir o Vignette em postos de gasolina na fronteira dos países.

Abastecendo o veículo

Isto é uma tarefa bem simples. Na maioria dos postos europeus, não há frentistas. Então, você mesmo terá que descer do carro, pegar a mangueira de combustível (Diesel ou Gasolina) e abastecer o seu carro (haverá um click quando o seu tanque estiver cheio). Você terá então que entrar na loja de conveniência  e dizer ao atendente o valor de seu abastecimento. Dá para acreditar?! Imaginem se fosse no Brasil!

Também, na Suíça, notamos que em alguns postos havia uma maquina de dinheiro/cartão de credito que você tinha que selecionar quantos euros de combustível você pretendia abastecer e o número da bomba de combustível que gostaria de utilizar. Só assim que a mangueira seria liberada para abastecimento (é bastante intuitivo). Outra dica é utilizar as luvas descartáveis que ficam ao lado da bomba para evitar ficar com as mãos cheirando combustível por quilômetros.

Em muitos postos de gasolina, há uma praça de alimentação. Em específico na Áustria, recomendo almoçar um dia nestes postos já que a comida é realmente boa e é uma experiência diferente.

Atenção: a gasolina  é chamada na Itália por Benzina.

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Saladinha nada básica no posto.

Carteira Internacional

A principio, gostaria de dizer que a Permissão Internacional para Dirigir (PID) não é necessária  para quem for fazer uma viagem a Europa. Salva exceções de regra de locação das locadoras (por exemplo, no caso de alugar um carro esportivo, a locadora poderá pedir este documento).

Entretanto, caso seja parado na fronteira, ou por um policial, ou se envolva em um acidente, será muito mais tranquilo apresentar a PID às autoridades.

A PID pode ser solicitada no DETRAN ou POUPATEMPO de sua cidade. No meu caso (Campinas), houve apenas necessidade de levar o CPF e RG (original e cópia),  e pagar uma taxa de R$233,75 (+R$11,00 para envio pelo correio). Chegou em 1 dia útil.

Atenção:

– Sempre leve sua CNH (mesmo que tiver a PID). Sua PID somente é válida em conjunto com CNH.

– A validade de sua PID será a mesma de sua CNH.

GPS

Como mencionado anteriormente, evite alugar GPS em seu veículo.  Recomendo adquirir um aplicativo para seu smartphone (deve ser OFFLINE, não se iluda achando que será fácil encontrar wifi em todos os lugares, pelo contrário). Sendo bem direto, ou compre o aplicativo SYGIC ou TOM TOM. Para decidir qual comprar é simples: veja qual é o mais barato (ambos utilizam o mesmo mapa). Eu optei pelo SYGIC e não tenho do que reclamar.

Dica salva-viagens:

– Compre um carregador de bateria portátil para seu smartphone (ainda mais se você utilizar seu celular também como câmera fotográfica). GPS consome muita bateria e, em trajetos longos, uma carga extra é fundamental. Usei minha capa-carregadora praticamente todos os dias.

Conclusão

Delicie-se pelas estradas bem pavimentadas com paisagens magníficas. Dirigir pelos Alpes e se perde na região da Toscana realmente não tem preço.  Além disso, considere a experiência de dirigir e abastecer o veículo em outro países e explorar aquelas pequenas vilas que encontra em seu caminho.

Europa no inverno: o que levar na mala

Uma das principais preocupações de quem está planejando uma viagem deve ser o que levar na mala. Acreditem, uma mala mal planejada pode causar muita dor de cabeça (e dor nas costas!). A primeira coisa a se considerar é, logicamente, o clima do destino e a quantidade de dias da viagem.

A nossa viagem de 20 dias pela Europa foi no início do inverno e a previsão era pegarmos temperaturas variando de -10 a 20ºC, de dia, a depender da cidade. Depois de lermos muito sobre o assunto, decidimos levar o mínimo possível de peças que nos permitissem passar os 20 dias sem lavar roupa ou lavando o mínimo possível.

Abaixo listamos o que levamos (para cada) e comentamos se foi necessário ou não (já contando as peças com as quais embarcamos):

ROUPAS E ACESSÓRIOS: prove todas as roupas e escolha peças que combinem entre si, opte por cores neutras e pratique o desapego: você vai ter que repetir as roupas muitas vezes, preocupe-se mais em ficar confortável e levar uma bagagem fácil de transportar do que com o fato de aparecer em várias fotos com a mesma roupa!

2 conjuntos de blusa e calça térmica: essencial! Não dá encarar o inverno europeu sem roupa térmica, sério! Elas são relativamente baratas (você encontra na Decathlon por 39,90, mas já vi promoções por 29,90 cada peça), confortáveis e não pesam na mala. Foram as únicas peças grandes que lavamos durante a viagem e elas secam muito rápido, mesmo com o clima frio e úmido.

2 blusas finas de malha, com manga: levamos como reserva para caso não fosse possível lavar as térmicas. Totalmente dispensável.

4 blusas de lã finas, estilo cardiga: muito útil para colocar por cima da térmica e para serem usadas sozinhas em  dias de menos frio.

2 jaquetas realmente quentes: indispensável! Levamos 2 jaquetas bem quentes e impermeáveis (importante para neve ou para não ter que correr da chuva). Essas são as peças mais importantes da mala, então vale a pena investir um blusas realmente quentes e bonitas (afinal, você vai sair com elas em todas as fotos). Li muitos blogs indicando comprar as peças lá, mas eu particularmente não recomendo, o preço vai ser quase igual e você vai ter a dor de cabeça de sair para comprar (escrevendo agora isso não parece um problema na verdade, mas quando você está super empolgado para conhecer as coisas e com um roteiro apertado como o nosso, procurar uma loja não será divertido). Cada um de nós emprestou uma blusa de alguém da família que já tinha viajado para destinos de inverno e compramos a segunda peça na Decathlon (as linhas da Quechua-mesmo as mais baratas- não perdem em nada para as marcas tradicionais importadas, super recomendamos!)

3 calças jeans: um bom número, mas dá para levar duas. Dê preferencia para cores mais escuras, que sujam menos, e cortes mais tradicionais, assim a calça chamará pouca atenção nas fotos.

2 sapatos: dois pares de sapatos quentes é o número ideal, nem mais nem menos. Escolha sapatos confortáveis e que sejam a prova de água. Se seu destino tiver neve, procure sapatos adequados, com solado apropriado (mais quente e não escorrega). Eu, Camila, fui com um tênis acolchoado especial para caminhadas na neve (da Decatlhon também) e com uma bota de couro, estilo montaria, super linda. Usei a bota 2 dias e me arrependi amargamente nos 2 dias: mesmo não tendo chovido e eu não tendo andado na neve com ela, ao fim do dia eu já não sentia meus dedos de tão frio e de tanta dor (era o meu par de botas mais confortável, mas ser confortável após 10 ou 12 horas de caminhada não é a mesma coisa de ser confortável para ficar sentada no escritório).

1 havaiana: tomar banho em hostel é sempre mais agradável com uma havaiana no pé…

1 par de meias térmicas: muito recomendável, elas são fofinhas e confortáveis, além de protegerem do frio mais intenso. Se pretender esquiar, é essencial! São baratas e você pode encontrar na Decathlon também (nossa, vou cobrar comissão…).

Íntimas: 4 pares de meias comuns (confortáveis, nada de meias que escorreguem para dentro do sapato), 7 calcinhas/cuecas, 3 sutiãs. São peças fáceis de lavar, então não vale a pena levar uma para cada dia.

Gorro/ cachecol/ luvas: são peças-chave para dar uma mudada no visual (já que os casacos serão sempre os mesmos). Recomendo levar 1 gorro e 1 cachecol e comprar mais lá, porque são muuuito baratos, lindíssimos e você encontra ambulantes vendendo em toda esquina (comprei 8 lenços e 2 gorros – ok exagerei, mas acabaram sendo souvenirs muito legais para as amigas). Luvas quentes – aquelas luvas fofas de lã não vão te ajudar! Se for esquiar, é fundamental luvas próprias (adivinhem onde tem e é barato, na Dec____). Usamos as nossas próprias para ski mesmo quando não estavamos esquiando, elas são super quentinhas e não são feias não.

1 pijama: um pijama curto. Até os hotéis de pior qualidade tem aquecimento e cobertas grossas. Se necessário ainda dá para usar a térmica como pijama quente.

REMÉDIOS:

Ninguém quer ficar doente, mas é melhor prevenir do que remediar! Lá fora não é tão fácil comprar sem receita, então é melhor levar daqui. Se você faz uso de medicação controlada ou remédios mais específicos, procure seu médico e leve uma receita (pode ser solicitado ao embarcar/desembarcar).

Levamos remédio para: dor de cabeça, febre, dor de estômago (ENO, salvou nosso dia em alguns momentos), dor muscular, diarréia, prisão de ventre, anticoncepcional e enjoo (super útil também). Felizmente, usamos poucos e não sentimos falta de mais nada.

HIGIENE:

Sabonete de corpo e rosto, desodorante, shampoo e condicionador (embalagens pequenas), barbeador, cortador de unha, pinça, hidratante para rosto e boca. Para as meninas: desapeguem de unhas bonitas, não vale a pena ficar preocupada em retocar o esmalte descascado! Vá com as unhas cortadas bem curtinhas e apenas com uma base – ou nem isso – absolutamente ninguém vai reparar na sua mão e você não vai precisar perder tempo com isso.

GERAIS:

Kit de costura (nunca se sabe quando uma das duas duas blusas pode rasgar), papel higiênico, caneta, papel, carregador de celular, adaptador universal, câmera, carregador de baterias, celular, roteiro da viagem, reservas de hoteis, cadeado para mala, sacolinhas de mercado para roupa suja. Um item que salvou nossa viagem várias vezes foi uma capinha de celular que é um carregador de bateria, vale muito o investimento.

Documentos: passaporte válido, RG, seguro viagem. Cheque bem antes de sair de casa!!! Se pretende alugar carro, leve a carteira nacional de habilitação e a carteira internacional.

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Pronto, itens separados é só fazer a mala. Ou a mochila? Ou a mala de mão? Eis a questão! Optamos por ir de mochilão e levar uma mochila de mão (contendo 1 conjunto de térmicas, 2 roupas íntimas e 1 blusa, além dos documentos e eletrônicos – e uma das duas blusas grossas na mão).

Outro truque que foi hiper útil foi separar as peças por categoria e embalar em sacos separados e transparentes. Usamos saquinhos de cozinha tipo ziploc porque é o que tínhamos em casa, mas existem sacos específicos para organização de mala (alguns você tira o ar com o aspirador de pó, mas eu não acho interessante… dá uma sensação de mala vazia que te induz a colocar mais coisas. Além disso, uma vez aberto o saco no destino, como você vai tirar o ar novamente?!).

Minha mochila ficou com 14 kg e a do Rafa com 18 kg. Você deve estar pensando: super leve! Sim, super leve, mas experimente andar mais de meia hora com esse peso nas costas!

Honestamente, achamos que para destinos europeus uma mala com rodinha, dessas menores e mais maleáveis (lembra uma mochila, mas com rodas) teria sido uma opção melhor. Particularmente, acho que o mochilão compensa em destinos com muito sobe e desce de escada ou locais com chão muito molhado ou sujo.

Lembre-se, por mais econômica que seja a viagem, você vai comprar várias coisinhas por lá, então desapegue das coisas velhas e deixe espaço para as novas – e eu não estou falando apenas de coisas materiais! 😉

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Minha mochila, mochila de mão e a bota bonita-mas-congela-pé.