PETAR: bate e volta imperdível

O PETAR (Parque Estadual Turistico do Alto do Ribeira) a apenas 5 horas de São Paulo (320km), na cidade de Iporanga, é um paraíso no sul do estado, repleto de trilhas, cachoeiras e cavernas muito preservadas! Excelente local para fazer um bate e volta ou passar um final de semana de sossego e aventura.

Importante saber que este não é o mesmo lugar da Caverna do Diabo, que fica em Eldorado (1 hora de Iporanga) e, anote aí, o Petar é muito mais lindo e divertido!

Quando ir?

Basicamente em qualquer época do ano.  Nos meses de julho e agosto as temperaturas são mais baixas e algumas atividades com água podem ficar comprometidas (mas nem tanto, porque a água no interior das cavernas é gelada o ano todo). Recomendaríamos também evitar o Carnaval, já que muitas pessoas (isso mesmo, não é só você que pensou em passar um feriado tranquilo) aproveitam para desbravar a floresta e, segundo os guias locais, é de longe a época no qual há mais turistas na região.

Onde ficar?

O PETAR fica no município de Iporanga-Sp. Prefira ficar no Bairro da Serra ou próximo dele, pois os principais núcleos a serem explorados (Núcleo Ouro Grosso e Núcleo Santana) ficam muito próximos. De forma geral, as acomodações são rústicas (nada de luxo), mas também consideravelmente em conta. Algumas pousadas: Pousada da Diva, Pousada Ouro Grosso, Glamping Mangarito, Pousada das Cavernas.

Não esquecer: repelente, calças compridas (evitar jeans, não é permitido shorts/bermudas), camisetas com manga (não é permitido sem manga), tênis antiderrapante (fundamental!!! Algumas pedras e caminhos são bem escorregadios) e protetor solar.

Passamos um final de semana de dezembro em meio à mata Atlântica no conjunto de cavernas do Petar. Chegamos no inicio da madrugada de sexta para sábado depois de muita neblina na serra de Apiai (viemos pela Raposo Tavares, quem vier de São Paulo, melhor caminho é Régis Bittencourt) em um clima quente e úmido. Tínhamos dois dias para explorar bem o lugar e decidimos começar pelo básico: os núcleos Santana e Ouro Grosso. Recomendamos fazer as cavernas nestes núcleos para visitante de primeira viagem, pois já são muito bonitos e não tão distantes. Há ainda os Núcleos Caboclos e Casa de Pedra, que certamente ficarão para uma próxima.

Imprescindível neste local é a contratação de um guia, já que, sem ele, você é proibido de entrar nas cavernas (e você precisa muito dele, as cavernas são verdadeiros labirintos). Daí já recomendamos o serviço da EcoCave (Sr. Sérgio), muito profissionais, amigáveis e pontuais, com o menor preço que encontramos. Você pode contratar grupos de 8 (máximo), 4 ou apenas 2 pessoas, com o valor aumentando para o menor número de pessoas. Como queríamos flexibilidade na visita, optamos por contratar o guia só para nós. Porém, deve ser também muito divertido ficar em um grupo maior para conhecer novas pessoas e se divertir nas atividades dentro das cavernas.

Lemos antes da viagem que os lugares não aceitavam cartão, que era difícil achar o que comer e que precisava levar comida. Pelo jeito, isso mudou. Quase todos lugares já aceitam cartão e há dois mercadinhos que , por sinal, recomendamos comprar um lanche para passar o dia nos parques, já que lá não há lanchonete disponível no parque. Obs. Os guias possuíam saco estaque e, então, também não fiquem muito preocupados em levar bolsas impermeáveis.

No sábado de manhã, caímos logo cedo da cama e 08h00 já estávamos na agencia Ecocave, que já nos aguardava com os capacetes com lanternas (muito legal) para seguirmos ao Núcleo do Santana. Recomendamos este núcleo para o primeiro dia, já que há mais atrações e certamente tomará o seu dia inteiro (até 16-17h00) de atividades. Fizemos as Cavernas do Santana, Cachoeira do Couto, Caverna Morro Preto e Caverna Agua Suja. As trilhas de maneira geral são muito curtas e tranquilas e, então, esta não é uma desculpa para não conhecer as cavernas. 😉

Caverna Santana: muito grande, cheia de formações (espeleotemas: estalagmites e estactites), curiosidades e histórias. Desde a pedra que gera música até passagens muito estreitas que os mais desbravadores podem se arriscar a passar. O barulho das gotas, o som da caverna junto com a escuridão iluminada pelo pequeno filete de luz dos capacetes faz desta uma caverna muito especial. Ela é uma das mais disputadas e, como só se entra cerca de 150 pessoas por dia, não dê bobeira em deixar para fazer ela a tarde.

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Cachoeira do Couto: no caminho para a caverna Morro Preto, é uma cachoeira de pequeno porte, mas muito agradável para um refresco nos dias quentes.

Caverna Morro Preto: com uma entrada em forma de arco muito grande, esta se difere completamente da Caverna do Santana em questão de espaço (maior). Quando entramos, descemos cerca de 100m de pedras e avistamos com a pouca luminosidade das nossas lanternas um mirante muito próximo do teto da caverna. E não é que há um caminho para se chegar até lá? Muito bacana novamente a escuridão, as belezas de cada formação, as histórias do local. E o melhor de tudo, como elas são bem preservadas e pareciam ser só nossas. Muito difícil encontrar qualquer outra pessoa ou grupo nas cavernas!

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Caverna Água Suja: nossa favorita do dia, imperdível!!! É uma caverna que possui água, então, esteja preparado para se molhar até a cintura. A trilha é praticamente toda dentro da água, passando por meio das estalactites. Ao final dela, chega-se a uma corrente de água que faz muito barulho naquele silencio da caverna (parece que seria uma cachoeira de 30m). Novamente, muito diferente das outras!  Aah, a trilha para esta caverna é um pouco mais longa, cerca de 2km, mas muito agradável: muito verde, passa por dentro do rio, pontes de corrente, árvores gigantescas.

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Somente estas cavernas já ocuparam nosso dia até as 15h45! Aproveitamos bem elas, mas poderíamos também ter ficado mais tempo apreciando ou mesmo tomando banho de cachoeira. Àqueles que estiverem bastante animados, sugiro continuar a trilha da Água Suja até a Cachoeira Andorinhas, que dizem ser magnífica (apenas 1.5km para frente).

A noite, as pousadas em geral oferecem refeição, mas também há a opção do bar Mangaritos e de uma pastelaria (muito boa e barata) bem ao lado (em frente à pousada da Diva). Gastarão pouco e se alimentarão bem.

Segundo dia: acordamos novamente cedo e às 08h00 nos dirigimos (desta vez a pé mesmo) até o núcleo Ouro Grosso. Fomos os primeiros a iniciar a trilha até à caverna Ouro Grosso. São cerca de 1.5km de uma trilha impressionantemente bonita, passando por uma casa típica dos Quilombolas com um engenho e algumas Figueiras gigantescas (dando o nome de Trilha das Figueiras) até chegar em um pequeno buraco, que é a entrada da caverna!!!

É um pouco apertado e exige alguns movimentos um pouco mais elásticos para adentrar a caverna, dá uma sensação muito boa de mistério com pioneirismo, parece que está entrando para explorar uma mina de ouro! Ela vai ganhando tamanho até atingir o canal de água que leva à uma belíssima cachoeira. Aqui somente os fortes conseguirão entrar (ou mesmo os imunes ao frio). Momento Rose pulando na água pra salvar o Jack no Titaanic.. Para bom entendedor, meia palavra basta né.img_3651

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De lá, seguimos a pé (uns 30-40min de trilha) até nossa próxima e ultima caverna da viagem: a Caverna Alambari de Baixo.

Com uma entrada também imponente, esta caverna vai escurecendo aos poucos e seus mistérios vão aparecendo, como, por exemplo, a sombra de um homem apoiado na pedra (aliás, em todas as cavernas o guia vai apontando pedras e estruturas que se assemelham a animais/pessoas/objetos, alguns parecem que realmente foram desenhados/esculpidos) !

Quanto mais descemos, maior vai ficando o barulho da água ecoando no fundo da caverna, até as primeiras pegadas no molhado. E aqui, estejam prontos para se molhar! Quanto mais vai adentrando a caverna, mais a água vai subindo à cintura até chegar um ponto em que foi instalada uma corda para se apoiar. Em um determinado momento (cerca de 5-10m) que não dá pé e se utiliza da corda para seguir caminho na escuridão da caverna. Outra particularidade é a saída, que também ocorre por um buraco relativamente pequeno e é exigido certo equilíbrio entre as pedras!

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Chegando ao fim desta caverna, há uma opção de finalizar o passeio com um boia-cross cobrado a parte. Preferimos ir caminhando até a cidadezinha de Iporanga apreciando a calma daquela cidade que nem parece fazer parte do Estado de São Paulo. Chegamos no hotel cerca de 13h30.

O que achamos do PETAR? Fantástico! Sem dúvida pretendemos voltar com amigos seja para ir às mesmas cavernas, seja para explorar Núcleo Caboclos que possui trilhas maiores (9km) e cavernas também de beleza única. Super recomendamos passar um final de semana, ou até mesmo mais dias, neste pequeno oásis do Estado de São Paulo!

Ah, importante: se você não tem preparo físico e está achando que esse passeio não é sua praia, fique tranquilo! Embora hajam muitas trilhas e seja necessário certo jogo de cintura nas cavernas, não é necessário ser um atleta ou ser super corajoso para se divertir muito! Com relação ao passeio com crianças, nosso guia recomendou o passeio a partir dos 10-12 anos (para poder curtir mais sem gerar preocupações aos pais).

Fim de passeio? Ainda não! Aproveitamos a proximidade para visitar a tão famosa Caverna do Diabo em Eldorado.

Bem, depois de ver tantas cavernas preservadas e naturais, é um pouco desapontante ver a Caverna do Diabo tão explorada, com sua iluminação artificial e dezenas de turistas passeando pelas escadas e corredores construídas pelos militares no final da década de 60. Mas também possui suas belezas: seu tamanho é único e a quantidade de espeleotemas e formas que intrigam sua imaginação é impressionante!  Sem dúvida é maior que as cavernas do PETAR, mas nos divertimos muito mais com as aventuras e peculiaridades de cada uma das cavernas em Iporanga! A caverna do Diabo é super acessível (com caminhos cimentados e escadas), então é uma forma legal de crianças, idosos ou pessoas com mobilidade reduzida terem contato com uma caverna imponente.

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Bangkok: Amphawa e Maeklong (mercados)

Antes da viagem, durante nosso planejamento, lemos muito sobre os mercados flutuantes nos arredores de Bangkok, já que são uma das atrações mais procuradas da cidade. Lemos muito sobre como esses locais foram descaracterizados pelo turismo nos últimos anos e ficamos na dúvida se valeria a pena visitar um deles. Em nosso segundo dia em Bangkok, nos convencemos de que precisávamos conhecer um dos mercados flutuantes para tirarmos nossas próprias conclusões.

Entretanto, tentamos fugir do mais famoso, o Damnoen Saduak, porque queríamos algo frequentado pelos locais e que ainda mantivesse os temperos e comidas típicos da Tailândia!

Os três mercados mais acessíveis próximos à Bangkok são:

Maeklong (mercado do trem) e Amphawa: é possível visitar os dois em um único dia, já que ficam no mesmo caminho, à cerca de 1h30 de Bangkok de carro. É possível comprar o tour direto na Khao San ou pegar uma mini van coletiva que sai do monumento da Vitória em Bangkok. Endereço do mercado flutuante: Banremu Rd., Ban Prok, Muang Samut Songkhram, Samutsongkhram 75000 | Tailândia. Aberto todos os dias das 7:30 às 17:00. O mercado do trem é famoso por ter um trem que atravessa o mercado todos dias, fazendo os vendedores retirarem suas barracas para o trem passar, dizem que é bem legal. Já Amphawa é um mercado flutuante rodeado por dezenas de barraquinhas de comidas típicas, de lojinhas de souvenires, cafés e restaurantes que vendem comidas típicas. Optamos por fazer esse dueto e contaremos mais detalhes abaixo.

Damnoen Saduak: é o maior e mais famoso mercado da Tailândia. Está a cerca de 100km de Bangkok (1h30 também). Existe há mais de cem anos e por isso é muito lotado, deve-se chegar antes das 08h00 para conseguir aproveitar. Lemos muito a respeito do quão descaracterizado e pega-turista que este mercado tem se tornado. Também é possível andar de barco pelo local. A dica aqui é tentar contratar o tour na Khao San Road que passe pelos canais pequenos e plantações de bananeiras. Edição> Na segunda visita à Tailândia, resolvemos dar uma chance e conhecer. E achamos bem legal pra falar a verdade!! É mais caótico e descaracterizado, mas também é mais divertido e fotogênico. Leia aqui.

Talin Chan: mercado que só abre de fim de semana. Neste mercado, os vendedores novamente ficam nos barcos e os compradores nas plataformas. Este mercado é o mais preservado dentre os três e é muito frequentado por famílias tailandesas que vão passear e almoçar pelo local. Outra grande vantagem é que é possível pegar um taxi até lá (saindo da estção Sanam Pao, saí por cerca de 200 BHT). Era a nossa opção número 1, mas não passamos o final de semana na cidade, então ficará para uma próxima.

Acordamos bem cedinho para aproveitar bem o dia. Optamos por nos aventurarmos indo com as mini vans que partem do monumento da vitória. A partir do nosso hotel (próximo à Khao San), colocamos no google qual ônibus deveríamos pegar até o monumento, descemos e, para nossa surpresa, o terminal que fica abaixo de um pontilhão, era um lugar bem grande, com vans espalhadas para todos os cantos. Após abordar uma quinzena de tailandeses, encontramos um que falava inglês e nos indicou o local correto para pegar as vans com destino ao Maeklong (este ponto fica bem próximo a uma loja de bolinhos e paes, que por sinal, foi um grande achado, pois sentíamos falta de comer algo do tipo de manha). Mas não há outra forma de achar a van correta a não ser perguntando para as pessoas, então tente levar o nome do mercado escrito no idioma local.

Pagamos 70 BHT por pessoa (uma pechincha) e aguardamos uns 15 minutos até a van encher e partirmos. Foi uma viagem bem tranquila de cerca de 1h30 até Maeklong. Ao descermos da van, já estávamos em frente ao mercado do trem. É bem grande e frequentado realmente por tailandeses que procuram comida fresca e temperos. Infelizmente, o trilho de trem estava em reforma e inoperante.

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Mercado do trem, em reforma no dia =/

Embora seja um mercado interessante, só vale a pena se for realmente uma parada a caminho de outro mercado. Cheque na internet o horário que o trem vai passar naquele dia para não perder a atração.

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Note as comidas vendidas em sacos, muito comum nos mercados tailandeses!

Como o trem não passaria naquele dia, haviam poucos turistas perdidos, como nós, e as caminhonetes que fazem o restante do trajeto até o mercado flutuante não estavam operando.A partir daí foi um Deus nos acuda achar um jeito de chegar em Amphawa. Em Maeklong, quantos pessoas vocês acham que sabem falar inglês ou ler nosso alfabeto?! Depois de muita mímica e risadas, uma atendente de pet shop nos compreendeu e explicou que tínhamos que pegar um busão azul, que saia da “rodoviária” em frente. A partir daí foi uma espera de cerca de 40-50min até sair até o ônibus chegar. É importante destacar que, embora as pessoas não nos compreendessem, todos tentavam ajudar e o motorista do tal ônibus ficava fazendo sinal que estávamos indo na direção certa, o melhor da Tailândia é o povo tailandês!

Ufa! Mais 20-30 min e chegamos ao mercado flutuante. Achamos um charme, mas não vá esperando conseguir as fotos ultra coloridas e um canal lotado de barcos, como Damnoen Saduak. O local é composto por um canal principal com diversas barraquinhas vendendo souvenieres (bolsas, camisetas, artesanatos, tudo típico da Tailândia e de qualidade), restaurantes à beira do canal com comidas típicas tailandesas, tudo fresco feito na hora. No canal, inúmeros barquinhos que se atracavam às margens, fazendo também comida fresca na hora.

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O mercado flutuante de Amphawa

O local tem bastante gente, mas não chega a ser lotado. Nas barraquinhas, achamos algumas peculiaridades, como lulas gigantes, peixes ensopados (não sei quem tem coragem de comer aquilo), arraias e muitas outras coisas que não temos ideia do que era, mas era bizarro e impressionante.

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Barcos restaurante dentro do canal

Após bater perna pelo local, escolhemos almoçar em um dos restaurantes com mesas na beira do canal. Foi bem gostoso, pedimos algumas vieiras (chique né) e almoçamos enquanto os barquinhos (e um barcão oferecendo massagem) passavam pelo canal.

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Almoço (vieiras!) e sobremesa (docinhos de coco)

Após o almoço, passamos mais um bom tempo passeando pelo canal, experimentando alguns doces curiosos que vimos no caminho e relaxando um pouco. Por volta das 15h00, achamos que já era hora de voltar e pegamos uma van exatamente na mesma avenida que o ônibus nos deixou. Nesta avenida, que é a única de frente ao mercado, tem várias barraquinhas oferecendo van até Bangkok, é bem fácil achar. Pagamos 100 BHT e tivemos que esperar uns 10-15min a van chegar.

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Vai um peixe ensopado na bacia aí?
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Não tenho idéia do que isso seja, achei bonito!

Enfim, foi um passeio um pouco cansativo, por não ser muito trivial chegar até lá. Nossa dica é para procurarem um passeio com van fechada partindo da Kaho San. Com certeza será um pouco mais caro, mas vai valer a pena… foi um erro termos ido com a cara e a coragem, perdemos muito tempo no deslocamento. Além disso, ressalto novamente que este mercado é mais para quem esta querendo beliscar comidas típicas e se misturar, na medida do possível, ao povo local. Se você quer fazer um passeio mais “sem erro” e conseguir aquelas fotos bonitas, escolha o Damnoen Saduak.

Cambodia: Siem Reap

Resumindo o Cambodia em uma frase: não há nada no mundo igual o Angkor Wat!

O complexo de templos, que é o maior da história da humanidade, é um dos lugares imperdíveis do Sudeste Asiástico. O complexo todo tem proporções colossais, sendo composto por uma área de 400 km² repleta de história, com quase 50 ruínas de templos já escavadas. Não vou me alongar aqui, mas é fundamental ler sobre a bela e triste história do país antes de se aventurar pelo local.

Pesquisamos bastante sobre quanto tempo ficar e optamos por ficarmos 2 dias completos (na verdade, 1 dia + 1 tarde + 1 manhã). Para nós, foi um tempo adequado, mas poderíamos ter facilmente ficado mais um dia. É importante destacar que nossa velocidade nos passeios é bem dinâmica (segundo um aplicativo, andamos quase 30 km em um dia no parque!), então com crianças ou pessoas de mais idade, considere estender a visita.

A chegada à Siem Reap se dá pelo pequeno Aeroporto internacional há poucos minutos da pequena cidade. Ao pousar, o visitante deve pegar uma sequência de 3 filas: a primeira é para tirar o visto, um processo simples, basta apenas aguardar sua vez, dar o seu passaporte e pagar a taxa de U$35,00 (não é necessário levar foto). A segunda fila, que é logo em frente, é para retirar seu passaporte com o visto já colado nele (na verdade não é bem uma fila, os funcionários da imigração vão gritando o nome do passaporte e a nacionalidade, é bem engraçado, todo mundo dá risada! Só não fique dando bobeira, já que a pronuncia do seu nome será beeem diferente do correto! Já a última fila só deve ser pega depois do preenchimento de um formulário de imigração (diferente do formulário que já deve ser preenchido no avião) que se encontra em vários balcões da pequena área de chegada. Este formulário será entregue às autoridades para realizarem a imigração.

Caso queira simplificar sua chegada e ganhar tempo, peça seu visa online pelo site https://www.evisa.gov.kh/?lang=Por, pague U$37,00 e ganhará alguns minutos a mais no país. Importante: se for ao Cambodia via terrestre, não deixe de pedir seu visto anteriormente online!!!

A excelente e economica (com muito bom café da manhã) guesthouse na qual ficamos hospedados (Schein Guesthouse) nos ofereceu o translado e o nosso motorista de tuk-tuk já estava a nossa espera. Aqui vale uma nota, os tuk-tuks cambodianos são diferentes dos tailandeses, sendo na verdade constituídos por uma moto 50-100cc puxando uma carruagenzinha para 4 pessoas.

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Como já era hora do almoço, recebemos instruções do hotel para almoçar em um pequeno restaurante familiar chamado Lilly Pop. E que comida! O Pad Thai deixou vários pratos tailandeses no chinelo, e o melhor: por cerca de 4 U$ com bebida inclusa! Excelente local para almoçar ou jantar, mas só tem 4 mesas, por isso costuma estar lotado.

Logo no inicio da tarde fomos aos templos e pagamos ao motorista do hotel U$5.00 para nos levar e buscar. Compramos o ingresso de três dias por U$40.00 por pessoa (há também a opção de um dia por U$20,00 ou 7 dias por U$60,00). NÃO PERCA o ingresso, ele será pedido todos os dias da visita e em todos os templos do complexo. Deixe em um lugar com fácil acesso.

O templo escolhido para nossa estreia no complexo não poderia ser outro: Angkor Wat! Aah, que lugar é aquele!!! Ao chegar, atravessa-se uma ponte sobre um lago para chegar a uma espécie de portal, que já é bem interessante. Mas ao cruzar as ruínas do portal tem-se a espetacular visão do imenso templo. O tamanho surreal das ruínas junto com o chão árido de terra e o calor de 40ºC, formam exatamente a imagem que tínhamos quando ouvimos sobre o Cambodia. O lugar é muito rico em detalhes e cores, preparem as câmeras! Passamos cerca de 5 horas perambulando por este grande templo admirando a beleza única do local e não foi suficiente para explorarmos tudo. Cada escultura, cada entalhe e cada parte do templo tem sua história, por isso ou pesquise bem antes de ir ou contrate um guia local (negocie e não será caro).

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A primeira visão do incrível Angkor Wat.

Perambule pelo templo, suba e desça as escadarias, vire onde der vontade… vague sem rumo e se espante em cada metro quadrado do templo. Angkor Wat é um local para ser explorado sem pressa, sem horário para sair!

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Ao anoitecer, lá estava nosso motorista nos aguardando para nos levar de volta ao hotel. À noite, fomos a pé do nosso hotel até o centro conhecer as centenas de feirinhas de rua (Night Market, pub street) da cidade e escolher um restaurante para jantar. As feirinhas tem pouca variedade (nada comparável à Khao San) e é necessário pechinchar muuuito para comprar alguma coisa por um preço padrão Sudeste Asiático. Mas, levando em conta que a população de lá é extremamente carente, sem nem uma infra-estrutura básica e passam fome, pode valer a pena você querer pagar um pouco mais caro por algum presentinho. Aqui vale um parêntese: a população do Cambodia é muito sofrida e pobre (o país sofreu um dos maiores genocídios da história) e vê no turismo uma escapatória, uma luz no fim do túnel. Por essa necessidade, às vezes os vendedores se tornam mais insistentes que o aceitável. Seja legal, sorria, agradeça e siga seu caminho… não trate com grosseria ou indiferença um ser humano que vê em você a oportunidade de por comida na mesa aquele dia.

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Na Pub Street e arredores, é possível escolher diversos restaurantes para comer as comidas locais, como o famoso churrasco de mesa, com bife de cobra, crocodilo, etc, ou o Fish Amok (curry suave de peixe cozido no coco), que foi nossa opção no restaurante chamado Amok! Não saia do Camboja sem provar, o sabor é diferente de tudo e impossível de descrever.

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Fish Amok, o verdadeiro gosto do Cambodia!

As refeições nesta redondeza costumam custar cerca de $7-10 por pessoa (muito caro para o Sudeste Asiático), mas são locais bem agradáveis e comidas confiáveis! Nas ruas, também é possível encontrar barraquinhas com algumas delicias, como o sorvete na pedra, com frutas naturais que são trituradas e congeladas na hora, uma perdição!

No segundo dia, decidimos fazer o chamado “Pequeno circuito” + visita ao templo Banteay srei. Também compramos este passeio com a Guesthouse a um preço bem justo de U$27,00. Desta forma, nosso motorista Li (super gente boa) nos levava de templo a templo com o Tuk Tuk e nos aguardava após explorarmos o local. DICA: não deixe de alugar Tuk Tuk que fique o dia inteiro com você, pois a distância entre os diversos templos são de alguns quilômetros e, como disse anteriormente, você chega a andar 20km somente explorando os templos! Não caia na besteira de tentar fazer de bike, a não ser que você seja um ciclista acostumado a treinar dentro de uma sauna.

Saímos bem cedinho, cerca de 04.30, pois decidimos pegar o nascer do sol em Angkor Wat. É muito bonito, mas verifique se o sol na época da viagem nasce exatamente entre as torres principais do templo. Além disso, se está indo para tirar somente uma foto, provavelmente irá se irritar com a multidão querendo tirar exatamente a mesma foto. Pondere se vale a pena. Nós achamos interessante, mas não é nada imperdível.

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O dia amanhecendo em Angkor Wat

Após o nascer do sol, voltamos para o hotel e tomamos café da manhã (já que os templos só abrem as 8:00). Aproveite e passe toneladas de protetor solar, o sol do Cambodia é uma coisa de outro planeta!

Seguimos para o templo Banteay srei, distante 30 km da maioria dos outros templos, uma viagem de cerca de 1 hora de Tuk Tuk! O local tem um mix de cores lindo nas suas construções, vale a visita. Mas, por ser pequeno, se informe sobre um horário com menor quantidade de pessoas, pois em muitos momentos, as ordas chinesas mal permitem que você veja alguma coisa. O templo é beeeem pequeno mesmo, mas muito entalhado (por isso é chamado de templo das mulheres, visto a quantidade de detalhes).

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O colorido e delicado Templo das Mulheres

Retornamos às proximidades do Angkor Wat, onde prosseguimos com nosso passeio pelo Pequeno Circuito. Passamos rapidamente pelos templos Pre Rup e Banteay Kdei  até chegarmos ao famoso e magnifico Ta Prohm (muito conhecido pelas filmagens de Tomb Raider).

Aqui a natureza faz seu espetáculo, é o mais belo templo do conjunto, com suas arvores se misturando com as ruínas! A possibilidade de explorar qualquer local do templo faz lembrar um pouco o espirito Indiana Jones. O visitante pode explorar e fuçar cada ruína, é extraordinário, uma sensação de mundo perdido! Após quase 2 horas, retomamos ao encontro do nosso amigo Li para prosseguir o circuito.

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O mundo perdido de Ta Prohm!

Nossa próxima parada foi o Ta Keo. Apesar da não recomendação de nosso motorista, decidimos subir os altos e estreitos degraus até o topo do templo. Gostamos bastante do desafio e é um templo muito interessante de se passar 30-40 min. Mas atenção: os algumas escadarias estão bem desgastadas e os degraus são bem altos, suba com muito cuidado porque um escorregão pode ser fatal!

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Escadaria super íngreme e perigosa do Ta Keo

 

Nesse momento, com muita sede, fomos comprar uma água e, para nossa surpresa, cada garrafa custava U$2.00!!! Claro, após negociação pagamos U$0.30-0.50 cada garrafa. Então fique esperto e também não compre mais de uma por pessoa por vez, pois esquentam muito rápido!!! Almoçamos em uma barraquinha no parque mesmo para não perdermos tempo.

Seguimos em direção ao Bayon, quando passamos pelo lindo portal na entrada do Angkor Thom. Chegando ao Bayon, nos deparamos com outra obra-de-arte! O templo tem uma arquitetura espetacular, composta por 216 faces esculpidas, representando uma mistura de Buda e do rei Jayarvaman VII (dizem as más línguas que ele matou o rei anterior e construiu esse templo para todo mundo conhecer o rosto e o poder do novo rei).

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As faces de Jayarvaman VII

De lá, seguimos, a pé mesmo, para explorar as outras áreas do Angkor Thom, como o Baphuon (para entrar neste templo, é obrigatório estar com vestimentas abaixo do joelho e cobrindo os ombros, não adianta usar o lenço para esta função, tal como o Grand Temple de Bangkoc), Terraço dos Elefantes e outros diversos templos menores e ruínas que são de tirar o fôlego. Não deixe de explorar toda essa região a pé, vale a pena!!!

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Um dos “templos perdidos”

De lá, demos uma negociada como o Li para substituirmos os Angkhor Wat (que havíamos visto no dia anterior) pelo Preah Khan, que faz parte do Grande Circuito! Por sinal, acho muito difícil fazer Angkhor Wat junto com os outros templos do Pequeno Circuito pois, como disse, gastamos 5 horas nele e poderíamos ter ficado mais!

Voltando ao Preah Khan, o templo é lindão. Junto com Angkhor Wat e Ta Prom, faz parte do nosso top 3 templos prediletos. O lugar tem um charme especial por ficar localizado meio que em um pântano, é necessário atravessar uma ponte para entrar no templo, o que dá a noção de que realmente estamos em uma selva. Novamente, explore sem pressa e descubra cada continho do lugar.

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Preah Khan – Poderia ser cenário de qualquer filme

De lá, por volta das 16h00, decidimos ir até o Phnom Bakheng (que ainda está sendo escavado!) para tentar ver o belíssimo pôr do sol do local. Ele fica no topo de um morro e, por isso, você tem uma visão privilegiada da selva e inclusive do Angkhor Wat! Infelizmente, somente 300 pessoas sobem ao mesmo tempo e, quando chegamos, já havia uma fila gigantesca de pessoas. Caso aconteça isso, não perca seu tempo, a partir deste horário as pessoas que estão lá em cima não vão descer e perder o pôr do sol!

Reencontramos nosso tuk-tuk e seguimos para o hotel depois do exaustivo e maravilhoso dia!!! Gostaríamos muito de ter uma bucha vegetal neste momento, porque ficamos dois tatus encardidos!

Nesta noite, retornamos ao Pub Street, mas preferimos ir jantar (ou tentar) no Lilly Pop novamente. Mas, estava lotado e atravessamos a rua para jantar no muito bem com conceituado restaurante The Sugar Palm. Que erro!!! Nem vale a pena dizer muito sobre o restaurante, apenas não vá, pois não é gostoso, os pratos são ridicularmente pequenos e é muito caro!

No nosso terceiro e último dia, pagamos mais U$ 5,00 para, adivinhem, retornar ao Angkor Wat! Aproveitamos para explorarmos alguns locais do templo que não havia dado tempo de explorar, como a subida em uma das torres. Também, retornamos ao Phnom Bakheng de manhãzinha, já que não havia sido possível no dia anterior. Retornamos à cidade na hora do almoço, e, adivinhem, novamente optamos por um delicioso almoço no Lilly Pop (comida boa por menos de 5 usd não se acha em qualquer esquina!).

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Phnom Bakheng – No alto do morro!

Já era hora de partir do Cambodia e passamos em nosso hotel para pegarmos a mala e seguir ao próximo destino da viagem: a jóia do Vietnã, Hoi An!!!

Resumindo: se possível, visite o complexo de Angkor Wat uma vez na vida, o local é absurdamente fabuloso! As fotos tiradas lá são as mais maravilhosas da viagem. Com certeza entrou na nossa lista de locais que gostaríamos de voltar algum dia!

Chiang Mai e suas centenas de templos

Chiang Mai, ao norte da Tailândia, é considerada a capital espiritual do país. E não é para menos, são centenas (isso mesmo, centenas) de templos espalhados literalmente a cada quarteirão da cidade! É templo para todos os gostos! A maior parte fica na antiga cidade amuralhada, chamada de Old Town (onde é bom ficar hospedado também).

Além dos ricos e diferentes templos, a cidade também atrai muitos turistas que procuram passeios “exóticos”, tais como a tribo das mulheres girafa, parques de elefantes pintores/jogadores de futebol e o famoso Tiger Kingdom. Nós desaconselhamos muito fortemente qualquer uma dessas atrações! Praticá-las é contribuir para a prática do turismo exploratório e irresponsável, além de financiar atividades muitas vezes ilegais!

Com relação a tribo das mulheres girafa, a tribo verdadeira fica em Myamar. A pequena comunidade localizada próxima a Chiang Mai é, na verdade, composta por refugiados, e acabou se tornando um zoológico humano devido ao fluxo de turistas. Muitas vezes, as meninas acabam não indo à escola para ficarem em casa, posando para fotos e vendendo artesanatos aos turistas… pessoalmente, acredito que estimular isso não é legal, mas algumas pessoas acham que é uma ajuda válida.

O Tiger Kingdom, por sua vez, é alvo de polêmicas constantemente e a justiça tailandesa já tentou fechar o local uma dezena de vezes sob alegações de maus tratos e tráfico de filhotes! Honestamente, é muita ingenuidade achar que dezenas de tigres são bonzinhos naturalmente, sem estarem dopados. Honestamente, sou apaixonadíssima por felinos e um dos sonhos da minha vida é acariciar um desses animais, mas minha consciência não me permitiu sequer cogitar a hipótese de ir lá.

Já com relação aos parques de elefantes, é necessário escolher com muito cuidado e tomando como base informações confiáveis. Corte logo de cara qualquer lugar que faça shows com os animais (pintura, futebol, malabarismo, etc) e ofereça passeio com cadeirinhas em cima do elefante. Além disso, na última década, depois de dezenas de documentários explicitando a carnificina por trás dos shows com esses animais, proliferaram instituições que visam a proteção e o resgate. Entretanto, atenção! Grande parte desses protetores se aproveitam do rótulo de turismo responsável, mas tratam os elefantes de forma precária e exploratória!!! Pesquisamos muitíssimo antes de optarmos por fazer um passeio desses (vide aqui) e não nos arrendemos: pagamos mais caro, mas saímos de lá com a alma leve, sabendo que não patrocinamos nada de ruim.

Outra consideração sobre a cidade: lemos muitos relatos de pessoas que acharam Chiang Mai muito “pega-turista”, com preços inflacionados, pessoas tentando se aproveitarem dos turistas e perda da identidade cultural. Devido a esses relatos, fomos com expectativas bem baixas. Não sei se demos sorte, mas para nós a cidade foi bem encantadora e acolhedora… então nem pense em tirá-la do seu roteiro com base nessas críticas! Dê uma chance e aproveite para fazer uma imersão no budismo.

 

Maaasss, depois desse longo e necessário parênteses, voltemos para nosso passeio em Chiang Mai!

Reservamos um dia e meio para a cidade e o tempo foi adequado, embora seja fácil montar um roteiro de mais dias pela cidade.

DIA 1:

Acordamos bem cedo e pegamos uma espécie de caminhonete tuk-tuk (característica de Chiang Mai) em direção ao templo mais importante da cidade, um dos mais importantes de toda a Tailândia, o Wat Phra Doi Suthep. Para chegar até lá, são 30 minutos de carro de muita serra e a forma mais usual é procurar uma dessas caminhonetes e aguardar mais pessoas chegarem em busca do mesmo destino para dividir a corrida (cabem até 10 pessoas por caminhonete e o trajeto ida e volta custa 500 baths  – ou menos, depende do horário e poder de argumentação. Como queríamos chegar bem cedo (por volta das 8:00), acabamos pedindo para o motorista levar apenas nós dois, sem esperar outras pessoas.

Indicamos muito fortemente estar lá as 8:00. Pegamos o templo apenas para nós e outras 5-10 pessoas. Deu para curtir cada detalhe e sair quando o local estava começando a lotar. Para chegar de fato ao templo, é necessário encarar uma lindíssima escadaria de mais de 300 degraus, toda ornamentada e com corrimões representando a Naga – a serpente mitológica que protegeu Buda na tempestade. O local inusitado e afastado do templo foi escolhido porque, de acordo com a história, um elefante que carregava um osso de Buda subiu e só parou quando chegou no topo, e lá morreu (cumpriu sua missão).

Uma vez no templo, os visitantes podem escrever no manto dourado que será usado na pagoda principal, receber a benção de um monge e colocar sininhos de vento ao longo do telhado do templo. Outra atração legal é o conjunto de estátuas é uma sequência que representa os 7 dias que levaram Buda ao nirvana. Vale muito a visita!!!

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A escadaria em forma de Naga
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Cabeça da Naga… gigante e lindona!
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A linda estupa ao sol da manhã.
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O lindo Wat Suthep e sua estupa reluzente.
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Deixando nossa marquinha no manto!
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Mirante, esculpido em madeira com os símbolos do zodíaco chines.

Saímos de lá por volta das 9:30 (já que os motoristas esperam por duas horas) e as 10:00 já estávamos de volta ao Old Town em Chiang Mai.

Como só tínhamos o passeio do Patara as 13:00, resolvemos andar sem rumo pela cidade e ir entrando nos templos que encontrássemos pelo caminho. Infelizmente, não nos preocupamos em anotar os nomes porque achamos que o celular estivesse habilitado para registrar os locais de cada foto tirada, mas o recurso não funcionou muito bem e acabamos sem a informação… Mas também não há segredo: viu um templo, entre para dar uma olhada. Se gostou, fique mais tempo e aproveite (os templos menos famosos costumam tem pouquíssimas pessoas).

Dentre os que lembramos os nomes estão:

Wat Chiang Man que é um dos mais antigos templos da cidade, construído em 1292, um exemplo da arquitetura Lanna, característica do norte da Tailândia. A atração principal do templo é seu chedi dourado rodeado por elefantes esculpidos, característica única do templo. Os detalhes em vermelho no telhado e os entalhes ornamentais de ouro são mais novos que o restante da construção original.

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A mistura de luxo e rusticidade do Wat Chiang Man.

Wat Duangdee que é bem pequeno e modesto. Ele não tem nada de diferente ou único, mas estava enfeitado com umas bandeirinhas coloridas, que são pedidos de oração.

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O simples Wat Duangdee

Templo negro minúsculo (nome desconhecido): não temos ideia do nome desse templo, ficava no meio de uma calçada, literalmente! Ele é minúsculo, mas muito diferente de todos os outros por ser pintado em em tom de azul profundo, quase preto, que fazia o dourado brilhar ainda mais. Uma lindeza!

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Um templo no meio de uma calçada, literalmente!

Wat Chai Phra Kiat: outro templo menos turístico e pequeno. Chama a atenção pelos detalhes em verde no telhado e pela imensa fotografia do rei!

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Olha o rei aí! Até dentro dos templos o monarca tailandês é reverenciado.

 

De lá, fomos almoçar e seguimos para o inesquecível passeio com elefantes no Patara

Ao voltarmos, tomamos um belo banho para tirar o cheiro de elefante e seguimos bater mais um pouco de perna pela cidade!

Saímos do Old Town e fomos dar uma conferida no famoso Night Market de Chiang Mai! Esse mercado acontece todas as noites, das 18:00-00:00 e fica a aprox. 30 minutos andando do East Gate (nos arrependemos de não pegarmos um tuk-tuk no dia seguinte, porque elefantes+caminhada=pernas doendo demais no dia seguinte).

Esse mercado é bem gigante, começa com várias barraquinhas ao longo da rua e, mais ao fim, há duas galerias gigantescas, uma de cada lado da rua (em uma delas há uma praça de alimentação ao ar livre, estilo feira, bem legal inclusive). Sério, é gigante mesmoooooooo!!! Se prepare para andar mais que mula de padeiro! Entretanto, como tudo na Ásia, o mercado segue o estilo “Same, same… but different”: o que você viu nas 5 primeiras barracas vai se reproduzir pelo resto do mercado inteiro.

Aqui, diferentemente dos outros mercados que conhecemos na Ásia, negociar é um pouco mais difícil, os comerciantes não baixam tanto o valor dos produtos. Depois de revirar o mercado de cima a baixo, garimpamos um porta-passaporte de couro e gravado a mão lindão para dar de presente (não tiramos foto .. =/ ). Achei as roupas de lá bem fracas, se comparadas as das feirinhas de Bangkok, mas haviam mais opções de os óleos de massagem e incensos.

 

DIA 2:

Como partiríamos para Singapura as 15:00, pulamos da cama bem cedinho e fomos bater perna pelos templos mais famosos da cidade!

Wat Chedi Luang: já abrigou o famoso Buda de Esmeralda, que hoje encontra-se no Grand Palace em Bangkok. O templo é bem bacana, tem um buda reclinado bonito e todo ornamentado com flores. A parte mais interessante do complexo, porém, é a enorme pagoda que foi parcialmente destruída por um terremoto em 1545. No dia da nossa visita, os monges estavam preparando o local para uma celebração e haviam centenas de barbantes saindo do buda em todas as direções, além disso o teto também tinha as bandeirinhas coloridas lindas.

Lá também é comum os monges se oferecerem para conversar com os turistas para aprimorarem o inglês e ensinarem sobre o budismo. Nesse dias eles estavam ocupados com a decoração e não estavam realizando as conversas.. #chatiada

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Wat Chedi Luang 

Wat Pan Tao: muito diferente dos outros por ser todo esculpido em madeira teca. É bem menos luxuoso, mas muito exótico e elegante. Dentro do templo, há algumas estátuas de cera de monges sob uma redoma de vidro… é muito bizarro, eles são assustadoramente realistas e o fato de estarem tão protegidos pelo vidro reforça a sensação que são reais! Precisamos dar um google para ter certeza que não eram pessoas mortas! O templo fica praticamente dentro do Chedi Luang.

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Wat Phra Singh: um complexo relativamente grande, que conta com um templo principal, casas de monges, templos pequenos e um jardim lindão. Também é importante historicamente, foi construído no século 14 para guardar as cinzas de um rei. Abriga ainda a Lion Buddha,  que é a imagem mais reverenciada de Chiang Mai e possui murais e telhados muito ornamentados e bem conservados.

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Wat Phra Singh
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Lion Buddha

Andamos por mais alguns templos pequenos e menos conhecidos e fomos seguindo em direção ao templo de prata.

Wat Shri Suphan (templo de prata): o templo fica mais afastado, fora do Old Town. Fomos andando, mas recomendo um tuk-tuk. O complexo é composto por um templo tradicional e pelo templo de prata. Esta último é absolutamente magnífico, totalmente diferente de todos os outros! Imperdível!!! O único detalhe é que ele está passando por algumas reformas e, fora isso, mulheres não podem entrar na área interna do templo. Nesse templo também é possível conversar com os monges.

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Por fim, almoçamos no The Chef by Thai Chef, um restaurante bem pequenininho, com uma decoração toda moderna, mas com a mais pura e divina comida de rua! O Pad Thai que comi lá foi o melhor de toda a viagem, fechou com chave de ouro nossa passagem pela Tailândia.

Cruzeiro em Halong Bay

Ao norte do Vietnã, cerca de 4-5 horas de Hanói, fica situada uma das 7 maravilhas naturais do mundo, a Baía de Halong.

Halong Bay conta com um agrupado de mais de 2 mil ilhas, dos mais variados formatos e tamanhos, pontilhadas sobre uma água verde-azulada linda. São várias as lendas que cercam o local, a versão que ouvimos do nosso guia é que um Deus mandou dois dragões com corpo de serpente para proteger o povo vietnamita dos invasores bárbaros. Os dragões desceram no mar e o movimento de seus corpos na água produziram as formações rochosas vistas hoje na baía. Além disso, os dragões tiveram centenas de filhotes e estes se transformaram em humanos e ficaram com o povo, ajudando-os a reconstruir o país. Por isso, o nome Halong significa Onde o Dragão Desceu.

É possível visitar o local com passeios de de um, dois ou três dias. Um dia é muito pouco, visto que o tempo de deslocamento desde Hanói é de 4-5 horas! Três dias, para nós, é muito tempo dentro de um barco. Por isso, optamos pelo passeio de 2 dias e 1 noite (2D1N) e achamos que foi um tempo ok.

ESCOLHENDO O CRUZEIRO

São, literalmente, centenas de barcos e opções de cruzeiro! Para escolher é necessário ficar atento a alguns pontos:

  • No Vietnã, não há lei de proteção de marcas, então é comum mais de um barco com o mesmo nome. Fique atento para não levar gato por lebre;
  • Não confie em passeios baratos. Conhecemos pessoas que tiveram que dormir com baratas. Cogite os barcos a partir de 100 dólares;
  • Leia MUITO ATENTAMENTE tudo que está sendo oferecido! É comum alguns não incluírem o passeio de kaiak ou outras atividades no valor;
  • Cheque a forma de pagamento! Alguns barcos cobram mais caro se o pagamento for realizado ao fim do passeio com cartão de crédito;
  • Os barcos realmente bons costumam lotar com 1 mês de antecedência, então fique atento. Comprar em Hanói pode até ficar mais barato, mas a chance de não ter barcos bons disponíveis é relativamente alta;
  • Negocie! Como em tudo no sudeste asiático, os preços vão caindo, basta chorar um pouco.

Definir o cruzeiro foi uma das partes mais trabalhosas de todo nosso planejamento pré-viagem. Depois de ler centenas de reviews e negociar, via email, com os 5 barcos que havíamos pré-selecionado, durante semanas, fechamos com o Galaxy Premium Cruise.

O barco está na categoria mediana, não é super luxuoso, mas fica entre os 3 e 4 estrelas. Julgamos que foi uma escolha muito adequada. Nada menos que isso é recomendável por questões de higiene e saúde (e olha que nós não somos nem um pouco frescos e já nos metemos em muita biboca por aí).

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Galaxy Cruise
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Nossa suíte (segunda classe) com vista para o mar

O PASSEIO

Uma van nos pegou no hotel as 7:30 da manhã e, após passar em mais dois hotéis, seguimos para Halong. Durante o trajeto, que demorou aprox. 4,5 horas, são distribuídas garrafas de água e há uma parada para banheiro em uma espécie de shopping de beira de estrada (com preços absurdamente fora da realidade!!!). Não compre nada lá e leve um pacote de bolacha pra matar a fome durante o caminho.

DIA 1:

Chegamos no porto por volta das 11:30 e esperamos por quase uma hora para embarcarmos (tempo usado para limpar as cabines).

Entramos no navio, deixamos as coisas no quarto, lavamos o rosto e seguimos para o almoço. O restaurante é composto por 3 grandes mesas e os passageiros são estimulados a sentarem juntos e interagirem. Lemos relatos de pessoas que detestaram ter que dividir a comida com estranhos, nós achamos bem legal. Conhecemos muita gente bacana e, inclusive, trocamos muitas figurinhas das próximas cidades do nosso roteiro.

A comida estava muito saborosa, com opções de carnes, peixes, legumes e frutos do mar. Tudo em grande quantidade! Não parava nunca mais de chegar comida!!!

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Comida de primeira, para todos os gostos.

Depois do almoço, tivemos um tempo livre. Subimos para o deck e ficamos curtindo a paisagem. Por sorte, não pegamos chuva (fevereiro é um mês bem chuvoso por lá), mas estava bem nublado, o que diminui um pouco a cor verde da água.

Por volta das 15:30, paramos para fazer kaiak pelas ilhas. Para quem não curte/tem medo, é possível pagar para os locais levarem para um passeio de barco a remo. Honestamente, quem tá na chuva é para se molhar! Colocamos um short e uma jaqueta (estava muito frio, de tremer o queixo) e fomos remando!

O passeio dura quase uma hora (o que é o suficiente, porque o braço dói de remar) e foi bem legal. Pudemos ver barcos de pesca, pescadores pegando mariscos e passamos por baixo de uma caverna linda!

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Fazendo kaiak em Halong Bay!
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Pescadores trabalhando próximo à caverna
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Nesta foto, é possível ver um pouco melhor o tom verde esmeralda da água.

Ao voltarmos para o navio, havia um lanche da tarde, com direito a vinho incluso, nos aguardando no restaurante. Fizemos uma roda e cada um se apresentou brevemente.

Após, subimos novamente para vermos mais da paisagem e esperar o por do sol.

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Pôr do sol em uma tarde nublada de Halong Bay

 

Dica, após o pôr do sol, vá tomar banho! Após o jantar a água quente acabou e o Rafa ficou sem banho!

Ficamos curtindo a paisagem, deitados em espreguiçadeiras e conversando com o pessoal até a hora do jantar, por volta das 19:00. Pouco antes desse horário, o barco atraca em uma área delimitada pela marinha do país (para terem controle e não correrem o risco de algum piloto sem noção sair navegando e bater em uma ilha a noite).

Jantamos como reis, muita comida novamente. Tudo muito gostoso e variado! Terminado o jantar, fomos pescar lulas!

Confesso que não é fácil, ficamos lá durante umas duas horas e só duas pessoas (o que não nos inclui) pegaram alguma coisa. Mas foi divertido, rolou uma competição e muita risada.

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Tentando pescar alguma coisa…

Cada um ficou lá pelo tempo que desejou e, depois, subimos para o restaurante, onde foi montado um karaoke. Como no nosso grupo haviam duas meninas de Singapura que mandavam muuuuito bem, nós ficamos lá escolhendo as músicas e elas cantando. Rolou até “My Heart will go on” (música tema do Titanic), meio inapropriado, mas foi engraçado!

Lá pelas 11:00 fomos dormir. Preciso dizer: a noite fez muuuuito frio! Acordei com dor de garganta  =/

DIA 2:

Acordamos as 7:00 e subimos para uma aula de Tai Chi Chuan. Depois descemos e tomamos café da manhã (com direito a pho, lógico).

Por volta das 9:00, fomos visitar a caverna de Hang Sung Sot (Surprise Cave).

Para chegar até lá, subimos uma escadaria bem íngrime, atrás de outras dezenas de pessoas de outros barcos. Como fomos fora de temporada, o lugar não estava tão lotado, mas mesmo assim estava beeem cheio.

A caverna é gigantesca, mas é toda iluminada por umas luzes coloridas bizarras que descaracterizam a beleza natural do lugar. Tirando isso e o fato do nosso guia estar meio acelerado no dia, nos puxando e mandando parar de fotografar e andar (acreditem…), o passeio é ok… nada imperdível, mas legal.

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A vista valeu a subida 😉
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O lado iluminado de forma menos bizarra da caverna
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Neon colorido, precisa disso?!

O passeio durou 1 hora. Voltamos para o barco, arrumamos as malas e liberamos os quartos.

Subimos então para a aula de culinária, enquanto o almoço era preparado.

Depois da aula, tivemos mais um tempo para curtir a paisagem antes de almoçarmos. Comemos, já ancorados no pier, e saímos do navio por volta das 12:00.

VALE A PENA?

Tenho minhas dúvidas. O passeio ficou bem salgado (pegamos o dólar a 4 reais! não estávamos esperando por isso) e o dia não estava bonito.

Halong Bay é bacana, é bonita e diferente… mas eu não iria novamente. O passeio é meio paradão, apesar das atividades. Honestamente, trocaria os dois dias em Halong por um dia em Sapa e mais um dia nas ilhas da Tailândia.

Bangkok: roteiro para os templos

Como comentamos no post geral sobre Bangkok, um dia inteiro deve ser reservado para a visitação aos templos da cidade, que são muuuuitos e muito belos!

Felizmente, a maioria dos maiores e mais famosos ficam num raio de cerca de 5 km, o que torna possível visitá-los andando a pé ou de tuk-tuk. Nós optamos por fazermos todo o circuito a pé e foi tranquilo (teria sido mais tranquilo se não estivesse fazendo 40º na sombra…).

Roteiro e GPS offline em mãos, saímos por volta das 7:00 do nosso hotel (que ficava perto da Khao San) e visitamos os templos na seguinte ordem:

Grand Palace –> Wat Pho –> Wat Arum –> pausa para almoço –> Wat Suthat –> Wat Ratchanadaram –> Wat Saket (Golden Mountain)

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Grand Palace

Abre diariamente de 08h30 às 15h30 e fica ao lado do Rio Chao Phraya. O preço da entrada é bem salgado, 500 bahts. Dentro do complexo do Grand Palace está o belíssimo Templo do Buda de Esmeralda (Wat Phra Kaew), onde está localizado o pequeno, porém de grande importância, Buda de Esmeralda, o local mais sagrado da Tailândia! Tenha isso em mente durante o passeio, esse é um local muito sagrado para os tailandeses… não tente dar uma de esperto e tirar fotos!!  #turismoresponsavel

As filas são gigantescas, programe-se para chegar no horário de abertura!!! Chegue cedo ou não vá, sério. Chegamos as 7:30 e foi bem tranquilo, não pegamos fila para comprarmos o ingresso e nem para emprestarmos roupa. Tivemos mais ou menos 40 minutos para andarmos tranquilamente por lá antes que se formasse uma verdadeira enxurrada de pessoas. É bem chocante como toda a calma do lugar vai embora e fica impossível apreciar os detalhes da mesma maneira com mil chineses te acotovelando para tirar uma droga de uma foto.

Por falar em roupa, o dress code do Grand Palace é muito rígido, o mais rígido de toda Tailândia: a entrada é permitida apenas com calça comprida ou saia/vestido abaixo do joelho (mas realmente abaixo, na canela) e com ombros cobertos. Havíamos lido sobre isso, por isso havia levado um lenço para cobrir os ombros e o Rafa havia ido com uma bermuda abaixo do joelho… mas não adiantou, tivemos que pegar emprestado gratuitamente roupas mais adequadas…

O complexo é imenso e absurdamente magnífico, reserve três horas para a atração, no mínimo. No Grand Palace é possível fazer uma visita gratuita com guias ou alugar um guia áudio (100 Baht), mas tem que chegar cedo para conseguir!

Se você tiver pouquíssimo tempo e só puder fazer uma coisa na cidade, sem dúvidas vá ao Grand Palace! Não tenho palavras para descrever a magnitude e a riqueza do lugar. O GRAND PALACE FOI A CONSTRUÇÃO MAIS BONITA QUE VISITAMOS NA VIDA, nesta e em outras viagens. Já foi ao Vaticano e achou rico e bonito? Te garanto que vai achar o Grand Palace mil vezes mais incrível. Olha só essas fotos, todas sem filtro nenhum (aliás, esse foi um momento “Por que ainda não compramos uma câmera decente mesmo?!”).

Ah, e lembrando que o golpe mais clássico de Bangkok é alguem te parar perto do Grand Palace e falar que está fechado e tentar de convencer de fazer algum tour. Não caia. Eles podem ser super simpáticos e você pode até achar por 1 minuto que estão querendo te ajudar… não caia!

Nota: na nossa segunda visita à Bangkok, três anos após a primeira, a sensação é a mesma – esse lugar faz a viagem valer a pena por si só!

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Os riquíssimos detalhes e esculturas no Grand Palace
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É tanto brilho que fica difícil até abrir o olho!

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Até os jardins são surreais! O engraçado é que o local tem tanta coisa que, na nossa segunda visita, queríamos reproduzir essa foto e não achamos esse local!
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Mar de gente depois das 9:00.

Wat Pho

Ali fica a famosa estátua do Buda reclinado, com impressionantes 43 metros de comprimento e 15 de altura. Na planta dos pés, ficam 108 painéis em madrepérola com símbolos que representam o Buda. No dia que fomos, os pés estavam cobertos e passando por restauração =(

Ao redor da estátua ficam também 108 tigelas de bronze. Acredita-se que jogar moedas nas tigelas enquanto faz um pedido traz boa sorte. Vou falar, foi difícil pensar em 108 pedidos! Devo ter repetido cada um umas 30 vezes (isso me fez perceber como eu só tinha coisas para agradecer e não para pedir). Edição> e eles se realizaram!

O complexo abre de 08h às 17h e a entrada custa 100 bahts por pessoa. Ali perto também há a Chetawan Traditional Massage School onde a massagem tailandesa tradicional é 260BHT por meia hora.

O complexo é enorme, com várias construções impressionantes. No complexo são mais de 1000 imagens de buda, a maior coleção da Tailândia!!! O Wat Pho fica a 10 minutos de caminhada do Grand Palace (saindo a esquerda) e o complexo todo é lindo, dedique duas horas para conhece-lo completamente.

Como fomos próximo ao Ano Novo Chines, estava ocorrendo uma espécie de celebração e monges estavam dando bençãos ao turistas. O monge que nos abençoou era um fofo, ficou toda animado quando acertou que a capital do Brasil era Brasília! ❤

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Olha o tamanho desse Buda!!!
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Metros e mais metros de mosaicos coloridos!

 

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Budas, muitos Budas… centenas deles!
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108 pedidos (número da sorte dos tailandeses)!
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O monge que manjava do Brasil!

Wat Arum

O Templo do Amanhecer é o maior cartão postal de Bangkok, um símbolo do país (estampado nas moedas, inclusive!). Ele fica às margens do rio e é lindo de se ver de longe,  ao amanhecer ou entardecer. As torres do templo são todas decoradas com conchas e pedaços de porcelana colorida, um trabalho minucioso.

Para chegar lá, basta atravessar o rio na frente do Wat Pho. As balsas saem o tempo todo e custam centavos. Se estiver em outro poto da cidade, usar o Chao Phraya Tourist Boat, no sentido do Central Pier e descer na parada de número 8.

Na nossa primeira vez em Bangkok ele estava em reformas, mas conseguimos voltar nele 3 anos depois e realmente vale a visita! Os mosaicos são incríveis e a estrutura é colossal!

 

Wat Suthat 

É um dos templos mais importantes para a população local e é famoso por ter em frente dele um balanço gigante, que já não funciona mais, mas que já foi utilizado (o que é assustador, porque ele é gigantesco!). A entrada custa 20 bahts.

O templo é interessante, vale a pena dar uma passada, mas comparado com os outros não é nada de demais. A arquitetura é bem mais simples, com menos ornamentos e muito menos luxo.

Achei que a visita valeu a pena porque o local é menos turístico e passa uma sensação de paz muito grande. No sol e calor das 14:00 em Bangkok, sentar no chão e meditar um pouco foi um verdadeiro alívio para corpo e alma. Mas se precisar cortar algum, sugiro que seja esse.

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O balanço gigante. Acho que dava frio na barriga hem…
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Momento relex no Wat Suthat

 

Wat Ratchanadaram

Fica a 5 min do Wat Suthat e a entrada custa 20 baths. Tem uma arquitetura levemente diferente e dentro tem um mini-museu com plaquinhas explicando várias coisas sobre o budismo e meditação.

Atrás do templo, ainda dentro dos muros do complexo, tem um mercado budista bem legal e autêntico, com monges comprando suas coisas e pessoas locais. Mesmo se não for comprar nada, vale a pena dar uma olhada! Além disso, nas ruas que ligam esse templo ao do balanço gigante há uma grande concentração de lojas de itens budistas e artesanatos em madeira muito bacanas.

Da primeira vez que fomos, entramos “pelas costas” do templo – pelo lado da feirinha – e não achamos tão legal. Curiosamente, quando voltamos à cidade, passamos na frente dele (pelo lado correto), e pensamos: “Que templo lindo, por que não conhecemos da outras vez?!” e entramos. Passeamos pelos jardins, tiramos fotos da fachada maravilhosa ao entardecer e nada de reconhecer. Só quando entramos dentro é que nos demos conta! rsrs.

Imperdível ao entardecer

 

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Estátuas de monges assustadoramente reais no mercado

Wat Saket (Golden Mountain) 

Este templo é fica no alto de uma montanha artificial e é facilmente reconhecido pelo chedi (ou estupa) dourada e enorme. A vista lá de cima dá uma dimensão do tamanho de Bangkok! Aberto das 8:00 – 16:00.

O templo em si não tem nada demais, é bem pequeno e meio que parece mais um loja. O bacana mesmo é subir os 318 degraus da escada em espiral que leva até o topo!! Durante a subida, são dezenas de sinos e gongos, de diversos tamanhos, que os visitantes podem tocar para anunciar sua subida (seja gentil no tocar, não precisa quebrar os sinos tá! #sqn).

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Sinos na subida da Montanha Dourada
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Os mais brutos podem tocar o gongo… rsrrs
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Vista de Bangkok
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O grande chedi dourado

Terminamos nossas andanças por volta das 16:30 e fomos aproveitar a feirinha da Khao San Road.

Além destes templos, também lemos muito sobre o Wat Benchamabophit, o Templo de Mármore. Mas ele ficava a 2 km do Golden Mountain e nós estávamos muuuito quebrados, com muito calor e fome para encararmos mais uma caminhada.

Passar o dia andando de templo em templo e observando os detalhes, a religiosidade dos tailandeses e a rotina dos monges é imperdível! Se tiver apenas uma manhã na cidade, corra ao Grand Palace e ao Wat Pho, são o supra sumo da arquitetura do país!

Bangkok: dicas e considerações gerais

Bangkok, a capital tailandesa, é uma das cinco cidades mais visitadas do mundo e desperta sentimentos antagônicos.

A cidade é enorme, vibrante e caótica… uma típica cidade do sudeste asiático! O que surpreende, entretanto, são os contrastes. É possível vislumbrar templos magníficos e riquíssimos ao lado de casas sem saneamento básico.

Além disso, o comércio da cidade é uma verdadeira bagunça: em frente a uma joalheria, você encontra ambulantes vendendo peixe, ao lado de ambulantes vendendo roupas usadas, ao lado de pessoas cortando o cabelo e toda essa mistura louca cercada por gatos famintos e esgoto a céu aberto. Falando assim parece ruim, mas na verdade não é! Passado o choque inicial, é bem divertido ver essa “mistureba” toda em todo lugar! Chega a ser um estilo de vida… é difícil de explicar como uma coisa tão bizarra se torna tão harmoniosa!

De modo geral, conversando com as pessoas que conhecemos ao longo da viagem, Bangkok desperta amor ou ódio em quem a visita. É bem difícil sair indiferente da capital tailandesa. Nós AMAMOS. Eu aceitaria uma proposta de trabalho em Bangkok sem pensar duas vezes! A cidade é muito vibrante e viva e o povo tailandês é sensacional. Bangkok foi colocada na nossa lista de “Locais que temos que voltar um dia”, sem dúvida! Edição: e voltamos! E amamos tanto quanto da primeira vez!

CHEGANDO/SAINDO E ANDANDO POR BANGKOK

AEROPORTOS

Bangkok conta com dois aeroportos internacionais, o grande, novo e imenso Suvarnabhumi International Airport e o também internacional, mas mais antigo, Don Muang International Airport.

Geralmente os voos internacionais chegam partem do Suvarnabhumi, entretanto, algumas low costs importantes, como a Air Asia, operam pelo Don Muang. Então, antes de comprar a passagem, verifique atentamente de qual aeroporto o voo partirá! Para o nosso trajeto Chiang Mai- Singapura, era mais barato comprar Chiang Mai-Bangkok e depois Bangkok-Singapura do que comprar o voo direto. Por pura sorte os voos chegaram/partiam do Suvarnabhumi, mas poderíamos ter nos dado muito mal se um dos voos partisse de outro aeroporto.

Independente de qual aeroporto, é importante passar pelo Health Control antes de passar pela imigração. Se você passar direto, vai ter que voltar e pegar toda a fila de novo!

Nós chegamos pelo Don Muang e as opções de transporte para o centro da cidade são mais restritas, basicamente ônibus ou taxi. Acabamos pegando o ônibus número 1, que sai da entrada 6 do aeroporto, em direção ao centro. Dentro do ônibus existem várias placas com o número do ônibus que você deve tomar para cada região da cidade, então não tem erro, mas, na dúvida, mostre para o cobrador onde você deseja ir.

Na volta, pegamos um ônibus da região da Khao San Road até o Monumento da Independência e, de lá, pegamos um taxi até o aeroporto Don Muang (saiu 200 baths).

TRANSPORTE DENTRO DA CIDADE

Andamos muito de transporte público na cidade, especialmente ônibus (já que o Sky Train não chega à região da Khao San). Para tanto, aproveitávamos a internet do hotel para checar no google maps qual ônibus pegar e nunca deu problema, foi uma forma bem rápida e eficiente de nos locomovermos.

Além disso, os táxis com taxímetro são bem baratos, então vale bastante a pena pega-los e Uber funciona suber bem na cidade também.

Já os famosos tuk-tuks são uma forma de trasporte mais turística e tendem a cobrar mais caro que os táxis. A regra, é claro, e negociar! Já chegamos a baixar o preço de 500 para 150 baths em uma corrida.

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Evite os tuk-tuks dentro do possível.

QUANTO TEMPO FICAR? ONDE SE HOSPEDAR?

Roteiro de 3 dias

Difícil dizer quanto tempo ficar em Bangkok… depende muito da velocidade da viagem e de quais atrativos você procura. Incluindo os bate-volta, como Ayutthaya e mercado flutuante, eu diria de 4 a 5 dias.

Nós ficamos 3 dias da primeira vez e foi bastante corrido, não conseguimos ver tudo que gostaríamos. Na segunda vez, voltamos para conhecer o que havia ficado para trás na primeira e também voltamos nos nossos lugares do coração. Distribuímos nosso tempo da seguinte forma:

Viajem de 2016:

Dia 1: Circuito de templos durante o dia + Khao San Road e Rambuttri

Dia 2: Mercados Maeklong (mercado do trem) e Amphawa (mercado flutuante alternativo) durante o dia + Asiatique a noite (chato, não coloquem no roteiro!) + esticadinha rápida na Khao San Road

Dia 3: Ayutthaya dia todo + Khao San road e Rambuttri a noite (cansados demais para ir em qualquer lugar mais longe)

Viajem de 2019:

Dia 1: Chatuchak market + Wat Arun (estava em reforma da primeira vez) + Chinatown

Dia 2:  Damnoen Suduak + Golden Mountain + Thip Samai Pad Thai + Khao San Road

Dia 3: Grand Palace e Wat Pho (meio dia na cidade)

Ambas as vezes planejamos mas não fomos ao Lebua Sky Bar devido ao cansaço acumulado.

Com relação ao local de hospedagem, não tenha dúvidas: a região da Khao San é perfeitamente localizada. Além da própria Khao San, que é uma atração a parte, a rua paralela, a Rambuttri é repleta de restaurantes bons e baratos. O clima da região é bem gostoso, com muita gente animada, e o lugar é bacana de dia e de noite (de dia, forma-se uma feirinha com roupas a preço muuuito bom e a noite as barracas substituem as roupas por baldinhos de bebida). Isso sem falar no sorvete de coco no próprio coco da Khao San… o melhor do mundo!!!

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Peixe assado inteiro na Rambuttri, uma delícia!

Não indico ficar propriamente na Khao San porque o barulho é bem grande e os albergues tem um entra e sai de pessoas grande demais. Ficamos no At Smile House, que fica cerca de 3 quarteirões da Khao San e foi um verdadeiro achado! Pagamos menos de 3000 baths (para o casal) para ficarmos 4 noites em um quarto privativo com banheiro. O lugar era uma graça, muito limpo e moderno e o staff era muito prestativo, super recomendo!!! Nota: na segunda vez, ficamos na Rambuttri e foi um pesadelo, impossível dormir! Trocamos de hotel no segundo dia.

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Khao San, sua louca e linda!

COMPRAS!

As coisas na Tailândia são muito baratas, fato! Tão baratas que ao longo da viagem nós fomos perdendo a noção do valor do dinheiro e passamos a considerar um prato de 20 reais loucamente caro!

Como Bangkok era a segunda parada do roteiro e a primeira grande cidade que visitaríamos, não quisemos comprar muita coisa por lá, visto que ainda teríamos muitas oportunidades (e lembrando que viajamos só com bagagem de mão, logo, não tínhamos espaço).

Entretanto, nenhuma outra cidade na Tailândia, Vietnã, Myanmar ou Camboja tinha coisas tão baratas e tão legais como Bangkok, então se você gostar de alguma coisa, não exite e compre! No Laos o night market se equipara em termos de custo, mas são souveniers diferentes. A Khao San é imbatível para roupas.

O Chatuchak market é show para souveniers diversos e roupas mais bacanas e menos turísticas. Para camisetas e massagem a Khao San é imbatível. Então a dica é pegar a rua num final de tarde, depois dos passeios, mas antes do escurecer, já que é quando as barraquinhas de roupas estão abertas.

Visitamos também o Asiatique, um grande centro de compras (um shopping a céu aberto). O lugar é bem organizado e tem centenas de pequenas lojas, além de uma boa praça de alimentação. Mas não vale a pena. Fica super longe da Khao San e as coisas que encontramos lá ou eram bem legais (artesanatos) e bem caros (beeem caros) ou eram bugigangas made in China… Super não valeu a pena, perda de tempo total!!!

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Asiatique, o mercado mais chato do mundo.

OUTRAS DICAS:

  • Troque dinheiro no centro da cidade, é bem mais barato e é muito fácil achar uma casa de câmbio;
  • Notas de 100 e 50 usd tem uma cotação melhor. Caso isso não esteja claro, pergunte;
  • Ao andar de ônibus, sempre indique ao cobrador onde você gostaria de descer. Por mais que eles não falem inglês, estão muito acostumados com turistas perdidos;
  • Os tailandeses são extremamente amáveis, em caso de alguma dúvida, não exite em parar as pessoas na rua e perguntar. A maioria terá prazer em ajudar;
  • O sorvete de coco dentro do coco verde da Khao San é o melhor do mundo… tome muitos, tome todo dia!
  • Bangkok é bastante segura (especialmente para uma cidade daquele tamanho), mas não também não dê bobeira;
  • A cidade tem muita coisa para ver e é fácil perder a noção de tempo. Tenha um planejamento muito bem feito e siga-o, na medida do possível, para otimizar a viagem.

Por fim, CURTA MUITO a cidade! Em nenhum outro lugar do mundo você vai do caos completo ao mais puro silêncio e paz atravessando uma rua! 😉

Sudeste asiático só com bagagem de mão!

Assim que começamos a planejar nossa viagem pelo sudeste asiático, uma coisa ficou clara: teríamos que viajar apenas com uma bagagem de mão de, no máximo, 7 kg.

Por falta de opção, e também por curiosidade, abraçamos o desafio e entramos na vibe do desapego! E ADORAMOS!!!

Por que levar só bagagem de mão? Principalmente porque nosso roteiro incluía muitos voos internos e entre países vizinhos operados por companhias aéreas low cost, que oferecem passagens muito baratas (chegamos a pagar até 10 dólares por voo!), mas, em contra-partida, cobram muito caro para quem quer despachar bagagem. Cada empresa tem suas regras com relação ao peso e ao tamanho da mala de mão permitida, geralmente girando em torno de 53x36x23 cm e 7 kg. A maioria também permite uma bolsa pequena como complementação (tipo bolsa lateral feminina).

Além disso, teríamos que andar bastante com a mala a tira colo, especialmente nos dias que os voos eram no meio da tarde  e já havíamos aprendido na viagem à Europa que uma mala de 15 kg era muito (vide aqui).

Por fim, o terceiro motivo era a vontade de desapegar. Estávamos indo para um destino cuja cultura prega muito a humildade e não a vaidade e queríamos nos preocuparmos com o momento e não com a foto.

ESCOLHENDO A MOCHILA E AUMENTANDO A SEGURANÇA

Uma vez decidido, precisávamos encontrar uma mochila que atendesse as regras. Optamos com comprar duas mochilas de 30 litros da Quechua. Pegamos uma boa promoção na Decathlon e pagamos 120,00 em cada.

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Mochila 30l, semelhante a que compramos.

As mochilas foram uma boa escolha, um bom custo-benefício. Foram muito jogadas e ficaram cheias a ponto de estourar, mas resistiram bravamente e voltaram em perfeito estado, sem nenhuma linha descosturada. Além disso, são bem confortáveis, com suporte nas costas, alças acolchoadas e correias de barriga e peito. Entretanto, ela tem um defeito grave: o modo de fechamento por cordinhas (tipo saco). Se possível, compre uma opção com zíper.

Como essa era a nossa única opção, compramos e depois colocamos a família toda para pensar numa forma de fechar a mochila com segurança. O modo encontrado foi uma gambiarra que funcionou super bem:

  1. Pegamos duas argolinhas pequenas de chaveiro (mas não o tamanho regular, umas um pouco menores) e abrimos;
  2.  Fechamos a mochila e passamos as argolinhas por dentro da cordinha, pelo meio mesmo, uma de cada lado;
  3. Fechamos as argolas com alicate para que ficassem bem firmemente presas;
  4. Fizemos um pequeno picote no local que a corda entra na mochila para que as argolas pudessem entrar no momento de abertura da mochila;
  5. Pronto! É só passar o cadeado por dentro das argolas na hora de fechar.

 

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Gambiarra muito funcional (by mamis <3)

Pesquisamos outras opções para deixar a bagagem mais segura em fóruns e blogs de mochileiros, tais como: capa de mochilão com fechamento por cadeado, capa caseira, feita com tela de galinheiro, retirar a corda e mandar costurar zíper. Achamos que as capas chamavam muito a atenção e que embutir um zíper nos faria perder muito espaço. No fim das contas, ficamos muito satisfeitos com nossa invenção.

Claro que se alguém realmente quisesse abrir a mochila, bastava cortar a lateral ou estourar o cadeado, mas, de forma geral, nós nos sentimos muito seguros na Ásia e essa foi uma preocupação que não tivemos enquanto estávamos lá.

Outra vantagem da bagagem pequena é que você pode, simplesmente, levar a mochila sempre com você, sem precisar colocar no porta-malas de táxis ou bagageiro de ônibus. Isso aumenta ainda mais a segurança e reduz a preocupação.

 

ATENÇÃO ÀS REGRAS

Como não despachamos nada em nenhum voo, precisamos ler as regras de cada companhia aérea sobre o que era permitido levarmos. De modo geral, não é permitido levar aerosóis (inclusive desodorantes e repelentes com esse tipo de tecnologia), objetos cortantes ou perfurantes, explosivos ou inflamáveis (óbvio), armas de fogo ou brancas (óbvio também) e líquidos acima de 100 ml. Todos os líquidos, independente da quantidade de frascos, devem estar dentro de um saco transparente de 20×20 cm e com fechamento.

Nós compramos um saco reforçado, tipo estanque, para levarmos os líquidos, visto que não queríamos que nossas poucas roupas chegassem molhadas e meladas. Entretanto, mesmo seguindo as regras, tivemos uma surpresa em Londres. Lá, mesmo em conexões, todos os passageiros tem que tirar os líquidos da mala e colocar um sacos dados por eles (saquinhos tipo de cozinha, super fracos).

Vimos placas pedindo para colocar os líquidos nos sacos, mas pensamos: “Os nossos estão em um saco até melhor, seguindo as regras, logo, não precisamos… esses sacos devem ser pra quem não trouxe já nos sacos”. Resultado: tivemos que desmontar toda a mala (que estava muito bem organizada por sinal) para duas pessoas super mal educadas da imigração revistarem e colocarem nossos líquidos nos benditos saquinhos. Nessa brincadeira, perdemos nosso protetor solar e quase perdemos nosso repelente (acharam que era aerosol e até explicarmos que focinho de porco não era tomada…). Fiquei bem irritada de ter que refazer toda a minha mala no meio do aeroporto e ainda ver aquelas pessoas abrindo e cheirando todas as minhas coisa e, logicamente, fiquei reclamando com o Rafael. Detalhe: no fim do procedimento descobrimos que uma das fiscais da segurança que estava revistando falava português! #olhaomico #ficadica

 

CHECK-LIST PARA 21 DIAS NA ÁSIA

Documentação: passaporte, certificado internacional de febre amarela, receita de antibiótico, roteiro, passagens aéreas, cópia passaporte e RG, cartão de crédito, seguro saúde.

Higiene: álcool gel, lenço umedecido, escova de dente, pasta de dente, escova cabelo, sabonete de rosto, potinho com condicionador, shampoo em barra (da Lush, maravilhoso, super recomendo), protetor solar (confiscado), protetor solar de rosto, repelente, desodorante, batom e rímel.

Eletrônicos: celular, câmera, carregador celular e da câmera, adaptador universal de tomadas (nem usamos), capa carregadora de celular, pau de selfie.

Outros: caneta, saco estanque, sacolinha para roupa suja, doleira, tolha de nadador, óculos de sol, uma bolsa lateral, lacinho de cabelo e brincos. Sentimos falta de um cortador de unha.

Remédios: Eno, band-aid, remédio dor de cabeça, remédio para infecção intestinal (Azitromicina, receitado por um médico), Dramim (santo Dramim) e remédio para gripe.

Roupas: incluindo o que fomos vestindo

Camila: 1 calça jeans, 2 calças de malha coloridas, 1 short, 1 vestido, 4 blusas, 1 saída de praia (estilo bata, que depois usei como blusa), 1 legging, 2 biquinis, 2 sutiã, 5 calcinhas, 1 havaiana, 1 rasteirinha e 1 alpargata. Além disso, comprei durante a viagem: 1 vestido, 1 camiseta, 1 vestido de festa (vide post aqui), 1 saia longa e 1 blusa de frio.

Rafa: 1 caça jeans, 4 bermudas (duas tipo praia), 2 sungas, 5 camisetas, 1 camisa de manga longa, 1 malha de frio, 1 segunda pele, 6 cuecas, 1 tenis, 1 havaiana, 3 pares de meias. Ele comprou: 1 camiseta (econômico esse menino!).

Erros e acertos da mala:  Lenço umedecido e álcool em gel foram muito essenciais. Sentimos muita falta de um trim (cortador de unha) e de uma blusa de frio grossa para Halong Bay. Poderia não ter levado/usei pouco: a alpargata e a legging.

 

DICAS GERAIS E CONSIDERAÇÕES GERAIS:

  • No fim da viagem, N-A-D-A estará limpo. Entretanto, são muitas as lavanderias que cobram 1 dólar por kilo, então lave tudo no meio da viagem. Havíamos programado para fazermos isso no Camboja, mas o dono da guesthouse que ficamos nos recomendou fortemente a não lavar nada na cidade porque a água é muito salobra e barrenta e mancha as roupas que tenham entrado em contato com protetor solar (ou seja, tudo). Ficamos fedidinhos o resto da viagem.
  • Em nenhum aeroporto vimos ninguém tendo o tamanho e peso da bagagem sendo checada. Muitas pessoas entravam com duas mochilas, ou mochilas/malas muito fora do tamanho permitido. Então, não fique preocupado se a mala estiver com um quilinho a mais no fim (mas não dê sorte para o azar… tente ao máximo ficar dentro das regras, sempre).
  • Como as bagagens não são checadas com relação ao tamanho, é muuuuito comum (quase uma regra) que quem embarcar por último vai ficar sem espaço pra colocar sua mala e ela vai ser despachada (sem cobrar por isso, mas é um transtorno). Por isso a dica de ouro é sempre tentar ser um dos primeiros a embarcar. Além disso, sua mala vai ser muito empurrada e esmagada para outras caberem no compartimento de bagagem, por isso, coloque coisas frágeis na bolsa ou em um local mais seguro.
  • Pessoas viajando para destinos tão distantes apenas com uma mala de mão pequena gera desconfiança nos aeroportos ocidentais (os asiáticos estão acostumados devido as regras das low costs). Recebemos olhares desconfiados em São Paulo e fomos parados em Londres e em Madrid, onde, inclusive, fomos “aleatoriamente selecionados” para fazermos testes de explosivos e drogas. Em Singapura, tivemos que apresentar todas as reservas e todo nosso itinerário de viagem para sermos liberados. Leve numa boa.

 

 

 

Por fim, viajar levando só o necessário e não ter que esperar bagagem VALE MUITO A PENA!  Com certeza pensaremos duas vezes antes de despachar uma bagagem novamente. Foi uma experiência que exigiu despego e jogo de cintura, mas trouxe muita praticidade e agilidade para a viagem. Na dúvida, se joga!!!

As delícias de Portugal

Portugal é uma ótima opção para os amantes de gastronomia.  Sempre acompanhado de um bom vinho, os diversos restaurantes portugueses oferecem pratos saborosos e couvert com pãozinho fresquinho e um potinho de azeite extra virgem.  😉

Em uma curta viagem por Lisboa e Coimbra, pude desfrutar de boas refeições. Iniciando-se por um pequeno e discreto restaurante (tive que dar a volta no quarteirão duas vezes até ver ele em um domingo de garoa a noite), chamado Dux Taberna Urbana, em Coimbra. Como era minha primeira noite em Portugal, optei por selecionar algumas porções em vez de um prato principal, para poder experimentar alguns dos sabores da culinária portuguesa. Logo ao sentar na mesa, já veio o tradicional pão português acompanhado de azeite. Uma porção, provavelmente, para duas pessoas, mas quando me dei conta já tinha acabado com a cesta toda e chegaram meus pedidos.

Pedi um Camembert assado e uma sopa com carne de caça. Acertei na escolha, olha a cara desse queijo!

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Camembert acompanhado de torradas.

O queijo estava sensacional, muito cremoso! Acompanhado de uma torradinha e um belo vinho de mesa portugûes ( para escolher vinho não tem erro, peça ao atendente o vinho recomendado da casa que será, na certa, muito bom), somente esta porção já teria sido suficiente para suprir minha fome. Mas, ainda havia o segundo prato! Uma espécie de uma sopa com carne de caça (gosto um pouco mais forte), cenouras, feijão verde e diversas especiarias. Por mais sem fome que já estava, me senti na obrigação de comer até o final do prato de tão gostoso!

 

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Deliciosa sopa com carne de caça

Ainda em Coimbra, em uma segunda noite, fui experimentar o prato mais famosos de Portugal:o bacalhau. O restaurante muito bem indicado por um colega de trabalho: Solar do Bacalhau, bem no centro histórico! E não contente com apenas um modo de preparo, acabei pro comer 3 diferentes: 2 bolinhos de bacalhau diferentes e uma posta belíssima de bacalhau com broa e alheira acompanhada de batatas, que, por sinal, é escolhida pelo cliente logo ao entrar no restaurante (você indica ao chef a posta de bacalhau ou outro tipe de carne, exposta em um freezer, que mais lhe agrade). Além disso, foi também servidos tiras finas de presunto parma e mais pão português com azeite.

Tudo neste restaurante estava delicioso! Recomendo muito um jantar neste lugar!

 

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Olha só o tamanho da posta (note que comi metade antes de lembrar da foto).
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Centro histórico de Coimbra

Dirigindo duas horas para a capital Lisboa, não tinha muito tempo para visitar muito dos pontos turísticos. Então resolvi seguir o conselho de muitos amigos: comer o pastel de belém. Lugar melhor para comer isto? O tradicional “Pastéis de Belém”, que fabricam os pasteis de nata desde 1837 com a mesma receita! Fica na rua bem ao lado do Jardim da Praça do Império (mosteiro dos Jerônimos) e em frente ao Jardim de Belém (Rua Belem 84-92)!

Aqui não é necessário sentar em uma mesa e pedir sua sobremesa, basta passar no balcão e solicitar a quantidade de pasteis (sugiro no minimo 5!) e pagar a conta. Aah, míseros EUR 0.30 por unidade, muito aquém de qualquer outra sobremesa na Europa. Mas, para quem quiser sentar e comer, o local é muito bonito, decorado com os tradicionais azulejos portugueses.

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Pastel de belém da Pasteis de belém!

Após, deliciar-se com esta sobremesa, parti rumo ao aeroporto em direção à Venlo (Holanda), com, é claro, uma pequena escala em uma das centenas lojas de vinhos e azeites portugueses. Traga quantos forem permitidos pela sua empresa aérea e, para escolhe-los, peça ajuda para algum português!

Suíça: Interlaken, Grindelwald e Lauterbrunnen

Saindo de Lucerna bem cedo, seguimos para um dia de andanças pelas pequenas cidades do interior da Suíça. Novamente: não exite em alugar um carro na Europa e sair da rota mais “turisticona” das capitais e grandes cidades, vale imensamente a pena e é muito fácil e cômodo! Vide post sobre como é locar e andar de carro aqui. Se você não ficou animado com essa idéia, é possível conhecer as três cidades de trem (Swiss Pass).

Nossa primeira parada foi em Grindelwald, cidade que fica a 1,5 horas de Lucerna pela rodovia A8. A cidade é bem alta e é possível ter uma visão linda dos Alpes Suíços! No dia que fomos, o tempo estava um pouco nublado, com neblina, por isso não tivemos uma visão 360º clássica, mas mesmo assim foi bem legal.

A cidade tem dezenas de lojas de queijos, chocolates e a estação de trem é um fofura. Para os mais animados (e que não vão no alto inverno), é possível fazer várias trilhas pelas redondezas. Além disso, o caminho até lá é um espetáculo! Como a cidade é alta, observar a paisagem mudando e o termômetro caindo numa manhã de inverno é  demais!

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Centrinho de Grindelwald.

Ficamos em torno de 1 hora na cidade e seguimos por mais 20 minutos de carro em direção à cidade que viria a ser nossa queridinha na Suíça, a MAGNÍFICA e muito fotogênica Lauterbrunnen!

A cidade é bem pequena, praticamente uma vila, com aprox. 3 mil habitantes e casinhas muito fofas e típicas. O lugar fica num vale, cercado por cadeias montanhosas imensas e nevadas, a verdadeira visão típica da Suíca. Lá a vida segue um ritmo lento, calmo e delicioso.

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A cidade é toda linda, explore as igrejinhas, as ruazinhas com casas lindas de madeira, o riachinho que corta o meio da vila e, é claro, as cachoeiras!!! A cidade tem mais de 70 quedas de água, sendo que a mais espetacular cai praticamente no centro da cidade, incrível! Ela se chama Staubbach Falls e já foi alvo dos encantos de escritores, como Goethe e Lord Byron.

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A incrível cachoeira no meio de Lauterbrunnen

Ande pela cidade, faça as trilhas e vá descobrindo as outras quedas. Um dos nossos grandes arrependimentos nessa viagem foi ter reservado um tempo tão curto à cidade, se tiver a possibilidade, durma nela!!

Para completar o pacote, ainda é possível visitar o Jungfrau (o ponto mais alto da Europa) a partir dela. Tem como ficar melhor?! Tem! Ela ainda é um ótimo ponto de base para quem quer esquiar na Suíça, já que fica perto de estações importantes, como Wegen e Murren.

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Relutando, saímos de lá por volta do meio dia em direção a nossa próxima parada: Interlaken.

A cidade fica, como o nome sugere, entre os lagos Thun e Brienz e é maior que as duas anteriores.Os principais atrativos da cidade são os bondinhos, trens e mirantes que levam ao Jungfrau. No centro, também é interessante andar até a borda do rio (mas depois de ter vindo de Lauterbrunnen, confesso que não é nada muito empolgante). Além, disso, como a cidade é uma das bases para o topo da Europa, são muitas as excursões que ficam andando pela cidade com seus bastões (muitas vezes fazendo coisas não muito educadas).

O lugar que mais gostamos na cidade foi as igrejas gêmeas da foto abaixo.

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Entretanto, não pense que a passagem pela cidade não vale a pena! A parte imperdível do passeio são realmente os lagos que margeiam a cidade e os minúsculos vilarejos às suas margens. Se estiver de carro, dedique tempo para explorar as redondezas da cidade!

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Os lindos lagos de Interlaken.

Saímos da cidade por volta das 15:00 e seguimos em direção à Bologna, na Itália. Achamos que nosso dia estava terminado, mas ledo engano, uma surpresa inesperada nos aguardava! Seguimos o nosso GPS offline e fomos andando. Em dado momento, nos deparamos com uma placa redonda (circulo branco interno e circulo vermelho externo) que não havíamos visto no nosso estudo sobre placas europeias. Mas a estrada não estava fechada e nem nada assim, era só uma placa na estrada. Seguimos em frente, logicamente, seguindo o GPS.

A estrada começou a subir de forma muito ingrime, foi ficando mais estreita e a paisagem foi mudando com muita rapidez. Começamos a ver árvores com geada e, a medida que subíamos, vimos árvores com galhos congelados e cada vez mais neve na borda da estrada (que seguia subindo muito!). Após um momento de muita neblina, saímos e vimos boquiabertos, que ESTÁVAMOS ACIMA DAS NUVENS!!!!!!!!! Foi uma visão maravilhosa, de tirar o fôlego.

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Acima das nuvens, por engano.

Entretanto, estava escurecendo e começamos a ficar apreensivos, visto que não havíamos visto uma alma viva desde a bendita placa! Além disso, nosso combustível estava acabando!!! Tentamos voltar, mas o GPS mandava retornar e continuar pelo caminho, ele não nos dava alternativas. Por sorte, um casal de idosos muito fofos passou por nós e parou. Explicamos que estávamos tendo problemas com o GPS e queríamos ir para Bologna. Eles caíram na risada (nunca é um bom sinal!) e nos explicaram que não poderíamos estar naquela estrada, que ela estava fechada por causa da neve intensa e que eles, como nós, estavam lá de forma ilegal (bateu um medo de levar uma multa em euros).

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Perdidos no meio do nada!

Tivemos que descer tudo de novo e paramos na primeira vila, desesperados por combustível. Por sorte, um senhorzinho muito prestativo nos orientou e, inclusive, nos deu o seu próprio livro de mapas para que nós não nos perdêssemos novamente! Uma fofura!

É nesse tipo de detalhe, de caminho errado que leva ao inesperado e nas pessoas incrivelmente generosas que conhecemos que as viagens nos mudam, nos enriquecem!