Cambodia: Siem Reap

Resumindo o Cambodia em uma frase: não há nada no mundo igual o Angkor Wat!

O complexo de templos, que é o maior da história da humanidade, é um dos lugares imperdíveis do Sudeste Asiástico. O complexo todo tem proporções colossais, sendo composto por uma área de 400 km² repleta de história, com quase 50 ruínas de templos já escavadas. Não vou me alongar aqui, mas é fundamental ler sobre a bela e triste história do país antes de se aventurar pelo local.

Pesquisamos bastante sobre quanto tempo ficar e optamos por ficarmos 2 dias completos (na verdade, 1 dia + 1 tarde + 1 manhã). Para nós, foi um tempo adequado, mas poderíamos ter facilmente ficado mais um dia. É importante destacar que nossa velocidade nos passeios é bem dinâmica (segundo um aplicativo, andamos quase 30 km em um dia no parque!), então com crianças ou pessoas de mais idade, considere estender a visita.

A chegada à Siem Reap se dá pelo pequeno Aeroporto internacional há poucos minutos da pequena cidade. Ao pousar, o visitante deve pegar uma sequência de 3 filas: a primeira é para tirar o visto, um processo simples, basta apenas aguardar sua vez, dar o seu passaporte e pagar a taxa de U$35,00 (não é necessário levar foto). A segunda fila, que é logo em frente, é para retirar seu passaporte com o visto já colado nele (na verdade não é bem uma fila, os funcionários da imigração vão gritando o nome do passaporte e a nacionalidade, é bem engraçado, todo mundo dá risada! Só não fique dando bobeira, já que a pronuncia do seu nome será beeem diferente do correto! Já a última fila só deve ser pega depois do preenchimento de um formulário de imigração (diferente do formulário que já deve ser preenchido no avião) que se encontra em vários balcões da pequena área de chegada. Este formulário será entregue às autoridades para realizarem a imigração.

Caso queira simplificar sua chegada e ganhar tempo, peça seu visa online pelo site https://www.evisa.gov.kh/?lang=Por, pague U$37,00 e ganhará alguns minutos a mais no país. Importante: se for ao Cambodia via terrestre, não deixe de pedir seu visto anteriormente online!!!

A excelente e economica (com muito bom café da manhã) guesthouse na qual ficamos hospedados (Schein Guesthouse) nos ofereceu o translado e o nosso motorista de tuk-tuk já estava a nossa espera. Aqui vale uma nota, os tuk-tuks cambodianos são diferentes dos tailandeses, sendo na verdade constituídos por uma moto 50-100cc puxando uma carruagenzinha para 4 pessoas.

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Como já era hora do almoço, recebemos instruções do hotel para almoçar em um pequeno restaurante familiar chamado Lilly Pop. E que comida! O Pad Thai deixou vários pratos tailandeses no chinelo, e o melhor: por cerca de 4 U$ com bebida inclusa! Excelente local para almoçar ou jantar, mas só tem 4 mesas, por isso costuma estar lotado.

Logo no inicio da tarde fomos aos templos e pagamos ao motorista do hotel U$5.00 para nos levar e buscar. Compramos o ingresso de três dias por U$40.00 por pessoa (há também a opção de um dia por U$20,00 ou 7 dias por U$60,00). NÃO PERCA o ingresso, ele será pedido todos os dias da visita e em todos os templos do complexo. Deixe em um lugar com fácil acesso.

O templo escolhido para nossa estreia no complexo não poderia ser outro: Angkor Wat! Aah, que lugar é aquele!!! Ao chegar, atravessa-se uma ponte sobre um lago para chegar a uma espécie de portal, que já é bem interessante. Mas ao cruzar as ruínas do portal tem-se a espetacular visão do imenso templo. O tamanho surreal das ruínas junto com o chão árido de terra e o calor de 40ºC, formam exatamente a imagem que tínhamos quando ouvimos sobre o Cambodia. O lugar é muito rico em detalhes e cores, preparem as câmeras! Passamos cerca de 5 horas perambulando por este grande templo admirando a beleza única do local e não foi suficiente para explorarmos tudo. Cada escultura, cada entalhe e cada parte do templo tem sua história, por isso ou pesquise bem antes de ir ou contrate um guia local (negocie e não será caro).

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A primeira visão do incrível Angkor Wat.

Perambule pelo templo, suba e desça as escadarias, vire onde der vontade… vague sem rumo e se espante em cada metro quadrado do templo. Angkor Wat é um local para ser explorado sem pressa, sem horário para sair!

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Ao anoitecer, lá estava nosso motorista nos aguardando para nos levar de volta ao hotel. À noite, fomos a pé do nosso hotel até o centro conhecer as centenas de feirinhas de rua (Night Market, pub street) da cidade e escolher um restaurante para jantar. As feirinhas tem pouca variedade (nada comparável à Khao San) e é necessário pechinchar muuuito para comprar alguma coisa por um preço padrão Sudeste Asiático. Mas, levando em conta que a população de lá é extremamente carente, sem nem uma infra-estrutura básica e passam fome, pode valer a pena você querer pagar um pouco mais caro por algum presentinho. Aqui vale um parêntese: a população do Cambodia é muito sofrida e pobre (o país sofreu um dos maiores genocídios da história) e vê no turismo uma escapatória, uma luz no fim do túnel. Por essa necessidade, às vezes os vendedores se tornam mais insistentes que o aceitável. Seja legal, sorria, agradeça e siga seu caminho… não trate com grosseria ou indiferença um ser humano que vê em você a oportunidade de por comida na mesa aquele dia.

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Na Pub Street e arredores, é possível escolher diversos restaurantes para comer as comidas locais, como o famoso churrasco de mesa, com bife de cobra, crocodilo, etc, ou o Fish Amok (curry suave de peixe cozido no coco), que foi nossa opção no restaurante chamado Amok! Não saia do Camboja sem provar, o sabor é diferente de tudo e impossível de descrever.

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Fish Amok, o verdadeiro gosto do Cambodia!

As refeições nesta redondeza costumam custar cerca de $7-10 por pessoa (muito caro para o Sudeste Asiático), mas são locais bem agradáveis e comidas confiáveis! Nas ruas, também é possível encontrar barraquinhas com algumas delicias, como o sorvete na pedra, com frutas naturais que são trituradas e congeladas na hora, uma perdição!

No segundo dia, decidimos fazer o chamado “Pequeno circuito” + visita ao templo Banteay srei. Também compramos este passeio com a Guesthouse a um preço bem justo de U$27,00. Desta forma, nosso motorista Li (super gente boa) nos levava de templo a templo com o Tuk Tuk e nos aguardava após explorarmos o local. DICA: não deixe de alugar Tuk Tuk que fique o dia inteiro com você, pois a distância entre os diversos templos são de alguns quilômetros e, como disse anteriormente, você chega a andar 20km somente explorando os templos! Não caia na besteira de tentar fazer de bike, a não ser que você seja um ciclista acostumado a treinar dentro de uma sauna.

Saímos bem cedinho, cerca de 04.30, pois decidimos pegar o nascer do sol em Angkor Wat. É muito bonito, mas verifique se o sol na época da viagem nasce exatamente entre as torres principais do templo. Além disso, se está indo para tirar somente uma foto, provavelmente irá se irritar com a multidão querendo tirar exatamente a mesma foto. Pondere se vale a pena. Nós achamos interessante, mas não é nada imperdível.

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O dia amanhecendo em Angkor Wat

Após o nascer do sol, voltamos para o hotel e tomamos café da manhã (já que os templos só abrem as 8:00). Aproveite e passe toneladas de protetor solar, o sol do Cambodia é uma coisa de outro planeta!

Seguimos para o templo Banteay srei, distante 30 km da maioria dos outros templos, uma viagem de cerca de 1 hora de Tuk Tuk! O local tem um mix de cores lindo nas suas construções, vale a visita. Mas, por ser pequeno, se informe sobre um horário com menor quantidade de pessoas, pois em muitos momentos, as ordas chinesas mal permitem que você veja alguma coisa. O templo é beeeem pequeno mesmo, mas muito entalhado (por isso é chamado de templo das mulheres, visto a quantidade de detalhes).

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O colorido e delicado Templo das Mulheres

Retornamos às proximidades do Angkor Wat, onde prosseguimos com nosso passeio pelo Pequeno Circuito. Passamos rapidamente pelos templos Pre Rup e Banteay Kdei  até chegarmos ao famoso e magnifico Ta Prohm (muito conhecido pelas filmagens de Tomb Raider).

Aqui a natureza faz seu espetáculo, é o mais belo templo do conjunto, com suas arvores se misturando com as ruínas! A possibilidade de explorar qualquer local do templo faz lembrar um pouco o espirito Indiana Jones. O visitante pode explorar e fuçar cada ruína, é extraordinário, uma sensação de mundo perdido! Após quase 2 horas, retomamos ao encontro do nosso amigo Li para prosseguir o circuito.

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O mundo perdido de Ta Prohm!

Nossa próxima parada foi o Ta Keo. Apesar da não recomendação de nosso motorista, decidimos subir os altos e estreitos degraus até o topo do templo. Gostamos bastante do desafio e é um templo muito interessante de se passar 30-40 min. Mas atenção: os algumas escadarias estão bem desgastadas e os degraus são bem altos, suba com muito cuidado porque um escorregão pode ser fatal!

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Escadaria super íngreme e perigosa do Ta Keo

 

Nesse momento, com muita sede, fomos comprar uma água e, para nossa surpresa, cada garrafa custava U$2.00!!! Claro, após negociação pagamos U$0.30-0.50 cada garrafa. Então fique esperto e também não compre mais de uma por pessoa por vez, pois esquentam muito rápido!!! Almoçamos em uma barraquinha no parque mesmo para não perdermos tempo.

Seguimos em direção ao Bayon, quando passamos pelo lindo portal na entrada do Angkor Thom. Chegando ao Bayon, nos deparamos com outra obra-de-arte! O templo tem uma arquitetura espetacular, composta por 216 faces esculpidas, representando uma mistura de Buda e do rei Jayarvaman VII (dizem as más línguas que ele matou o rei anterior e construiu esse templo para todo mundo conhecer o rosto e o poder do novo rei).

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As faces de Jayarvaman VII

De lá, seguimos, a pé mesmo, para explorar as outras áreas do Angkor Thom, como o Baphuon (para entrar neste templo, é obrigatório estar com vestimentas abaixo do joelho e cobrindo os ombros, não adianta usar o lenço para esta função, tal como o Grand Temple de Bangkoc), Terraço dos Elefantes e outros diversos templos menores e ruínas que são de tirar o fôlego. Não deixe de explorar toda essa região a pé, vale a pena!!!

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Um dos “templos perdidos”

De lá, demos uma negociada como o Li para substituirmos os Angkhor Wat (que havíamos visto no dia anterior) pelo Preah Khan, que faz parte do Grande Circuito! Por sinal, acho muito difícil fazer Angkhor Wat junto com os outros templos do Pequeno Circuito pois, como disse, gastamos 5 horas nele e poderíamos ter ficado mais!

Voltando ao Preah Khan, o templo é lindão. Junto com Angkhor Wat e Ta Prom, faz parte do nosso top 3 templos prediletos. O lugar tem um charme especial por ficar localizado meio que em um pântano, é necessário atravessar uma ponte para entrar no templo, o que dá a noção de que realmente estamos em uma selva. Novamente, explore sem pressa e descubra cada continho do lugar.

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Preah Khan – Poderia ser cenário de qualquer filme

De lá, por volta das 16h00, decidimos ir até o Phnom Bakheng (que ainda está sendo escavado!) para tentar ver o belíssimo pôr do sol do local. Ele fica no topo de um morro e, por isso, você tem uma visão privilegiada da selva e inclusive do Angkhor Wat! Infelizmente, somente 300 pessoas sobem ao mesmo tempo e, quando chegamos, já havia uma fila gigantesca de pessoas. Caso aconteça isso, não perca seu tempo, a partir deste horário as pessoas que estão lá em cima não vão descer e perder o pôr do sol!

Reencontramos nosso tuk-tuk e seguimos para o hotel depois do exaustivo e maravilhoso dia!!! Gostaríamos muito de ter uma bucha vegetal neste momento, porque ficamos dois tatus encardidos!

Nesta noite, retornamos ao Pub Street, mas preferimos ir jantar (ou tentar) no Lilly Pop novamente. Mas, estava lotado e atravessamos a rua para jantar no muito bem com conceituado restaurante The Sugar Palm. Que erro!!! Nem vale a pena dizer muito sobre o restaurante, apenas não vá, pois não é gostoso, os pratos são ridicularmente pequenos e é muito caro!

No nosso terceiro e último dia, pagamos mais U$ 5,00 para, adivinhem, retornar ao Angkor Wat! Aproveitamos para explorarmos alguns locais do templo que não havia dado tempo de explorar, como a subida em uma das torres. Também, retornamos ao Phnom Bakheng de manhãzinha, já que não havia sido possível no dia anterior. Retornamos à cidade na hora do almoço, e, adivinhem, novamente optamos por um delicioso almoço no Lilly Pop (comida boa por menos de 5 usd não se acha em qualquer esquina!).

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Phnom Bakheng – No alto do morro!

Já era hora de partir do Cambodia e passamos em nosso hotel para pegarmos a mala e seguir ao próximo destino da viagem: a jóia do Vietnã, Hoi An!!!

Resumindo: se possível, visite o complexo de Angkor Wat uma vez na vida, o local é absurdamente fabuloso! As fotos tiradas lá são as mais maravilhosas da viagem. Com certeza entrou na nossa lista de locais que gostaríamos de voltar algum dia!